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RESUMO: O artigo possui como problemática central a insegurança jurídica no que tange a
proteção da vida dos animais em relação ao homem como defensor da vida e causador de
danos. Dessa forma, tem como objetivo geral mostrar o desenvolvimento da mentalidade
humana ao longo dos períodos históricos, ressaltando legislações e documentos, que
influenciaram diretamente na relação entre homens e animais. Metodologicamente trata-se de
uma pesquisa exploratória, utilizando a abordagem qualitativa, e pautada no método histórico.
Como conclusão, é possível indicar que o homem tem o poder de escolher sobre a vida dos
animais, e apesar do amparo dado pelas legislações, ainda há lacunas a serem preenchidas
para que todas as espécies estejam seguras.
ABSTRACT: The article have as a central problem the juridical insecurity regarding the
protection about animal’s lives in reference of man as a defender of life and the cause of
damage. This way, the main objective is to show the development about man’s mentality
throughout the historical periods, emphasizing lesgislation and documents, which directly
influenced the relationship between humans and animals. Methodologically, it is na
exploratory research using the qualitative approach, and based on the historical method. As a
conclusion, it is possible to indicate that the man have the power above animal’s lives, and
despite the protection provided by legislation, there are still gaps to be filled so that all
species would be safe.
INTRODUÇÃO
Assim também o fez René Descartes, filósofo, que no século XVll em sua teoria,
afirmava que a consciência separava o homem das demais criaturas irracionais e o conectava
à consciência de Deus, e as criaturas, por não terem essa conexão estavam também
desprovidos das sensações desse mundo, bem como da sensação de sentir dor e sofrimento.
Em contrapartida a esses filósofos, Pitágoras e Jean Jacques Rousseau diziam que animais
também deveriam ser tratados com direito de não ser maltratado pelo homem, afinal homem
também era um animal dotado de racionalidade e liberdade.
Na Irlanda, em 1685, foi a primeira vez que se defendeu os animais através de leis, e
na América em 1641 foi criado o primeiro código que estendia seus cuidados com os animais
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Todas essas ações ao longo dos anos foram sinais de que uma conscientização estava
ocorrendo em diversos lugares do mundo, trazendo o direito dos animais como um ramo do
direito ambiental.
CAPÍTULO 2 – LEGISLAÇÃO
Ao que diz respeito do bem-estar do animal, se trata de uma ciência que estuda a parte
física e psicológica dos bichos, estando intimamente ligadas ao modo como eles se
comportam, suas reações e o que precisam para terem a devida correspondência às suas
necessidades fisiológicas e particulares, e consequentemente determinada qualidade de vida.
Deste modo, os seres humanos, quando responsáveis por eles, devem oferecê-los condições
para que vivam naturalmente e consigam se adaptar de forma adequada ao meio. Muitos
pesquisadores da área, acreditam que o bem-estar é inerente ao animal e não uma contribuição
humana para que assim vivam descentemente.
Os animais são considerados seres sencientes ou seja, possuem capacidade de perceber
através dos sentidos e terem sensações. São também dotados de capacidades, cada qual
referente a sua espécie, entretanto possuem semelhanças, inclusive com as dos seres humanos.
“Na medida em que os seres sencientes são conscientes, eles têm interesses em experimentar
tanto prazer e tão pouco sofrimento quanto possível. A condição de senciente basta para que
um ser seja colocado dentro da esfera da igual consideração de interesses [...]” (SINGER,
2010, p. 18 apud VITAL; JÚNIOR, 2015, p. 146). É na capacidade de o animal sentir a dor e
o prazer que se encontra o respaldo para assemelhar aos humanos (dotados de direitos e
garantias) e dar-lhes direitos pautados nessas sensações, tal como ter como argumento, por
analogia, nos casos em que esses direitos são violados,
De acordo com Richard Ryder, a ciência da dor é o “único argumento convincente
para a atribuição de direitos, ou melhor, interesses pelos outros”. O autor utilizava a
expressão“dorismo” para sua abordagem moral da dor, e afirmava que a importância
da dor estava no indivíduo e não na raça, nação ou espécie. (VITAL; JÚNIOR, 2015,
p. 145)
A Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi oficializada pela ONU em
parceria com a Unesco no dia 27 de janeiro de 1978, em Bruxelas na Bélgica, segundo
informações contidas no próprio documento, entretanto pode estar equivocada, levando em
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de governo; assim como os direitos dos homens, os dos animais também merecem proteção
defendidas em lei.
A Constituição Federal de 1988 teve espaço para preocupação com o meio ambiente,
desta forma o art. 225 é um capítulo que discorre inteiramente a respeito desse tema. O § 1°,
inciso VII deste artigo, dispõe a respeito da fauna e flora, prevendo proteção contra possíveis
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3.1.1 Vivissecção
que o tráfico ilegal acontece em massa. O tráfico de animais, é o terceiro maior comércio do
mundo, movimentando bilhões de dólares por ano, motivo por tanta participação nesse
mercado ilegal.
Não há agência especializada em ações contra o tráfico, razão pela imprecisão em
dados estatísticos, todavia, instituições estimam o desaparecimento de cerca de 12 milhões de
espécies. É válido ressaltar que ao capturar um animal, suas reações imunológicas e
psicológicas podem resultar em morte no percurso.
Para completar, esse mercado clandestino atinge principalmente a biodiversidade, uma vez
que rompe com o ciclo entre as espécies e provoca um desiquilíbrio ecológico.
CONCLUSÃO:
O estudo teve como objetivo principal detectar os motivos que resultaram na criação
do direito animal, bem como, analisar os impactos deixados pelo homem no meio ambiente. O
ser humano sempre acreditou ter a posse dos animais, podendo assim, controlar suas vidas, o
que em grande parte é prejudicial aos mesmos, pois muitos são retirados do seu habitat
natural, caçados, torturados, mortos por esporte, etc. O que resulta em um desequilíbrio
ambiental.
No que tange ao aspecto histórico da proteção ambiental e do animal, no período pós I
Guerra Mundial, já era possível observar uma mudança de pensamento em relação à posição
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do homem perante a natureza, deixando este de ser o centro, passando a preocupar-se com a
preservação ambiental.
Em 1865, foi a primeira vez em que a proteção aos animais se deu no âmbito legal.
Posteriormente, outras leis surgiram, garantindo que algumas práticas cometidas a alguns
animais tornassem proibidas. Após Jeremy Bethan tratar dos animais como seres capazes de
sofrer, muitas sociedades nasceram com objetivo de lutar por direitos e proteção. A
Declaração Universal dos Direitos dos Animais oficializada pela ONU em parceria com a
Unesco em 1978 foi um grande marco para o direito animal. Seu texto é repleto de garantias,
visando o bem-estar animal e o equilíbrio ambiental. No Brasil, a primeira legislação de
proteção animal surgiu em 1934.
Desta forma, é possível concluir que, apesar da existência de legislação, observa-se
atualmente o resultado do descuido humano para com a natureza. Presenciamos um
desequilíbrio ambiental imenso e muito prejudicial. Também se nota que o direito ambiental,
na prática, ainda não se faz totalmente eficaz, visto que a problemática de maus tratos aos
animais ainda não se tornou parte da consciência ética e moral da sociedade.
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REFERÊNCIAS
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Acesso em: 26 mar. 2020.
RIBEIRO, Leonardo; SILVA, Melissa O comércio ilegal põe em risco a diversidade das aves
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Acesso em: 13 ou 2020.