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Universidade Federal da Paraíba

Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas


Emitido em 26/06/2023 16:21

Projeto de Pesquisa
Dados do Projeto Pesquisa
Código: PVA17143-2023
Titulo do Projeto: A difusão de um urbanismo neoliberal e climático e sua materialização contraditória no
espaço urbano da cidade de João Pessoa via o Programa João Pessoa Sustentável
Tipo do Projeto: INTERNO ( Projeto Novo)
Categoria do Projeto: Pesquisa Científica
Situação do Projeto: CADASTRADO SEM PLANO
Unidade: CCEN - DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS (11.01.14.03)
Centro: CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN) (11.00.41)
Palavra-Chave: Sustentabilidade. Urbanização. João Pessoa
E-mail: alexandre.sabino@academico.ufpb.br
Edital: PIBIC/UFPB/CNPq - 2023/2024 - EDITAL 01/2023/PROPESQ SELEÇÃO DE
PROJETOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Cota: 2023-2024 PIBIC-CNPQ-UFPB (01/09/2023 a 31/08/2024)
Área de Conhecimento, Grupo e Linha de Pesquisa
Área de Conhecimento: Geografia Urbana
Grupo de Pesquisa: Grupo de Estudos Urbanos
Linha de Pesquisa: Linha de Pesquisa: Cidades Médias: Estrutura e Dinâmica Urbana
Comitê de Ética
N° do Protocolo: Não possui protocolo de pesquisa em Comitê de Ética.
Resumo
A produção do espaço urbano nas cidades da América Latina e Caribe - ALC, com destaque para as cidades brasileiras, têm obedecido,
atualmente, a padrões e estratégias globais de reestruturação territorial e reescalonamento das ações de desenvolvimento urbano e
metropolitano ligadas a um padrão de urbanização neoliberal (BRENNER 2018; BRENNER, PECK & THEODORE 2015), tais padrões e
estratégias estão, por sua vez, associados a formação de agendas e arenas globais de ação e difusão de políticas urbanas (SABATIER &
WEIBLE 2007; JAJAMOVICH, 2013; STONE & LADI, 2015; NASCIMENTO; 2021; NASCIMENTO et al, 2023) ou a conformação de circuitos
globais de conhecimento (McCANN, 2011) ligados a novas rodadas de dominação e acumulação de capital (SHEPPARD; LEITNER;
MARINGANTI, 2013).

A produção e difusão de soluções ilusórias chamadas de boas práticas, vinculadas a discursos/conceitos como os de sustentabilidade urbana,
parcerias público-privadas, cidades inteligentes, inclusivas, verdes, emergentes (BID 2016) e resilientes (BOUSKELA, 2016; ONU, 2015; ONU-
HABITAT, 2016; MENDES, 2020; NASCIMENTO, 2021) fazem parte dessa padronização ligada a criação de consensos globais. Ressalta-se
que, muitas dessas ideias vinculam-se ao chamado regime internacional das mudanças do clima (CORNETTA, 2022) e/ou ao nomeado
Consenso de Wall Street (KEDWARD, GABOR & RYAN-COLLINS, 2022) fomentado para alcançar/financiar os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS) (ONU, 2022) e manter o processo de acumulação de capital.

Trabalha-se com a hipótese de que o desenvolvimento sustentável tornou-se um paradigma utilitário para o capital, como terreno fértil para novos
mercados de investimentos e acumulação de capital. Investimentos, inclusive, ligados à busca pela redução das emissões de gases do efeito
estufa (GEE), principal efeito colateral do chamado Capitaloceno (MOORE, 2020) presente no atual regime internacional das mudanças do clima
(CORNETTA, 2022), que por sua vez se conecta com a difusão de um urbanismo neoliberal (BRENNER, 2018) e climático (BROTO & ROBIN,
2020).

Tais iniciativas tem articulado agendas e ações vinculadas a agentes do capital financeiro global, como seus discursos modernos, inteligentes e
verdes, a práticas clássicas de acumulação primitiva ou via despossessão de bens comuns e direitos básicos de populações pobres como o
direito à moradia digna via processos segregativos e com potencial gentrificante (SOUSA NETO & NASCIMENTO, 2020; SILVA; NASCIMENTO;
SANTOS, 2022).

Pretende-se, analisar a produção/reforço de conflitos e desigualdades socioambientais associadas às respostas urbanas às mudanças climáticas
via políticas de adaptação contemporâneas do urbanismo global dominante (SHEPPARD; LEITNER; MARINGANTI, 2013). Tais políticas são,
atualmente, moldadas e difundidas por todo o globo através de práticas neoliberais de governança urbana-ambiental orientadas para o mercado,
estas se realizam via privatização intensificada dos bens comuns e promoção de certo tipo de empreendedorismo ambiental urbano
(WHITEHEAD, 2013).

