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CAMINHOS DO CONTEMPORÂNEO

APROXIMAÇÕES DIALÉTICAS ENTRE


VER, DIZER E FAZER NO
CONTEMPORÂNEO

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O século XXI avança e uma avalanche sobre modelos culturais e sociais ocorre
provinda de diversos vetores. O universo da arte em sua amplitude que ultrapassa
as belas artes não é poupado diante desse devir inquieto e, consequentemente, o
campo teórico e pedagógico que nos entorna também fragiliza-se e exige novos
pensares, mais inquirições, menos certezas e mais ensaios. Por meio de diferentes
pesquisas e múltiplos olhares, o evento “caminhos do contemporâneo” de 2018
reunirá estudiosos maduros e outros ainda em maturação para discutir de maneira
dialética as comunicações nada lineares entre o ver, o dizer e o fazer mediante as
temáticas das artes, da moda e do ensino sensível contemporâneo.

PROGRAMAÇÃO
DIA 24/10
DESAFIOS DO ENSINAR: TERRITÓRIO INCONTORNÁVEL
MARIA CRISTINA ROSA, FÁTIMA LIMA, GIOVANA HILLESHEIM.
MEDIADORA: PAULA RODRIGUES

DIA 25/10
VER O INVISÍVEL: INVESTIGAÇÕES POSSÍVEIS
MARCIA RAMOS DE OLIVEIRA, DANIELA NOVELLI, JOANA KRETZER BRANDENBURG.
MEDIADORA: NOELI MOREIRA E TATIANA REBELATTO

DIA 26/10
VESTIR E DESPIR: REFLEXÕES ENTRE A ARTE, A MODA E O ENSINO
MARA RÚBIA SANT’ANNA, MARIA CRISTINA VOLPI E JOSÉ ALFREDO BEIRÃO FILHO.
MEDIADORA: KÁRITHA B. MACEDO

CRÉDITOS

PRESIDENTE DO IBRAM: MARCELO MATTOS ARAÚJO

DIRETORA DO MVM: LOURDES ROSSETTO

CHEFE DE SERVIÇO: NORMA COUTINHO

AGENDA CULTURAL: MARCELO LEAL

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO:ANDERSON LOUREIRO E CLÁUDIA KLOCK

DESIGN GRÁFICO: MICHAEL DUARTE

PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO: MARA RÚBIA SANT'ANNA

CONCEPÇÃO E EXECUÇÃO DO CADERNO: PAULA RODRIGUES

APOIO DO LAB: FELIPE FONSECA E NOELI MOREIRA

Data 24 a 26 de outubro
Horário: Das 14h30 às 17h
Local:  Museu Victor Meirelles 
MESA: DESAFIOS DO MARIA
ENSINAR: TERRITÓRIO CRISTINA
INCONTORNÁVEL FONSECA
Possui graduação em
Como ser contemporâneo em tempos Educação Artística pela
Universidade do Estado
de práticas medievais? de Santa Catarina (1988),
mestrado em Educação
pela Universidade
Federal de Santa
Catarina (1998) e
doutorado em
Engenharia de Produção
pela Universidade
Federal de Santa
Catarina (2004). Em 2010
realizou Estágio de Pós-
doutorado na
Universidad de
Sevilla/Espanha. Em 2011
desenvolveu Estágio de
Pós Doutoramento na
Universidad Nacional Del
https://www.facebook.com/soprocoletivoarte/?tn-str=k*F Arte - IUNA em Buenos
Aires, Argentina .  É
professora titular do
Pretendemos abordar inicialmente as práticas Centro de Artes da
utilizadas na atualidade para cerceamento da fala dos Universidade do Estado
professores a exemplo do projeto escola sem partido de Santa Catarina.
no Ensino das Artes Visuais. Igualmente, expressar
como os movimentos sociais vem enfrentando essas
transformações, as estratégias de resistência utilizadas
por artistas e coletivos na superação dos preconceitos e
demais opressões estimuladas na contemporaneidade.
Da mesma forma, divulgar ações do grupo de pesquisa
Educação, Artes e Inclusão e do grupo artístico Sopro
Coletivo a partir  da produção artística. Pretende-se, ao
compartilhar nossa experiência contribuir com os
debates e com os estudos investigativos, propiciando
possibilidades de análise e ação crítica frente ao
desmonte da arte e da educação nos dias atuais. Moderadora: Paula Rodrigues

