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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais


Disciplina: Reologia e Reometria
Prof. Cezar Negrão

CAPÍTULO 4

VISCOELASTICIDADE LINEAR

1
Curso de Reologia e Reometria, PPGEM, UTFPR – Prof. Cezar Negrão
INTRODUÇÃO
 Quando materiais como seda, borracha natural, piche
são submetidos a uma solicitação de carregamento por
cisalhamento ou extensão, observa-se uma
deformação instantânea seguida de uma deformação
contínua.
 Quando a solicitação é γ
removida, parte da τ
deformação é recuperada
instantaneamente, parte se
recupera com o tempo e, em
alguns materiais, há uma tempo
deformação permanente.
 Esta resposta dependente do tempo é chamada de
viscoelasticidade e é típica de materiais poliméricos.
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INTRODUÇÃO
 Uma forma de avaliar este fenômeno é por relaxação da
tensão.

 Quando um material é submetido a um degrau de


deformação, a tensão de:
 um líquido puramente viscoso relaxa imediatamente e;
 um sólido elástico não relaxa;
 um material viscoelástico relaxa de maneira
exponencial.

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INTRODUÇÃO

Sem relaxação

Materiais sujeitos a uma


Deformação constante.
Relaxação exponencial

Relaxação
instantânea

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INTRODUÇÃO
 Esta relaxação da tensão pode ser convertida em
módulo de relaxação:
τ (t , γ )
G (t , γ ) =
γ
 Os resultados, para pequenas deformações,
tipicamente γ < γ c  0.5 para líquidos poliméricos, caem
sobre a mesma curva, ou seja, G independe de γ :
τ (t )
=G (t ) para γ < γc
γ

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INTRODUÇÃO
 Para pequenos tempos, o módulo de relaxação se
aproxima de um valor constante (Módulo Ge).
 Esta dependência linear da relaxação da tensão em
relação à deformação é conhecida como
viscoelasticidade linear.
 Note que para tensões maiores, γ > γ c o módulo de
relaxação não é mais independente da deformação.

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INTRODUÇÃO
 Quando o módulo de relaxação depende da
deformação, o comportamento do material é conhecido
como viscoelástico não-linear:

τ (t , γ )
=G (t , γ ) para γ >1
γ

 Pode-se entender também como viscoelasticidade


linear a região na qual a deformação varia linearmente
com a tensão.
 Como as deformações são relativamente pequenas, a
imposição de deformações em uma direção só requer
tensões naquela direção. As tensões normais devido
ao cisalhamento, por exemplo, não serão importantes.
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INTRODUÇÃO
 Pode-se então definir um módulo de relaxação
extensional a partir de tensões normais extensionais:

T11 (t ) − T22 (t )
E (t ) =
ε

 Para pequenas deformações, este módulo será


simplesmente três vezes o módulo de relaxação por
cisalhamento:
E (t ) = 3G (t )
 Assim, observa-se que os modelos para cisalhamento
simples poderão ser aplicados a outros tipos de
deformação.

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear

 Para pequenas variações na tensão, pode-se sugerir


que as variações de tensão são devidas a variações
do módulo de relaxação tal que:

dτ = γ dG

 Pode-se então definir uma função memória, como uma


derivada temporal de G:
dG (t )
M (t ) = −
dt
 Uma vez que o módulo de relaxação G(t) diminui com
o tempo, a sua derivada será negativa. O sinal
negativo faz de M(t) uma função positiva.

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Com M(t) pode-se escrever:
dτ = − M γ dt
 Segundo Maxwell: “O estado de um sólido não depende
somente as forças impostas naquele momento, más
também de todas as deformações por ele sofridas
durante a sua existência”.
 Se o módulo de relaxação, e portanto, a função memória
depende somente do tempo, a tensão pode ser calculada
através do efeito da soma das deformações:
τ t

∫ dτ =
τ= − ∫ M (t − t´)γ (t´)dt´
0 −∞

 onde t´ é uma variável de tempo do passado que varia de


menos infinito até o tempo presente, t.
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear

0 ∞

∫ M ( s)γ (t − s)ds =
τ (t ) =

− ∫ M ( s )γ (t − s )ds
0


dτ = Gd γ =dτ G= dt Gγdt
dt
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Integrando esta expressão:
t
=τ ∫ G(t − t´)γ(t´)dt´
−∞

 ou em termos de s,

τ (t )
= ∫ G(s)γ(t − s)ds
0

 A tensão então é uma integral, ao longo do tempo


passado, do módulo de relaxação multiplicado pela
taxa de deformação.
 Esta é a forma mais frequentemente usada pois G(t)
pode ser medida diretamente.

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Que forma deverá ter o módulo de relaxação?
A figura ao lado sugere um
decaimento exponencial:

G (t ) = G0e − t / λ

onde λ é o tempo de relaxação. Substituindo na tensão


t

∫ 0
− ( t −t ´)/ λ
τ (t ) = G e γ (t´)dt´
−∞

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 A figura abaixo sugere que o modelo é
qualitativamente razoável, mas não se ajusta aos
dados.

λ=0,1s
G0 = 105 Pa

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Uma modificação lógica neste modelo é a inclusão de
vários tempos de relaxação:
N
G (t ) = ∑ Gk e − t / λk
k =1

 Quando substituído na equação da tensão, resulta no


modelo geral de viscoelasticidade linear:
t N

∫∑ k
− ( t −t ´) / λk
τ (t ) = G e γ (t´)dt´
−∞ k =1

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Os resultados desta equação são mostrados na Figura
abaixo.
 Os λks são fixados (um
para cada década) e os
Gks são obtidos por um
método de ajuste.

