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Letícia Franco
Resumo
Abstract
This article studies the ADPF 186/STF and aims to analyze the issues about this form of
university admission, questioning the possibility of reparation of racial inequality. For
this purpose articulated legal instruments in the action above are observed, ministerial
vows, some media publications and critical theory about the subject.
1
Este texto constitui uma versão reduzida de Monografia desenvolvida e apresentada à faculdade de Direito
da Universidade Presbiteriana Mazkenzie
Introdução
2
CAMPOS, Luiz Augusto; FERES JUNIOR, João. Ação afirmativa, comunitarismo e
multiculturalismo: relações necessárias ou contingentes? Ver. Bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 29, n.84, p.
103-118, fev. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?scipt=sci_arttext&pid=S0102-
69092014000100007&1ng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 maio 2015.
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental número 1863
3
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADPF n.º 186. Arguente: Democratas – DEM. Arguidos: Reitor da
Universidade de Brasília e Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília –
CESPE/UnB. Relator: Ministro Ricardo Lewandowski. Brasília, DF, 26 de janeiro de 2012. Plenário do
Supremo Tribunal Federal. Brasília 20 out. 2014. Disponível em
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6984693>. Acesso em: 15 ago.
2015.
ignorância que os cidadãos negros sofrem condições desfavoráveis, o que seria sustentado
por dados estatísticos. Além de fazer referência à Carta Magna, como diploma legal que
fundamenta seus argumentos e, também, à Convenção sobre Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial.
4
PLANALTO. Constituição Federal, 1988, de 5 de janeiro de 1988. Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 20 mar.
2015.
Isto é, que desrespeita o ser humano, impossibilitando sua
realização, como acentua Awad (2006)5:
5
AWAD, Fahd. O princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Justiça do Direito, Passo
Fundo, v. 20, n. 1, p.111-120, jan. 2006. Anual. Disponível em:
<http://www.upf.br/seer/index.php/rjd/article/viewFile/2182/1413>. Acesso em: 27 abr. 2015.
Portanto, o partido político DEM também alega que a ação
afirmativa, materializada por meio das cotas raciais, fere a Constituição Federal no que
concerne ao racismo e tratados internacionais sobre o tema.
6
PLANALTO. Constituição Federal, 1988, de 5 de janeiro de 1988. Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 20 mar.
2015.
7
PIOVESAN, Flávia. Cotas para afro-descendentes nas universidades ADPF 186 e recurso
extraordinário 597.285/RS: a compatibilidade das cotas raciais com a ordem internacional e com a ordem
constitucional brasileira. [?]. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/
processoAudienciaPublicaAcaoAfirmativa/anexo/cotas
STF2010rev1_Flavia_Piovesan.doc>. Acesso em: 06 abr. 2015.
internacional, abordou alguns instrumentos normativos, dentre eles a Constituição da
República Federativa do Brasil, que como afirma é a "reinvenção do marco jurídico
normativo brasileiro no campo da proteção dos direitos humanos".
8
SILVA, Luiz Fernando Martins da. Políticas da ação afirmativas para negros no Brasil: considerações
sobre a compatibilidade com o ordenamento jurídico nacional e internacional. Revista Jurídica, Brasília,
v. 8, n. 82, p. 64-83, dez./jan. 2007. Bimestral. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/
revista/Rev_82/Artigos/PDF/LuizFernando_rev82.pdf>. Acesso em: 24 maio 2015.
Do ordenamento jurídico internacional
9
PIOVESAN, Flávia. Cotas para afro-descendentes nas universidades ADPF 186 e recurso
extraordinário 597.285/RS: a compatibilidade das cotas raciais com a ordem internacional e com a ordem
constitucional brasileira. [?]. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/
processoAudienciaPublicaAcaoAfirmativa/anexo/cotas
STF2010rev1_Flavia_Piovesan.doc>. Acesso em: 06 abr. 2015.
10
SILVA, Luiz Fernando Martins da. Políticas da ação afirmativas para negros no Brasil: considerações
sobre a compatibilidade com o ordenamento jurídico nacional e internacional. Revista Jurídica, Brasília,
v. 8, n. 82, p. 64-83, dez./jan. 2007. Bimestral. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/
revista/Rev_82/Artigos/PDF/LuizFernando_rev82.pdf>. Acesso em: 24 maio 2015.
Quanto a pesquisa realizada por Silva (2007)11 no âmbito
internacional, podemos apreender que há várias leis e dispositivos que preveem a proteção
de direitos fundamentais, entre eles a igualdade racial e a sua promoção por meio de
medidas afirmativas.
