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IV
Considere agora a definição de Reinach de
ação-causalidade. Uma ação de importância legal
(penal)
é um evento que não pode ser cancelado
sem se cancelar também o efeito, na medida em
que é de importância legal. [3] . . . A “causa” de
um evento . . . é dita entre outras coisas aquela
condição que deve ser adicionada a um elemento
de um todo conceitual, para que em lugar de seu
segundo componente o evento possa ser
concebido como tendo ocorrido. [4] . . . Causar
um evento significa ativar uma condição de
sucesso; causar intencionalmente um evento
significa ativar uma condição que traz à tona seu
sucesso . . . Causar intencionalmente algo, assim,
significa ativar uma condição de sucesso
desejando que esta condição – é claro, em
conjunção com outras – leve ao sucesso. [5] . . .
Esta pessoa portanto deve estar consciente de
que ela pode contribuir para o sucesso desejado .
. . [e] que o sucesso resultante de sua
“contribuição” e outros fatores conhecidos por ele
é possível. [6] . . . Sua responsabilidade por
comportamento negligente é similar. Neste caso,
o sucesso não é desejado; mas eu poderia e
deveria tê-lo evitado. Na medida em que ainda é
algo cuja ocorrência depende de mim: ela,
também, é de uma maneira especial “minha”. [7]
À luz das definições de Reinach, retornamos
ao critério de causalidade de Rothbard. Enquanto
o seu critério é, por um lado, muito amplo ao
incluir invasões acidentais entre as ofensas
puníveis, por outro lado parece muito restrito ao
determinar responsabilidade legal.
V
Claramente, enquanto critérios “objetivos”
(externos, observáveis) devem desempenhar um
papel importante na determinação de posse e
agressão, tais critérios não são suficientes. Em
particular, definir agressão “objetivisticamente”
como “invasão física manifesta” parece deficiente
porque exclui armadilhas, incitação e tentativas
falhas, por exemplo. Ambos, o estabelecimento
de direitos de propriedade e sua violação, advêm
de ações: atos de apropriação e expropriação.
Entretanto, além de uma aparência física, ações
também têm um aspecto subjetivo interno. Este
aspecto não pode ser observado por nossos
órgãos sensoriais. Em vez disso, deve ser
determinado por meio de entendimento
(verstehen). A função do juiz não pode – pela
natureza das coisas – ser reduzida a um simples
poder de julgar baseado em um modelo de
causação semi-mecânico. Juízes devem observar
os fatos e entender os agentes e ações envolvidos
a fim de determinar culpa e responsabilidade
legal.
Notas:
[1] Atualmente nos Estados Unidos, em
casos criminais, prova além da dúvida razoável é
necessária. Em contraste, em casos cíveis é
suficiente que se prove que algo é mais provável
que não (preponderância de evidência).
Referências
Hoppe, Hans-Hermann. 1993. The
Economics and Ethics of Private Property.
Boston: Kluwer.
———. 1987. A Theory of Socialism and
Capitalism. Boston: Kluwer.