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1000000

100000

10000
G (t)

1000

100

10

1
0.001 0.01 0.1 1 10 100
t (s)

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Um teste útil para a função G(t) determinada por
procedimentos de ajustes é a seguinte relação:
∞ ∞

η0 ∫=
= ∫ G(t )dt
0
γ 0

100000

Isto sugere que para


líquidos a área sob a
10000
curva de relaxação é
eta 0

igual à viscosidade à
1000
taxa de cisalhamento
nula.
100
0.001 0.01 0.1 1 10 100 1000
t (t)

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Teorias moleculares de polímeros, como o modelo de
Rouse, sugere uma série infinita para o módulo de
relaxação: λk λ0
= Gk G= ; λ
0
∑ k
λ k
k 2

 Somente duas constantes devem ser ajustadas, λ0 e


G0, aos dados para definir G(s).

 Este modelo, entretanto, não se ajusta a polímeros


fundidos de alto peso molecular ou soluções
concentradas.
 O modelo é útil para soluções poliméricas diluídas e
sistemas de baixo peso molecular.
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Sólido Viscoelástico
A tensão não relaxa a zero e tende a um valor de
equilíbrio, τe.
Isto pode ser resolvido adicionando uma constante aos
modelos já discutidos:

N 
t
τ (t ) ∫  ∑ Gk e − (t −t´) / λk + Ge γ (t´)dt´
−∞  k =1 

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
 Espectro de Relaxação
Uma outra aproximação para viscoelasticidade linear é
o espectro de relaxação H(λ).
Usando uma função contínua do tempo de relaxação
ao invés de um conjunto discreto de valores:

H (λ )

G ( s ) = ∫ G0 e− s / λ d λ
0
λ

 Há um variedade de formas para H(λ).

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Viscoelasticidade em Três dimensões
t
=τ ∫ G(t − t´)2D(t´)dt´
−∞
O tensor taxa de deformação para escoamento de
cisalhamento simples possui apenas duas componentes:

2=
Dij 2= D21 γ
D12 2=

Portanto, este modelo viscoelástico linear não prediz


tensões normais em escoamentos de regime
permanente.

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Exemplo 4.1 – Considere a situação na qual um fluido
está em repouso e é subitamente submetido a um
escoamento cisalhante simples quando t>0. A taxa é
constante, γ0 para t>0. Usando o modelo viscoelástico
linear:

(a) Determine η , a viscosidade dependente do tempo.


+

(b) Mostre que a viscosidade de regime permanente η0 é


independente da taxa de cisalhamento.

(c) Mostre que o módulo de relaxação pode ser calculado


da viscosidade de inicialização por G (t ) = dη + / dt .
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Solução:
Para t ≤ 0 τ 12 =
0 t t

Para t > 0 τ 12= γ0 ∫ G (t − t´)dt=´ γ0 ∫ G ( s )ds


0 0

τ ( t )
t t

(a) η + (t ) = 12 = ∫ G (t − t´)dt´= ∫ G ( s )ds


γ0 0 0

τ ( t )
t N N
( )
η=
+
(t ) =
=
12
γ0 ∫ ∑ Gk e − s
=/ λ
ds ∑ G λ
k k
k
1 − e −t / λ k

0 k 1= k 1

(b) ∞
η0 limη= ∫ G(t − t´)dt´
+
= (t )
t →∞
0

N N
η0= limη (t=
k k ) +
∑G λ (1 − e − t / λk
)
= ∑G λk k
t →∞
= k 1= k 1
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Uma vez que Gk e λk são constantes então η0 também
é uma constante.

(c) Da equação de η
+

t
η + (t ) = ∫ G ( s )ds
0

tem-se:
dη + ( s )
G (s) =
ds

dη + d  N ( − s / λk 
) −1 − s / λk
ds
= ∑ k k
ds  k =1
G λ 1 − e =

G λ
k k
λ
( − e =
) Gk e − s / λk

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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Formas diferenciais t

∫−∞ 0
− ( t −t ´)/ λ
A derivação da equação τ ( t ) = G e γ (t´)dt´ em
relação ao tempo resulta em:
Fórmula de Leibniz:

t
G0 − ( t −t´)/λ
=−∫ e γ (t´)dt´ + G0γ (t )  h (t ) 
´

dt −∞
λ = F´ = ∫ f (t´, t )dt´ 
 g (t ) 
 
∂f (t´, t )
h (t )
ou ainda: ∫g (t ) ∂t dt´ + f [h(t ), t ]h´(t ) − f [g(t ), t ]g´(t )

t
λ − ∫ G0e − (t −t´) / λ γ (t´)dt + G0λγ (t )
=
dt −∞

substituindo τ(t)
dτ dτ
λ =−τ + G0λγ (t ) τ + λ = G0λγ (t=
) ηγ (t )
dt dt 26
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Este é o modelo de Maxwell:

τ + λ = G0λγ (t=
) ηγ (t )
dt
onde η = G0λ
Este modelo consiste de uma combinação de uma mola
e um amortecedor em série e caracteriza um líquido
viscoelástico.
η
Portanto, a tensão aplicada sobre o sistema mola-
amortecedor será:
τ= τ=e τv
Enquanto a deformação será:
γ= γ e + γ v
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
A derivada da deformação em relação ao tempo produz:
γ=
 γe + γv
Modelo da viscosidade de Newton
τ = ηγv γv = τ /η
Modelo de Hooke

τ = G0γ e γe = τ / G0

Substituindo na taxa de deformação:


=γ τ / G0 + τ /η

Assim, dτ
η τ +λ ηγ
=
τ+ τ =
ηγ
G0 dt
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Modelo de Kelvin-Voigt
O Modelo de Kelvin-Voigt combina uma mola e
um amortecedor em paralelo.

Neste caso, a deformação no


amortecedor e na mola é a mesma:
γ=
 γ=
e γv
Enquanto a tensão no sistema é a soma das
duas tensões:
τ= τ e + τ v
Substituindo os modelos de Newton e de Hooke:

τ G0γ + ηγ
=
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Modelo de Burger
Este modelo combina molas e amortecedores
em série e paralelo.