11
SILVA, Luiz Fernando Martins da. Políticas da ação afirmativas para negros no Brasil: considerações
sobre a compatibilidade com o ordenamento jurídico nacional e internacional. Revista Jurídica, Brasília,
v. 8, n. 82, p. 64-83, dez./jan. 2007. Bimestral. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/
revista/Rev_82/Artigos/PDF/LuizFernando_rev82.pdf>. Acesso em: 24 maio 2015.
Pondera, observando a questão frente a esse princípio, que o
princípio da igualdade deve ser analisado sempre sobre seu duplo enfoque, quais sejam,
igualdade material e igualdade formal. A igualdade formal, a primeira a ser
historicamente conquistada e mais facilmente visível é a igualdade de todos perante a lei.
Não podendo o Estado, destarte, distinguir as pessoas que estão sob seu abrigo.
12
DAFLON, Verônica Toste; FERES JUNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto. Ações afirmativas raciais
no ensino superior público brasileiro: um panorama analítico. Cad. Pesqui., São Paulo , v. 43, n.
148, Apr. 2013 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
15742013000100015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 06 abr. 2015.
raciais em vigor nas universidades públicas até 2012 e os diagnósticos sobre as
desigualdades educacionais no Brasil, isso porque, estes pesquisadores realizam um
levantamento de leis, resoluções e regimentos. Permitindo vislumbrar que esse tipo de
ação afirmativa é aplicada de maneira diversa entre as regiões brasileiras, acrescentando-
se que poderá haver homogeneização com a aplicação da lei federal de cotas de 29 de
agosto de 2012.
Discorrem os citados autores que o estudo tem por base onze leis
estaduais e setenta e sete resoluções de conselhos universitários, responsáveis pela
instituição das ações afirmativas objeto de estudo nas universidades brasileiras.
Informações selecionadas pelo grau de detalhamento das razões, procedimento e
objetivos. Estas informações foram cruzadas, como explicam na pesquisa, com dados
sobre a magnitude do vestibular nas diversas regiões brasileiras.
13
DAFLON, Verônica Toste; FERES JUNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto. Ações afirmativas raciais
no ensino superior público brasileiro: um panorama analítico. Cad. Pesqui., São Paulo , v. 43, n.
148, Apr. 2013 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
15742013000100015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 06 abr. 2015.
candidatos (indígenas, deficientes etc.) usufruem de reserva de
2% das vagas, desconsiderados os programas de acréscimo de
vagas, que, aliás, não apresentam números muito expressivos"
Observam, ainda, que não existe, todavia uma unificação da
medida aplicada pelas universidades, isto porque há divergência em seus aspectos
superficiais, como a forma, e em seu fulcro.
14
FERES JÚNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto; DAFLON, Verônica Toste. Ação afirmativa, raça e
racismo: uma análise das ações de inclusão racial nos mandatos de Lula e Dilma. 2012. Disponível em:
<http://www.cch.ufv.br/revista/pdfs/vol12/artigo8vol12-2.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2015.
No Governo Lula, as ações afirmativas de cotas raciais surgiram
e se espalharam pelo sistema educacional, abarcando, inclusive, instituições privadas. Em
2003, criou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Sepir). Em 2004,
criou o Prouni, ação afirmativa voltada, exclusivamente, para o ensino superior privado.
15
CAMPOS, Luiz Augusto; FERES JÚNIOR, João; DAFLON, Verônica Toste. Administrando o debate
público: O Globo e a controvérsia em torno das cotas raciais. 2012. Disponível em:
<www.scielo.br/pdf/rbcpol/n11/01.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2015.
16
FERES JÚNIOR, João. Aspectos semânticos da discriminação racial no Brasil: para além da teoria
da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 21, n. 61, p.163-226, jun. 2006. Mensal.
Disponível em: <http://scielo.br/pdf/rbcsoc/v21n61/a09v2161.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2015.
de Brasília o fez por iniciativa própria, independente de lei que a obrigasse, e optou por
implantar uma comissão que avaliaria a autoclassificação realizada pelos candidatos que
se considerassem negros.
17
apud FERES JÚNIOR, João. Aspectos semânticos da discriminação racial no Brasil: para além da
teoria da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 21, n. 61, p.163-226, jun. 2006. Mensal.
