Você está na página 1de 19

26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

DIREITO

Direito Contratual – Contrato

TEORIA GERAL DO DIREITO CONTRATUAL

Contrato: é o negócio jurídico, fundado no acordo de vontades que tem por


fim criar, modificar ou extinguir um direito.

Contrato é todo ato humano, lícito, capaz de adquirir, transferir, modificar, ou


extinguir uma relação jurídica (contrato em sentido lato).

Contrato é o negócio jurídico, que as partes se sujeitam a observância da


conduta idônea, à satisfação dos interesses que pactuam (contrato em
sentido estrito).

Portanto, contrato é o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre


objeto lícito e possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou
extinguir direitos. O contrato ocorre, diz De Plácido e Silva (1982, 1º:430),
“quando os contratantes, reciprocamente, ou um deles, assume a obrigação
de dar, fazer ou não fazer alguma coisa”.

O concurso de vontades é pressuposto do contrato. Quando as obrigações


que se formam no contrato são recíprocas, este é bilateral; quando são
pertinentes somente a uma das partes, se diz unilateral. Para que o contrato
seja válido, é preciso que seu objeto seja lícito e possível, e as partes
contratantes sejam capazes, isto é, estejam legalmente aptas para contratar.

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 1/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

Modernamente, o contrato é o ato jurídico bilateral (acordo das partes e sua


manifestação externa) que tem por finalidade produzir consequências
jurídicas. Todo contrato gera obrigações no direito moderno. Não assim no
direito romano. Neste, desde o início até o fim de sua evolução, o simples
acordo não gerava obrigação: nuda pactio obligationem non parit . Para que
haja liame jurídico, chamado obligatio, era preciso, além do acordo, um
fundamento jurídico: a causa civilis. Essa causa civilis é que elevava o ato
jurídico bilateral a um contractus e só o credor de um tal contrato tinha à sua
disposição uma ação (actio) reconhecida pelo direito para constranger o
devedor a efetuar a prestação

Pacto, contrato e convenção: no Direito Romano havia a convenção que


abrangia duas espécies: os contratos e os pactos. A convenção era revestida 
de uma forma e a diferença entre o pacto e o contrato era o direito de ação,
conferido somente a este último. Quem possuísse direitos decorrentes de um
pacto somente poderiam se defender pela via da exceptio (exceção), opondo
ao outro fato impeditivo.

Nossa legislação usa os termos pacto, convenção e contrato como sinônimos.

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

A função do contrato está lastreada na ideia de solidariedade social.

Foi com o espírito volitivo das partes que o legislador  deu função social
estatura de direito positivo, inserindo no art. 421 CC, logo na primeira
disposição atinente à matéria contratual, que a liberdade de contratar será
exercida em razão e nos limites da função social contrato.

Modernamente, o direito contratual deve ser encarado como um dos meios


pelo o qual o homem procura o seu desenvolvimento, distribuição de
oportunidades e riquezas, com o escopo de atingir o bem comum.

INEFICÁCIA DO CONTRATO

CONTRATO NULO CONTRATO ANULÁVEL

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 2/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

A nulidade pode ser arguida por A anulabilidade será arguida apenas


qualquer interessado. pelos titulares dos interesses em
“!acordo” no contrato.

Para que se declare a nulidade do Para que se declare a anulabilidade


contrato, não é preciso provocação, do contrato, esta deverá ser arguida
pois cabe ao juiz ex officio, pela parte que a lei protege.
pronunciar quanto à nulidade do
contrato, se ninguém o fizer.

A nulidade se dá pela violação de A anulabilidade se dá pela violação


ordem pública ou mandamento de normas que visam proteger o
coativo que tutela o interesse geral. outro contratante.

O contrato nulo perde seus efeitos O contrato anulável tem seus efeitos
desde a sua formação. “ex tunc” válidos enquanto não se declara sua
invalidade por sentença e só sofre
alteração a partir daí. “ex nunc”

A nulidade é insanável e perpétua, A anulabilidade é sanável sendo que


sendo que o contrato nulo não se o contrato anulável é passível de
restabelecerá com o decurso do restabelecimento.
tempo.

