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Prospecção Sísmica -

Reflexão
SÍSMICA DE REFLEXÃO
• Registra os tempos de trânsito de ondas elásticas
refletidas em interfaces que apresentam variação de
impedância.

• Precisa de contrastes de velocidade e de densidade;

• ρ1V1 ≠ ρ2V2;
Seção sísmica de reflexão
Eventos de reflexão

A energia refletida é reconhecida na seção pelo seu


caráter hiperbólico.

Quando o registro é feito usando tiro de extremidade, vê-


se apenas metade da hipérbole.
Eventos de reflexão

Em um arranjo repartido o ponto de tiro é posicionado no


centro do arranjo.

A curvatura hiperbólica fica mais evidente;

Fornece informações a respeito do mergulho dos


refletores.
Velocidade Média
• Velocidade uniforme dentro de uma unidade geológica
homogênea ou a velocidade media de um intervalo em
profundidade contendo mais de uma unidade.
Velocidade Media Quadrática (VRMS)
• Para um meio real, com varias camadas de diferentes
velocidades, a velocidade de onda sísmica não
corresponde mais a Vm e passa a se aproximar da
chamada velocidade media quadrática, que é definida
pela equação:
Velocidade Intervalar (VINT)
• É definida como a velocidade de uma camada
homogênea e isotrópica do pacote sedimentar,
sendo considerada constante.
• Valores de VRMS para profundidades de
diferentes refletores podem então ser utilizados
para calcular as velocidades intervalares
usando a formula de Dix.
Velocidade de sobretempo e
Sobretempo Normal (normal moveout)
• O sobretempo é definido como a diferença entre os
tempos de percurso t1 e t2 das chegadas dos raios
refletidos, registrados em duas distancias de
afastamento x1 e x2.

• O sobretempo normal (NMO) para uma distancia de


afastamento x, é a diferença do tempo de percurso ΔT
entre as chegadas refletidas para x e para o
afastamento zero.
Geometria dos Tiros - NMO
• Para a obtenção das velocidades de migração e
empilhamento é necessário que se faça a correção do
NMO. Com esta correção a curva que correspondia a
uma hipérbole é horizontalizado, permitindo que o dado
seja migrado ou empilhado.
Refletores com Mergulho
• O valor do mergulho
é considerado na
equação de tempo –
distancia como uma
incógnita adicional.

• A equação ainda tem


a forma de uma
hipérbole, como a do
refletor horizontal.
Múltiplas

Reflexões primárias: os raios retornam à superfície


após refletir em uma única interface.

Reflexões múltiplas: os raios refletem em mais de uma


superfície antes de retornar à superfície.
Esquemas de aquisição no campo

Dados de sísmica de reflexão são registrados usando


dois tipos principais de esquemas:

• Common Mid Point (CMP)  multi-canal;

• Common Offset Method (COM)  um só canal.


CMP

• A maior parte dos dados sísmicos é registrada usando o


método CMP.
• O princípio do método CMP, idealizado por Mayne
(1962) com o nome de common depth point – CDP, está
no registro de diversas reflexões originadas num mesmo
ponto em subsuperfície, obtidas através de diferentes
offsets.
• O termo original CDP é válido, no entanto, somente em
casos de refletores planos que não apresentem
nenhuma variação lateral de velocidade. Para refletores
inclinados os pontos "comuns" de reflexão situam-se, na
realidade, ao longo de uma faixa da interface, daí a
razão de atualmente se preferir a denominação CMP
Famílias de traços com tiro comum (shot gathers)

• Coleção de traços associados com um único ponto de


tiro.

• Registro de campo bruto e não-“sorteado”.


Famílias de traços com ponto médio comum

CMP gather: Coleção de traços associados com um


único ponto médio na superfície.

• Obtido pela seleção dos traços de tiro comum durante


o processamento (sorting).
Cobertura (fold)

• O número de amostragens do mesmo ponto (ou região para ser


mais preciso) sobre o refletor é conhecido como cobertura (fold of
coverage) ou multiplicidade.
• A cobertura de um perfil de reflexão pode ser calculada pela
expressão (N/2n)100, onde
• N é o número de geofones do arranjo e n o número de intervalos de
geofones utilizado para o deslocamento da fonte.
Cobertura (fold)
A cobertura diz respeito ao grau de multiplicidade dos
dados coletados.

• Para um espaçamento de geofones igual ao


deslocamento do ponto de tiro a cobertura é
n
F= onde n é o número de traços do CMP
2
• Por exemplo, um arranjo com 24 geofones resulta
numa cobertura igual a 12 (ou 1200%) nos pontos
médios de reflexão.
Correções aplicadas aos traços sísmicos

• Dois tipos de correção devem ser aplicados aos


tempos de reflexão para os traços sísmicos
fornecem uma representação verdadeira das
estruturas geológicas:

– Correções estáticas
– Correções dinâmicas
Correção Estática
• Correção estática por elevação
– Corrige o erro provocado por elevações da superfície
nas posições de tiro e geofone, acima de um datum
de altitude padrão (geralmente o nível do mar)

• Correção estática de intemperismo


– Corrige os efeitos causados pela amada superficial
heterogênea, de uns poucos metros a varias dezenas
de metros de espessura, da velocidade sísmica
anomalamente baixa
Correção Dinâmica
• É aplicada aos tempos de reflexão para remover
o efeito do sobretempo normal (NMO).
• A correção é numericamente igual ao NMO e,
como tal, é uma função do afastamento, da
velocidade e a profundidade do refletor.
Empilhamento CMP

Traços em uma família CMP são empilhados


(somados) com o objetivo de melhorar a razão
sinal/ruído.