Desta forma, o objetivo geral dessa pesquisa é analisar a produção/reforço de conflitos e desigualdades socioambientais na cidade de João
Pessoa associadas à sua inserção no Programa João Pessoa Sustentável, sendo este entendido como difusor de uma agenda de urbanização
neoliberal sustentável e financeirizada associada às respostas urbanas às mudanças climáticas via políticas de adaptação/mitigação
contemporâneas do urbanismo global dominante, assim como a interesses privados ligados a reprodução do espaço urbano da cidade como uma
mercadoria a ser vendida no mercado global de cidades.

Apresenta-se esse projeto como continuidade das ações de pesquisa do propositor dentro da rede de pesquisa vinculada ao Programa Institutos
Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) Observatório das Metrópoles (Núcleo Paraíba) e no Grupo de Estudos Geográficos sobre Estado,
Mercado e Produção do Espaço GEMPE, vinculado ao Laboratório de Estudos Urbanos da Universidade Federal da Paraíba/CCEN que integra
os Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Arquitetura e Urbanismo/UFPB, o pesquisador que vem pesquisando e refletindo sobre as
dinâmicas urbanas ligadas ao processo de urbanização contemporânea e seus impactos na produção do espaço urbano das cidades brasileiras,
com destaque para a análise do planejamento e gestão urbana.

Desde 2018, vem-se desenvolvendo projetos de pesquisa e extensão ligados a reflexão/atuação acerca da inserção em cidades brasileiras de
padrões e estratégias globais de reestruturação territorial ligadas a um padrão de urbanização neoliberal (BRENNER, PECK & THEODORE,
2015) somado aos discursos ligados ao paradigma da governança urbana neoliberal e do empreendedorismo urbano (ARANTES, VAINER &
MARICATO, 2009; HARVEY, 2005) - e seus Grandes Projetos Urbanos (GPUs), que assumem o protagonismo no direcionamento dos recursos
públicos - agora travestidos de inteligente e sustentável, ou a um pretenso empreendedorismo ambiental urbano (WHITEHEAD, 2013). Desta
forma, foram realizadas análises de programas, planos estratégicos e GPUs implementados nas cidades de João Pessoa e Campina Grande e
seus desdobramentos, via a análise de documentos, leis, projetos executados e/ou em execução.

O presente projeto dá continuidade às pesquisas já realizadas, com destaque ao projeto O Programa João Pessoa Sustentável como modelo de
transferência, difusão e mobilidade de políticas públicas urbanas neoliberais do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e as narrativas
das cidades sustentáveis e inteligentes: (EDITAL 01/2022/PROPESQ Seleção De Projetos De Iniciação Científica 2022/2023). Tais pesquisas
têm se focado em analisar a relação complexa e contemporânea entre o processo de urbanização neoliberal, na chamada Era urbana (ONU-
HABITAT), e os fenômenos/paradigmas das mudanças climáticas e revolução digital, onde na atual proposta acrescenta-se a reorientação do
planejamento e gestão urbanos ao regime internacional das mudanças do clima (CORNETTA, 2022). Com ênfase no papel da formação de uma
política pública global (e/ou glocal), com a presença de múltiplas partes interessadas (governança multinível), resultado da ação de agentes
multilaterais (BID; ONU-Habitat; ICLEI, entre outros) que criam, difundem e transferem políticas urbanas globais sustentáveis (NASCIMENTO et
al., 2023).

Segundo nossas pesquisas anteriores (SOUSA NETO & NASCIMENTO, 2020; SILVA; NASCIMENTO; SANTOS, 2022; NASCIMENTO, 2021;
NASCIMENTO et al., 2023) tal política pública glocal está presente nas ações da Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis - ICES, criada e
executada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, e seu papel na citada transferência, difusão e mobilidade de políticas públicas
urbanas neoliberais - e (in)sustentáveis - na América Latina e no Brasil. Políticas ligadas a narrativa das boas práticas (best practices) da
governança urbana neoliberal (NASCIMENTO & BASTOS, 2021; SILVA, 2022), que no seu bojo incluem processos excludentes de renovação
urbana-ambiental e gentrificação.

Destaca-se a importância de se fomentar tal debate, que se verifica em virtude da evolução no processo de construção de grandes projetos
urbanos (GPUs) na região metropolitana de João Pessoa, a exemplo do Parque Socioambiental João Pessoa/PB, no Roger, e Projetos de
Requalificação Urbana e Ambiental das Comunidades do Complexo Beira Rio, incluindo a implantação de Parque Linear do Jaguaribe, Polo
Turístico do Cabo Branco, entre outros (BID, 2018; PMJP, 2022). Tais projetos estão se realizando via terceirização do planejamento e gestão
urbana da cidade, que se dá com entrega dos projetos para consórcios via licitações controlados pelo BID, a exemplo da própria revisão do Plano
Diretor da cidade.