A nulidade produz efeitos “ex tunc”. A anulabilidade produz efeitos “ex


nunc”.

A invalidade do contrato é a falta ou o vício de um dos pressupostos ou


requisitos contratuais, como ocorre com o contrato celebrado pelo
absolutamente incapaz. Da invalidade pode ocorrer a nulidade ou a

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 3/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

anulabilidade do contrato. Ineficaz é o contrato, que, embora válido, não


produz seus efeitos devido à existência de um obstáculo extrínseco.

Nos contratos anuláveis, as nulidades podem ser arguidas somente pelos


interessados, podem ser sanadas e enquanto não declarado nulo, o contrato
produz normalmente seus efeitos.

Os contrato anuláveis podem restabelecer-se por três modos: pela


confirmação ou ratificação que é a renúncia da faculdade de pedir a anulação
do contrato; pela convalidação, que é o suprimento posterior da omissão e
pela prescrição, que é a extinção do direito à anulação pelo decurso do
tempo.

CONTRATO CONSIGO MESMO

A autocontratação é aquela em que a mesma pessoa atua no contrato em


situações jurídicas diferenciadas. É o que acontece quando uma pessoa,
representando outrem celebra ato negocial consigo mesmo. Por exemplo:
numa compra e venda, a mesma pessoa, devidamente autorizada, se
apresenta, de um lado, como mandatário do vendedor, investido com os
poderes para tanto, e de outro, como comprador, representando seu próprio
interesse.

A pluralidade de partes é a característica marcante no direito contratual, pois


uma pessoa pode ser credora e devedora de si própria. Muito embora possa
existir um contrato agasalhando apenas uma pessoa, se tal ocorrer, esta
deverá estar, necessariamente, investida de duas qualidades jurídicas
diferentes, pois não há contrato sem duas ou mais partes.

ELEMENTOS DO CONTRATO
1. ESSENCIAIS

Devem constar de todos os contratos, sob pena de nulidade. São: capacidade


das partes, licitude do objeto e forma prescrita ou não defesa em lei. Além
dos elementos essenciais gerais, isto é, comuns a todos os atos jurídicos,
existem os elementos essenciais especiais, que devem existir somente em

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 4/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

alguns contratos. Exemplo: a coisa, o preço, e o consentimento do contrato de


compra e venda.

2. NATURAIS

São aqueles que podem ocorrer, ou não. Exemplo: o mútuo presume-se


gratuito, mas as partes podem convencionar a onerosidade do pagamento de
tributos.

3. ACIDENTAIS

Modificam a vontade das partes e variam de contrato para contrato. Exemplo:


a forma de pagamento.

4. DE ESTILO

Não são necessários, mas têm grande valia para demonstrar a vontade das
partes. Exemplo: pro rata (na razão do que deve caber, proporcionalmente, a
cada uma das partes), pro solvendo (para pagar), pro soluto (para
pagamento).

5. IMPERATIVOS

são obrigatórios em determinados tipos de contrato. Exemplo: outorga


uxória.

6. ELEMENTOS COMPLEMENTARES

São facultativos e não precisam figurar no corpo do contrato. Exemplo:


anexos.

Requisitos do Contrato

a) a existência de duas ou mais Pessoas;


b) a capacidade genérica das partes contratantes;
c) o consentimento livre das partes contratantes.

Objetivos

a) licitude do objeto;
b) possibilidade física ou jurídica do objeto;

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 5/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

c) determinação do objeto;
d) economicidade do objeto.

Formas

a) liberdade de forma (como regra);


b) obediência à forma quando a Lei assim o exigir.

PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL


Princípio da Autonomia da Vontade

A autonomia da vontade é o poder que possui o indivíduo de suscitar,


mediante declaração de sua vontade, efeitos reconhecidos e tutelados pela
ordem jurídica.