Autora: Profa. Dra Maria Cristina da Rosa Fonseca da


Silva
MESA: DESAFIOS DO
FÁTIMA
ENSINAR: TERRITÓRIO COSTA DE
INCONTORNÁVEL LIMA
O ensino das artes da cena em Graduada em Artes
Plásticas - Fundação
contexto de Golpe político no Brasil Armando Álvares
Penteado; Especialista em
Teatro - Centro de Artes -
UDESC; Mestre com
dissertação defendida no
Programa de Educação e
Cultura da FAED - UDESC;
Doutora em História
Cultural pelo PPG em
História do CFH - UFSC.
Professora titular do
Departamento de Artes
Cênicas - CEART e do PPG
em Teatro da UDESC
(atual coordenadora).

(MST): fotógrafa Juliana Adriano

Pensar sobre o diálogo entre a sala de aula e


acontecimentos políticos recentes toma como objeto
de reflexão a experiência da autora com o ensino das
artes da cena no Curso de Licenciatura em Teatro e
no Programa de Pós-Graduação em Teatro do
CEART/UDESC. No contexto do golpe de Estado
ocorrido em 2016 e sua continuidade, mostra
articulações entre conteúdos disciplinares e reações
sociais à crise política. O objetivo é mostrar que os
conteúdos, as reflexões e os debates que acontecem
entre estudantes e professores/as em sala de aula
(em estreita relação com a pesquisa e a extensão)
envolvem necessariamente tomada de posição
política. As questões que norteiam a reflexão são: o
que ver, dizer e fazer quando a realidade política
desafia concretamente tanto os conteúdos históricos
quanto os procedimentos pedagógicos estabelecidos
para o ensino das artes da cena?   

Autora: Profa. Dra. Fátima Costa de Lima


MESA: DESAFIOS DO
ENSINAR: TERRITÓRIO GIOVANA
HILLESHEIM
INCONTORNÁVEL
Doutora em Artes Visuais
Mercado de Arte e sua Interface com o pela UDESC- área de
Trabalho Docente: Estratégias do concentração: Ensino das
Artes Visuais. Membro do
Capitalismo Cultural grupo de pesquisa
Educação, Arte e Inclusão
- CNPq/UDESC e do
Observatório da Formação
de Professores no âmbito
do Ensino de Arte: estudos
comparados entre Brasil e
Argentina - (OFPEA/BRA-
ARG). Possui licenciatura
em Educação Artística -
habilitação em Artes
Visuais e especialização
em Educação: Leitura,
Letramento e Literatura. É
professora do Instituto
Federal de Santa Catarina-
IFSC/ Campus Xanxerê. 
Odissey, de Conrad Botes

Discussão dos dados obtidos na pesquisa de


doutorado que mapeou o perfil de formação dos
professores de Artes que trabalham na Educação
Básica de Santa Catarina e investigou quais os
materiais usados pelos professores na preparação e
ministração das aulas. Apresentam-se quais os
artistas contemporâneos mais citados objetivando
refletir sobre as seguintes questões: Quais leis
operantes justificam as escolhas feitas pelos
professores?  Em que medida tais escolhas estão
vinculadas ao mercado de arte contemporânea?
Quais paradigmas sustentam este mercado? Como
se dá a legitimação dos artistas que farão parte das
aulas de Artes?

Autora: Profa. Dra Giovana Bianca Darolt Hillesheim


MESA: VER O INVISÍVEL: MÁRCIA
INVESTIGAÇÕES POSSÍVEIS RAMOS
 As canções como evocação de sentido Graduada em História
pela Universidade do Rio
e conduta social: Amália Rodrigues e o Grande do Sul, onde
cinema no Estado Novo realizou mestrado (1995)
e doutorado em História
(2002). Em 2017,
desenvolveu Estágio Pós-
Doutoral na Universidade
de Aveiro (Portugal), e
atuação como professora
visitante. Professora
adjunta do
Departamento de
História/UDESC, sendo
professora permanente
no Programa de Pós-
Graduação em História
(FAED) e no Programa de
Pós-Graduação em
Música (CEART) .

