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Learning by Doing

Pós-Graduanda: Milena Soares dos Santos CPF: 142.159.787-00


Curso: Pós-Graduação em Biotecnologia Ambiental

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: A PROBLEMÁTICA DO GERENCIAMENTO EM


PEQUENAS E MÉDIAS CIDADES

RESUMO

A gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSU) é uma das questões que geram grande
repercussão no âmbito de políticas públicas, sendo instituída por meio de legislação
específica, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - lei nº 12.305/2010, que
permite a implementação de medidas efetivas para seu funcionamento. Devido a
expansão e ocupação territorial nos pequenos e médios centros urbanos, a procura
para a logística e destinação correta do resíduo vem aumentando. Desse modo, ao
observar o acréscimo de resíduo gerado pela população e por pequenas empresas e
a deficiência para atender a demanda neste setor, constata-se o objetivo deste
trabalho que será abordar o tema sobre o RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) com a
proposta de solucionar os desafios do gerenciamento do mesmo, por meio do
cumprimento de medidas de responsabilidade socioambiental e da fomentação de
práticas sustentáveis através de uma ferramenta ágil de análise SWOT, traduzido para
o português, Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities
(Oportunidades) e Threats (Ameaças), com o foco de auxiliar possíveis ações das
esferas municipais, sociedade civil e demais órgãos ambientais responsáveis.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

A geração de resíduos sólidos urbanos vem aumentando no cenário brasileiro


e conforme Ventura e Suquisaqui (2020), a sociedade tem passado por alterações no
comportamento, desde o seu padrão de consumo até o crescimento populacional,
ambos afetam proporcionalmente o descarte do material consumido. Tais mudanças

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têm causado preocupação nas administrações governamentais de pequenas e
médias cidades.
Outros fatores que colaboram para que os resíduos sólidos gerados estejam
dispostos irregularmente, é a insuficiência do sistema de coleta pública que impede
de que os resíduos sejam devidamente coletados e separados para reaproveitamento
do material (Nascimento et al. 2015).
Nos últimos anos, os aterros sanitários são em sua maioria o objeto final de
descarte dos municípios brasileiros, estima-se que no ano de 2021 cerca de 73% dos
municípios realizaram o descarte dos resíduos sólidos urbanos por meio deles,
seguido de aterros controlados e por último os lixões, segundo Brasil (2021).
Diante disso, através da vivência que obtive como Gestora Ambiental e na
função de ex-Secretária Municipal do Ambiente e Desenvolvimento Agrário no
município de Paraíba do Sul, cidade com aproximadamente 44.741 habitantes,
localizada na região centro-sul fluminense do Estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2023),
percebo que a medida de adoção para controle e fiscalização desses segmentos
precisam ser eficientes, desde a coleta, tratamento e descarte do material. Para a
tratativa deste problema, será realizada baseada na análise SWOT, que, segundo
Casarotto (2020), é uma ferramenta de gestão para o planejamento estratégico que
auxilia as empresas e entidades públicas para a conclusão de projetos.
Portanto, a metodologia adotada para o desenvolvimento deste projeto é a
análise SWOT, que possibilita a explanação de fatores positivos e negativos diante
dos distintos ambientes propostos. Auxiliando na verificação dos fatos e na
possibilidade de executá-los dentro do cenário da gestão política-administrativa
municipal e na sua durabilidade de 04 (quatro) anos.

APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA


IDENTIFICADO

A solução proposta para tratativa do problema é a criação de programa que


atenda a toda população de todas as classes sociais, possuindo um foco maior nas
famílias de baixa renda e que são atendidas por programas de assistência social do
Governo, permitindo que todo resíduo sólido urbano (RSU) gerado seja convertido em
cursos profissionalizantes que incentivem a sustentabilidade por meio de criação de
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peças e materiais ecológicos com a finalidade de obter reaproveitamento do material
(resíduo sólido) e por meio desse curso técnico sejam vinculados a empresas
parceiras, possibilitando a capacidade de geração de bolsas de estudos remuneradas,
outra solução adotada seria em ações comunitárias locais, como por exemplo, a
utilização do resíduo orgânico na compostagem em hortas comunitárias (escolas e
bairros) e a fomentação de programas de incentivo à coleta seletiva, com a
possibilidade de abatimento e/ou redução na conta de luz por meio de parceria com
as empresas resposáveis pela prestação de energia elétrica e afins.
Nestes programas de incentivo a população poderá realizar seu cadastro
através dos postos autorizados pelo Poder Público Municipal, tendo como informação
necessária: Dados pessoais, endereço completo e a modalidade de assistência
pretendida.
O objetivo final dessa proposta é a diminuição de resíduos sólidos descartados
em aterros sanitários, o que possibilita no aumento do tempo de vida útil do mesmo,
gerando menos custos aos municípios e promovendo a sustentabilidade. O
desenvolvimento desse projeto contará com as escolas, representantes de entidades
públicas e empresas parceiras.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com a elaboração deste projeto, pretende-se alcançar famílias de todas as