Por esse princípio, a liberdade de contratar domina completamente.

Princípio do consensualismo

Em matéria contratual, o consensualismo significa, havendo acordo de


vontade, qualquer forma contratual é válida (verbal, silêncio, mímica, telefone,
e-mail), excetuando-se atos solenes que exijam formalidades legais, ou seja,
só será exigida forma quando a lei ordenar.

Princípio da obrigatoriedade da convenção

O contrato uma vez elaborado segundo os requisitos legais, se torna


obrigatório entre as partes, que dele  não se podem desligar, constituindo-se
em uma espécie de lei aplicada  entre os contratantes  a ser fielmente
cumprida – “pacta sunt servanda”.

O direito contemporâneo  tem abrandado este princípio, fortalecendo


sensivelmente a cláusula “rebus sic stantibus” (até que as coisas continuem
como estão), também chamada de teoria da imprevisão. Com isto, permite-se
a revisão judicial ou um reajuste dos termos do contrato, quando a situação
de uma das partes tiver sofrido mudança imprevista e impossível de se
prever.

Teoria da Imprevisão

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 6/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

O contrato constitui uma espécie de lei privada entre as partes pactuantes


“pacta sunt servanda” (os pactos devem ser respeitados). Por este princípio
(obrigatoriedade das convenções), o contrato vincula as partes, não podendo
estas se liberarem, senão através do destrato ou da impossibilidade da
prestação, provocada por Caso fortuito ou força maior.

No final do século passado surgiu na doutrina uma tendência a reviver a velha


cláusula “Rebus Sic Stantibus”, segundo a qual todas as prestações diferidas
para o futuro, tacitamente, seriam resilíveis, se as condições vigentes se
alterarem posteriormente – “Contractus qui habent tractum sucessivum et
dependentum de futuro, rebus sic stantibus intelligentur” – (nos contratos de
trato sucessivo ou a termo, o vínculo obrigatório entende-se subordinado a
continuação daquele estado de fato vigente ao tempo da estipulação).

Essa tendência na nova doutrina consolidou a teoria da imprevisão,


concepção essa que não se exige a impossibilidade da prestação para que o
devedor se libere do liame contratual, basta que, através de fatos
extraordinários e imprevisíveis, a prestação se torne excessivamente onerosa
para uma das partes, podendo a prejudicada pedir a rescisão do negócio.

Princípio da relatividade dos efeitos

Este princípio encerra a ideia de que os efeitos do contrato são impostos


somente às partes, não aproveitando e nem prejudicando terceiros.

Princípio da probidade e da boa-fé

Para o direito a boa-fé é presumida, ou seja, as pessoas têm por instinto agir
de boa-fé, cabendo, no entanto, prova em contrário. Exemplo: por expressa
disposição legal, o contrato de seguro deverá ser interpretado com base no
princípio da boa-fé.

Limitações à Liberdade de Contratar

Como regra, a liberdade de contratar não pode ser limitada, no entanto, duas
exceções ao princípio da autonomia da vontade, estão insertas no Código
Civil.

a) a ordem pública:
https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 7/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

A Lei de ordem pública fixa, no direito privado, as bases jurídicas


fundamentais sobre as quais repousa a moral da sociedade. Toda a vez que o
interesse individual colidir com o da sociedade, o desta última prevalecerá –
“ius publicum privatorum pactis derrogare non potest” – os princípios de
ordem pública não podem ser alterados por convenção entre particulares.

b) os bons costumes:

Bons costumes são hábitos baseados na tradição e não na lei, O princípio da


autonomia da vontade esbarra nas regras morais não reduzidas a escrito, mas
aceitas pelo grupo social.

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Não há ainda um contrato, são os primeiro contatos entre as partes a fim de


que surja um contrato mais à frente.

