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1. Identificação: Leticia do Nascimento Idalgo

2. Título: Planejamento de cidades resilientes: Integração de Tecnologias


para o Desenvolvimento Sustentável do Vale do Ivaí.

3. Linha de Pesquisa: Planejamento e Gestão de Sistemas Urbanos.

4. Orientadora: DRA. Daiane Maria de Genaro Chiroli

5. Resumo:

A região do Vale do Ivaí é de extrema importância para o estado do Paraná


devido ao seu potencial econômico e social. No entanto, enfrenta desafios
significativos relacionados ao clima, que impactam diretamente a vida das
pessoas. Em 2023, segundo a Metsul Meteorologia, eventos climáticos
extremos relacionados ao El niño comprometeram severamente a produção
agrícola, a infraestrutura urbana e a qualidade de vida da população, além de
aumentar o risco a vida dessas pessoas. Esses problemas têm repercussões
não apenas na economia local, mas também na sociedade e no meio
ambiente, exigindo uma abordagem integrada e resiliente para lidar com os
desafios enfrentados pela região do Vale do Ivaí.

6. Palavras-chave: Resiliência; Planejamento; Desastres; Políticas.

7. Justificativa:

Banhado por três bacias hidrográficas (Ivaí, Pirapó e Tibagi), com a


predominância da agricultura intensiva e alto potêncial de degradação do solo,
desde a década de 70 o ciclo hidrográfico na região vem sofrendo severas
modificações. Além do risco de desastre hídrico eminente na região, existem
diversas empresas que apresentam riscos físicos e biológicos instaladas na
região. Considerando ainda a rede logística rodoviária, no território do Vale do
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Ivaí estão instaladas as rodovias com maior vazão do estado do Paraná,


aumentando o risco de contaminações químicas e biológicas por despejo no
local. Em 2023, as consequências das mudanças climáticas e a passagem do
El Niño foram avassaladoras na região.

Os desastres podem ter origem de eventos geológicos, meteorológicos,


hidrológicos e climatológicos, e a região do Vale do Ivaí está diretamente
propensa a passar por esses processos, os eventos podem ser oriundos de
causas naturais ou falhas humanas, o que muitas vezes pode ser evitado.

Sendo assim, pensar sobre estratégias resilientes para a região se torna


necessário para garantir a segurança socioeconômica regional, levando em
conta que o estado não abriga, na data dessa pesquisa, nenhum hub de
resiliência.

É interessante pensar em uma governança forte e organizada com a


base em cidadãos engajados e dispostos e preservar a sua cidade e as
pessoas que nela vivem, como defende BIANCHI et al. em seu trabalho de
2016, cidades resilientes: a importância do fortalecimento das comunidades,
ele diz que não apenas se deve apoiar em políticas públicas, mas também na
pressão e engajamento da comunidade a que se destinam essas políticas.

A conclusão desse trabalho buscará trazer diretrizes de uma trilha a


seguir em políticas públicas, ações coletivas, propostas para as empresas
privadas e núcleos produtivos locais para que a região possa se prevenir mais
efetivamente dos danos que os diversos tipos de desastres podem vir a
provocar.

8. Objetivos:

Objetivo geral: Propor estratégias para fortalecer a resiliência urbana nas


cidades brasileiras dentro do recorte regional do Vale do Ivaí, explorando como
a integração de tecnologias e planejamento urbano pode contribuir para a
resiliência das cidades.
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Objetivos específicos: Levantar o impacto dos desastres, naturais ou não, da


região. Quantificar as fragilidades regionais. Descobrir as melhores estratégias
de mitigação de riscos. Investigar os problemas de planejamento e suas
soluções visando cidades mais resilientes. Avaliar as tecnologias existentes e
emergentes aplicáveis ao contexto urbano. Propor recomendações específicas
para a implementação de tecnologias visando a resiliência urbana. Traçar
estratégias para implantação de um hub de resiliência na região.

9. Breve Revisão da Literatura:

O assunto é relativamente novo regionalmente, porém já muito debatido


em esferas internacionais. Nesse trabalho se fará o uso de pesquisas
internacionais e estudos de casos de sucesso no país, além de artigos
científicos e livros impressos que deverão ser analisados sob a ótica regional,
levando em consideração os aspectos socioculturais, ambientais e físicos da
região.

Recentemente, Porto Alegre se consolidou como hub de resiliência,


apesar do conceito de “resiliência” não ser tão novo, a cidade é a quinta, de
cinco cidades no Brasil que tem esse título, para o efetivo funcionamento das
medidas resilientes é necessário uma governança e atores unidos por um
propósito, Conti e Silva (2023) definem Porto Alegre como uma cidade
participativa em várias esferas, e defendem que sem esse vier coletivo de
compartilhamento de informações não seria possível engajar a população para
a implementação das estratégias resilientes. Bianchi et. al (2016), também
apontam a importância do fortalecimento de comunidades, desmistificando que
o dever da construção da resiliência não é apenas do Estado, mas de toda a
estrutura social entorno da comunidade vulnerável, pois podem existir políticas
públicas de resiliência, mas é dever daquela sociedade cobrar a sua
implementação. Uma das forças regionais é o seu desenvolvimento
tecnológico, apontada em diversos estudos, a tecnologia é uma das vocações
do território, sendo assim, considerando um estudo feito por Arup e Resilient
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Cities Netwoork, que diz que a eficiência, sustentabilidade e resiliência urbanas


