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As Teorias Que Fundamentam a Prática da Educação

Infantil

Belmira Schmitz Teles


Prof.: Ana Paula Pamplona da Silva Muller
Prof.: Viviane Roncato

Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI


Licenciatura em Pedagogia (PED. 3841) Pedagogia da Educação Infantil
Data: 11/08/2009

RESUMO
Este trabalho aborda os principais conhecimentos e teorias que justificam as atividades planejadas
que visam atingir objetivos da Educação Infantil, bem como mapear os principais teóricos envolvidos
na forma de como ensinar e auxiliar a criança de 0 a 6 anos a desenvolver plenamente como pessoa
que irá atuar na sociedade, também comenta alguns dos principais teóricos que deixaram um legado
pedagógico para direcionar o trabalho da Educação e mostrar a necessidade do professor estar
sempre buscando uma nova forma de efetivar sua prática pedagógica.

Palavra – chave: Educação Infantil; Teóricos; Desenvolvimento Infantil.

1. INTRODUÇÃO

A Educação da criança pequenina envolve o tempo todo educar e cuidar, elas precisam de

atenção, carinho, segurança, o cuidar significa, atividades fundamentais como: higiene, sono,

alimentação, necessidades básicas, e sem isso elas terão dificuldade de sobreviver e desenvolver

plenamente, e junto com esse processo elas entram em contato com o mundo onde estão inseridas, no

lugar em que as cercam, através de experiências diretas com as pessoas e as coisas desse mundo e

com todo o tipo de expressão que nela acontece, dessa forma a criança consegue atribuir significados

às coisas do seu cotidiano, participar de experiências culturais que é própria do seu grupo social e dessa

forma ela está sendo educada.


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Como diz Lino Macedo, professor da USP, em São Paulo, ele ressalta que a Educação Infantil

inicia o processo escolarização de modo lúdico, estimula a autonomia e promove o desenvolvimento

dentro de um contexto integral, no qual cuidar está inserido entre os objetivos pedagógicos. “O

cotidiano é uma oportunidade de aprendizagem”.(Rev.Nova Escola,p.7). A criança absorve a cultura

do seu grupo e também passa a produzir e transforma-la, pois esse é um processo ativo e acontece

através dessas trocas entre as pessoas, e isto é dar um significado a tudo que é absorvido pela criança.

As escolas de Educação Infantil e creches fazem um papel primordial para que essa educação seja

absorvida pela criança e ela consiga transformar essas experiências de vida que muitas vezes , nunca

irão se repetir, mas essa mesma escola deve respeitar as diferenças de cada criança, estas não devem

ser ensinadas de forma homogênea, pois cada uma tem o seu tempo de aprendizagem. Essas

instituições precisam estar capacitadas, precisam que seus profissionais tenham qualificação para que

consigam auxiliar essas crianças no seu desenvolvimento social e cognitivo deixar de acolhe-las com

respeito , segurança e um bom espaço para descobertas do mundo.

“O que me interessa agora, repito, é alinhar e discutir alguns saberes fundamentais à prática
educativo- crítica ou progressista e que, por isso mesmo, devem ser conteúdos obrigatórios à
organização programática da formação docente. [...] (Freire,p.22,2007)

2. TRABALHO PEDAGOGICO

Para Pedagogia é necessário levar em conta as vivencias e as experiências realizada pela criança

no seu contexto social e realizada em outros ambientes especial.

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O Prof. precisa ampliar seus conhecimentos para que possa programar as suas aulas, da melhor

forma, que venha auxiliar o desenvolvimento infantil visando sempre às praticas do cotidiano, pois a

criança precisa de práticas estimuladoras e que lhes tragam um significado para que a aprendizagem se

estabeleça. Precisa também, criar oportunidades através do diálogo, dos jogos de faz - de – contra, boas

leituras, vídeos, canções,jogos matemáticos e espaços onde possam desenvolver seu lado motor ,

atividades essas que despertem o interesse das crianças, baseando-se sempre nas brincadeiras nos jogos

infantis muito defendidos na educação infantil. Todos esses recursos só ajudam no desenvolvimento da

criança , auxiliam a estimular a memória, e a capacidade de expressão.