A proposta: a parte que está segura do que pretende, manifesta sua vontade
à outra. Até que seja aceita pelo oblato não há compromisso entre as partes,
todavia o proponente já tem uma obrigação – manter os termos da proposta,
se aceita.

A aceitação: é a resposta afirmativa do oblato à oferta do proponente. O


aceitante manifesta sua anuência. Pela aceitação, ambas as partes vinculam-
se reciprocamente, o contrato se aperfeiçoou.

O lugar do contrato: é ponto importante, pois determina o foro competente


para dirimir possíveis litígios entre as partes.

O silêncio de umas das partes tem sido visto pelos doutrinadores não como
um consentimento, mas a imposição da reação a este silencia uma coação!
Por exemplo: uma pessoa recebe um exemplar de uma revista com ordem
para devolvê-la em caso de recusa. Se assim não o fizer considerar-se-á aceito
o contrato de assinatura da revista? Isto parece mais uma coação.

Os doutrinadores convergem para o princípio: “qui tacet si liqui debuisset


ac potuisset consentire videtur” (quem cala quando deveria e poderia falar

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 8/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

parece consentir), diferentemente do  “qui tacent clamant” (quem cala


consente).

INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS

1. a regra de ouro na interpretação dos contratos. O art. 112, orientando


que “nas declarações de vontade  se entenderá mais à  intenção que ao
sentido literal da linguagem”.
2. os contratos benéficos deverão ser interpretados restritivamente (art.
114 CC), devendo o intérprete permanecer limitado aos contornos
traçados pelos contratantes.
3. a transação interpreta-se restritivamente (CC art. 843)
4. a fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva (art.
819CC).
5. os negócios jurídicos deverão ser interpretados conforme a probidade e
a boa-fé (art. 422 CC).
6. nos contratos por adesão, com cláusulas am,biguás ou contraditórias
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423
CC).
7. as cláusulas contratuais deverão ser interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor (Lei 8078/90, art. 47), se houver alguma dúvida
8. para interpretação das cláusulas contratuais, devem ser usadas as
normas contidas no revogado art. 1231 do Código Comercial:

a) a inteligência simples e adequada, que for mais conforme a boa-fé e ao


verdadeiro espírito e natureza do contrato, deverão sempre prevalecer à
rigorosa e restrita significação das palavras;

b) as cláusulas duvidosas serão entendidas pelas que não forem, e que as


partes tiverem admitido; e as antecedentes e subsequentes, que estiverem
em harmonia, explicarão as ambíguas;

c) o fato dos contraentes posterior ao contrato, que tiver relação com o objeto
principal, será a melhor explicação da vontade que as partes tiveram no ato
da celebração do mesmo contrato;

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 9/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

d) o suo e a prática geralmente observada no comércio, nos casos da mesma


natureza, e, especialmente o costume do lugar onde o contrato deva ter
execução, prevalecerão a qualquer inteligência em contrário que se pretenda
dar às palavras.

e) nos casos duvidosos, que não possam resolver-se segundo as bases


estabelecidas, decidir-se-á em favor do devedor.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS


Quanto à forma, os contratos se classificam em:

Contratos principais – São aqueles cuja existência independem de


qualquer outro. Ex: contrato de depósito.
Contratos Acessórios – São aqueles que existem em função do contrato
principal. Ex: Arras.
Contratos preliminares – São ajustes que criam vários tipos de
obrigações definitivas para os contratantes. Ex: pacto de contraendo.
Contratos definitivos – São aqueles contratos que criam vários tipos de
obrigações definitivas para os contraentes. Ex.: contrato de locação.
Contratos consensuais –  aperfeiçoam-se pelo mero consentimento e
não reclamam solenidade ou tradição. Ex.: locação.
Contratos reais –  são os que apenas se ultimam com a entrega da coisa.
Ex.: comodato.
Contratos solenes –  aqueles que dependem de forma prescrita em lei.
Ex.: compra e venda de imóveis (requer escritura pública).
Contratos não solenes –  quando não há forma prescrita em lei e
constitui-se a regra.