Neste caso, a deformação total será:


γ= γ 0 + γ 1 γ=
 γ0 + γ1

Modelos de Maxwell e Kelvin-Voigt:


1 dτ  1
γ0
= τ + λ0  = γ1
 (τ − G1γ 1 )
η0  dt  η1
Substituindo na equação da deformação:
1 1
γ=
 (τ + λ0τ ) + (τ − G1γ 1 )

η0 η1
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Modelo Geral de Viscoelasticidade Linear
Derivando a expressão em relação ao tempo:
1 1
γ=
 (τ + λ0τ ) + (τ − G1γ1 )
 
η0 η1
Resolvendo para γ1
η1 η1 τ
γ= (τ + λ0τ) − γ +
1
η0G1 G1 G1
Substituindo novamente na taxa de deformação:
1 η1 η1 τ
γ = (τ + λ0τ ) + (τ + λ0τ) − γ +
η0 η0G1 G1 G1
Rearranjando,
 η 
η0 (γ + λ1γ)
τ +  λ1 + λ0 + 0 τ + λ1λ0τ =
 G 1 
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Um número de experimentos de pequenas deformações são
usados em reologia para avaliar propriedades reológicas.

 As técnicas mais comuns são os de relaxação da tensão


(degrau de deformação), fluência (degrau de tensão) e
oscilatório (oscilações senoidais).

 Em testes de pequenas deformações, os experimentos


devem estar relacionados entre si pelo módulo de relaxação.

 Diferentes técnicas são usadas, pois cada teste pode ser


mais conveniente para cada material em particular.

 Entretanto, não é fácil converter os resultados de um teste de


viscoelasticidade linear em outro.
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FUNÇÕES MATERIAIS
Teste de relaxação de tensão
 O teste de relaxação de tensão consiste em aplicar uma
deformação constante no material e observar a
relaxação da tensão. Isto define o módulo de relaxação:

τ (t )
G (t ) =
γ0

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FUNÇÕES MATERIAIS
Note que a borracha vulcanizada mostra uma pequena
relaxação, seguida de um modulo relaxação constante.
Suspensões concentradas mostram resposta qualitativamente
similares, mas somente a deformações muito baixas.
Líquidos poliméricos com alto peso molecular mostram um
comportamento similar ao da borracha em tempos pequenos
com um platô G0.
Soluções diluídas e
suspensões mostram uma
relaxação completa em
pouco tempo.

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FUNÇÕES MATERIAIS
Experimentalmente é impossível aumentar
instantaneamente a deformação para γ0.
Um certo tempo para estabilização é necessário.
Portanto, é difícil medir a resposta em tensão para tempos
baixos (abaixo de 0,1s) por meio de métodos de relaxação
de tensões.
Além disso, é muito difícil medir a queda de tensão além
de três décadas.
Outros métodos são então necessários
para baixos tempos e longo períodos
de relaxação.

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FUNÇÕES MATERIAIS
Teste de fluência
 Testes de fluência são úteis para longos períodos de
relaxação.
 Em um teste de fluência, a tensão é aumentada
instantaneamente de zero para τ0 e a deformação é então
medida ao longo do tempo.
 Borracha mostra uma
fluência de pouco tempo.
 Polímeros líquidos
deformam continuamente
eventualmente atingindo
regime permanente
a uma taxa γ∞ .
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FUNÇÕES MATERIAIS
Os dados muitas vezes são expressos
em termos de “Complience”
(Compliança):
γ (t )
J (t ) =
τ0
 J tem unidade recíproca ao módulo
de relaxação, mas geralmente não
é igual a 1/G.
 Entretanto, na região de viscoelasticidade linear, J(t) é
independente de τ0.
 Como indicado na figura, J e (Compliança de fluência
0

de regime permanente) é definido pela extrapolação da


inclinação da curva de J em regime permanente em t=0.
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FUNÇÕES MATERIAIS
A inclinação é o inverso da viscosidade a baixas taxas, η0.
Portanto, a compliança em regime permanente será:
γ 0 tγ∞ t
J (t=
) + J (t=
) J e0 +
τ0 τ0 η0

 Da figura ao lado, nota-se que


conforme aumenta o peso molecular
(concentração) a fluência diminui,
ou seja, J diminui e a viscosidade η0
aumenta. Quando não há escoamento (borracha) a
viscosidade tende ao infinito.
Para o modelo de Maxwell dτ
τ +λ ηγ
=
dt 38
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FUNÇÕES MATERIAIS
Considerando o Modelo de Maxwell para o ensaio de
fluência, admitindo propriedades constantes e integrando ao
longo do tempo:
dτ 
t t

∫0 τ 0 + λ dt´  dt´=
∫0 ηγdt´
τ 0t + λ [τ (t ) − τ (0)] = η [γ (t ) − γ (0)]

τ 0t + λτ 0 =
ηγ (t )

γ (t ) λτ 0 /η + (τ 0 /η ) t
= γ (t ) τ 0 / G0 + (τ 0 / η ) t
=

Substituindo na compliança:
(t ) 1/ G0 + t /η
J= (t ) 1/ G0 + t /(λG0 )
J=
39
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FUNÇÕES MATERIAIS

 A figura abaixo mostra a evolução da deformação em


função do tempo para o teste de fluência para um material
que se comporta de acordo com o modelo de Maxwell.

Como pode-se obter


G0 e λ a partir dos
resultados de
fluência ?

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FUNÇÕES MATERIAIS

 Considerando o modelo de Kelvin-Voigt para o teste de


fluência, admitindo propriedades constantes e integrando,
τ0 (
τ G0γ + ηγ
= τ 0 G0γ + ηγ
= γ (t )
= 1 − e−t / λ )
G0
Substituindo na
compliança:

γ (t )
J (t ) =
τ0
1 (
=
J (t ) 1 − e−t / λ )
G0

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FUNÇÕES MATERIAIS

 A solução do modelo de Burger para o teste de fluência


é a superposição das soluções dos modelos de Maxwell e
de Kelvin-Voigt:

γ (t ) γ M (t ) + γ KV (t )
=

γ M (t ) γ KV (t )
τ0 τ0 τ0 (
γ (t ) = t+ + 1 − e−t / λ ) 1

η0 G0 G1
Substituindo na compliança:
1(
1 − e − t / λ1 )
1
1
J (t ) = t+ +
η0 G0 G1
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FUNÇÕES MATERIAIS
τ0 τ0 ( τ0 − t /λ
)
 Deformação para o modelo de Burger: γ ( t ) = + t + 1 − e 1