Tal reestruturação regulatória e territorial avança via GPUs que ameaçam Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS e áreas de preservação
ambiental da cidade. Quanto as ZEIS, tais áreas possuem legislações específicas quanto ao seu uso e ocupação, além de serem áreas
prioritárias para projetos de moradia popular, regularização fundiária, entre outros. Assim, tais ações se chocam com as diretrizes e leis ligadas
ao Estatuto da Cidade (Lei nº10.257/2001) e com a construção de uma cidade mais justa e democrática (SILVA; NASCIMENTO; SANTOS, 2022;
SOUSA NETO & NASCIMENTO, 2021; NASCIMENTO; PORTO LEAL; MAIA, 2022).

Destaca-se, também, que a pesquisa está vinculada ao projeto de extensão Planejamento e Desenvolvimento Urbano Sustentável X Direito à
Cidade, que atua na área do Complexo Beira Rio, que é palco de um Grande Projeto Urbano de requalificação urbana e ambiental encabeçado
pela construção de um parque linear (SOUSA NETO & NASCIMENTO, 2020; SILVA; NASCIMENTO; SANTOS, 2022; SILVA, 2022). Obra
bastante representativa da emergência de um empreendedorismo ambiental urbano (WHITEHEAD, 2013) e que faz parte dos objetos de estudo
dessa pesquisa. Tal projeto de extensão é coordenado pelo pesquisador propositor deste projeto de pesquisa, fato que poderá facilitar a
obtenção de dados e informações.

A atual proposta de trabalho dá continuidade às pesquisas citadas, sendo que nessa nova proposta consideram-se novas demandas surgidas
das pesquisas anteriores, mas também se mantem a análise da implantação dos projetos e obras de infraestrutura e Parque Linear do Complexo
Beira Rio, projetos e obras dos conjuntos habitacionais e regularização fundiária para as comunidades do Complexo Beira Rio, e amplifica-se a
análise das influências do Programa de Desenvolvimento Urbano Integrado e Sustentável do Município de João Pessoa (João Pessoa
Sustentável) na Revisão do Plano Diretor de João Pessoa (JOÃO PESSOA, 2022), com destaque para análise de agendas encabeçadas pelo
mercado da construção civil e imobiliário que se sobressaem à garantia da justiça social e ambiental, e revelam relações assimétricas entre
mercado da construção civil e imobiliário que se sobressaem à garantia da justiça social e ambiental, e revelam relações assimétricas entre
estado, mercado e sociedade. Soma-se a isso pesquisa exploratória de outros componentes do eixo de planejamento urbano do Programa João
Pessoa Sustentável (https://jpsustentavel.joaopessoa.pb.gov.br/componentes/planejamento-urbano/), a exemplo temos: a elaboração do Plano de
Descarbonização e Adaptação Climática e do Plano Municipal de Risco e Desastre do Município.

O Plano de Descarbonização e Adaptação Climática tem o objetivo de neutralizar as emissões líquidas de carbono até 2050, visa segundo a
prefeitura de João Pessoa reconhecer as necessidades de descarbonização e de adaptação climática do município, colaborando para o combate
à crise climática e o tornando mais resiliente. Os implementadores do mesmo são a consultoria WayCarbon, em parceria com ICLEI América do
Sul, que estão realizando a prestação de serviços técnicos especializados, coordenação e execução das atividades referentes à elaboração do
plano.

Já o Plano Municipal de Risco e Desastre do Município tem como objetivo orientar, de forma planejada, ações de prevenção e combate às
inundações, deslizamentos, formação de ilhas de calor e demais transtornos causados pela expansão desordenada, crescimento populacional e
aquecimento global da cidade.

Ambos os planos, segundo nossas hipóteses de pesquisa, fazem parte das respostas urbanas às mudanças climáticas via políticas de adaptação
contemporâneas do urbanismo global dominante (SHEPPARD; LEITNER; MARINGANTI, 2013; NASCIMENTO, 2021). Como já citado, tais
políticas são, atualmente, moldadas e difundidas por todo o globo através de práticas neoliberais de governança urbana-ambiental orientadas
para o mercado (NASCIMENTO et al., 2023), estas se realizam via privatização intensificada dos bens comuns e promoção de certo tipo de
empreendedorismo ambiental urbano (WHITEHEAD, 2013).