Quanto à sua natureza, os contratos se classificam em:

Unilaterais – São aqueles que se aperfeiçoam por uma só obrigação. Ex:


o Testamento, Doação.
Bilaterais – São os que se aperfeiçoam por reciprocidade de obrigações.
Ex: Escrituras de compra e venda. Contrato bilateral, ou seja, aquele em
que as obrigações dos contratantes são recíprocas. Exemplos: compra e
venda e locação.

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 10/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

Onerosos – Contrato a Título Oneroso – São aqueles onde há sacrifício


patrimonial para ambas as partes. Ex: compra e venda.
Gratuitos – São aqueles onde há um sacrifício patrimonial, apenas, para
uma das partes. Ex: doação.
Comutativos – São os contratos onde as prestações se cumprem
simultaneamente. Ex: Compra e venda.
Aleatórios – São os contratos onde as prestações são deferidas para o
futuro. Ex: contrato de Seguro.
Contratos paritários –  as partes estipulam cláusulas em pé de igualdade.
A balança está equilibrada. Ex.: compra e venda.
Contratos por adesão –  umas das partes apenas adere à proposta da
outra, não podendo discutir as cláusulas contratuais. A balança está
desequilibrada. Ex.: fornecimento de água.
Contrato Inominado – Contrato que, embora não vedado em lei, não se
acha especificado, disciplinado formalmente no direito positivo. Daí a
expressão inominado. Não tendo regulamentação especial, são
disciplinados pela analogia com os contratos nominados e pelos
princípios gerais de direito.
Contrato Principal –  Contrato dotado de existência independente de um
contrato preliminar.
Contrato Sinalagmático – Do grego synallagmatikós, recíproco.
Adjetivação daquilo que é bilateral, recíproco, que importa em igualdade
de direitos e deveres para as partes contratantes. Contrato em que as
partes assumem obrigações recíprocas. Também denominado bilateral.

Quanto ao tempo, os contratos se classificam em:

Contratos instantâneos – aqueles em que as prestações se executam no


momento da celebração do contrato. Ex.: compra e venda à vista.
Contratos de trato sucessivo – são aqueles em que não é possível sua
satisfação em um só momento. Ex.: seguro.

Quanto às pessoas, os contratos se classificam em:

Contratos pessoais – são realizados em razão da pessoa, com base na


anca recíproca entre as partes e só podem ser executados pelo próprio

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 11/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

devedor. Ex.: mandato.


Contratos impessoais – quando a pessoa do outro contraente não é
elemento determinante para a conclusão do contrato.

OUTROS TIPOS DE CONTRATOS

Contratos civis – são aqueles previstos no Código civil ou que o tenham


como base legal. Podem ou não ter finalidade lucrativa e sujeitam-se aos
princípios  da autonomia da vontade, consensualismo, relatividade dos
efeitos, probidade e boa-fé.
Contratos administrativos – são aqueles firmados pela Administração e
regidos pelas normas de direito público e possuem cláusulas exorbitante
e a possibilidade de alteração e rescisão unilaterais por parte da
Administração.
Autocontrato – quando uma mesma pessoa figura nos dois polos do
contrato. De um lado representando a si próprio, e de outro, um
mandante. Ex.: compra e venda  com procuração em causa própria.
Contrato de meio – quando uma das partes se compromete a empenhar
esforços para atingir determinado fim sem obrigar ao sucesso. Ex.:
mandato de advogado.
Contrato de fim – quando o contratado se obriga a atingir determinado
fim. Ex.: empreiteiro em relação à construção de um edifício, o resultado
final é idêntico ao projeto original.
Contratos mistos – derivam-se da combinação de outros contratos. Ex.:
leasing.
Contratos puros – não são frutos da combinação de outros contratos.
Ex.: empréstimos.
Contratos individuais – quando apenas se obrigarem as partes que
vierem a tomar parte da celebração.
Contratos coletivos – são os que formam pela vontade de um grupo,
gerando obrigações para todos, mesmo que não participem da
celebração do mesmo.
Contrato Benéfico – Contrato no qual somente uma das partes se obriga;
a outra está dispensada de qualquer contraprestação, a não se limitar a
fruir do benefício pactuado, nos seus exatos termos. Por isso, os

