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A implementação voluntária das consequências jurídicas pelo Estado violador significa que não
será necessário mais preocupar-nos com essa questão. Porém, se o Estado violador não modifica
sua conduta, não prestando uma reparação completa, é necessário definir como a
responsabilidade internacional pode ser implementada.
No Direito Interno, há um superior político que detém o monopólio no uso legitimo da força
física e que está autorizado a atuar para garantir o cumprimento das leis e dos julgamentos →
o próprio Estado → relação vertical, de subordinação, já que os particulares se submetem à
soberania do Estado em que se encontram.
No Direito Interno dos Estados, a implementação das normas jurídicas é centralizada. O próprio
Estado assegura o cumprimento de sua legislação, mesmo em controvérsias que envolvam
somente particulares.
Nesse contexto, podemos afirmar que as relações interestatais são relações horizontais, de
coordenação, reguladas pelo princípio da igualdade soberana. Estados são juridicamente iguais
e não reconhecem poder superior contra a sua vontade.
a) Retorsões: são atos que podem sempre ser empregados para buscar uma mudança de
comportamento mesmo quando não há violação anterior do Direito Internacional.
Punição demanda certa hierarquia, submissão. Por esse motivo, as contramedidas precisam ser
sempre proporcionais e removíveis (artigo 51 – Projeto de 2001). O Estado vitimado não pode
causar ao Estado violador um prejuízo maior do que aquele que ele está sofrendo.
IMUNIDADES
Obs.: não existe imunidade em relação a tribunais internacionais. Em certos casos em que
tribunais internacionais não podem julgar autoridades de um país, é provavelmente porque o
Estado não reconhece a jurisdição desse tribunal internacional para suas autoridades.
MODALIDADES DE IMUNIDADE:
→ Imunidade diplomática:
Fonte: Convenção de Viena de 1961 sobre Relações Diplomáticas.
Beneficiados: membros de uma missão diplomática de um Estado no território de outro país.
→ Imunidade consular:
Fonte: Convenção de Viena de 1963 sobre Relações Consulares.
Beneficiados: membros de repartição consular de um Estado no estrangeiro.
3) Imunidade das Organizações Internacionais:
Fonte: tratados tanto bilaterais quanto multilaterais que especificam as funções
desempenhadas pela OI e os direitos decorrentes em favor dessa organização.
Beneficiados: a própria OI, enquanto pessoa jurídica, seus funcionários e os representantes dos
Estados perante essa OI.
Ex. 1: tratado multilateral – Convenção Geral sobre Privilégios e Imunidades da ONU de 1946.
As regras e princípios que autorizam os Estados e seus principais representantes a invocar essa
modalidade de imunidade perante autoridades ou tribunais internos de outros países podem
ser encontradas no atual costume internacional.
Existe, todavia, uma Convenção da ONU de 2004 sobre as Imunidades Jurisdicionais dos Estados
e seus Bens (ou sua Propriedade). Entretanto, essa convenção ainda não está em vigor. Somente
aquelas normas que já refletem o costume internacional podem ser utilizadas.
Questões que envolvem a imunidade soberana ou estatal são questões que precisam ser
examinadas quanto aos seus 2 (dois) momentos distintos. Em primeiro lugar, a imunidade
soberana proíbe, em diversos casos, que um Estado e seus principais representantes sejam
julgados por autoridades e tribunais internos de outros países.