Disponível em: <http://scielo.br/pdf/rbcsoc/v21n61/a09v2161.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2015.
segundo lugar um preconceito racial advindo da inadequação de determinados indivíduos
com característica fenotípica específica, uma inadequação profissional, oriunda da falta
de preparação que deveria ter havido quando ocorreu o fim da escravidão.
18
apud FERES JÚNIOR, João. Aspectos semânticos da discriminação racial no Brasil: para além da
teoria da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 21, n. 61, p.163-226, jun. 2006. Mensal.
Disponível em: <http://scielo.br/pdf/rbcsoc/v21n61/a09v2161.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2015.
19
apud FERES JÚNIOR, João. Aspectos semânticos da discriminação racial no Brasil: para além da
teoria da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 21, n. 61, p.163-226, jun. 2006. Mensal.
Disponível em: <http://scielo.br/pdf/rbcsoc/v21n61/a09v2161.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2015.
Para Souza esses valores possibilitam a negação do
reconhecimento às minorias, seja pelo desrespeito ou pela negação do reconhecimento.
Assim ele traz as seguintes formas que fazem com que determinadas pessoas sejam
identificadas como o “outro” diante da sociedade.
20
DANTAS, San Tiago. A Educação Jurídica e a Crise Brasileira. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1955. p. 3-47.
sistema realizada pela Universidade de Brasília do 2.º semestre de 2004 ao 1.º semestre
de 2013 e artigos e notícias referentes às consequências de sua adoção.
21
Campos e Feres Júnior (2014) , como dissemos no início,
enfrentaram a questão do enquadramento das ações afirmativas por alguns teóricos do
multiculturalismo e do comunitarismo, analisando suas correntes, que refletem em
diferentes teorias de justiça, uma entendendo pelo reconhecimento de um grupo e outra
criticamente entendendo como inobservância do princípio da igualdade.
24
Por meio do trabalho de Smanio, Bertolin e Brasil (2015) ,
observamos as políticas públicas como processo realizador de direitos e princípios
21
CAMPOS, Luiz Augusto; FERES JUNIOR, João. Ação afirmativa, comunitarismo e
multiculturalismo: relações necessárias ou contingentes?. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo , v. 29, n. 84, p.
103-118, Feb. 2014 . Disponível em: <http://www.scielo.br /scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092014000100007&lng= en&nrm=iso>. Acesso em: 24 maio 2015.
22
RAWLS, John. Justiça como equidade: uma concepção política, não metafísica. Lua Nova, São
Paulo, n. 25, p. 25-59, Abr. 1992 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-64451992000100003&lng= en&nrm=iso>. Acesso em: 22 Set. 2015.
23
ROMANO, Roberto. Ciência para justiça e equidade. Saúde soc., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 53-
66, Julho 2002 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12902002000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 Set. 2015.
24
SMANIO, Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins; BRASIL, Patricia Cristina (Org.). O
Direito na Fronteira das Políticas Públicas. São Paulo: Páginas e Letras Editora e Gráfica, 2015. 128 p.
estabelecidos historicamente. E, por fim, veremos no trabalho de Ruy Braga (2004)25 a
teoria da construção social da subcidadania formulada por Jessé de Souza26.
25
BRAGA, Ruy. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade
periférica. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo , v. 19, n. 56, p. 139-143, Out. 2004 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092004000300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 Nov. 2015.
26
SOUZA, Jessé de apud BRAGA, Ruy. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política
da modernidade periférica. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo , v. 19, n. 56, p. 139-143, Out. 2004
. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092004000300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 Nov. 2015.
de responsabilidades, entendendo que "supõe-se que os cidadãos sejam capazes de ajustar
seus fins e aspirações à luz daquilo com que podem razoavelmente arcar.".
27
apud ROMANO, Roberto. Ciência para justiça e equidade. Saúde soc., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 53-
66, Julho 2002 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12902002000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 Set. 2015.
28
RAWLS, John. Justiça como equidade: uma concepção política, não metafísica. Lua Nova, São Paulo
, n. 25, p. 25-59, Abr. 1992 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-64451992000100003&lng= en&nrm=iso>. Acesso em: 22 Set. 2015.
Smanio (2015)29 inicia seu artigo trabalhando a questão das
políticas públicas e sua relação com a cidadania, uma vez que elas tem como objetivo
concretizar direitos e garantias.
29
SMANIO, Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins; BRASIL, Patricia Cristina (Org.). O
Direito na Fronteira das Políticas Públicas. São Paulo: Páginas e Letras Editora e Gráfica, 2015. 128 p.