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 12/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

contratos benéficos, também chamados contratos a título gratuito,


devem ser interpretados restritivamente.
Contrato Cotalício – Contrato de honorários profissionais devidos ao
advogado pelo cliente. Observar-se-á o procedimento sumário para a
cobrança de honorários por profissionais liberais.
Contratos típicos – são aqueles tipificados em lei.
Contratos atípicos – não se encontram tipificados em lei e são admitidos
em fazer do princípio da autonomia da vontade. Ex.: factoring.
Alquilaria – Contrato de aluguel de animais.
Contrato Feneratício –  Contrato de empréstimo a juros.
Contrato Leonino –  Contrato que favorece abusivamente uma das
partes, em prejuízo da outra. A denominação vem da célebre fábula de
Esopo, na qual o leão exigia para si, na condição de rei dos animais, a
melhor parte dos bens.
Síngrafo – do grego syngraphós, instrumento de contrato assinado.
Instrumento particular firmado pelo credor e pelo devedor. Ex.:
instrumentos particulares de contratos, estatutos de sociedades.

MANDATO – do latim manus + datio, mandatu, aperto de mãos. Autorização


que alguém confere a outrem para praticar em seu nome certos atos –
procuração, delegação; 2. Missão, incumbência; 3. Ordem ou preceito de
superior para inferior – mandado; 4. Poderes políticos outorgados pelo povo a
um cidadão, por meio de voto, para que governe a nação, estado ou
município, ou o represente nas respectivas assembleias legislativas.

Contrato pelo qual o mandatário se obriga a praticar um ato, gratuitamente, e


conforme instruções do mandante.

A incumbência pode ser a prática de qualquer ato, material ou jurídico, desde


que não seja ilícito. O importante é que seja gratuito: mandatum nisi
gratuitum, nullum est. Caso contrário, tratar-se-ia de locação de serviços ou
de outro contrato qualquer (por exemplo, contrato inominado). E essencial,
ainda, que o mandato seja no interesse do mandante, ou, pelo menos, no
interesse conjunto do mandante e do próprio mandatário ou de terceiro.
Mandato no interesse exclusivo do mandatário é um simples conselho, não
constituindo contrato.
https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 13/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

O mandato é um contrato bilateral imperfeito, porque gratuito. A obrigação


principal é a do mandatário, de praticar o ato. Seu inadimplemento era
sancionado pela actio mandati directa do mandante contra o mandatário. A
obrigação secundária e eventual é a do mandante, de indenizar o mandatário
das despesas havidas na execução do mandato e ressarci-lo pelos danos
sofridos nessa execução, exigíveis pela actio mandati contraria.

Extingue-se o mandato pela satisfação da incumbência ou pelo destrato, isto


é, acordo entre as partes visando à rescisão do contrato. Além destes casos,
sendo o mandato um contrato que se baseia na mútua confiança pessoal,
cessa pela morte de qualquer das partes, ou quando qualquer delas o declara
rescindido. A rescisão por vontade unilateral, porém, só é possível enquanto
não for iniciada a execução do mandato.

O mandato se afirmava com um aperto de mãos pelos contratantes, que se


davam a mão direita, pois acreditava-se que o dedo anular desta era
atravessado por um nervo que ia ao coração, sede da fidelidade.

Mandato é um contrato pelo qual alguém recebe de outro, poderes para em


seu nome praticar atos ou administrar interesses. Temos as seguintes partes:
Mandante (aquele que confere poderes); Mandatário (aquele que recebe
poderes).

Espécies: a) Legal – pela lei. b) Judicial – pelo juiz. c) Convencional – ad judicia


ou ad negatia.