Cartaz original do filme Capas Negras (1947)

A interpretação do fado, preconizada por Amália


Rodrigues, tornou este gênero musical a grande
referência da identidade portuguesa do século XX,
apoiada ideologicamente pela Era Salazarista e o
Estado Novo. Sua aparição no cinema, especialmente
em dois filmes financiados pelo mecenato do regime,
“Capas negras”(1947) e “Fado, a história de uma
cantadeira”(1947), evocam pela canção e atuação em Moderadoras: Noeli Moreira e Tatiana
cena, a construção de uma conduta idealizada como Rebelatto

modelo de comportamento feminino à sociedade


portuguesa do período, especialmente, às classes
trabalhadoras. As canções e a dicção peculiar desta
artista deram suporte a tal representação na tela. Esta
comunicação pretende apresentar, destacando alguns
elementos, o contrato estabelecido entre a intérprete
e seu público, em breves exemplos das
fonogramas/canções gravadas.  

Autora: Profa. Dra. Márcia Oliveira Ramos de Oliveira


MESA: VER O INVISÍVEL: DANIELA
INVESTIGAÇÕES POSSÍVEIS NOVELLI
Doutora em Ciências
O Peru em Vogue [Paris]: um paraíso Humanas pelo Programa

que provoca vertigem Interdisciplinar em


Ciências Humanas
(PPGICH) da Universidade
Federal de Santa Catarina
(UFSC). Em 2015,
desenvolveu estágio pós-
doutoral na Université
Paris-Sorbonne (Paris IV).
Mestre em História pela
Universidade do Estado
de Santa Catarina
(UDESC). Especialista em
Moda: Criação e Produção
pela UDESC .  Bacharel
em Moda, com
habilitação em Estilismo
pela UDESC (2000). É
professora adjunta no
curso Bacharelado em
Moda da Universidade do
Estado de Santa Catarina
Editorial de moda “Inca”, publicado em abril de 2013 na edição francesa de Vogue. (UDESC)

Comunicação centrada no editorial de moda “Inca”,


publicado em abril de 2013 na edição francesa de
Vogue, que homenageou o Peru. Guiada pelos
estudos de gênero e pós-coloniais, a interpretacão
alcançada procura dar visibilidade à representação do
Outro no diálogo intercultural, identificando atitudes
que a regem a partir de um discurso produzido por
uma ideia de latinidade cosmopolita.

Autora: Profa. Dra. Daniela Novelli.


MESA: VER O INVISÍVEL: JOANA
INVESTIGAÇÕES POSSÍVEIS KRETZER
O despertar visível da Bela Adormecida Doutoranda em Teatro
pela Universidade do
invisível: relações entre figura e fundo, Estado de Santa Catarina
tempo e imagem dialética na teoria do (UDESC), membra do
grupo de pesquisa
despertar de Walter Benjamin Imagens Políticas. Possui
graduação em Design de
Produto pelo Instituto
Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de
Santa Catarina (2012), e
graduação em
Licenciatura e
Bacharelado em Teatro
(2014) e Mestrado em
Teatro (2017) pela
Universidade do Estado de
Santa Catarina. Tem
experiência na área de
Artes, com ênfase em
Figurino e Cenografia.
Ilustração do Friedrich Wegener do conto da Bela Adormecida do livro dos Irmãos Grimm de 1901

A fala tem como objetivo discutir a teoria do despertar


de Walter Benjamin e usa os conceitos de “figura” e
“fundo”, da Gestalt, para ver o invisível na imagem da
Bela Adormecida na obra de Benjamin. Analisar esta
imagem acaba por envolver outro conceito, o
“despertar” - como ele aparece na Origem do Drama
Trágico Alemão e no trabalho das Passagens
parisienses. O caminho entre essas duas obras
desenvolve o despertar em termos de conceituação e
metodologia, e reconhece a dificuldade desse
desenvolvimento. Como elemento de invisibilidade do
par figura-fundo, o tempo é introduzido como
essencial para o entendimento de outro conceito
benjaminiano, a “imagem dialética”, figura central do
despertar de Benjamin. Por fim, conclui que a imagem
dialética é a figura visível da alegoria, tomada como a
face invisível da metodologia benjaminiana.

