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Boletim mensal produzido pelo Safra – Ano XXII – nº 284 – Março de 2021 – São Paulo

Neste número

02 Resumo do mês 04 Estratégia de Investimentos


Principais números de fevereiro Apesar da alta volatilidade, visão para
e nossa visão para março investimentos segue com poucos ajustes

03 Economia 05 Alocação por perfil de investidor


Agravamento da pandemia coloca Nossa visão de investimentos para o mês
viés de baixa para crescimento
06 Safra Indicadores
Números da economia e nossas projeções
para 2021 e 2022
Alocação por perfil de investidor
Apresentamos abaixo nossa visão de uma carteira de investimentos para o seu perfil.
Confira, na página 5, uma análise detalhada para cada portfólio.

Renda Fixa Multimercados Fundo Imobiliário Renda Variável

Ultraconservador 73% 27% 0% 0%

Conservador 51% 39% 4% 6%

Moderado 28% 47% 7% 18%

Dinâmico 16% 46% 9% 29%

Principais variações de fevereiro

Ibovespa Poupança IFIX IMA-B


Índice de Fundos Imobiliários Índice de renda fixa indexado ao IPCA

-4,37% 110.035 pts +0,12% +0,25% -1,52%


CDI Dólar (Ptax) IRF-M IHFA
Índice de renda fixa prefixado Índice de Fundos Multimercados

+0,13% +0,99% R$ 5,5302 -1,18% +0,50%


Fonte: B3, Banco Central, Anbima / Compilação Safra

O que você vai encontrar nesta edição


Cenário Econômico
Evolução do PIB para 2021 apresenta cenário incerto, em decorrência do atraso na vacinação e da deterioração
das condições financeiras na economia brasileira. Projeção de crescimento de 4% no ano permanece, mas agora
com viés de baixa. Nos juros, Selic deve avançar para 2,5% ao ano neste mês.

Estratégia de Investimentos

Cenário de volatilidade permanece no mercado brasileiro e internacional. Apesar desse incremento nas
oscilações de mercado, com reflexos em diferentes variáveis, reforçamos que nossa visão para os investimentos
continua substancialmente a mesma.

Alocação por perfil de investidor


As alocações nas principais classes de ativos seguem inalteradas para todos os perfis de investidores em março.
Promovemos, no entanto, rebalanceamentos pontuais dentro das posições de renda fixa e de renda variável.

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Cenário Econômico

Agravamento da pandemia coloca viés


de baixa para crescimento
Cenários político e fiscal preocupam os mercados

No Brasil, o cenário político após as eleições para as O IPCA-15 de fevereiro registrou variação de 0,48%,
presidências da Câmara e do Senado, que elegeram acumulando alta de 4,57% nos últimos 12 meses.
candidatos alinhados com o governo, foi dominado Parte dos riscos altistas que estávamos monitorando,
pela pressão para novos pagamentos de auxílio em particular decorrente da aceleração da inflação
emergencial em um ambiente de grave dos bens industriais e da demanda da China por
deterioração da pandemia e dificuldade de avanço proteínas, materializaram-se. Ademais, tivemos alta
da vacinação. relevante de preço dos combustíveis, que não deve
ser revertida totalmente ao longo do ano. Pressão de
O Congresso ainda analisa uma emenda câmbio e commodities explicam esse movimento.
constitucional que irá eximir o governo das metas Dessa forma, revisamos nossa projeção de inflação
fiscais para permitir a reedição do benefício e para o ano de 3,4% para 3,9%.
estabelecer um regime fiscal extraordinário, que
seria estabelecido futuramente caso fosse Com relação à política monetária, o Copom deve
necessário acionar novo estado de calamidade e se iniciar a normalização da política monetária na
os gastos públicos obrigatórios ultrapassassem próxima reunião, nos dias 16 e 17 de março. Apesar da
determinado patamar, acionando gatilhos que incerteza a respeito de vários fatores importantes
congelariam salários de servidores. É esperado o para a decisão, com destaque para os efeitos da
início do pagamento às famílias ainda em março. pandemia sobre a atividade, alguns fatores
contribuem para um aumento da Selic: os juros reais
Por fim, a decisão de trocar o comando da Petrobras negativos, o aumento de gasto fiscal por conta do
provocou temores de que o governo pudesse se auxílio emergencial sem contrapartidas que
afastar da orientação liberal na política econômica. compensem essa elevação, e a possível aceleração
Ainda assim, não acreditamos em abandono por da economia americana, com implicações para as
parte do governo de sua agenda econômica. A taxas de juros de longo e curto prazo naquele país.
necessidade de mandar um sinal de compromisso
com o lado fiscal deverá sempre permear as Além disso, os eventos políticos recentes também
decisões de política econômica. Entretanto, elevaram a preocupação com a piora estrutural da
reconhecemos que o mercado seguirá sensível a economia, com deterioração das condições
possíveis ações que contradigam essa expectativa, financeiras, taxa de câmbio mais depreciada e
piorando a percepção de risco e levando ao aperto pressão na inflação. Assim, esperamos que o BC
das condições financeiras. eleve a taxa Selic em 50 pontos-base na próxima
reunião, conduzindo a taxa de juros a 2,50% ao ano.
Com relação à atividade econômica, o PIB brasileiro Por fim, o ciclo de aperto monetário deve levar a
contraiu 4,1% em 2020, deixando um carregamento Selic a 4,0% ao ano no terceiro trimestre.
estatístico de 3,6% para 2021. No entanto, a
evolução do PIB esse ano continua cada vez mais O cenário internacional foi bastante influenciado
incerta, em face à demora da vacinação e à pelo avanço dos preços das commodities e pela
deterioração das condições financeiras da expectativa de novos estímulos fiscais nos EUA, que,
economia brasileira. Por ora, mantemos nossa combinados ao avanço da vacinação, levaram o
projeção de 4,0% para o crescimento de 2021, mas mercado a precificar um cenário de reflação global,
reconhecemos o viés de baixa. com as taxas dos títulos públicos americanos mais
longos avançando, apesar da sinalização do Fed de
Nesse cenário, o real perdeu valor ao longo de janeiro, que deverá manter a política monetária afrouxada
levando o Banco Central inclusive a fazer leilões de spot. por um período prolongado. Acreditamos que
Como resultado, a moeda encerrou o mês a R$ 5,53/US$, pressões inflacionárias relevantes nos EUA devem
ante R$ 5,48/US$ no final de janeiro, depreciação de 1%. ocorrer apenas a partir de 2022.
Embora o cenário base ainda considere que o câmbio
encerre o ano a R$ 5,00/US$, a taxa média deve ficar
mais pressionada, com implicações para a precificação
de ativos e para a inflação.

