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Brasília: Ministério das Cidades Primeira impressão: setembro de 2010. Ministério das Cidades.
Secretaria Nacional de Habitação
http://www.capacidades.gov.br/media/doc/biblioteca/SNH004.pdf
(MC, 2010, p. 50) – Definição de recursos de repasse por família, corrigíveis pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); – Monitoramento do projeto; – Exigência da
avaliação do projeto, após um período de doze meses de sua conclusão, que indicaria os
primeiros resultados obtidos com o projeto, através de uma Matriz de Indicadores
consensuada entre todos os atores que participaram do Programa e que envolveu todas as
dimensões do projeto integrado. A partir de 2003, a exigência do trabalho social estende-se a
todos os programas em que o Ministério das Cidades concedesse recursos a fundo perdido e
naqueles obtidos através de empréstimos a Estados e Municípios. A partir de então, a
orientação para o trabalho social vem sendo desenvolvida em diversos organismos públicos,
nos mais diferentes programas de habitação, onde se destacam: o respeito às conquistas
importantes dos movimentos sociais de moradia, como o direito das famílias em
permanecerem na área ocupada, minimizando ao máximo o número de famílias a serem
removidas, a necessária infraestrutura urbana e a participação durante a execução do
empreendimento.
(MC, 2014, p. 21) [...] Portaria nº 21 (BRASIL, 2014), pois regula e subsidia nossa reflexão sobre
o trabalho social. Dessa forma, é necessária a leitura dela passo a passo com o que aqui
trazemos.
(MC, 2014, p. 22-23) Princípios básicos da Política Nacional de Habitação/2004 Đ Moradia
digna como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de habitabilidade,
infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo, equipamentos,
serviços urbanos e sociais. Đ Habitação é uma política de Estado! O poder público é agente
na regulação urbana e do mercado imobiliário, na provisão da moradia e na regularização de
assentamentos precários, devendo ser, ainda, uma política pactuada com a sociedade e que
extrapole um só governo. Đ Gestão democrática com participação dos diferentes segmentos
da sociedade, possibilitando controle social e transparência nas decisões e nos procedimentos.
Đ Articulação das ações de habitação à política urbana e integrada às demais políticas sociais
e ambientais.
(MC, 2014, p. 23) É com fundamento na nova política habitacional que se inscreve o nosso
debate sobre o Trabalho Social Integrado, constitutivo dessa política. De acordo com isso, as
diretrizes do trabalho social/2014 ratificam:
Đ projetos integrados por ações físicas e sociais, que incluem o controle da questão
ambiental e a regularização fundiária;
Đ conteúdo mínimo exigido para o trabalho social voltado para os eixos de mobilização,
organização e fortalecimento social; acompanhamento e gestão social da intervenção;
educação ambiental e patrimonial; desenvolvimento socioeconômico;
Đ trabalho social exigido na fase antes das obras, durante as obras e na fase do pós-obras
(consultar Portaria nº 21/2014).
Portanto, as intervenções públicas na área de habitação devem ser
acompanhadas por um trabalho social sistemático e que objetive a
promoção da inclusão social, do acesso à cidade e aos serviços
públicos, e que estimule a participação cidadã. Os processos e ações
implementados pela via do trabalho social dão ancoragem e direção
a programas de enfrentamento à desigualdade social e
sustentabilidade dos programas de Habitação de Interesse Social
(HIS). (PAZ; TABOADA, 2010, p. 71).
(MC, 2014, p. 23) O Ministério das Cidades expediu neste ano de 2014 uma portaria contendo
as instruções do trabalho social em seus programas e suas ações.
(MC, 2014, p. 24-25) As diretrizes, 2014, introduzem novos conceitos e procedimentos dos
quais é necessário destacar 4 (quatro) deles.
Abordagem Teórico-Metodológica
Mauro Iasi (2013, p.41) afirma que “a cidade é a expressão das relações sociais de produção
capitalista, sua materialização política e espacial está na base de produção e reprodução do
capital” (p. 3).