Autora: Dt. Joana Kretzer Brandenburg


MESA: VESTIR E DESPIR:
MARA RÚBIA
REFLEXÕES ENTRE A ARTE, A SANT'ANNA
MODA E O ENSINO Graduada em História
Licenciatura pela UFSC
Despir o traje regional: traços e cores (1990), mestrado em
História pela UFSC (1996) e
entre Dürer, Debret e Meirelles. doutorado em História
pela UFRGS (2005).
Realizou estágio de
doutoramento na École
des Hautes Études en
Sciences Sociales (2003)
sob a direção de Monique
de Saint-Martin, Pós-
Doutoramento na
Universidade de
Strasbourg (2011), sob a
supervisão de Benoit Tock
e George Bischoff e
concluiu recentemente
Pós-Doutoramento na
Universidade Federal do
Rio de Janeiro/PPGAV sob
a supervisão de Maria
 Victor Meirelles. Estudo de Trajes Italianos, acervo MVM, Prancha 051
Victor Meirelles. Estudo de Tipos populares. acervo MNBA, Desenho 7721
Cristina Volpi.

Problematizando a representação dos trajes regionais


na tradição europeia, será comparada a produção de
três pintores que se dedicaram ao desenho de tipos
populares em seus costumes vestimentares em três
períodos diferentes. Albrecht Dürer ao final do século
XV produziu diversas estampas em nanquim com
personagens rurais da Alemanha; Jean-Baptiste
Debret, no começo do século XIX, após realizar uma
temporada em Roma fez publicar em Paris um livro de
estampas aquareladas de típicos italianos e, cinquenta
anos depois, o jovem Victor Meirelles de Lima produziu
mais de uma centena de aquarelas e pinturas a óleo Moderadora: Káritha Macedo
de figuras masculinas e femininas vestidas de maneira
peculiar. Além de apontar diferenças, busca-se
igualmente observar continuidades e como essas
produzem narratividades de um vestir e passado que
ainda se reproduzem no presente e no ensino de
história da moda.

Autora: Profa. Dra. Mara Rúbia Sant'Anna


MESA: VESTIR E DESPIR: MARIA
REFLEXÕES ENTRE A ARTE, A CRISTINA
MODA E O ENSINO VOLPI
Possui graduação em
O estilo de Santos Dumont: moda Artes Cênicas - Cenografia
masculina e inovação no Rio de Janeiro pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (1985),
durante a Belle-Époque mestrado em Artes
Visuais pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro
(1993), doutorado em
História pela Universidade
Federal Fluminense
(2000). Fez pós-
doutorado na Faculdade
de Letras da Universidade
Federal do Rio de Janeiro
(2009). É professora
associada da
Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Tem
experiência na área de
Artes, com ênfase em
História da Arte, atuando
Fonte: https://museudoamanha.org.br/pt-br/navegador-dos-ares-brasileiro-chamado-alberto-santos-
em pesquisa  nos
dumont seguintes temas: arte e
cultura material, história
Este estudo examina a relação entre moda e inovação das aparências e do
no guarda-roupa de Alberto Santos Dumont (1873 – vestuário.

1932), conhecido esportista brasileiro e inventor de


aviões, renomado aeronauta e ator-chave da moda
masculina no Rio de Janeiro no final do século XIX e
início do século XX.
Suas escolhas vestimentares, intimamente associadas
ao estilo de vida e à auto representação serviram para
destacar a figura pública de Santos-Dumont,
contribuindo para a criação de um mito cujas
conquistas no campo da aeronáutica contribuíram
para garantir sua reputação e afirmar seu estilo.