Introdução/Justificativa
(incluindo os benefícios esperados no processo ensino-aprendizagem e o retorno para os cursos e para os professores da UFPB em geral)
Como de praxe, ações públicas ligadas a princípios de uma governança urbana neoliberal incidem sobre territórios periféricos e populares, que
em sua maioria apresentam população vulnerável inseridos de maneira mais precária nos espaços urbanos agora cobiçados para planos de
captura de mais-valias urbanas via projetos de renovação urbana e/ou requalificação urbana e ambiental como o do Complexo Beira Rio e dos
territórios periféricos da região central da cidade, a exemplo do Porto do Capim e Curva do S (SOUSA NETO & NASCIMENTO, 2020; SILVA;
NASCIMENTO; SANTOS, 2022; NASCIMENTO; PORTO LEAL; MAIA, 2022).
Além de representarem custos de oportunidades e desvio de finalidade da gestão pública, pois são projetos muito caros, frutos de empréstimos e
consequente endividamento ou uso do fundo público via isenções fiscais, doação de terras públicas etc., que servem na maioria das vezes para
valorização imobiliária via produção de infraestrutura em espaços selecionados por agentes do mercado, além da abertura de mercado para
compras públicas ou terceirização do planejamento e gestão urbana, como observamos na pesquisa anterior com a análise da ação de uma série
de consultorias em várias facetas do planejamento e gestão (NASCIMENTO & BASTOS, 2021; NASCIMENTO et al., 2023; MIRANDA et al.,
2022).
Destaca-se que tais desvios de finalidade e uso dos recursos públicos para valorização imobiliária acontece numa cidade com fortes contrastes
sociais, crescimento da desigualdade social, especulação imobiliária, processos de segregação urbana e gentrificação. Para se ter ideia dos
desafios que deveriam ser enfrentados pelo planejamento e gestão urbana em João Pessoa em busca de uma cidade mais justa e equilibrada
socioambientalmente traçamos um breve panorama da mesma.
João Pessoa apresentou um crescimento populacional bastante expressivo entre 2000, 2010 e 2020. A sua população total, que era de 597.934
habitantes em 2000, passou a 723.515 habitantes em 2010, e 889,6 mil em 2022. Todavia, a distribuição da renda permanece desigual, e segue
no contrafluxo das demais capitais nordestinas, todas apresentando diminuição das desigualdades de renda. Entre o primeiro trimestre de 2020 e
o primeiro trimestre de 2021, a RMJP aumentou em 8,5% o seu coeficiente de Gini, saltando de 0,672 para 0,792, maior aumento entre 20
regiões metropolitanas analisadas na quarta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles (OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2021).
Nesse mesmo período, os 10% mais ricos da região chegaram a ter um rendimento médio 99,8 vezes maior do que o rendimento médio dos 40%
mais pobres (SALATA; RIBEIRO, 2021).
Segundo dados da Fundação João Pinheiro, 41,3% dos domicílios situados na cidade não possuem condições adequadas de habitabilidade. Não
obstante, segundo os dados preliminares do mapeamento realizado pelo IBGE, em 2019 foram identificados 103 aglomerados subnormais na
capital paraibana, os quais abrigavam 33.969 domicílios, o que representa um acréscimo de 33,2% no número de domicílios em aglomerados na
comparação com 2010. Segundo dados da Defesa Civil de João Pessoa (SGB/CPRM, 2019), existem, atualmente, na área urbana do município,
64 setores de alto e muito alto risco a inundações, movimentos de massa e processos correlatos. No que diz respeito às condições de habitação
em João Pessoa, mais de 90% dos bairros apresentam aglomerações informais.
João Pessoa conta com 94 ZEIS. Sendo que na atual revisão do PD, análises do projeto de IC em desenvolvimento, observa-se um processo de
redução dessas ZEIS, e a ampliação de áreas verdes nos locais onde se encontram partes das comunidades consolidadas da cidade. Territórios
periféricos que estão sendo alvo de reassentamentos - leia-se remoções forçadas - em nome da reestruturação da cidade para o mercado
imobiliário. O município possui atualmente 829 ha definidos como ZEIS, frente a 4.582 ha de vazios urbanos, que poderiam ser utilizados para
novos empreendimentos tipo habitação de interesse social.
Os 45.773 lotes vazios existentes atualmente no município perfazem 25% dos 183.233 lotes totais (Cadastro Municipal PMJP, 2021). O número é
muito próximo das famílias inscritas no cadastro habitacional. A Secretaria Municipal de Habitação (SEMHAB) possui atualmente (2021) um
cadastro de mais de 45 mil famílias a procura de moradia. São 4.582 ha em terra à disposição que podem ser trabalhadas pelo Plano Diretor para
melhor acomodar a população, e seguir os preceitos do Estatuto da Cidade, dando uma função social a propriedade e a própria cidade.
Agindo em desacordo com esse quadro encontramos uma gestão que se destaca pela ausência de políticas públicas centrais como a de
habitação de interesse social, e têm-se ao invés disso ações que causam o recrudescimento desse quadro e aumento de processo segregativos
e gentrificantes. Pois, em paralelo crescem ações de requalificação na área central e na orla marítima da cidade, que se caracterizam como áreas
de ocupação consolidada e bem-servidas por infraestrutura e equipamentos urbanos. (MIRANDA et al, 2022).