Estudo socioeconômico
De acordo com ARMANI (2003) a maneira mais ajustada de se conhecer a realidade de uma
comunidade é questionar a ela mesma sobre sua situação e extrair dela opiniões sobre
possibilidades de transformação no sentido do alcance de direitos que impactem na melhoria
da qualidade de vida (p. 8)
[...] inicialmente, uma equipe multidisciplinar do Projeto formada por estudantes de ensino
médio moradores da comunidade ou de outras do entorno; arquitetos; engenheiro e
assistentes sociais, organizou um Grupo de Trabalho Comunitário, composto por instituições
locais – com destaque para a presença da equipe do Programa Médico de Família/Módulo
Vital Brazil – e lideranças comunitárias (p. 8).
Triagem de beneficiários
Os critérios técnicos eram compostos pela soma de duas condicionantes: físicas, referentes ao
domicílio, e sociais, referentes aos moradores da unidade. As físicas contemplavam artigos da
Lei 11.888, da instrução normativa nº 46/2009 e o conhecimento arquitetônico e urbanístico.
As sociais orientavam-se pelo conceito de grupos prioritários estabelecidos pelas políticas
públicas federais (p. 9).
[...] além da ponderação sobre as condicionantes sociais supracitadas, sugeri à equipe –
baseada no arcabouço teóricometodológico da profissão – que a comunidade também
deveria ser consultada. Isto é, que fosse realizado um processo participativo envolvendo
todos os moradores do morro, para a construção de critérios próprios, de modo a contemplar
valores e cultura locais, bem como estimular a prática democrática. Desta forma, surgiram os
critérios comunitários (p. 9).
[...] a combinação dos critérios técnicos e comunitários foi utilizada para conferir “peso” às
informações dadas pelos moradores no instrumento de pesquisa. Estas informações foram
transferidas para um software, que estabeleceu um ranking contendo as unidades prioritárias.
A partir desta triagem, iniciaram-se as Visitas Domiciliares.
[...] as visitas técnicas para elaboração dos programas e apresentação dos projetos de reforma
pressupunham a participação de uma assistente social, portanto, este artigo descreverá como
Visitas Domiciliares (VDs) as visitas realizadas por equipe multidisciplinar, por compreender
sua intencionalidade e sentido ideológico, para além do serviço de AT.
No que tange as atividades realizadas durante as VDs, merece destaque a dinâmica familiar
para construção do Mapa de Riscos, que eram propositadamente coloridos e autoadesivos. O
objetivo era atribuir ludicidade ao momento, favorecendo a aproximação dos membros da
família com a equipe do projeto, ao mesmo tempo em que se estimulava a criação de um
espaço de reflexão coletiva sobre o ambiente construído e sobre as prioridades de reforma sob
a ótima familiar.
“O Mapa de Riscos é um instrumento criado para desenvolver a percepção
dos moradores sobre as manifestações patológicas da construção,
situações de riscos à saúde e segurança pessoal, e sobre a qualidade do
ambiente interno das unidades habitacionais. Sua aplicação é realizada a
partir da interação entre os habitantes e técnicos, onde há um
esclarecimento do profissional ao morador sobre as manifestações
patológicas, e por sua vez, uma leitura do técnico com base na vivência da
pessoa que reside no ambiente avaliado. Dessa maneira, o Mapa de Riscos
pode ser entendido como um instrumento de Tecnologia Social. Indica por
meio de croquis a localização das anomalias e é aplicado em parceria com o
morador.” (SOLUÇÕES URBANAS, 2010)
Elaboração atividades comunitárias para aquisição de bens (estratégia para realização das obras)
Como os recursos obtidos pelo projeto Arquiteto de Família eram limitados à remuneração de
profissionais, o financiamento das obras para realização das melhorias propostas ficou a cargo dos
moradores. Assim, ao término da entrega dos projetos para os moradores, a questão que toda equipe se
colocava era: a AT se encerraria com a entrega do projeto de reforma? (p. 11)
Em termos quantitativos, pode-se afirmar que entre 2010 e 2011 apenas 6 famílias, das 100 atendidas,
conseguiram executar parcialmente as melhorias propostas. Acredito que a superação deste entrave
possa ter sido minha maior contribuição, especialmente, para os moradores.