Em outras palavras: É um contrato pelo qual alguém, denominado mandante,


determina que outrem, denominado mandatário, atue em seu nome,
praticando determinados atos. A procuração é o instrumento do mandato.
Não é o mandato propriamente dito, mas o seu veículo, a sua forma exterior.
É preciso distinguir entre mandato judicial e mandato extrajudicial. O
mandato judicial é atribuído a quem, legalmente habilitado, se propõe a atuar
no foro, exigindo-se, para tanto, forma solene e instrumento comprobatório,
no caso a procuração.

Quanto ao mandato extrajudicial ou “ad negotia”, se destina à prática de atos


de natureza cível ou comercial fora do âmbito do Judiciário, não exige forma
https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 14/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

solene, apenas o acordo de vontades.

Obligatio mandati consensu contrahentium consistit (a obrigação do mandato


consiste no consentimento dos contratantes).

Invitus procurator non solet dari (não é costume que um procurador seja
nomeado contra a sua vontade).

EFEITOS DO CONTRATO

Vícios redibitórios: Defeito oculto na coisa recebida em virtude de contrato


comutativo que a torna imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminua o
valor. O conhecimento do vício ensejaria a não realização do negócio.

Evicção – do latim “evincere”, vencer, triunfar, desapossar.

Ato judicial pelo qual alguém reivindica o que é seu e que lhe tinha sido
tirado; ação judicial pela qual o vendedor responde perante o comprador,
caso a venda da coisa se torne passível de nulidade ou tenha havido fraude
na compra anterior.

É a perda total ou parcial de uma coisa (bem jurídico), em virtude de sentença


que a atribui a terceira pessoa.

Ou seja, é a perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em
consequência de reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou
possuidor. Perda total ou parcial do domínio, ou uso, de uma coisa em virtude
de sentença, que a atribui a outrem. Para Clóvis Beviláqua, evicção é a perda
total ou parcial de uma coisa, em virtude de sentença, que a atribui a outrem,
por direito anterior ao contrato, de onde nascera a pretensão do evicto. A
garantia pela evicção é obrigação que deriva diretamente do contrato. Por
isso independe de cláusula expressa, e opera de pleno direito.

Assim, havendo a evicção do objeto dado em pagamento, o “solvens” sofre a


perda, ressuscitando a obrigação. A obrigação volta ao seu “status quo ante”.

“Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição


integral do preço, ou das quantias, que pagou: I) – à indenização dos frutos,

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 15/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

que tiver sido obrigado a restituir, II) – à das despesas dos contratos e dos
prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III) – às custas judiciais”. Não
prima esse dispositivo pela clareza. Por isso mesmo, duas correntes
jurisprudenciais se formaram acerca de sua interpretação. Para a primeira, o
alienante só é obrigado a restituir o preço, ou as quantias pagas, além das
demais parcelas mencionadas, desprezando-se, portanto, assim, a valorização
como a desvalorização subsequente. Para a segunda, na apuração dos
prejuízos resultantes da evicção, deve-se tomar por base o valor da coisa ao
tempo em que se evenceu. Esta, incontestavelmente, a solução mais justa e
própria: a) – porque é tradicional em nosso direito; b) – porque segue
orientação geralmente adotada pelas demais legislações; c) – porque o
Código, de modo expresso, disciplinando a evicção parcial, manda indenizar
pelo valor contemporâneo ao da evicção.