G0 η0 G1
1a. A deformação instantânea
é da mola do modelo de Maxwell γ = τ 0 / G0.
2a. Aumento gradual da deformação
relacionado à parte do
modelo de Kelvin-Voigt,
no qual para t tendendo
ao infinito esta parcela
tende ao equilíbrioγ = τ 0 / G1 .
3a. Resposta puramente
viscosa relacionada ao
modelo de Maxwell.
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FUNÇÕES MATERIAIS

3a. Esta parcela é alcançada quando o modelo de Kelvin-


Voigt alcançou o seu equilíbrio. A inclinação da curva é uma
constante e igual à taxa de cisalhamento γ = τ 0 / η0 .
Extrapolando a curva em relação à origem:= γ s (0) τ 0 / G0 + τ 0 / G1,
tem-se a deformação de regime
permanente. Esta é a
τ0 τ0 τ0 ( −t / λ
)
deformação introduzida γ (t ) = + t + 1 − e 1

G0 η0 G1
por duas molas com
módulos G0 e G1.
A compliança Je0
será: 1 1
J=
e
0
+
G0 G1
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Quando a tensão τ0 é removida, o modelo se recupera.


1b. No instante t=t1, a deformação se reduz
instantaneamente pela resposta da mola γ 0 = τ / G0 .
3b. O termo τ 0t1 / η0 é igual à deformação permanente e não
recuperável da deformação
e representa o termo
τ0 τ 0 ( − (t −t ) / λ )
viscoso do modelo de γ=(t ) t + e 1 1

η0 1
G1
Maxwell.
2b. O outro termo decai
exponencialmente
quando t tende ao
infinito.
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FUNÇÕES MATERIAIS

8ª Lista
 Encontre a equação constitutiva para o modelo de
Jeffrey unidimensional e analise os resultados para um
teste de fluência.
τ

τ0

t1 tempo

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FUNÇÕES MATERIAIS

Para o caso mais geral:


t ∞

∫ G(t − t´)γ(t´)dt´ =
τ0 =
−∞
∫ G(s)γ(t − s)ds 0

Não é simples calcular a fluência


porém, é interessante analisar alguns
casos limites.

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FUNÇÕES MATERIAIS

A taxa de deformação é dada por:


∂γ
γ =
∂t
e portanto, a deformação pode ser calculada por:
t
γ = ∫ γ (t´)dt´
0

Quando o tempo tende a infinito, a deformação será:

lim γ= γ 0 + γ∞t
t →∞

Portanto,
∞ ∞
lim γ =∫ γ (t´)dt´ =γ 0 + γ∞t =γ 0 + ∫ γ∞ dt´
t →∞
0 0

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FUNÇÕES MATERIAIS

Resolvendo para γ0:


∞ ∞ ∞
γ 0= ∫ γ(t´)dt´ − ∫ γ dt´= ∫ [γ(t´) − γ ] dt´
0 0

0

Para o teste de fluência:


t t

∫ G(t − t´)γ(t´)dt´ =
τ0 =
−∞
∫ G(s)γ(t − s)ds 0

Para períodos longos, com taxa de cisalhamento constante:


∞ ∞
τ 0 =∫ G (t − t´)γ∞ dt´ =∫ G (s)γ∞ ds
−∞ 0

Igualando as duas expressões:


∞ t
t ∞
 t
γ∞ ∫=
G (s)ds ∫ G(s)γ(t − s)ds γ∞  ∫ G (s)ds + ∫ G (s)ds  = ∫ G (s)γ (t − s )ds
0 0 0 t  0
49
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FUNÇÕES MATERIAIS

Esta equação pode ainda ser reescrita por:


∞ t
γ∞ ∫ G (s)ds = ∫ G (s) {γ (t − s ) − γ∞ }ds
t 0
Integrando os dois lados da equação de t=0 a t=∞,
∞ ∞ ∞ t

∫ γ ∫ G(s)dsdt = ∫ ∫ G(s) {γ(t − s) − γ }dsdt


0

t 0 0

e invertendo a ordem de integração:



s  
∞ ∞

γ∞ ∫  ∫ dt G (s)ds = ∫  ∫ {γ (t − s ) − γ∞ }dt G (s)ds
0 0  0 0 
∞ ∞
γ∞ ∫ sG (s)ds = ∫ γ 0G (s)ds
0 0

50
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FUNÇÕES MATERIAIS

Rearranjando:
γ0 ∫ sG(s)ds
λ= = 0

0
γ∞
∫ G(s)ds
0 ∞

γ0 J τ 0 ∫ sG( s)ds
γ = J 0
τ
ou ainda, uma vez que 0 e 0 , então, = = e 0 0

γ∞ γ∞
∞ ∫ G( s)ds
Como τ 0 = ∫ G (s)γ∞ ds
0

0 ∞

Finalmente, ∫ sG( s)ds


J e0 = 0
2
∞ 
 ∫ G ( s )ds 
0 
51
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FUNÇÕES MATERIAIS

Portanto, o módulo de relaxação pode ser usado para


calcular alguns casos limites da fluência.
Métodos numéricos são necessários para obter G(t) a
partir da deformação usando a equação:
t
τ0
= ∫ G(t − t´)γ(t´)dt´
−∞

O procedimento para determinar G(t) poderia ser:


 assume-se uma forma para G(t);
 calcula-se a derivada de γ(t) em relação ao tempo e;
 integra-se a equação anterior;
 O resultado é comparado com τ0 imposto;
 A função G(t) é então corrigida para reduzir o erro
entre τ0 imposto e calculado. 52
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FUNÇÕES MATERIAIS

Uma relação importante é a seguinte:


t

∫ G( s) J (t − s)ds =
0
t

Se a função G(t) é conhecida pode-se integrar a relação


anterior para se obter J(t).
Quando J(t) é escrito como um espectro discreto:
N
J (t ) =t + ∑ J k (1 − e − t / λk )
1
η0 k =1

Relações entre os coeficientes de G(t) e J(t) podem ser


obtidas.