Equipe de Macroeconomia
Escrito em 05.03.2021

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Estratégia de investimentos

Apesar da alta volatilidade, visão para


investimentos segue com poucos ajustes
Oscilações mais bruscas no mercado chamam atenção,
mas não alteram substancialmente as perspectivas

O mês de fevereiro não trouxe um alívio na uma volatilidade acima dos níveis históricos ao
volatilidade dos últimos meses. Notícias positivas e longo do mês.
negativas, tanto local quanto internacionalmente,
alimentaram oscilações mais bruscas dos mercados E mais uma vez a Petrobras esteve no centro das
ao longo de todo o mês. atenções. Uma troca de comando não prevista na
companhia acrescentou incertezas sobre a sua
A pandemia ainda detém grande parte das atenções condução da política de preços nos combustíveis,
no Brasil e no mundo. O acompanhamento das assunto que já parecia ter sido pacificado há meses.
curvas de contaminados e de óbitos divide as
manchetes com os números de vacinados. Enquanto no front interno o noticiário foi
conturbado, o ambiente externo também
Ao redor do mundo, esforços dos países em busca monitorava números da pandemia e efeitos
das aprovações e produção dos imunizantes para econômicos. Destaque para discussões sobre o
acelerar as vacinações em massa ditam a tônica dos pacote de emergência no Estados Unidos e temores
governos, na tentativa de conter os avanços da quanto a um processo de reflação. Sobre este último
pandemia e seus impactos sociais e econômicos. tema, variações nos títulos de dívida americana de 10
e 30 anos foram sentidos com mais intensidade.
No caso brasileiro em particular, o aumento do
número de casos e as preocupações com as novas Contudo, tantos movimentos em diversas variáveis
variantes, em especial a P1, apontam para a não alteraram substancialmente nossa visão para os
necessidade de mais medidas restritivas e interferem investimentos. A distribuição entre as classes de
nas expectativas de recuperação da economia. ativos permanece inalterada.

As revisões das projeções dos principais indicadores Assim, promovemos pequenas realocações dentro das
econômicos se tornaram praticamente constantes classes de ativos, com rebalanceamento entre as
ao longo das últimas semanas. Quanto mais tempo alternativas em juros reais e ativos atrelados à inflação.
as atividades não essenciais seguirem fechadas,
mais se fazem necessárias as discussões sobre o Para os ativos de maior risco, um acréscimo na
auxílio emergencial e suas diretas implicações no alocação em renda variável internacional nos parece
lado fiscal dos governos. mais adequado em detrimento a uma ligeira
redução nas recomendações de ações locais.
Essas alterações nas percepções dos analistas ao
longo de fevereiro levaram a oscilações em todos os
mercados. As curvas de juros refletiram as
preocupações fiscais com elevação nas taxas de
juros futuros ao longo de toda a curva.