30
apud SMANIO, Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins; BRASIL, Patricia Cristina
(Org.). O Direito na Fronteira das Políticas Públicas. São Paulo: Páginas e Letras Editora e Gráfica,
2015. 128 p.
31
apud SMANIO, Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins; BRASIL, Patricia Cristina
(Org.). O Direito na Fronteira das Políticas Públicas. São Paulo: Páginas e Letras Editora e Gráfica,
2015. 128 p.
Diante dessa ideologia do Estado social foi possível a instituição
de direitos e princípios novos direcionados a diminuição das desigualdades sociais e
econômicas, direcionados a integração de indivíduos à sociedade, melhoramento do bem
estar e ascensão social de trabalhadores, como o da seguridade, a função social da
propriedade, sindicatos e associações. Além disso, também passou-se a, contrariamente
ao ideal liberal, defesa da intervenção Estatal na Economia.
32
MOLINA, Sandra Cordeiro. Raça como categoria de análise, o Estado brasileiro e as Políticas Públicas
para a promoção da igualdade racial. In: SMANIO, Organizadores: Gianpaolo Poggio; BERTOLIN,
Patrícia Tuma Martins; BRASIL, Patricia Cristina. O Direito na Fronteira das Políticas Públicas. São
Paulo: Páginas e Letras Editora e Gráfica, 2015. p. 39-41.
33
BENEDITO, Alessandra. O papel das ações afirmativas no combate à discriminação contra a mulher
negra no mercado de trabalho. In: SMANIO, Organizadores: Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia
Tuma Martins; BRASIL, Patricia Cristina. O Direito na Fronteira das Políticas Públicas. São Paulo:
Páginas e Letras Editora e Gráfica, 2015. p. 43-47.
34
BRAGA, Ruy. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade
periférica. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo , v. 19, n. 56, p. 139-143, Out. 2004 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092004000300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 Nov. 2015.
vista as diferentes teses modernizantes que teimam em nos
enfeitiçar – sobretudo quando pensamos no discurso político a
respeito do crescimento econômico – até hoje. Mas é exatamente
no caráter moderno da conflitualidade periférica brasileira que
devem ser buscadas as chaves explicativas de nossas dramáticas
contradições sociais”
Nesse sentido, ao entender que a desigualdade não advém da não
modernização social, mas de instituições que mantém o caráter discriminatório, nas
palavras de Souza35 “ralé estrutural”, visto que a desigualdade é reproduzida pela
estrutura em que estamos organizados.
35
SOUZA, Jessé de apud BRAGA, Ruy. A construção social da subcidadania: para uma sociologia
política da modernidade periférica. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo , v. 19, n. 56, p. 139-143, Out. 2004
. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-6909200400030001
0&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 Nov. 2015.
36
BRASÍLIA. Decanato de Ensino de Graduação. Universidade de Brasília. Análise do sistema de cotas
para negros da Universidade de Brasília. Período: 2.º semestre de 2004 ao 1.º semestre de 2013. 2013.
Comissão para avaliação dos 10 anos de implantação da política de ação afirmativa para o ingresso de
estudantes na UnB: Mauro Luiz Rabelo (DEG), Dione Oliveira Moura (FAC), Nelson Fernando Inocêncio
da Silva (SE COM), José Jorge de Carvalho (ICS), Girlene Ribeiro de Jesus (FE), Maria Eduarda Tannuri
Pianto (FACE) e Maria de Fátima Ramos Brandão (DEG).. Disponível em:
<http://www.unb.br/administracao/decanatos/deg/downloads/index/realtorio_sistema_cotas.pdf>. Acesso
em: 22 set. 2015.
O cenário de análise, pelo exposto nos capítulos anteriores, era de
uma medida fortemente criticada pela sua forma de aplicação e pela afirmada inversão de
finalidade, uma vez que foi arguido que, ao aplicá-la, estariam "racializando" a sociedade.
O relatório trabalhou sobre os dez anos da política utilizando-se do apoio estatístico do
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (CESPE), além de expor o sistema a debate
e discussão dentro da comunidade acadêmica, voltados a função de combate a
desigualdade racial no Brasil.
37
NASCIMENTO, Luciano. Em três anos, lei de cotas garantiu mais de 111 mil vagas para negros: a
estimativa é que até o fim 2015, 40 mil vagas sejam ocupadas por negros, totalizando 150 mil vagas. 2015.