Como resultado de pesquisas realizadas até o momento, observaram-se algumas ligações entre planejamento urbano estratégico no processo de
urbanização neoliberal com a ações do Programa de Desenvolvimento Urbano Integrado e Sustentável do Município de João Pessoa, mais
conhecido como Programa João Pessoa Sustentável, este faz parte da Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis - ICES, criada e executada
pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento BID. O Programa João Pessoa Sustentável tem sido encampado por velhos e novos agentes
produtores do espaço urbano, a exemplo do estado (Prefeitura de João Pessoa), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Caixa
Econômica Federal, de agentes do setor imobiliário (incorporadoras imobiliárias, construtoras) e consultorias, além de algumas multinacionais
presentes na elaboração de planos e estudos, esses novos agentes têm atuado em múltiplas escalas e passam a ter papel mais preponderante
na produção do espaço urbano. (MIRANDA et al. 2022; NASCIMENTO et al., 2023).
Destaca-se, também, o potencial de mudanças nas normas, leis (uso e ocupação do solo, parcelamento urbano etc.) e planejamento urbano da
cidade de João Pessoa a serem viabilizados com o projeto João Pessoa Sustentável. Pois a atual revisão do Plano Diretor da cidade encabeçada
pela Unidade Executora do Programa UEP, está se dando via a seleção/execução de serviços de consultoria ou consórcio de empresas para o
desenvolvimento dos serviços necessários à revisão do Plano Diretor Municipal de João Pessoa (PDMJP) e legislação correlata. A chamada e
alguns dos seus produtos já divulgados, apontam para ações como: Revisão do macrozoneamento e do zoneamento de todo o território
municipal; Elaboração de minutas de anteprojetos de leis de revisão dos instrumentos jurídicos vinculados ao planejamento territorial, em especial
a lei de Parcelamento do Solo, Código de Obras e Edificação, Código Ambiental lei do Sistema Viário, lei do Perímetro Urbano, lei de Uso e
Ocupação do Solo e demais leis específicas dos instrumentos de política urbana (JOÃO PESSOA, 2020). Daí, a relevância de se investigar as
origens, formas de ação e formas de acompanhamento e monitoramento do programa e do processo de revisão.
Chama-se a atenção nessa pesquisa para uma análise mais detalhada das políticas de requalificação urbana e ambiental prometidas para as
áreas recebedoras de GPUs, e sua vinculação ao discurso dos riscos e desastres como legitimador das remoções forçadas ligadas aos projetos
(ARAÚJO & NASCIMENTO, 2021; CANIL & MORETTI, 2020; MORETTI; CANIL; CARVALHO, 2019). Onde destaca-se que as comunidades
(CANIL & MORETTI, 2020; NASCIMENTO; PORTO LEAL; MAIA, 2022) vítimas da onda verde dos projetos de requalificação urbana e ambiental
representam territórios de exclusão e vulnerabilidade social e ambiental históricos da cidade (CANIL & MORETTI, 2020; CARVALHO, 2020;
NASCIMENTO et al, 2022).
Pesquisas recentes verificaram-se as relações entre as propostas de obras e projetos de parques urbanos, ecológicos e lineares, para a cidade
de João Pessoa, com a matriz da produção de infraestruturas verdes (BID, 2016) e processos de gentrificação verde/ambiental e (re)valorização
do espaço para capturas de mais-valias urbanas (CHECKER, 2011; ANGUELOVSKI, 2018; SANTOS NETO & NASCIMENTO, 2021; SILVA &
NASCIMENTO, 2021; SILVA, 2022) pois, em alguns casos, tais ações podem estar a serviço de processos excludentes de renovação urbana e
gentrificação, legitimados pelo atual regime internacional das mudanças do clima (CORNETTA, 2022), que por sua vez se conecta com a difusão
de um urbanismo sustentável neoliberal (BRENNER, 2018) e climático (BROTO & ROBIN, 2020).
Assim, temos o objetivo geral dessa pesquisa que é analisar a produção/reforço de conflitos e desigualdades socioambientais na cidade de João
Pessoa associadas à sua inserção no Programa João Pessoa Sustentável, sendo este entendido como difusor de uma agenda de urbanização
neoliberal sustentável e financeirizada associada às respostas urbanas às mudanças climáticas via políticas de adaptação/mitigação
contemporâneas do urbanismo global dominante (WHITEHEAD, 2013), assim como a interesses privados ligados a reprodução do espaço
urbano da cidade como uma mercadoria a ser vendida no mercado global de cidades.
Questiona-se qual a relação desses discursos, agendas e práticas com os fenômenos e paradigma das mudanças climáticas e crises
capitalistas? O que os agentes planejadores e executores do Programa João Pessoa Sustentável entendem por requalificação urbana e
ambiental, e como ações correlatas se desenvolveram em outros lugares? Quais as influências de tal agenda na atual Revisão do Plano Diretor
de João Pessoa? Quais as boas práticas ligadas a essas agendas globais que se materializam no território da cidade de João Pessoa, via Plano
João Pessoa Sustentável? Que agentes estão vinculados a elas, e quais as suas origens, escalas e formas de atuação? Tais iniciativas
programas e projetos, a exemplo do Plano de Ação Climática, representam um regime internacional das mudanças climáticas (CORNETTA,
2022)? Qual a participação da sociedade local organizada na concepção, produção, materialização e monitoramento das ações vinculadas ao