53
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FUNÇÕES MATERIAIS

Recuperação da Fluência
Para o teste de recuperação de fluência após um teste
de fluência, uma função de recuperação da fluência
pode ser definida:
γ (t ) τ0 é a tensão antes da
J r (t ) = r
τ0 recuperação.
Se a recuperação
é realizada após
um teste de
fluência em regime
permanente, então:

=
lim J r (t ) J=
0
e γ (t ) γ∞
t →∞
54
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FUNÇÕES MATERIAIS

Se o regime permanente foi realmente atingido, a equação


anterior e a equação para compliança de fluência
proporcionam o mesmo resultado.

De fato, esta equivalência é utilizada para testar se o


regime permanente foi alcançado e para a determinação
0
J
precisa de e .

Para substâncias de alto peso molecular e polímeros


fundidos, os tempos de relaxação podem ser muito longos,
na ordem de dezenas de minutos, e a determinação precisa
0
J
de e pode ser difícil.

55
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Oscilações Senoidais
 Uma outra forma de ensaio é a deformação variando
com uma senóide.
 Dentro de poucos ciclos, a tensão irá oscilar também
através de uma
senóide na mesma
frequência da
deformação, mas em δ
geral com um ângulo
de fase δ.

56
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Em um teste oscilatório a deformação pode ser escrita por:

γ = γ 0 sen( ωt )
 Derivando a equação anterior em relação ao tempo tem-se:
γ = γ 0ω cos( ωt )
 A resposta linear do material em termos de tensão será:
=τ τ 0 sen( ωt + δ )
=τ τ 0 [ cos( δ )sen( ωt ) + sen( δ )cos( ωt )]
δ é o ângulo de fase entre a deformação aplicada e a resposta
do material.
- Se δ=0o – material elástico; - Se δ=90º - material viscoso.
57
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FUNÇÕES MATERIAIS

Da equação anterior pode-se ainda escrever:

τ =τ ' + τ " =τ 0' sen( ωt ) + τ 0" cos( ωt )

=
 onde τ '
0 τ=0 cos( δ ) τ "
0 τ 0 sen( δ )
 Observa-se que um
termo está em fase
com a deformação
(seno) e outro em
fase com a taxa
de deformação
(coseno).
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58
FUNÇÕES MATERIAIS

Pode-se concluir então que:


sen( δ ) τ 0 sen( δ ) τ 0"
=tg( δ ) = = '
cos( δ ) τ 0 cos( δ ) τ 0
Esta decomposição sugere dois módulos dinâmicos:

τ 0' τ 0"
=G = G" '

γ0 γ0
 G’ é o módulo em fase com a deformação - módulo elástico
ou de armazenamento.
 G” é o módulo em fase com taxa de deformação - módulo
viscoso ou de dissipação.
59
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FUNÇÕES MATERIAIS

Pode-se ainda concluir que:


G"
tg( δ ) = '
G
 Um número complexo pode ser definido por:
=z z ( cos θ + i senθ )

 Note que

G' τ=
0 / γ 0 cos( δ ) G"
τ 0 / γ 0 sen( δ )

60
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FUNÇÕES MATERIAIS
Portanto, G’ e G’’ são as componentes real e imaginária
de um módulo complexo:

τ 0 / γ 0 ( cos δ + i senδ ) =
G* = G' + iG"

G* τ=
onde= 0 / γ0 ( G' )2 + ( G" )2 .

Finalmente,

τ G' γ 0 sen( ωt ) + G" γ 0 cos( ωt )

61
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FUNÇÕES MATERIAIS
Note que G” está associado com a energia dissipada por
ciclo de deformação:
t 2π / ω
=E ∫=
0
∫ τγdt
τ : Ddt =
0
2π / ω

∫ (G' γ
0
0 sen( ωt ) + G" γ 0 cos( ωt ))γ 0ω cos( ωt )dt =

2π / ω
 sen ωt  1 2
1  
γ ω G'
2
+ G"  ωt + sen( 2ωt )   = π G"γ 02
2ω  2ω 4ω
0
 0

62
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FUNÇÕES MATERIAIS
Encontre a integral de:
t 2π / ω

∫ τ : Bdt = ∫
0 0
τγ dt

t 2π / ω

∫=
0
∫ τγ dt
τ : Bdt =
0
2π / ω

∫ ( G' γ
0
0 sen( ωt ) + G" γ 0 cos( ωt ))γ 0 sen( ωt )dt =

2π / ω
  ωt 1  sen ωt  2
γ=
 
G´2
− sen( 2ωt )  + G"  π G´ γ 0 / ω
2

  2ω 4ω 2ω  0
0

63
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FUNÇÕES MATERIAIS
Outra forma de ver os experimentos é através da taxa de
deformação senoidal.

 Pode-se então definir uma viscosidade dinâmica como uma


função material.
Note que a taxa de deformação está em fase com o termo
viscoso da tensão e portanto, pode-se definir uma viscosidade
dinâmica por:
τ "
G "
η=' = 0
γ0 ω
Por consequência, a parte elástica da viscosidade complexa:
τ '
G '
η="
=0
γ0 ω
64
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FUNÇÕES MATERIAIS

A magnitude da viscosidade dinâmica será:

G*
η* = ( η ' )2 + ( η " )2 =
ω
É importante dizer que para :
Materiais completamente elásticos, G’
se iguala ao módulo elástico do material e G” é nulo;
Fluidos Newtonianos
η’ se igual a µ e η” é nulo.

65
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Note, no entanto, que G’ e G” são dependentes da


frequência de oscilação.
 Desta forma, os testes devem ser feitos com varredura de
frequência.
 Dentro da região de viscoelasticidade linear, os
resultados não dependerão da amplitude da deformação.

66
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Módulo complexo e ângulo de fase em função da


frequência de oscilação.

