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Orientações Sobre Avaliação no Ambiente

Orientações Sobre Avaliação no Ambiente


Curso EAD de Atualização no Combate ao Aedes aegypti

O
ideal seria que a totalidade de domicílios fosse visitada e a população recebesse informação
in loco, entretanto isso nem sempre é possível . Alguns passos devem ser observados para o
andamento adequado da visita domiciliar. A visita deve ser regrada, obedecendo sempre os
mesmos critérios, garantindo a cobertura completa do domicílio, incluindo área externa e interna.

• O profissional deve estar devidamente uniformizado e identificado.

• O morador deve autorizar a visita domiciliar.

• A inspeção domiciliar deve iniciar na parte externa da casa (pátio), nos fundos.

• A avaliação é realizada pela direita.

• A inspeção interna deve ser realizada dos fundos para frente da residência.

• A visita deve ser feita acompanhada de um morador e as orientações realizadas durante a


visita. Antes de entrar em qualquer peça (banheiro, dormitório) o agente deve bater na porta, ainda
que acompanhado do morador responsável do domicílio.

• Os criadores encontrados devem ser sempre mostrados para os donos ou responsáveis


pelo imóvel com a devida orientação.

• Orientar sobre a eliminação mecânica dos depósitos.

• Orientar sobre proteções individuais – uso de telas em janelas e portas, uso de repelentes
tópicos e ambientais.

• Orientar sobre proteções no uso de inseticidas domésticos.

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Criadouros

Todos os depósitos que possam armazenar água são considerados possíveis criadouros. E
sempre que possível devem ser eliminados.

Depósitos

Depósito inspecionado: todo depósito com água que é examinado adequadamente,


investigando a presença de larvas (fonte de luz ou pesca-larva).

Focos e técnicas de pesquisa: os depósitos devem ser inspecionados com uso de fonte
luminosa (lanterna ou sol+espelho), observando que as larvas e pupas tendem a se refugiar no
fundo dos depósitos quando expostas à iluminação ou ao movimentação. Quando o pesca-
larva for utilizado, a superfície da água deve ser percorrida rapidamente e após todo o volume
de água, fazendo movimentos em forma de ‘oito’ até o fundo do depósito. O material deve ser
recolhido e colocado em uma bacia com água limpa, para avaliação da presença de larvas. Os
criadouros encontrados sempre devem ser mostrados para os moradores da casa. Eles devem
também receber orientações.

Coletas e transporte de materiais: as larvas devem ser transferidas para os ‘tubitos’ com
auxílio de uma pipeta, no número máximo de dez (larvas ou pupas) por tubito. Os tubitos
devem estar com álcool a 70% e devem ser fechados com algodão, cuidadosamente, para
evitar a presença de bolhas de ar. As larvas não devem ser transportadas vivas. O rótulo do
tubito deve ser preenchido, a lápis, no momento da coleta.

As ações de tratamento ou eliminação dos depósitos dependem da sua classificação. Os


depósitos utilizados para armazenamento de água para consumo humano precisam ser
cobertos e vedados. Os depósitos móveis devem ser lavados, protegidos e não tratados
quimicamente. Os depósitos fixos, como ralos, sanitários devem ser protegidos, lavados
e tratados quimicamente como última alternativa. Os depósitos naturais, como folhas de
plantas e ocos de árvores, devem ser avaliados, limpos e protegidos. Não devem ser tratados
quimicamente.

Depósito tratado: depósito no qual foi aplicado inseticida, pois não há possibilidade de
eliminação.

Depósito eliminado: depósito que foi destruído ou inutilizado como criadouro. As formas de
inutilização pode ser a remoção mecânica, como a retirada de pneus do pátio, ou adaptação,
colocar telas nas saídas das caixas d’água.

Captura de alados: tem por objetivo o levantamento de índice de infestação, vigilância


em localidades não infestadas e inspeção em navios e aviões. As técnicas frequentemente
utilizadas são “puçá de filó” ou “capturador de sucção”. As unidades de alados capturados
devem ser preparadas com acetato de etila, após com naftalina, e acondicionadas para remessa
ao laboratório de análise.

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Infestação

Estratos de infestação

Estrato I: áreas com transmissão de dengue clássica pelo menos por dois anos, consecutivos
ou não, com risco de ocorrência de febre hemorrágica.

Estrato II: áreas com transmissão de dengue clássica.

Estrato III: áreas infestadas pelo Aedes aegypti.

Para estratos I, II e III: levantamento de índices a cada dois meses.

Estrato IV: áreas não infestadas (sem o vetor, municípios negativos). O município passa a
ser considerado não infestado quando permanecer pelo menos 12 meses consecutivos sem a
presença do vetor, conforme levantamento de índices bimensais.

Para estrato IV: levantamento de índices a cada quatro meses.

Levantamento do índice: é feito por meio de pesquisa larvária, para conhecer o grau de
infestação, dispersão e densidade do Aedes aegypti.

Indice de infestação predial (%): número de imóveis positivos para Aedes aegypti x 100 /
número de imóveis inspecionados.

Inferiores a 1%: satisfatório.

De 1% a 3,9%: alerta.

Superior a 4 %: risco.

Pontos estratégicos: são locais onde há grande concentração de depósitos para desova do
mosquito. Devem ser atualizados e inspecionados regularmente (quinzenalmente). Esses
lugares são tipicamente: cemitérios, borracharias, depósitos de sucata e ferro-velho, depósitos
de materiais de construção. Em média, um município apresenta um ponto estratégico para
cada 250 imóveis.

Pesquisa de armadilhas: são depósitos colocados estrategicamente em localidades negativas


para Aedes aegypti, com objetivo de atrair fêmeas do vetor para postura dos ovos. As armadilhas
são larvitrampas ou ovitrampas. As armadilhas precisam ser revisadas semanalmente.Trata-se
de um método sensível e econômico para detectar a presença do mosquito, principalmente
em áreas onde ele foi eliminado.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Dengue: diagnóstico e


manejo clínico, adulto e criança. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2016.

TESSSAÚDERS-UFRGS. Orientações para enfrentamento ao vetor Aedes aegypti. Porto


Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS, 2016.

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Informações para médicos e enfermeiros ligue:

0800 644 6543


Dúvidas sobre: Dengue, Chikungunya, Zika Vírus, Microcefalia;
mosquito Aedes Aegypti ou deúncias de foco do mosquito ligue:

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