programa, com destaque para a revisão do Plano Diretor? Que ações, discursos e projetos podemos relacionar a Agenda 2030 e seus Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável, tais como os ODS destacados (09, 11 e 13)? Que ações, discursos e projetos podemos relacionar aos objetivos
da Nova Agenda Urbana da ONU-Habitat (2016)?
Busca-se, com apoio de um arcabouço teórico-metodológico atual e clássico, nacional e internacional, analisar a relação entre essas agendas
globais e seus fomentadores e difusores, uma série de organismos multilaterais, com destaque para Nações Unidas (ONU-HABITAT), o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a ICLEI Governos Locais pela Sustentabilidade, e sua ligação com novos dispositivos de governança
e/ou arranjos políticos-institucionais e socioespaciais, ligados aos padrões emergentes de organização, coalizão e articulação de atores, agentes
e sujeitos econômicos e políticos, que passam a entoar o discurso das mudanças climáticas e do desenvolvimento sustentável, e novos
paradigmas emergentes como os das cidades sustentáveis e inteligentes.
Quanto à metodologia optou-se por uma pesquisa do tipo qualitativa, quanto ao objetivo da pesquisa a mesma é do tipo explicativa entendendo a
mesma com base em Gil (2007) como aquela centrada na preocupação de identificar fatores determinantes ou contributivos ao
desencadeamento dos fenômenos. Quanto aos instrumentos de coleta de dados a pesquisa é duplamente bibliográfica e documental.
Como recurso metodológico toma-se algumas categorias ou eixos considerados importantes para esta análise: identificação e análise dos
conceitos, temáticas e ações utilizadas/incentivadas pelos agentes difusores das novas agendas (públicos e privados); pontos de convergência e
conceitos, temáticas e ações utilizadas/incentivadas pelos agentes difusores das novas agendas (públicos e privados); pontos de convergência e
divergência entre as agendas globais (Nova Agenda Urbana HABITAT III e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ODS) e as iniciativas
locais e regionais (Ações da ICES nas cidades); abertura de novas fronteiras de negócios relacionados a produção de infraestruturas (verdes),
mercado de consultorias para a produção de cidades inteligentes e sustentáveis, via o exemplo do Plano de Ação Climática, com o intuito de
estabelecer relações entre as propostas de obras e projetos de parques urbanos, ecológicos e lineares, assim como outra das chamadas
soluções baseadas na natureza para a cidade de João Pessoa, com a matriz da produção de infraestruturas verdes, que mundialmente se
conectam a processos de gentrificação verde e valorização do espaço para capturas de mais-valias urbanas (BID, 2016; SILVA & NASCIMENTO,
2021; SILVA, 2022; NASCIMENTO et al., 2023), assim, como procurar identificar a relação entre os projetos apresentados pelo programa com a
população moradora das áreas atingidas, seu nível de conhecimento e participação nas decisões tomadas, a relação das propostas do programa
com o planejamento urbano e revisão do plano diretor da cidade, e possível alteração das principais leis, com destaque para a análise das
alterações nos zoneamentos e macrozoneamentos.
Espera-se com essa pesquisa tentar ir além de análises fragmentárias ou localizadas desses novos paradigmas, ou capturadas pelas grandes
narrativas difundidas pelas organizações multilaterais que tem pautado toda a discussão, inclusive na universidade. Pois, acredita-se que existem
novas demandas ligadas ao atual processo de urbanização planetária (BRENNER, 2014; 2018) a emergência de uma sociedade do risco global
(BECK, 1998) que por se tratarem de temas complexos e dinâmicos, que reúnem ações em múltiplas escalas, necessitam ser analisados de
forma conexa e não fragmentária como pode-se encontrar em vasta literatura calcada em estudos de caso que fragmentam a totalidade. Assim,
espera-se contribuir de forma efetiva para estudos de Geografia Urbana e Econômica, Planejamento Urbano e Regional, além de disciplinas
como Economia Ambiental e Planejamento Ambiental, ou Urbanismo e Noções de Arquitetura e Urbanismo presentes em alguns cursos da
UFPB. A pesquisa também se associa ao PPG em Geografia da UFPB, via a participação de alunos bolsistas do mesmo no desenvolvimento da
mesma.
Os discentes, assim como os professores, de cursos como o de Geografia, Engenharia Ambiental e Arquitetura e Urbanismo, entre outros
necessitam refletir e produzir conhecimentos de forma autônomas sobre assuntos como esses, como forma de associarem seus estudos e
pesquisas a uma prática cidadã e critica perante a realidade de seus espaços de vida e atuação. Pro fim, o projeto vai no sentido de que para
aprender, uma das estratégias mais bem comprovadas é a pesquisa, porque favorece a autoria do estudante.
Objetivos
Objetivo geral - analisar a produção/reforço de conflitos e desigualdades socioambientais na cidade de João Pessoa associadas à sua inserção
no Programa João Pessoa Sustentável, sendo este entendido como difusor de uma agenda de urbanização neoliberal sustentável e
financeirizada associada às respostas urbanas às mudanças climáticas via políticas de adaptação/mitigação contemporâneas do urbanismo
global dominante (WHITEHEAD, 2013), assim como a interesses privados ligados a reprodução do espaço urbano da cidade como uma
mercadoria a ser vendida no mercado global de cidades.