O aumento do ângulo δ com a frequência indica o


aumento do comportamento viscoso em relação ao elástico.

67
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FUNÇÕES MATERIAIS

 No reômetro, impõe-se γ0 e ωt e obtém-se os módulos


dinâmicos (ou módulo complexo, τ0/γ0 e o ângulo de fase, δ)
 Normalmente, são necessários entre 1 a 3 ciclos para o
sistema entrar em regime permanente.
 Sendo assim, as leituras são normalmente efetuadas
após três ciclos.
 Para baixas frequências (0,001 s-1, 1000s para cada
ciclo) serão necessários 50 minutos (3000s) para efetuar
uma leitura.
 Por economia de tempo, os testes são raramente feitos a
frequencias abaixo de 0,01 s-1.

68
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Módulos Dinâmicos em Função da Frequência


 Antes de avaliar quaisquer substâncias reais, é
interessante analisar como os modelos de Kelvin-Voigt
e de Maxwell se comportam em relação à frequência.

No teste dinâmico do sólido de Kelvin-Voigt, tem-se:


τ G0γ + ηγ
=

G ' γ 0 sen(ωt ) + G '' γ 0 cos(ω t) =G0γ 0 sen(ωt ) + ηγ 0ω cos(ωt )

os módulos dinâmicos são, respectivamente:

G’= G0 e G”=ηω
69
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Isto indica que G’ é independente da frequência


enquanto G” é linearmente proporcional à frequência.

A baixas frequências, o comportamento elástico é


dominante, G’ > G’’

 A altas frequências, o
comportamento
viscoso é dominante, G’= G0
G” > G’.
G”= ηω

70
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Para o fluido de Maxwell, os módulos dinâmicos são dados


por:
( ωλ ) 2
ωλ
G ( ω ) = G0
' G ( ω ) = G0
"

1 + ( λω )
2 (
1 + λω ) 2

A baixa frequência, ωλ tende a zero e os módulos tendem


a:
G' = G0 (ωλ ) =
2
G" G= 0ωλ ηω
Portanto, a baixa frequência, o material se comporta como
fluido Newtoniano, uma vez que há tempo suficiente para o
material reagir a uma dada deformação.
A alta frequência, ωλ torna-se muito alto e os módulos
tendem a:
G' = G0= G" G=0 / ( ωλ ) G0 / ( ηω )
2
71
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Neste caso, a magnitude dos módulos se invertem.
 O modelo reage como uma mola simples (G’ é
independente da frequência).
Não há tempo para o amortecedor reagir e a energia é toda
armazenada.
 O módulo G’ aumenta
G' = G0
com inclinação 2 no
gráfico log (G’) x log (ωλ),
tendendo ao módulo
G" = G0 ( λω ) G "
= G ( λω ) −1
elástico G0 a alta frequência. 0

 O módulo G” aumenta
com inclinação 1, alcança (
G = G0 ωλ
'
) 2

o máximo em ωλ=1 e cai


em seguida com inclinação
-1. Em ωλ=1 os módulos são iguais. 72
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Em frequências muito baixas, a viscosidade dinâmica pode
ser avaliada por:
η = G" / ω
 O tempo de relaxação em qualquer frequência pode ser
avaliado por:
(ωλ ) 2
G0
G '
(
1 + λω ) 2
= = ωλ
G "
ωλ
G0
1 + ( λω )
2

G'
λ= "

73
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FUNÇÕES MATERIAIS
A figura abaixo mostra o comportamento de alguns
materiais.

 A borracha mostra um módulo G’ constante a baixas


frequências.

 Para líquidos poliméricos concentrados, G’ apresenta um


platô, G0, que decresce com ω-2 a baixas
frequências.

G”<<G’ para a borracha, apresentando


um máximo local.

 Este máximo é mais


pronunciado em líquidos poliméricos. 74
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FUNÇÕES MATERIAIS

 Relação entre o módulo de relaxação e os módulos


dinâmicos
 Assim, como no teste de fluência que a resposta
depende de G(t), na resposta senoidal isto também deve
ocorrer.
Exemplo 4.2
Utilize o modelo viscoelástico linear para mostrar que as
relações entre o módulo de relaxação e os módulos
dinâmicos são dadas pelas seguintes expressões:
ω λk
2 2
ωλk
G ( ω ) = ∑ Gk
'
G ( ω ) = ∑ Gk
"

k 1 + ω λk
2 2
k 1 + ω λk
2 2

75
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FUNÇÕES MATERIAIS

Lembrando que
=τ γ 0G' ( ω )sen( ωt ) + γ 0G" ( ω )cos( ωt )

γ = γ 0ω cos( ωt )

 Do modelo viscoelástico linear geral:


t t N

∫ ∫∑ k
− ( t −t´)/ λ
τ= G( t − t´)γ ( t´)dt´ = G e γ( t´)dt´ k

−∞ −∞ k =1

Substituindo a taxa de cisalhamento no modelo viscoelático


linear geral: t N

∫∑ k
−( t −t´) / λk
τ= G e γ 0ω cos( ωt´)dt´
−∞ k =1
76
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FUNÇÕES MATERIAIS
t N

∫∑ k
−( t −t´) / λk
τ= G e γ 0ω cos( ωt´)dt´
−∞ k =1
N t

= ∑ Gkγ 0ωe − t / λk ∫ cos( ωt´)dt´


e t´/ λk

k =1 −∞

Note que Integral de exp(cx).cos(bx):

Portanto,

 cos (ωt´ )
t
t´/ λk
N  e  
τ = ∑ Gkγ 0ωe − t / λk
 2 
+ ω s en (ωt´ )  
 (1 / λk ) + ω  λk
2
k =1   −∞
77
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FUNÇÕES MATERIAIS

Substituindo os limites de integração:


N
 cos (ωt )
e − t / λk et / λk 
∑ Gk γ 0ω 2 
(1 / λk ) + ω  λk
2
( )
+ ω .sen ωt 
k =1 
N
λk2  cos (ωt ) 
γ 0ω ∑ Gk 2 
( )
+ ω .sen ωt 
k =1 1 + ( λkω )  λk 
Substituindo a expressão da tensão oscilatória:

τ =γ 0G' ( ω )sen( ωt ) + γ 0G" ( ω )cos( ωt ) =


N
λk2  cos (ωt ) 
γ 0ω ∑ Gk 2 
+ ω .sen (ωt ) 
k =1 1 + ( λkω )  λk 
78
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FUNÇÕES MATERIAIS

Portanto, os termos que multiplicam seno é igual a γ0G’ e os


que multiplicam coseno é γ0G” .
ωλN 2
γ 0G' ( ω ) = γ 0ω ∑ Gk k

1 + ( λkω )
2
k =1

N
λ 2
Gk
γ 0G" ( ω ) = γ 0ω ∑ k

k =1 k 1 + ( λk ω )
λ 2

Finalmente,
( ωλk )
N 2

G ( ω ) = ∑ Gk
'

1 + ( λkω )
2
k =1

N
ωλk
G" ( ω ) = ∑ Gk
1 + ( λkω )
2
k =1
79
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FUNÇÕES MATERIAIS
Ajuste do módulo de relaxação
a partir de valores medidos
N
G( t ) = ∑ Gk e − t / λk
k =1

80
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FUNÇÕES MATERIAIS

Linhas: Calculadas a partir das equações


anteriores; Pontos: valores medidos de G´ e G´´

N =8
G( t ) = ∑ Gk e − t / λk
k =1

81
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Existem relações entre diferentes experimentos para o
comportamento viscoelástico linear.

 Ver livro do Makosco página 126, tabela 3.3.2.

Faixa de viscoelasticidade linear


Para determinar o limite entre a região de
viscoelasticidade linear e a região não linear, pode realizar
um teste simples.
Ao invés de realizar um teste oscilatório com variação de
frequência, realiza-se um teste com variação de amplitude,
mantendo a frequência constante, digamos 1Hz.
A amplitude de tensão é automaticamente aumentada,
uma vez que os valores cíclicos de tensão/deformação
tenham sido obtidos. 82
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FUNÇÕES MATERIAIS
Os resultados de G* em função da amplitude de tensão são
normalmente traçados.

Note que até 1Pa


G* é independente
da amplitude
(região linear).

83
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FUNÇÕES MATERIAIS
Os testes oscilatórios para amostras de materiais
desconhecidos devem começar com um teste de varredura de
amplitude de tensão.

Uma vez determinada a amplitude máxima que garante a


região de viscoelasticidade linear, pode-se proceder com os
demais testes usando varredura de frequência.

84
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FUNÇÕES MATERIAIS
Ajustes de Curvas para o Módulo de relaxação
Para efeito de comparações e modelagem, é necessário
ajustar os dados experimentais do módulo de relaxação a
uma função analítica.
O objetivo é encontrar os parâmetros de uma função que
melhor ajusta a função aos dados experimentais.
Três aspectos são importantes no ajuste:
A forma da função;
Os níveis de erro entre os dados experimentais e
calculados e;
O procedimento para encontrar os parâmetros que
minimizam os erros.
O ajuste de equação pode ser entendido como um
processo de otimização com restrições.
85
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FUNÇÕES MATERIAIS
 O objetivo da otimização com restrição é minimizar ou
maximizar uma função (função objetivo) satisfazendo certas
restrições.

 No ajuste, o erro é a função objetivo que deve ser


minimizada.

 As restrições podem ser de três tipos: igualdades,


desigualdades ou limites de variáveis (eg. os tempos de
relaxação devem ser positivos.

86
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Forma da curva

A forma da curva do módulo de relaxação deve apresentar as


seguintes propriedades:
i) Diminuir monotonicamente com o tempo.
ii) Ter uma memória finita. G(∞)=0 para líquidos.
iii) Estar limitado: G(0) < ∞.
iv) Exibir uma viscosidade de regime permanente finita:

=η0 ∫ G(s)ds < ∞
0
v) Exibir uma compliança de regime permanente finita:

∫ sG(s)ds
=J e0 0
<∞
η 2
0
87
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FUNÇÕES MATERIAIS
 A forma tradicional que satisfaz estas condições é a soma
de funções exponenciais no tempo:
N
G ( s ) = ∑ Gk e − s / λk
k =1
 Erro
 Uma medida conveniente do erro é a norma euclidiana
dos desvios entre os M pontos dados:
N
=E ∑[G(t ) − G
i =1
i
cal
(ti )]2
 Uma vez que o módulo de relaxação varia várias ordens
de magnitude, este erro valoriza mais os erros a baixos
tempos de relaxação .
 Uma alternativa é a soma dos desvios logarítmicos:
N
=E ∑ [ln[
i =1
G (t i )] − ln[G cal
(t i )]]2

88
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Outra alternativa é introduzir uma função peso:
2
 G (ti ) 
N cal
E ∑ 1 −
= 
i =1  G (ti ) 

 Expansões em série de Taylor mostram que os erros entre


os dois últimos critérios é de 3ª ordem.

 Entretanto, a última forma é preferível pois não introduz não


linearidades no processo.

89
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Procedimentos de Procura
 A otimização com restrições normalmente é convertida
em otimização sem restrições.
 O objetivo da otimização sem restrição é encontrar o
conjunto de parâmetros que minimizam a função
objetivo.
 No caso do módulo de relaxação, o objetivo é encontrar
os tempos de relaxação e as intensidades dos módulos
que minimizem o erro entre os valores medidos e
calculados.
 A eficiência do procedimento é normalmente sensível à
escala dos parâmetros.
 Como regra geral, é desejável ter todos os parâmetros
da mesma ordem de magnitude.
90
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Infelizmente, os tempos de relaxação e a intensidade dos
módulos variam várias ordens de magnitude.
 A mudança de variáveis pode ajudar:
ak = ln Gk ϕk = ln λk
 Com estas novas variáveis a forma aproximada fica:
N
=
G (s) ∑ exp(
k =1
ak − se −ϕ k
)

 Métodos comuns de procura sem restrições incluem;


 Métodos de descendência mais íngreme
 Método de Newton
 Quando converge, o Método de Newton é bem mais rápido.
 Os métodos de descendência mais íngreme quase sempre
converge, mais a uma taxa muito baixa. 91
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FUNÇÕES MATERIAIS
 No ajuste do módulo de relaxação, a convergência é difícil
usando o método de Newton.
 Uma combinação de métodos de Quase-Newton com
métodos de descendência mais íngreme tem sido usados.