classes sociais, incluindo preferencialmente as de baixa renda, auxiliando no
abatimento de contas de energia elétrica, permitindo o acesso a uma alimentação de
qualidade por meio de hortas orgânicas comunitárias e na produção de produtos
artesanais advindos do material previamente separado.
Por meio desta ferramenta foi possível analisar os pontos estratégicos para
realização do objeto proposto, reconhecendo as delimitações de cada função sendo
elas positivas ou não.
Contudo, sua aplicação exemplificada na imagem abaixo, possibilita que os
municípios poderão formar parcerias com as esferas governamentais e por empresas
do setor privado, ate como forma de abatimento nas taxas de impostos
acondicionados a sua atividade fim e na promulgação de um “selo verde” advindo da
divulgação do projeto.
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Portanto, esse projeto beneficia a população por subsidiar bolsas de estudo,
oportunidades de gerar emprego e renda, além de aproximar a comunidade local da
responsabilidade ambiental, através dos recursos disponíveis pelo gestão atual e a
parceria das empresas.
Sabe-se que existe a possibilidade de que o referido projeto venha a não
receber total aceitação ou a participação da sociedade, pois por se tratar de práticas
sustentáveis e na desmitificação do dilema que todo lixo domiciliar deve ser
descartado sem nenhum reaproveitamento do mesmo, além da falta de recursos
financeiros ou pela má gestão do projeto. Todavia, com a assessoria de divulgação e
a abordagem correta é possível a concretização e somatização de forças dos grupos
para a execução do projeto.

APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA COM O FRAMEWORK ESCOLHIDO

Haja vista que a ferramenta adotada auxilia o projeto a identificar as


oportunidades que o mercado pode possibilitar nos âmbitos internos e externos de
sua implantação, assim como, as fraquezas que contribuem negativamente nos
respectivos fatores.
Nesta ocasião, a Análise SWOT irá permitir identificar os possíveis problemas
e soluções que permitem a sua aplicação e, posteriormente, o gerenciamento dos
resíduos sólidos urbanos nas pequenas e médias cidades.

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Figura 1 – Framework Análise SWOT


Fonte: A autora.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Sistema Nacional de


Informações sobre Saneamento: diagnóstico do manejo de resíduos sólidos
urbanos - 2021. Brasília, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/mdr/pt-
br/assuntos/saneamento/snis/painel/rs
Acesso em: 10 abr. 2023.

CASAROTTO, C. Aprenda o que é análise SWOT, ou análise FOFA, e saiba como


fazer uma análise estratégica do seu negócio. ROCK CONTENT, 2019. Disponível
em: <https://rockcontent.com/blog/como-fazer-uma-analise-swot/> Acesso em: 10
abr. 2023.

IBGE. Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia. Cidades e Estados. Disponível


em: <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rj/paraiba-do-sul.html>. Acesso em:
10 abr. 2023.

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NASCIMENTO, V. F., SOBRAL, A. C., ANDRADE, P. R. D., & OMETTO, J. P. H. B.
(2015). Evolução e desafios no gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no
Brasil. Revista Ambiente & Água, 10(4), 889-902. https://doi.org/10.4136/ambi-
agua.1635.

VENTURA, K. S.; SUQUISAQUI, A. B. V. Aplicação de ferramentas SWOT e 5W2H


para análise de consórcios intermunicipais de resíduos sólidos urbanos.
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 20, n. 1, p. 333-349, jan./mar. 2020.
https://doi.org/10.1590/s1678-862120200

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