• Aplica-se a correção de NMO aos traços do CMP;


• Somam-se os traços corrigidos do CMP.
Empilhamento CMP
Empilhamento é a soma aritmética das amplitudes dos
traços.
• A energia que está em fase é adicionada
construtivamente;
• A energia fora de fase é adicionada destrutivamente.
Empilhamento de traços

A melhoria teórica na relação sinal/ruído é


proporcional a onde “n” é o número de traços do
CMP.

• O empilhamento de dados com cobertura igual a 12


resulta em um aumento da relação sinal/ruído de 3,5
vezes;

• Somam-se os traços corrigidos do CMP.

• A velocidade de empilhamento é definida como


aquele valor de velocidade que produz, no
empilhamento de traços, a máxima amplitude dos
eventos de reflexão
Exemplo de uma seção sísmica empilhada
Filtragem de Dados Sísmicos

• O objetivo é aumentar a SNR e melhorar a resolução


vertical dos traços sísmicos individuais.

• Os dois tipos principais de manipulação de forma de


onda são a filtragem de freqüência e a filtragem inversa
(deconvolução):

– A filtragem de freqüência pode melhorar a SNR mas,


potencialmente, prejudica a resolução vertical.
– A deconvolução melhora a resolução, mas a custas do um
decréscimo da SNR.
Filtragem de Freqüência
• Os filtros de freqüência distinguem componentes de
freqüência selecionados de uma forma de onda de
entrada.

• Os filtros de freqüência são utilizados quando os


componentes de sinal e ruído de uma forma de onda
tem diferentes características de freqüência e podem,
portanto, ser separadas com base nisso.

• A escolha de filtros é feita para produzir a melhor


apresentação visual
Filtragem Inversa (deconvolução)

• Filtragens inversas disseminam o ruído e melhoram o


caráter do sinal.
• Existe uma variedade de filtros inversos para
processamento de dados de reflexão: para remover
ressonância associada a reflexões múltiplas por lamina
de água, camadas intemperizadas, etc.
• A deconvolução é o processo analítico de remoção do
efeito de algumas operações previas de filtragem.
• Pode ser realizada antes do empilhamento ou sobre os
traços de empilhamento.
• Assumindo que a forma do pulso permanece inalterada
enquanto este se propaga através do meio estratificado,
o traço sísmico resultante pode ser visto como a
convolução do pulso de entrada com uma serie temporal
conhecida como função refletividade, composta de uma
serie de impulsos.
Efeito de filtragem de
uma seção sísmica

A figura superior
mostra uma seção
empilhada e a figura
inferior mostra a
mesma seção após
rejeição de ruído por
filtragem
Migração de dados de reflexão

• É o processo de reconstrução de uma seção sísmica de


modo que os eventos de reflexão sejam reposicionados
sob suas corretas localizações em superfície e nos
tempos corretos.
• A migração também melhora a resolução das seções
sísmicas para focalizar a dispersão de energia.
• Na migração em tempo, as seções sísmicas migradas
ainda tem o tempo como dimensão vertical.
• Na migração em profundidade, os tempos de reflexão
são migrados para profundidades usando-se
informações de velocidade adequadas.
Na figura superior
mostra uma seção
sísmica não migrada

Na figura inferior a figura


mostra a mesma seção
sísmica após migração
pela equação de onda
Sísmica 3D

Trajetórias de raios refletidos definindo um ponto comum em


profundidade, a partir de uma distribui;’ao em área de pontos de
tiro e detectores num levantamento tridimensional.
Aplicações
• Prospecção de hidrocarbonetos, em terra firme
ou no mar.
• O método é usado em todos os estágios de um
programa de exploração de hidrocarbonetos, do
estagio inicial de reconhecimento, passando
pelo mapeamento detalhado de alvos
estruturais específicos, e seguindo para o
estagio de desenvolvimento do campo, quando
a geometria global do reservatório exija futuros
detalhamentos.
Interpretação

• A interpretação sísmica corresponde a tarefa de


inferir as estruturas geológicas de subsuperficie
a partir dos dados de reflexão sísmica, sendo a
ultima etapa do método sísmico.

• Uma seção em profundidade é de interesse por


mostrar pontos importantes tais como topo de
camadas, falhas, etc, podendo dar como
resultado mapas estruturais ou modelos
geológicos.
Seção sísmica de um campo petrolífero Brent,
Mar do Norte e sua interpretação
Uma seção de reflexão crustal não migrada ao longo de uma
linha ao norte da Escócia, Reino Unido, e uma linha migrada
traçando os eventos principais eventos de reflexão.

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