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Sumário
1. Introdução............................................................................................... 3
SPEED (VELOCIDADE)................................................................ 22
Figura 3: Efeito de under extrusion, é possível ver lacunas na peça gerada pelo baixo fluxo
de material
Figura 4: Efeito de over extrusion, é possível ver excesso de material depositado na peça
gerado pelo fluxo em excesso de material.
Para melhor esclarecimento, ao aumentarmos a temperatura do hotend o
material se torna menos viscoso, facilitando a sua extrusão e por sua vez
aumentando o fluxo. Ao aumentarmos o diâmetro do bico ou a largura da linha
estamos, precisamos de mais energia para fundir esse maior volume de material e
assim é necessário aumentar a temperatura do hotend. Da mesma forma
aumentarmos a velocidade de impressão ou a altura da camada e por sua vez a
velocidade de extrusão do filamento, aumentamos novamente o volume de material
que será depositado e assim novamente é necessário aumentar a temperatura do
hotend. Dessa maneira, para que haja um equilíbrio de energia sempre que
alterarmos um parâmetro que tende a alterar a quantidade de material extrudado,
devemos alterar a temperatura do hotend para que seja fundida a quantidade
correta de material. Caso contrário o fluxo será comprometido e ocorrerá os
fenômenos listados acima ou até mesmo outros problemas relacionados.
EXTRUDER (EXTRUSOR)
Nozzle Diameter: Diâmetro do bico, esse parâmetro deve ter exatamente o
mesmo valor do diâmetro do bico utilizado na impressora. Caso contrário, todos os
cálculos de extrusão serão calculados indevidamente. O valor desse diâmetro limita
os intervalos com boa qualidade de impressão dos parâmetros Layer Height e o
Extrusion Width que são muito importantes para determinar a resistência mecânica
da peça da peça ou a resolução (qualidade da peça).
Figura 5: Representação geométrica do bico e os parâmetros de camada
Fonte:DYZE DESIGN
Extrusion Width: Largura de uma única linha de impressão. Para que haja
uma boa qualidade da peça esse valor deve estar entre 100% e 125% do Nozzle
Diameter. Estudo comprovam que valores maiores apresentam melhor adesão
entre as camadas pois o filamento é extrudado com maior pressão e assim maior
resistência mecânica. É importante destacar que valores menores da largura das
linhas possibilitam imprimir peças com maiores detalhes, porém aumenta muito o
tempo de impressão pois a impressora necessita de passar mais vezes no mesmo
plano para depositar o material. Além disso, é possível trabalhar com a largura
acima dos 125% do Nozzle Diameter dependendo do tipo do pico da impressora,
porém é necessário reduzir a velocidade de impressão por conta do fluxo de
material extrudado.
LAYER (CAMADA)
Primary Layer Height: Altura das camadas da impressora. Para que haja
uma boa qualidade da peça esse valor deve estar entre 15% e 75% do Nozzle
Diameter. Estudos comprovam que valores menores apresentam menor região de
vazios na peça, tornando a peça mais densa e com menos concentradores de
tensão, e assim aumentando sua resistência mecânica, recomenda-se utilizar
valores menores que 50% do Nozzle Diameter. É importante destacar que valores
menores de altura de camada possibilitam imprimir peças com acabamento
superficial melhor (mais lisas), porém aumenta significativamente o tempo de
impressão pois a impressora imprime camada por camada, e se a camada for menor
o número de camadas durante a impressão aumentam.
Bottom Solid Layers: Muito similar com o Top Solid Layers, contudo é o
número de camadas das partes inferiores da peça. Por apresentar geralmente a
mesa da impressora como base para imprimir essas camadas sua espessura
Primary Layer Height x Bottom Solid Layers pode ser menor e independe do tipo
e percentual de preenchimento para ter um bom acabamento. Vale ressaltar que as
vezes essas partes inferiores podem serem impressas sobre suporte ou até mesmo
sem suporte algum bridging. Assim elas ficam dependendo da qualidade do suporte
na região, ou dos parametros de bridging.