Como os números recentes de inflação vieram


pressionados, e com as contas públicas no radar,
Para março,
também antecipamos as expectativas de aumento
da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central.
rebalanceamos
Também foram sentidos reflexos no câmbio e na posições na renda fixa
e na renda variável
Bolsa. O real se desvalorizou frente ao dólar,
chegando a atingir em fevereiro a cotação de R$
5,59/USD, enquanto o Ibovespa cedeu para os 110 mil
pontos, com queda de 4,37%. Importante frisar que
esses patamares foram alcançados por meio de

Jorge Sá | Estrategista de Investimentos


Escrito em 05.03.2021

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Alocação por perfil de investidor

A avaliação do perfil de investidor nos ajuda a entender três aspectos fundamentais para a tomada de decisões.
São eles: 1) Capacidade para investir, considerando o equilíbrio entre renda, despesa, poupança e reservas atuais.
2) Tolerância às oscilações nos valores dos investimentos. 3) Conhecimento e experiência com investimentos.
A combinação ponderada desses aspectos classifica o investidor em um dos quatro perfis abaixo.

Perfil de Investidor Comentário do mês

Ultraconservador
27% Investidores ultraconservadores demonstram baixíssima tolerância às possíveis
oscilações nos seus investimentos. Mesmo assim, entendemos que existe espaço
para diversificação por meio de Fundos Multimercado e Fundos Imobiliários. Além
disso, aplicações com prazos mais longos têm potencial de gerar retorno adicional
para os investimentos, porém com riscos controlados.

Renda Fixa 73% Multimercados 27% Renda Variável 0% Fundo Imobiliário 0%


73% Pós-Fixado 55% Macro 21% Local 0%
Prefixado 4% Long & Short 6% Internacional 0%
Inflação 14%

4% 6% Conservador
Investidores conservadores demonstram baixa aceitação às oscilações nas suas
carteiras. No entanto, não quer dizer que não aceitem oscilações. Neste
sentido, entendemos que existe espaço para a diversificação para além dos
Fundos Multimercado e dos Fundos Imobiliários, adicionando investimentos
51% em Renda Variável.

39% Renda Fixa 51% Multimercados 39% Renda Variável 6% Fundo Imobiliário 4%
Pós-Fixado 33% Macro 33% Local 5%
Prefixado 4% Long & Short 6% Internacional 1%
Inflação 14%

7% Moderado
Investidores moderados aceitam oscilações em seus portfólios em prol do maior
18% potencial de retorno. Fundos Multimercado e Renda Variável dominam a alocação e
potencializam o retorno esperado, sempre com controle de riscos. Pensamento de
longo prazo é muito importante para este investidor.
47%
Renda Fixa 28% Multimercados 47% Renda Variável 18% Fundo Imobiliário 7%
Pós-Fixado 10% Macro 41% Local 12,5%

28% Prefixado 4% Long & Short 6% Internacional 5,5%


Inflação 14%

9% Dinâmico
Investidores dinâmicos aceitam oscilações significativas em seus investimentos em
16% prol do maior potencial de retorno. Fundos Multimercado e Renda Variável dominam
a alocação e potencializam o retorno esperado, sempre com controle de riscos.
46% Pensamento de longo prazo é muito importante para este investidor.

Renda Fixa 16% Multimercados 46% Renda Variável 29% Fundo Imobiliário 9%
Pós-Fixado 2% Macro 40% Local 20%
29% Prefixado 2% Long & Short 6% Internacional 9%
Inflação 12%

Renda Fixa Multimercados Fundos Imobiliários Renda Variável

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Safra Indicadores

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 * 2022*
Variação Real do PIB 3,0% 0,5% -3,5% -3,3% 1,3% 1,8% 1,4% -4,1% 4,0% 2,5%
Tx. de Desemprego Nacional (média no ano) 7,1% 6,8% 8,5% 8,5% 12,7% 12,3% 11,9% 13,5% 12,8% 12,2%

Balança Comercial 0,4 -6,6 17,7 17,7 64,0 53,0 40,5 44,8 57,9 36,1
Exportações (US$ bilhões) 241,6 224,1 190,1 190,1 218,1 239,5 225,8 211,8 234,9 249,0
Importações (US$ bilhões) 241,2 230,7 172,4 172,4 154,1 186,5 185,3 167,0 177,0 212,9

Taxa de Câmbio (R$/US$) Final de período 2,34 2,66 3,90 3,90 3,31 3,87 4,03 5,20 5,00 4,50

IPCA 5,9% 6,4% 10,7% 10,7% 2,9% 3,7% 4,3% 4,5% 3,9% 3,5%
IGP-M 5,5% 3,7% 10,5% 10,5% -0,5% 7,5% 7,3% 23,1% 9,7% 4,2%
Taxa Selic - Meta (final de período) 10,00% 11,75% 14,25% 14,25% 7,00% 6,50% 4,50% 2,00% 4,00% 5,00%
EUA - Taxa Básica de Juros (Fed funds)** 0,25% 0,25% 0,375% 0,375% 1,375% 2,375% 1,625% 0,125% 0,125% 0,125%

*Informações em vinho indicam projeções do Banco Safra

**A partir de 2015, média do intervalo do objetivo do Fed funds.

Fonte: Banco Safra

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