estão intrinsecamente ligadas à inovação digital, cada vez mais o tema gera
importância, sendo a tecnologia utilizada para a melhora da vivência em
sociedade ou para tornar a cidade mais resiliente. As cidades estão
incorporando tecnologias digitais e serviços para servir governos, negócios e
comunidades, sendo essenciais para o funcionamento de algumas
infraestruturas sociais. Esses serviços agora dependem cada vez mais de
tecnologias digitais, desde transações financeiras até automações de serviços
públicos, sendo 7 assim, e com base nos trabalhos existentes, é de grande
importância trabalhar os dois temas em conjunto.

10. Metodologia:

A metodologia adotada nesse trabalho seguirá as etapas de,


primeiramente, revisão bibliográfica: Será realizada uma pesquisa de literaturas
atuais sobre resiliência urbana, destacando estudos de caso e práticas
implementadas em cidades brasileira, com o corte de tempo previsto de 2010 a
2024, o que permitirá uma compreensão aprofundada do contexto atual e das
estratégias utilizadas.

Após a revisão bibliográfica, será feira uma identificação de exemplos de


boas práticas encontrados, em uma tabela, com uma análise detalhada de
exemplos de cidades brasileiras que aplicaram tecnologia para aumentar a
resiliência urbana.

Com a revisão bibliográfica e a tabela de exemplos de boas práticas


finalizados, será possível realizar uma análise qualitativa e quantitativo dos
exemplos identificados, usando métricas, tecnologias e indicadores para avaliar
o impacto que as práticas obtiveram na resiliência das cidades.

Com base nos resultados dessa análise, serão desenvolvidas


recomendações especificas para o Vale do Ivaí para a implantação eficaz das
práticas que regionalmente, fazem sentido serem aplicadas e apresentaram
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bons resultados. Essas recomendações buscarão respeitar as peculiaridades


da região assim como se adaptar às comunidades locais.

Essas etapas serão realizadas de forma integrada, permitindo a


adaptação do processo para que esse trabalho possa contribuir e fortalecer a
resiliência urbana do Vale do Ivaí.

11. Resultados Esperados:

Espera-se que após o levantamento do impacto dos desastres, a


identificação das melhores estratégias de contenção de riscos, levantamento
de recomendações especificas para o desenvolvimento de politicas públicas
com base na comunidade e região e a avaliação das tecnologias existentes
capazes de contribuir para a resiliência dessas cidades, levem a elencar
estratégias para a criação de um hub de resiliência na região, promovendo o
desenvolvimento sustentável, melhoria da qualidade de vida e planejamento
das cidades, contribuindo para a construção de cidades mais seguras e
resilientes.
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12. Cronograma de execução:

Tabela 01 – Distribuição do tempo do projeto – cronograma de execução.

13. Referências:

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Escritório das Nações Unidas para a


redução de riscos de desastres. Como construir cidades mais resilientes: um
guia para gestores públicos locais. Genebra, 2012. Disponível em:. Acesso em:
20 jan. 2024.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Secretaria do Estado do Meio


Ambiente e Recursos Hídricos. BACIAS HIDROGRÁFICAS DO PARANÁ, Serie
História, 2ª Edição. Curitiba, 2013. Disponível em: . Acesso em: 29 jan. 2024.

RESILIENT CITIES NETWORK, ARUP. Digital Cities, Resilient Cities Delivering


urban resilience through digital solutions. 2023. Disponível em:<
7

https://resilientcitiesnetwork.org/wp-content/uploads/2023/11/Digital-Resilience-
ReportHQ.pdf. Acesso em: 20 jan. 2024.

SILVA, Cláudia Gonçalves Thaumaturgo da. Vulnerabilidades e desastres:


reconstrução e resiliência. 2018. 189 f. Tese (Doutorado em Dinâmica dos
Oceanos e da Terra) - Instituto de Geociências, Universidade Federal
Fluminense, Rio de Janeiro, 2018.

Conti, D. M.; Neiman, Z.; Silva, L. F. da; Santiago, L. In pursuit of a more


holistic, citizencentered resilience strategy: The case of Porto Alegre, Brazil.
Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté/SP, dez.
2023.

Pritchard, O., Vernon-Avery, I., Pricopi, J., Frost, L., Tiaras, E., Walmsley, N.,
Liakou, L., Lim, L., Tan, G., Fitzgerald, R. (Ed.). (2023). Digital Cities, Resilient
Cities: Delivering urban resilience through digital solutions. Arup e Resilient
Cities Network (R-Cities). Acesso em 29 jan. 2024.

Bianchi, R. C., & Zacarias, G. M. (2016). Cidades resilientes: a importância do


fortalecimento das comunidades. Revista Ordem Pública. Recuperado de
http://rop.emnuvens.com.br/rop. Acesso em 27 jan. 2024

METSUL. Clima extremo pelo El Niño compromete agricultura do Paraná.


Disponível em: https://metsul.com/clima-extremo-pelo-el-nino-compromete-
agricultura-do-parana/. Acesso em 08 fev. 2024.

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