Diante deste cenário, em 2012, apresentei à equipe e aos moradores a ideia de uma Feira de Trocas,
baseada em Economia Solidária, que deveria ser construída coletivamente, a começar por seu
Regulamento [...] (p. 12).
Assim, a Feira de Trocas Solidárias foi criada para que os beneficiários do projeto pudessem acessar,
com uso de moeda comunitária, materiais de construção necessários à execução das obras propostas.
Estes materiais de construção eram provenientes de doações institucionais (demarca de lojas) e de
pessoas físicas (excedente de obras particulares) [...] Por fim, sobre a periodicidade da Feira, esta
variava de acordo com a quantidade de doações de material de construção, podendo ser mensal ou
bimensal (p. 12).
De 2012 a 2015, ocorreram 33 edições da Feira de Trocas Solidárias, onde foram contempladas com
insumos para obras e receberam orientações técnicas aproximadamente 60 famílias.
Consequentemente, foi retirado do meio ambiente um total de 176.212 embalagens longa vida pós-
consumo (mais de 3,5 toneladas), além da utilização de um volume importante de mercadorias que
seriam destinadas ao lixo (p. 13).
Considerações finais
[...] a abordagem técnica-operativa e o embasamento teórico-metodológico favorecem uma percepção
da integralidade dos moradores assistidos, de modo a estimular a emancipação destes sujeitos, o acesso
aos seus direitos e o engajamento político por meio do incentivo à participação popular (p. 13).
a emissão do Laudo de Análise Social Urbana e Ambiental, proposto para as ações de ATHIS, poderia ser
um documento de controle e fiscalização importante sobre este grupo de agentes [...] Um arranjo
interessante a ser proposto é para as ações de assistência técnica para a promoção da justiça e inclusão
social nas cidades (p. 45).
Os princípios que regem o PEI-ATHIS são aqueles estabelecidos pela Constituição Federal, pela Política
Nacional de Habitação, pelo Estatuto da Cidade e pela Lei 11.888/2008:
O direito universal à moradia digna, com qualidade e sustentabilidade e como vetor de inclusão social
das famílias de baixa renda;
A gestão democrática, integrada e sustentável da política habitacional com participação, transparência
e permanência das ações;
A promoção da função social da cidade e da propriedade para a ampliação do acesso à terra
urbanizada; A compatibilidade e integração das políticas habitacional, urbana ambiental, de
mobilidade urbana e de inclusão social;
A cooperação entre agentes público e privado e a corresponsabilidade das três esferas governamentais
– Município, Estado e União, no atendimento ao quadro das necessidades habitacionais;
Acesso à moradia digna e sustentável do ponto de vista urbano e ambiental e como estratégia de
promoção do desenvolvimento social e de fixação da população urbana e rural nos municípios.
A universalização do acesso aos serviços de arquitetura e urbanismo.
Além dos princípios elencados, o PEI-ATHIS dialoga com os objetivos da Lei 11.888/2008 descritos
abaixo:
Promover o acesso aos serviços técnicos de arquitetura, urbanismo e engenharia para as populações
de baixa renda de forma subsidiada;
Contribuir para a permanência das famílias em seus territórios a partir da qualificação da sua moradia
dentro dos princípios de habitabilidade;
Valorizar o projeto como ferramenta técnica necessária para a solução de problemas físico-territoriais
e como etapa independente e fundamental que antecede a execução da obra;
Após o mapeamento, foram discutidas ações para sensibilização e conscientização sobre o risco destas
áreas, e criadas diretrizes para enfrentamento deste problema junto com os moradores e a prefeitura.
Reivindicações de mais equipamentos públicos para o armazenamento de lixo, conscientização do
horário para depósito do lixo pelos moradores, a importância da separação do lixo seco, para a
diminuição do volume de lixo úmido, entre outras ações, foram pensadas como medidas a serem
realizadas (p. 119)
[...] o arquiteto deve reconhecer o cidadão comum não como usuário passivo, mas como produtor da
cidade. Além disso, aspectos fundamentais como horizontalidade, autonomia, colaboração, crítica e
participação se tornam importantes conceitos aderentes a este outro possível profissional urbano (p.
125).