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A dominação colonial portuguesa em Moçambique começa por volta de 1500, após Vasco da
Gama ter desembarcado em Inhambane e criado feitorias ao longo da costa de Moçambique.
Contudo, Portugal enfrentou muitas dificuldades para a dominação efectiva de Moçambique,
dada a resistência dos vários Chefes locais que governavam as diferentes partes do país. Para
conter a resistência das populações nativas, Portugal recorreu a massacres, deportações,
pilhagens, entre outros actos bárbaros contra o povo moçambicano.
Com efeito, foi na Conferência de Berlim, na qual Portugal, juntamente com outros Estados
colonizadores, definiu aquilo que viriam a ser as fronteiras de Moçambique. A dominação
efectiva de Moçambique inicia-se em 1908, após a derrota do Imperador de Gaza, o Rei
Ngungunhana, que viria a ser deportado, juntamente com outros monarcas moçambicanos, para
os Açores, Portugal.
Para perpetuar esta presença, foi adoptada como estratégia a transformação de moçambicanos, de
“indígenas” em “assimilados” e de “pagãos” em “católicos romanos”. Como diria o Secretário da
Educação em Moçambique, “a nossa missão é a civilização do indígena […] transformá-lo num
outro português”. (Matusse 2015:10)
O fim da Segunda Guerra Mundial, despertou a consciência para o facto de que a liberdade e
independência não eram apanágio dos países europeus, mas, isso sim, um direito de todos os
povos do mundo. O princípio de auto-determinação dos povos colonizados foi, assim,
consagrado na Carta da Organização das Nações Unidas, criada em 1945, e adoptado pelo 5º
Congresso Pan-africano, realizado em Outubro de 1945, em Manchester, na Inglaterra. Mais
ainda, este mesmo princípio viria a ser plasmado na Declaração Universal dos Direitos do
Homem de 1948.
As lutas travadas em diferentes fases históricas pelos nossos antepassados contra a ocupação
estrangeira no nosso país mostram que Moçambique nasce do sangue dos que morreram pela
Pátria. A nossa existência como povo independente foi uma conquista dos moçambicanos. Nós
os moçambicanos arrancamos à força o poder ao regime colonial português, com o
derramamento de sangue dos melhores filhos desta Pátria.