92
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Método dos Mínimos Quadrados
• EQUAÇÃO LINEAR y
“m” pares de pontos estão disponíveis:
(x1, y1), (x2,y2),...(xm,ym). b
Considere a equação linear:
f ( x) = a + bx a
x
“a” e “b” são coeficientes que deverão ser determinados.
Para o melhor ajuste, a soma S deverá ser minimizada:
m
S = ∑ [ yi − (a + bxi )]2 => mínimo
i =1

Deseja-se então encontrar os valores de “a” e “b” que


minimizam o somatório S. 93
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FUNÇÕES MATERIAIS

O mínimo ocorre quando ambas as derivadas de S em


relação à “a” e “b” são zero:

∂S
m

∂a
= ∑ −2 ( y − a − bx )=
i =1
i i 0

∂S
m

∂b
= ∑ −2 ( y − a − bx ) x =
i =1
i i i 0

Dividindo as equações por 2 e rearranjando:

am + b∑ xi = ∑ yi  m ∑ xi  a  =  ∑ yi 
 x
∑ xi2  b  ∑ xi yi 
=>
a ∑ xi + b∑ xi2 = ∑ xi yi ∑ i

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FUNÇÕES MATERIAIS

 Exemplo 4.3:
Determine as constantes a0 e a1 da equação y=a0 + a1x,
de forma que satisfaça os mínimos quadrados para os
pontos dados:
x y
1 4,9
3 11,2
4 13,7
6 20,1

95
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FUNÇÕES MATERIAIS

xi yi xi2 xiyi
1 4,9 1 4,9
3 11,2 9 33,6
4 13,7 16 54,8
6 20,1 36 120,6
Σ 14 49,9 62 213,9
Equações simultâneas a serem resolvidas:

4a0 + 14a1 = 49,9


=> a0=1,908 a1=3,019
14a0 + 62a1 = 213,9

Assim, y=1,908+3,019x

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FUNÇÕES MATERIAIS

y=1,908+3,019x

yi ∆(%)
4,927 0,6
10,965 -2,1
13,984 2,1
20,02 -0,4

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FUNÇÕES MATERIAIS
 Considerando a equação para o módulo de relaxação
com apenas quatro termos:
N
G (t ) = ∑ Gk e − t / λk
k =1

G (t ) = G1e − t / λ1 + G2e − t / λ2 + G3e − t / λ3 + G4e − t / λ4

 Admitindo valores para λk´s, somente os valores de Gk


devem ser determinados.
 Considerando uma série de valores disponíveis para G(t):
Gi = G1e − ti / λ1 + G2e − ti / λ2 + G3e − ti / λ3 + G4e − ti / λ4
 Para o mínimos quadrados pode-se então escrever:
m
E =∑ Gi − G1e − ti / λ1 − ti / λ2 − ti / λ3 − ti / λ4 2
− G2e − G3e − G4e 
i =1 98
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FUNÇÕES MATERIAIS
 Derivando em relação a G1, G2, G3 e G4, tem-se:

∂E m
−∑ 2e − ti / λ1 Gi − G1e − ti / λ1 − G2e − ti / λ2 − G3e − ti / λ3 − G4e − ti / λ4  =
= 0
∂G1 i =1

∂E m
−∑ 2e − ti / λ2 Gi − G1e − ti / λ1 − G2e − ti / λ2 − G3e − ti / λ3 − G4e − ti / λ4  =
= 0
∂G2 i =1

∂E m
−∑ 2e − ti / λ3 Gi − G1e − ti / λ1 − G2e − ti / λ2 − G3e − ti / λ3 − G4e − ti / λ4  =
= 0
∂G3 i =1

∂E m
−∑ 2e − ti / λ4 Gi − G1e − ti / λ1 − G2e − ti / λ2 − G3e − ti / λ3 − G4e − ti / λ4  =
= 0
∂G4 i =1

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FUNÇÕES MATERIAIS
 Resolvendo para G1, G2, G3 e G4, tem-se:

 m −2 ti /λ1 m m m
− ti / λ1 − ti / λ4 
 G1   m − ti / λ1 
 ∑e ∑ ∑ ∑     ∑ Gi e
− ti / λ1 − ti / λ2 − ti / λ1 − ti / λ3
e e e e e e 
 i 1 =i 1 =i 1 =i 1
   i =1

 m m m m
− ti / λ2 − ti / λ4 
G2   m
− ti / λ2 
∑ ∑ ∑ ∑    ∑ i
− ti / λ2 − ti / λ1 −2 ti / λ2 − ti / λ2 − ti / λ3
e e e e e e e G e 
 i 1 =i 1 =i 1 =i 1
  =  i =1

 m m m m   
− ti / λ3 − ti / λ4  G3
m
− ti / λ3 
∑ ∑ ∑ ∑    ∑ i
− ti / λ3 − ti / λ1 − ti / λ3 − ti / λ2 −2 ti / λ3
e e e e e e e G e 
 i 1 =i 1 = = i 1 i 1=
   i 1

 m m m m
 G4   m
− ti / λ4 
∑ ∑ ∑ ∑    ∑ i
− ti / λ4 − ti / λ1 − ti / λ4 − ti / λ2 − ti / λ4 − ti / λ3 −2 ti / λ4
e e e e e e e G e 
 i 1 =i 1 =i 1 =i 1 =     i 1 

 Pode-se fazer este ajuste para um número maior de Gs e λs.

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EXERCÍCIOS
 9ª Lista de exercícios:
Prazo de Entrega: 31/10/2017

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