Cada creche ou pré-escola pode organizar seu currículo através de projetos didáticos, que não

esqueçam de trabalhar as emoções, o brincar, a linguagem, a imaginação, o conhecimento lógico, o

desenho, baseando-se sempre em situações concretas, de acordo com cada faixa etária e num tempo

determinada por cada escola e com a preocupação em favorecer a construção das habilidades com

materiais diversos e que ajudem a criança a desenvolver integrando os aspectos físicos, emocionais,

afetivos, cognitivos e sociais da criança.

3. AS DIVERSAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM

3.1 PIAGET

Esse teórico preocupou-se com o estudo do desenvolvimento do conhecimento e principalmente

com o desenvolvimento intelectual da criança , centralizou seus estudos nos processos emocionais e

irracionais mostrando a existência de impulsos primitivos como a conduta humana a qual ele diz que

esta resulta dos processos de aprendizagem que poderão ser controlados, moldados pela estimulação

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do ambiente. Ele mostrou também o homem e a criança num processo intenso de interação e assim ele

procurou entender como e quais mecanismos mentais, que o sujeito usa nas etapas da vida, para que

possa entender o mundo.

Ele também trabalhou com crianças de diversas idades, estimulando - as e fazendo com estas

experiências, procurando saber como se estabelece o conhecimento, como “o organismo” conhece o

mundo, de que maneira a criança aprende e ele considera que só o conhecimento dá possibilidade de

homem equilibrar internamente e se adaptar ao meio ambiente.

Para ele o desenvolvimento é um processo que busca chegar a formas de equilíbrio cada vez

melhores e que se dará o alcance do pensamento operacional formal, esse equilíbrio para Piaget é

dividido em vários períodos: Sensório Motor (0 –24) pré operacional (2 – 7anos), operações concretas

(7 – 12anos) e operações formais (12 – diante). Defende a ação interiorizando o sujeito animador,

criador de situações conhecedor do desenvolvimento da criança e adolescente, métodos ativos como

pesquisa espontânea da criança, reflexão, busca de soluções, compreensão e reconstrução a partir da

reinvenção. No Brasil muitas escolas infantis, maternais ou jardim de infância passaram a utilizar o

Método Piaget.

3.2 VYGOTSKY

Ele busca compreender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da

história da espécie humana. Desde o nascimento a criança está rodeada de um mundo estabelecido pelo

homem, aí estão os alimentos, vestes, instrumentos e linguagem. É o aprendizado que desperta os

processos internos de desenvolvimento, que só aconteceu com contato do homem com o ambiente

cultural.
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A escola tem a preocupação de saber”até onde a criança chegou”, e se falando em

desenvolvimento , na sua caminhada em direção a aprendizagem, quando ela consegue realizar sozinha

uma tarefa, de forma independente , Vigotsky chama de nível de desenvolvimento real, que para ele

são etapas já alcançadas, já conquistadadas por ela.

Quando a criança precisa ainda mais de ajuda de outro, seja colega mais capacitado ou professor,

ele chama de desenvolvimento potencial. Vigotsky acha muito importante essa capacidade de

desenvolvimento de uma pessoa com a interferência de desenvolvimento de uma pessoa com a

interferência de outra, porque para ele esse momento de desenvolvimento não é qualquer pessoa que

pode se beneficiar , ela precisa de um certo nível de desenvolvimento pois se ainda não atingiu etapas

posteriores as que estavam já consolidadas será afetada no seu desenvolvimento individual e pleno.

Pra Vigotsky os níveis real e potencial definem a zona de desenvolvimento proximal, que se

refere ao caminho que a criança vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de

amadurecimento e que se tornarão funções estáveis, essa zona é um domínio psicológico que esta

constantemente mudado, se transformando. Ele diz que o professor tem papel fundamental de interferir

na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, o professor deve ser provocador, animador para que

a criança avance espontaneamente.

Vigotsky Entende que a criança precisa estar em contato com ambientes que proporcione cultura,

ele acha que a criança fechada em ambientes privado de um ambiente cultural não receberá estímulos

para seu desenvolvimento, sempre precisará de interferência direta ou indireta de outros indivíduos

para que com as experiências pessoal a aprendizagem seja estabelecida.