Autora: Profa. Dra Maria Cristina Volpi


MESA: VESTIR E DESPIR: JOSÉ
REFLEXÕES ENTRE A ARTE, A ALFREDO
MODA E O ENSINO BEIRÃO
Possui graduação em
Encenando "Frankenstein", uma ópera Arquitetura e Urbanismo
rock pela Universidade Federal
de Santa Catarina (1984),
especialização em
Costumes de Scene pela
Escola Superior em
Técnicas da Moda em
Paris(1999), mestrado em
Engenharia de Produção
pela Universidade Federal
de Santa Catarina (2004)
e doutor pela Engenharia
e Gestão do
Conhecimento/UFSC
(2011). Atualmente é
professor titular do
Departamento de Moda
do Centro de Artes
(CEART) da Universidade
Ópera Rock “Frankenstein” de Alberto Heller
do Estado de Santa
Catarina .
Encarregado de criar os figurinos das diferentes
personagens de um espetáculo, o figurinista, longe de
ser um simples executante, é o responsável em
concretizar e pôr em prática as ideias que exprime
em suas criações. O presente trabalho, abordado por
meio de pesquisa qualitativa, cujos métodos são mais
indicados para as investigações de perspectiva
interpretativa, através da estratégia de estudo de caso,
relata o processo de criação para os figurinos da
montagem da Ópera Rock “Frankenstein” de Alberto
Heller, na cidade de Florianópolis/SC.

Autor: Prof. Dr. José Alfredo Beirão Filho


ARTISTICIDADE NO TECIDO

Paula Rodrigues Correia Tatiane Rebelatto

Artisticidade é um termo que se refere à situação ou qualidade daquele que é artista. Já o termo
estética vem do grego aísthesis que significa sensação, sensibilidade. A ideia de sensibilidade,
trabalhada aqui, acolhe tanto a sensação visual como sensorial por parte do criador, que vivência a
realização da obra e todo o processo criativo, como por parte do expectador que a contempla e
interage.
Os experimentos têxteis realizado pelas artistas Paula Rodrigues e Tatiane Rebelatto são um convite
ao despertar de sensações e de sensibilidades. Por meio de suas obras as artistas estabelecem diálogos
e costuras de caminhos possíveis entre a estampa e o bordado, ressaltando o fazer manual,
vivenciando os processos e as possibilidades. Nesse percurso são costurados discursos entre arte,
design e moda. A temática presente no trabalho das duas artistas versa sobre a arte e as imagens
africanas. O trabalho é manual, artesanal e tem como suporte o tecido, algodão cru, que sofre
interferências de tintas, de linhas e de pedrarias. Resultando em peças coloridas, volumétricas,
orgânicas e expressivas.
No caso do trabalho da artista Paula, a base de suas obras são fotografias de tribos africanas que
servem de referência para realizar seus registros bordados. Através de linhas que ilustram mulheres
por meio de tracejados firmes que delineiam o contorno de seus corpos, aliadas ao uso de pedrarias
que definem os adornos e enfeites tridimensionais e volumétricos, possibilitando o despertar do visual
e do sensorial. Cores, brilho e contrastes se destacam em relação ao tecido cru, convidando o
expectador a interagir com os bordados através do toque. Essas obras iniciam um trabalho na carreira
da artista intitulado “Etnias”. O resultado são linhas que costuram o tecido de forma lenta e manual,
num fluxo contínuo de fazer e desfazer em um processo criativo profundo e particular.
Em seu trabalho com estampas e amarrações, a artista Tatiane possui como referência a lenda
africana “A corda do Tempo”, a qual narra sobre o gesto em que mulheres fazem nós em uma corda,
marcando desse modo os meses da gestação. Na lenda, os nós sinalizam o ciclo de uma nova vida, no
entanto, eles também podem remeter a algo que interrompe, atravessa e limita. A artista inicia o
processo criativo fazendo nós, desenha-os, a partir deles elabora carimbos, estampa-os sob a superfície
têxtil e por fim volta a fazer amarrações. É um tratamento da superfície têxtil que se pretende
experimental, artesanal e especialmente artístico.
Ambos os trabalhos das artistas, Tatiane e Paula, dialogam com o cenário das artes, da moda e do
design, orientados por uma estética contemporânea que busca em outras linhas artísticas, como a
literatura, a fotografia, o bordado e a estamparia, elementos que agreguem valor ou que gerem
provocações no ato, no processo criativo e na contemplação. 

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