Publicado por: agência brasil. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/educacao/em-tres-anos-lei-
de-cotas-garantiu-mais-de-111-mil-vagas-para-negros-613.html>. Acesso em: 30 ago. 2015.
38
BORLINA FILHO, Vanceslau. Instituto da Unicamp aprova cota racial na pós-graduação. 2015.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/03/1610551-instituto-da-unicamp-aprova-
cota-racial-na-pos-graduacao.shtml>. Acesso em: 30 ago. 2015.
39
MORENO, Ana Carolina. Pelo Sisu, USP terá 225 vagas em cota para pretos, pardos e
indígenas: Unidades que aderiram à cota racial falam em democratizar a universidade.. 2015. Disponível
em: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/07/pelo-sisu-usp-tera-225-vagas-em-cota-para-pretos-
pardos-e-indigenas.html>. Acesso em: 30 ago. 2015.
cursos mais concorridos do vestibular da USP, nenhum estudante preto conseguiu ser
aprovado”.
Conclusão
40
PAIVA, Natália. Meu amigo de redes sociais, precisamos falar sobre cotas. De novo: Bem-vindos ao
século 21, parças. Desigualdade racial institucional (com conivência do estado e nossa passividade) terá de
ser coisa do passado. 2015. Disponível em:
<http://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/04/opinion/1428100685_276155.html>. Acesso em: 30 ago. 2015.
exclui a necessidade da medida, mas demonstra a necessidade de outras medidas que
abarquem pessoas em situação econômica e social desigual.
41
BOBBIO, Norberto. A função promocional do direito. In: BOBBIO, Norberto. Da estrutura à função:
novos estudos da teoria do direito. Barueri: Manole, 2007. Cap. 1. p. 1-21. Tradução de: Daniela Beccaccia
Versiani; Revisão Técnica de: Orlando Seixas Bechara e Renata Nagamine.
REFERÊNCIAS
BODIN, Jean apud SMANIO, Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins;
BRASIL, Patricia Cristina (Org.). O Direito na Fronteira das Políticas Públicas. São
Paulo: Páginas e Letras Editora e Gráfica, 2015. 128 p.
DAFLON, Verônica Toste; FERES JUNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto. Ações
afirmativas raciais no ensino superior público brasileiro: um panorama analítico. Cad.
Pesqui., São Paulo , v. 43, n. 148, Abr. 2013 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742013000100015
&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 06 Abr. 2015.
DANTAS, San Tiago. A Educação Jurídica e a Crise Brasileira. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1955. p. 3-47.
FERES JÚNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto; DAFLON, Verônica Toste. Ação
afirmativa, raça e racismo: uma análise das ações de inclusão racial nos mandatos de
Lula e Dilma. 2012. Disponível em:
<http://www.cch.ufv.br/revista/pdfs/vol12/artigo8vol12-2.pdf>. Acesso em: 30 mar.
2015.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich apud ROMANO, Roberto. Ciência para justiça e
equidade. Saúde soc., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 53-66, Julho 2002 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902002000100007
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MARX, Karl Heinrich apud SMANIO, Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia Tuma
Martins; BRASIL, Patricia Cristina (Org.). O Direito na Fronteira das Políticas
Públicas. São Paulo: Páginas e Letras Editora e Gráfica, 2015. 128 p.
MORENO, Ana Carolina. Pelo Sisu, USP terá 225 vagas em cota para pretos, pardos
e indígenas: Unidades que aderiram à cota racial falam em democratizar a universidade..
2015. Disponível em: <http://g1.globo.com /educacao/noticia/2015/07/pelo-sisu-usp-
tera-225-vagas-em-cota-para-pretos-pardos-e-indigenas.html>. Acesso em: 30 ago. 2015.
NASCIMENTO, Luciano. Em três anos, lei de cotas garantiu mais de 111 mil vagas
para negros: a estimativa é que até o fim 2015, 40 mil vagas sejam ocupadas por negros,
totalizando 150 mil vagas. 2015. Publicado por: agência brasil. Disponível em:
<http://www.cartacapital.com.br/educacao/em-tres-anos-lei-de-cotas-garantiu-mais-de-
111-mil-vagas-para-negros-613.html>. Acesso em: 30 ago. 2015.
PAIVA, Natália. Meu amigo de redes sociais, precisamos falar sobre cotas. De
novo: Bem-vindos ao século 21, parças. Desigualdade racial institucional (com
conivência do estado e nossa passividade) terá de ser coisa do passado. 2015. Disponível
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