Objetivos Específicos

Examinar as principais características dos paradigmas das Cidades Sustentáveis e das Cidades Inteligentes;

Identificar os agentes públicos e privados vinculados a concepção, implementação e difusão dessas agendas e projetos correlatos, nas suas
diferentes escalas de ação e formas de atuação e coalizão;

Analisar o que os agentes planejadores e executores do Programa João Pessoa Sustentável entendem por requalificação urbana e ambiental, e
requalificação de áreas centrais, comparando com a literatura sobre o assunto, e a realidade das áreas alvos de tal política;

Analisar e acompanhar a revisão do Plano Diretor de João Pessoa, e sua relação com os paradigmas e narrativas difundidos pela ICES/BID;
Examinar na literatura a implementação de Planos de Ação Climática, planejado para João Pessoa, e sua aplicação, custos e resultados em
outras realidades, nacionais ou internacionais;

Analisar na literatura a implementação parques lineares e ecológicos, assim como projetos de renovação urbana via recuperação/revitalização de
rios, a exemplo do Parque Linear do Rio Jaguaribe e o Parque Socioambiental do Roger, planejados para João Pessoa, no contexto de sua
implementação, reassentamentos involuntários associados, valorização do solo e captura de mais-valias urbanas, com base em outras
realidades, nacionais ou internacionais;

Verificar se existem formas de participação da sociedade local na concepção, produção, avaliação e monitoramento das ações vinculadas ao
programa, e se existem qual o grau de efetividade das mesmas;

Promover Grupo de Estudos voltado às temáticas abordadas no projeto, com destaque para os limites e possibilidades do desenvolvimento
urbano sustentável e do planejamento estratégico, produzindo a articulação entre ensino, pesquisa e extensão;