ADDITIONS (ADICIONAIS)
Skirt Layer: Skirt/Brim é uma borda que se pode fazer ao redor de uma peça
para aumentar sua aderência com a mesa ou limpar o bico. Esse parâmetro informa
o número de camadas da borda, geralmente utilisa-se apenas 1, pois o objetivo é
aumentar a adesão com a mesa e apenas a primeira camada está em contato com
a mesa. Ao colocar mais camadas podemos aumentar a rigidez dessa borda,
dificultando sua remoção, porém tornando mais resistente ao efeito de warping.
Skirt Outlines: Número de linhas que irão compor essas bordas, seria o
equivalente ao Outline/Perimeter Shells para essas bordas. Quanto maior o valor,
maior será a força de adesão, porém maior será o espaço ocupado pela peça na
mesa. Vale ressaltar que as peças podem compartilharem assas saias com as
outras peças.
INFILL (PREENCHIMENTO)
Internal Fill Pattern: Padrão de preenchimento, define como será a
geometria que irá fazer o preenchimento no interior da peça. Cada um desses
padrões poderá acarretar em diferentes tipos de resistência mecânica, massa final
da peça, tempo de impressão e até mesmo necessitando de Interior Fill
Percentage diferentes para imprimir as camadas superiores.
SUPPORT (SUPORTE)
Support Infill Percentage: Regula a quantidade de material depositado para
a construção dos suportes, esse ajuste é feito pelo distanciamento das colunas de
sustentação do suporte. Quanto maior essa densidade menor a distância entra
essas colunas. Suportes mais densos são mais rígidos e garantem melhor adesão
tanto na mesa quando na peça. Porém suportes muito densos são muito difíceis de
serem removidos das peças, principalmente se for um suporte no interior da peça,
além de gastam mais material e levar maior tempo de impressão. Vale lembrar que
100% do material impresso com os suportes será descartado pois esse elemento
tem função de servir de alicerce para a construção de regiões das peças que estão
suspensas.
Combine Support Every: Cria camadas de suporte mais altas para reduzir
o tempo de impressão. Como a função do suporte é meramente de sustentação a
sua resolução não é tão importante, assim caso escolhermos um valor para esse
parâmetro de N, a altura das camadas do suporte serão N* Primary Layer Height.
Agilizando muito o tempo de impressão caso sejam necessárias as impressões de
muitos suportes.
Max Overhang Angle: É o ângulo máximo que o fatiador vai imprimir sem
utilizar suportes. Esse ângulo é em relação a vertical, assim 0 graus seria a vertical
e 90º seria a horizontal. É recomendado que a pessoa trabalhar com o maior valor
possível que a impressora é capaz de imprimir com aquele filamento, pois reduz a
quantidade de suportes utilizados além de melhorar o acabamento da peça evitando
o uso de suportes. Existem testes na internet de overhang que vão aumentando
cada vez mais o ângulo para que o usuário veja qual o ângulo máximo da sua
impressora.
TEMPERATURE (TEMPERATURA)
Hotend Temperature: Controla a temperatura do hotend. É um dos
parâmetros mais importantes em uma impressão, pois ele regula a viscosidade do
filamento. Assim caso a temperatura seja mais elevada o material se torna menos
viscoso e assim mais fluido para a impressão. Cada material possui a sua faixa de
temperatura recomendada pelo fabricante esse valor desse ser consultado antes da
configuração desse parâmetro, porém o usuário pode trabalhar um pouco acima ou
um pouco abaixo desses valores recomendado. Vale ressaltar que temperaturas
mais elevadas melhoram a adesão entre as camadas melhorando a resistência
mecânica, contudo valores muito elevados podem comprometer a geometria da
peça, pois pode demorar muito para o termoplástico solidificar e até mesmo gerar
entupimento do bico em virtude da carbonização de filamento. Caso o usuário não
esteja seguro com a temperatura que irá utilizar existem torres de calibração de
temperatura, em que a impressora varia a temperatura de impressão conforme a
impressão da peça para que o usuário analise em qual faixa de temperatura tiveram
menos problemas visíveis. Caso o usuário queira melhorar ainda mais a adesão da
peça à mesa de impressão ele pode programar a temperatura da primeira camada
em um valor maior que no restante da peça.