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3.3 FREINET

A pedagogia de Freinet é centralizada na criança. Ele afirma a existência da dependência

entre escola e o meio social, diz que não existe uma educação de classes. Dá preferência às classes

trabalhadoras e vê a necessidade de tentar experiência renovada de ensino e se baseia em alguns

princípios como: senso de responsabilidade, criatividade, comunicação, cooperativo, afetividade, etc.

Ele acha que a criança é da mesma natureza do adulto, o comportamento escolar de uma

criança depende de seu estado fisiológico, orgânico e constitucional, a criança não gosta de imposições

autoritárias nem de uma disciplina rígida que a faça obedecer passivamente , todos querem ser bem -

sucedidos , ele acha que o fracasso inibe, destrói o ânimo e o entusiasmo, a ordem e a disciplina são

necessárias na aula, os castigos são sempre Um erro, são humilhantes, não conduzem ao fim desejado

e não passam de paliativo. A sobre carga das classes, constitui sempre um erro pedagógico. Suas

aulas eram direcionadas com técnicas como: aulas passeio, texto livre, imprensa escolar, correção, livro

da vida, fichário de consulta, plano de trabalho, correspondência interescolar, auto-avaliação tanto de

aluno como o professor se auto -avaliar.

3.4 SEYMOUR PAPERT

Este matemático é reconhecido como um dos principais pensadores sobre as formas onde a

tecnologia pode modificar a aprendizagem. Trabalhando com Piaget, colaborou com a pedagogia ao

considerar o uso da matemática para entender como as crianças podem aprender a pensar. Questiona

muitas as práticas da escola tradicional. Seguindo o pensamento de Piaget ele entende que um

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pensamento de Piaget ele entende que um dos pontos para o desenvolvimento é a ação do sujeito sobre

o mundo e o modo em que isto se transforma num processo de construção interna.

Pra ele o professor é quem enriquece o ambiente , provoca situações para que o aluno, a quem

ele chama de aprendiz possa se desenvolver de forma ativa, realizando também suas descobertas, ao

invés de assimilar somente conhecimentos prontos, através da memorização. Assim ele diz: o sujeito

aprende, pensa, mesmo sem ser “ensinado”, uma vez que está em constante atividade na interação com

o ambiente, ele elabora e reelabora hipóteses, diante de estímulos, a partir de seus esquemas mentais,

formulam hipóteses para tentar resolver situações.As crianças são vistas como construtoras de suas

próprias estruturas intelectuais.

Quando não conseguem resolver situações de aprendizagem, passam por conflitos cognitivos que

as levam a buscar nova reconstrução dessas hipóteses, ampliando sua compreensão, buscando

equilibrar seus conhecimentos e assim a aprendizagem é resultante da interação do sujeito com o

objeto concreto, mas também o outro, a família, a escola, a sociedade como um todo.

3.5 CONSTRUCIONISMO

É uma reconstrução teórica a partir do construtivismo ditado por Piaget e feita por Paper (1994).

A atitude construcionista implica na meta de ensinar, de tal forma a produzir o máximo de ensino,

buscam alcançar meios de aprendizagem que valorize a construção mental do sujeito, apoiadas em suas

em suas próprias construções no mundo. A criança se apropria de materiais que ela encontra, de

modelos sugeridos pela cultura que a rodeia (Paper, 1986).

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Piaget confiava no processo de formalização do pensamento tinha como base a maturação

biológica, seguida de processos de interação com o meio, originando estágios universais do

desenvolvimento.

Paper acha muito importante que a construção do conhecimento, no pensamento concreto, seja

fortemente solidificada, desenvolvendo-se as entidades mentais relevantes, ampliando-se a capacidade

do sujeito atuar no mundo.

3.6 ENSINO WALDORF STEINER

Desenvolvido pelo filósofo Waldorf Steiner em 1919, na Alemanha, o ensino chegou ao Brasil na

década de 50 com a fundação da primeira escola. Além das disciplinas básicas, como matemática,

história e ciências, o segundo ciclo também inclui inglês baseado na literatura, muitos e lendas

universais, jardinagem, trabalhos manuais como (tricô, tecelagem), artes(pintura, teatro, desenho,etc)

contar histórias, cozinhar, cantar, brincar com os dedos e participar de passeios na natureza.

Em uma escola Waldorf a criança é alfabetizada depois dos sete anos, a linha baseia-se nos ciclos

humanos, divididos em períodos de sete anos, dessa forma são respeitadas as diversas etapas. As

Crianças do maternal e jardim de infância aprendem principalmente através da imitação e imaginação .