Realizar a produção de artigos para publicação em periódicos nacionais e internacionais, assim como participar de eventos acadêmicos (ou não)
relacionados aos temas
Metodologia
Busca-se, com apoio de um arcabouço teórico-metodológico atual e clássico, nacional e internacional, analisar a relação entre essas agendas
globais e seus fomentadores e difusores, uma série de organismos multilaterais, com destaque para Nações Unidas (ONU-HABITAT), o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a ICLEI Governos Locais pela Sustentabilidade, e sua ligação com novos dispositivos de governança
e/ou arranjos políticos-institucionais e socioespaciais, ligados aos padrões emergentes de organização, coalizão e articulação de atores, agentes
e sujeitos econômicos e políticos, que passam a entoar o discurso das mudanças climáticas e do desenvolvimento sustentável, e novos
paradigmas emergentes como os das cidades sustentáveis e inteligentes.
Quanto à metodologia optou-se por uma pesquisa do tipo qualitativa, quanto ao objetivo da pesquisa a mesma é do tipo explicativa entendendo a
mesma com base em Gil (2007) como aquela centrada na preocupação de identificar fatores determinantes ou contributivos ao
desencadeamento dos fenômenos. Quanto aos instrumentos de coleta de dados a pesquisa é duplamente bibliográfica e documental.
Como recurso metodológico toma-se algumas categorias ou eixos considerados importantes para esta análise: identificação e análise dos
conceitos, temáticas e ações utilizadas/incentivadas pelos agentes difusores das novas agendas (públicos e privados); pontos de convergência e
divergência entre as agendas globais (Nova Agenda Urbana HABITAT III e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ODS) e as iniciativas
locais e regionais (Ações da ICES nas cidades); abertura de novas fronteiras de negócios relacionados a produção de infraestruturas (verdes),
mercado de consultorias para a produção de cidades inteligentes e sustentáveis, via o exemplo do Plano de Ação Climática, com o intuito de
estabelecer relações entre as propostas de obras e projetos de parques urbanos, ecológicos e lineares, assim como outra das chamadas
soluções baseadas na natureza para a cidade de João Pessoa, com a matriz da produção de infraestruturas verdes, que mundialmente se
conectam a processos de gentrificação verde e valorização do espaço para capturas de mais-valias urbanas (BID, 2016; SILVA & NASCIMENTO,
2021; SILVA, 2022; NASCIMENTO et al., 2023), assim, como procurar identificar a relação entre os projetos apresentados pelo programa com a
população moradora das áreas atingidas, seu nível de conhecimento e participação nas decisões tomadas, a relação das propostas do programa
com o planejamento urbano e revisão do plano diretor da cidade, e possível alteração das principais leis (Leis de Uso e Ocupação do Solo,
Código de Meio Ambiente, e instrumentos referentes ao planejamento e gestão urbana pelo programa João Pessoa Sustentável, com destaque
para a análise das alterações nos zoneamentos e macrozoneamentos.
Ainda do ponto de vista metodológico e comparativo o trabalho buscará realizar uma reflexão transdimensional da problemática estudada,
buscando articular as dimensões de análise que orientam as pesquisas de grandes projetos urbanos - GPUs e regimes urbanos, no contexto das
pesquisas do INCT Observatório das Metrópoles, que são: política (contexto político da emergência do programa e seus projetos correlatos,
coalizões, divisão de responsabilidades entre entes federados, práticas e discursos); institucional (investiga os processos decisórios, modos de
implementação dos projetos, parcerias, inserção de novos dispositivos legais e institucionais, modificação na legislação existente, as disputas
[políticas, econômicas e simbólicas] nas diversas escalas); arquitetônica-urbanística (análise dos atores responsáveis pela elaboração dos
projetos, das referências urbanísticas, da relação dos projetos como seu entorno e com a cidade e dos instrumentos urbanísticos-fundiários
ligados a ao uso e ocupação do solo); dimensão sócio-ambiental (aborda, sobretudo, aspectos relativos ao acesso social e controle público dos
equipamentos, participação popular nas decisões, deslocamentos compulsórios/reassentamentos involuntários e processos de gentrificação e
segregação socioespacial, as relações entre os espaços públicos e privados, e os conflitos socioambientais possíveis e presentes) (FRANÇAS,
2019; FERREIRA, CLEMENTINO & ALMEIDA, 2018; SWYNGEDOUW, MOULAERT & RODRIGUES, 2008; VAINER, OLIVEIRA & LIMA Jr.,
2012).
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Membros do Projeto
CPF Nome Categoria CH Dedicada Tipo de Participação
708.935.513-68 ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO DOCENTE 24 COORDENADOR(A)
009.923.554-43 ANDREA LEANDRA PORTO SALES DOCENTE 4 COORDENADOR(A)
ADJUNTO(A)
290.136.458-60 RAFAEL FALEIROS DE PADUA DOCENTE 4 COLABORADOR(A)
2023
Atividades Set Out Nov Dez
CONSTRUÇÃO DA PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E
METODOLÓGICOS
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E DOCUMENTAL
ATIVIDADES DE CAMPO
ANÁLISE DOS DADOS LEVANTADOS
ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO PARCIAL
SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA
FINALIZAÇÃO DA PESQUISA
ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO FINAL E ARTIGOS
2024
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
CONSTRUÇÃO DA PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E
METODOLÓGICOS
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E DOCUMENTAL
ATIVIDADES DE CAMPO
ANÁLISE DOS DADOS LEVANTADOS
ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO PARCIAL
SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA
FINALIZAÇÃO DA PESQUISA
ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO FINAL E ARTIGOS
Histórico do Projeto
Data Situação Usuário
26/06/2023 CADASTRO EM ANDAMENTO ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO / alexurb01
26/06/2023 CADASTRADO SEM PLANO ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO / alexurb01

Relatório Emitido por: ALEXANDRE SABINO DO NASCIMENTO


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