Arras: popularmente conhecidas tão-somente por “sinal”, são a importância


dada por um dos contratantes ao outro, com a finalidade precípua de firmar a
presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste, presumindo-se que
contrato está definitivamente cumprido. Embora as arras formem presunção
de acordo final, elas podem assegurar, conforme for estipulado, o direito a
arrependido, evidenciando-se duas espécies: confirmatórias e penitenciais.As
arras confirmatórias consistem na entrega de quantia ou coisa, feita por um
contratante ao outro em firmeza do contrato e como garantia de que será
cumprido. Usam-se, precisamente, para impedir o arrependimento de
qualquer das partes. Quando não se atribui às arras expressamente outra
finalidade, devem ser consideradas confirmatórias. As arras dadas na
elaboração no ato de formação do contrato ou na conclusão deste constituem
princípio de pagamento. As arras penitenciais (art. 1.095 do CC) são aqueles
em que se estipulem o direito de arrependimento, com a perda das arras se o
arrependido foi quem as deu, ou pelo pagamento em dobro se, a “contrario
sensu”, o arrependido foi quem as recebeu.

“Exceptio non adimpleti contractus”: Nos contratos bilaterais, nenhum dos


contraentes, antes de cumprida a sua obrigação, antes de cumprida a sua
obrigação, pode exigir o implemento da do outro.Trata-se, aí, da famosa
exceptio non adimpleti contractus, em que alguns veem manifestação de

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 16/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

equidade, mas que conta o mais lídimo caráter jurídico. Saliente-se ser norma
de direito material que reforça a tutela do direito.

Direito de retenção: O direito de retenção gera o seu titular uma exceção


dilatória. Não impede a condenação à entrega de coisa, mas subordina a
eficácia da sentença à prévia satisfação do crédito daquele que detém a “jus
retentionis”. Por isso, se o título executivo refere-se a entrega de coisa
benfeitorizada pelo devedor, ou por terceiro, antes da execução é obrigatória
a liquidação do valor das obras ou melhoramentos a serem indenizados pelo
credor (Art. 628), o que se fará de acordo com o disposto nos arts. 603 a 610.
A execução só terá início depois do depósito do valor das benfeitorias.    Se a
sentença exequenda já eliminou a retenção por benfeitorias, sua reiteração,
nos embargos, seria infringente da coisa julgada, sem pertinência no processo
executório. Se admitiu esse direito, o próprio título delimita a pretensão
executória, de molde a caracterizar-se, eventualmente, o excesso de execução,
segundo o disposto no inciso IV do art. 743. O texto restringe a sua disciplina,
portanto, aos casos em que não houve, no processo de conhecimento, debate
sobre a pretensão a reter, permitindo a sua invocação na ação incidental de
embargos do executa.

Por: Renan Bardine

Veja também:

Contrato Estimatório
Importância Social do Contrato
Contratualismo Histórico
Modelo de Contrato Social
O Contrato Social – Análise da Obra de Rousseau

Compartilhe:

ASSUNTOS RELACIONADOS:

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 17/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

DIREITO

Contrato Estimatório

DIREITO

Antijuridicidade ou Ilicitude

DIREITO

Concordata Preventiva e Suspensiva

Recomendado para você Links patrocinados por taboola

Próstata grande: É tratável fazendo isto todos os dias


RenovaProst

Um dos melhores smartwatches do mundo é vendido 5 vezes mais barato no Brasil


XWatch

Articulação comprometida: Faça isto imediatamente


RedMove500

Divorciado? O melhor site de encontros para pessoas com mais de 40 anos em


Salvador
Solteiros50 Brasil

Este relógio inteligente inspirado no exército é a invenção mais genial de 2018


Elite Tact Watch

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 18/19
26/12/2019 Direito Contratual - O Guia Completo do Contrato - Cola da Web

Churrasqueira Sem Fumaça Ecologica Inox Envio Imediato


A partir de R$ 1.450 - mercadolivre.com.br

Cadeira Presidente MB-C730 Giratória Base Cromada Preto - Travel Max


R$ 319,20 - americanas.com.br

Novo amplificador de wi-fi de que todos no Brasil estão falando


Wifi UltraBoost

QUEM SOMOS ANUNCIE FALE CONOSCO POLÍTICA DE PRIVACIDADE

TODAS AS MATÉRIAS

© 2000 - 2019 Cola da Web.

https://www.coladaweb.com/direito/direito-contratual-contrato 19/19

Você também pode gostar