No currículo há muitas atividades artísticas como as citadas acima.

No segundo ciclo,é voltada para criança alfabetizar e principalmente, comece a lidar com os

próprios sentimentos, e para isso é necessário um professor para atender todos as matérias até os 14

anos, dessa forma a criança se sentira mais segura, pois o professor sabe o histórico de cada uma,

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tendo tempo suficiente de conhece-lo, dessa forma não é necessário reprovar o aluno, porque o

professor sabe exatamente o que ele precisa, por ex.: uma aula de reforço em determinada disciplina.

Escola e pais trabalham juntos para o desenvolvimento da criança.

7. CONCLUSÃO

A conclusão que cheguei com esse trabalho, sobre as teorias que justificam os procedimentos na

Educação Infantil é, que o professor deve estar apto e gostar muito para desenvolver um bom trabalho

pedagógico, pois ele terá que trabalhar com crianças na faixa- etária dos 0 aos 6 anos. E se tiver que

lidar com crianças bem pequenas, não poderá ser bom tanto para o professor, quanto para a criança.

Além disso essas crianças exigem desde os cuidados básicos como atenção, bondade, afeto,etc, o

professor precisa ter muita disposição para desenvolver também o trabalho de ensinar, completamente

voltado para o lúdico, o brincar, o jogo e isto exige disposição, interação do professor com a criança

e entre elas, as crianças, e claro competência e vontade, para colocar em prática , estimular e promover

o desenvolvimento da criança, propondo novos temas, oferecendo brinquedos, materiais variados, os

jogos teatrais, etc.

O professor necessita ter conhecimento de como a criança desenvolve o processo da

aprendizagem, conhecimento até mesmo das teorias, planejamentos das práticas a serem

desenvolvidas, conhecimento das politicas educacionais e isso são constantes desafios, e sobretudo

precisa sempre de formação profissional e mudanças de suas práticas, a fim de que possa auxiliar a

criança a superar dificuldades, que vai se deparar desde o inicio na Educação Infantil até o final da

plena alfabetização e possam assim garantir aprendizagens que tenham significado e superem os

fracassos.
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As escolas todas, não só as de Educação Infantil, devem ter a preocupação com os conteúdos a

serem trabalhados e devem procurar se orientar em teorias que fundamentam a educação infantil, para

desenvolver seus currículos para direcionar sua linha de trabalho e os principais teóricos da educação

são fundamentais para que esse direcionamento se confirme.

“È evidente que a criança não compartilha conosco, os adultos o conhecimento de que a escrita
é “linguagem escrita”. Isto é não supõe que representa a linguagem ainda que se interprete

como expressão visual de significados diferenciados ”. (Ferreiro/Teberosky,p.274,1999)

[...] “A escola se dirige a quem já sabe, admitindo, de maneira implícita, que o método está
pensado para aqueles que já percorreram sozinhos, um longo e prévio caminho. O êxito do
aprendiz depende então, das condições que se encontre a criança no momento de receber o
ensino. As que se encontram em momentos bem avançados de conceitualização, são as únicas
que podem tirar proveito do ensino tradicional e são aquelas que aprendem o que o professor se
propõe a ensinar-lhes.”[...]

8. REFERÊNCIAS

FERREIRO, EMILIA,Psicogênese da língua escrita/ Emilia Ferreiro e Ana Teberosky; tradução


Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso.Porto Alegre: Artmed,1999.

FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia.saberes necessários à prática educativa. São Paulo:


Ed. Paz e Terra, 2007.

Revista Aprende Brasil.Alfabetização, Curitiba: Ed.Positivo, nº 8,dez/jan/2006.

Revista Nova Escola.Ed.Especial- Alfabetização,nº22, São Paulo: Fundação Vitor Civita,março/2009.

Revista Nova Escola. Ed. Especial- Educação Infantil, nº9,São Paulo: Fundação Vitor Civita,
abril /2006.

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Revista Nova Escola. Ed. Especial- Educação Infantil, nº15,São Paulo: Fundação Vitor Civita,
agosto /2007.

FONTE: http://coralx.ufsm.br/revce/

http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/as_contribuicoes_de_piaget_e_vygotsky.pdf

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