COOLING (RESFRIAMENTO)
Regula os fans (ventoinhas) da impressora 3D. Normalmente existem um fan
principal que está direcionado no dissipador de calor do hotend, esse fan tem por
finalidade não deixar o calor do heat block (bloco em que o bico é conectado e
possui a resistência e o termistor que aquecem e medem a temperatura
respectivamente) subir por condução térmica para o restante do hotend. Pois caso
isso ocorra o filamento no interior do tupo de PTFE (tubo de Politetrafluoretileno o
qual o filamento está inserido) será derretido podendo comprometer a extrusão ou
até mesmo dificultando a remoção do filamento e entupimento. Outro fan que é
interessante possuir na impressora, mas não é essencial, está direcionado na peça.
Porém ele só deve ser utilizado com plásticos que exigem um resfriamento mais
rápido, que é o caso do PLA, ou para auxiliar em peças que utilizam muito o recurso
de bridging, acelerando a solidificação do material. A utilização desse fan em peças
com retração elevada que é o caso do ABS podem dificultar mais ainda a impressão
das peças.
SCRIPTS (GCODES)
Nessa parte o usuário tem a possibilidade de programas a impressora
utilizando uma linguagem chamada GCODE. Essa é uma forma de linguagem de
Computer Numerical Control (CNC) que usa para mandar os comandos para a
impressora 3D. É a mesma linguagem que o fatiador programa a impressora,
gerando um arquivo GCODE que nada mais é do que um arquivo de texto com
vários comandos. Nessa abas o usuário tem a oportunidade de programar seu
próprio script para automatizar algum processo desejado nas seguintes etapas:
andes de iniciar a impressão, na mudança de camadas, quando ocorre a retração
quando a impressora troca de bico e quando se finaliza a impressão. Os scripts
mais comuns são aquele usado antes e depois da impressão. No Starting Script
podemos programar a impressora para ir para a origem (encontrar seus sensores
de fim de curso), fazer um auto nivelamento ou carregar uma malha de nivelamento
manual, fazer uma limpeza de bico e até mesmo trocar alguns parâmetros da
impressora, como o passo dos motores, distância do bico de impressão à mesa
entre outros. Já no Ending Script podemos criar rotinas para desativar os
componentes da impressora, como desligar o aquecimento do hotend e da mesa,
fazer o extrusor puxar um pouco de filamento para evitar teia nas peças, pedir para
a impressora subir e desligar os motores.
SPEED (VELOCIDADE)
Default Print Speed: Essa é a velocidade em que o bico irá se movimentar
para fazer a impressão, cada impressora tem seu limite de velocidade em virtude
da sua arquitetura, impressoras Delta e COREXY possibilitam velocidades de
impressão maiores, rigidez da estrutura, vibrações geradas nessa movimentação,
e limitação física dos componentes elétricos e mecânicos. Caso o usuário esteja
tento dificuldade para imprimir peças é recomendado reduzir essa velocidade,
principalmente se estiver trabalhando com material flexível, pois esse filamento
pode dobrar ao forçar uma extrusão muito rápida e quando se utiliza um bico menor,
pois o fluxo de material fica comprometido por uma área menor.
Outline Underspeed: Essa é a velocidade de impressão da linha mais
externa da casca da peça, o usuário pode utilizar velocidades abaixo da Default
Print Speed, para que a linha mais externa (as mais visíveis da peça) possa ser
impressa com maior qualidade impactando pouco no tempo de impressão.
OTHERS (OUTROS)
Bridging: É o fenômeno de imprimir regiões da peça na horizontal sem
utilizar suportes, denominado de ponte. Essa ferramenta pode ser útil para evitar a
utilização de suportes, reduzindo o tempo de impressão e desperdício de material.
Não é um parâmetro fácil de ser calibrado. Contudo o seu princípio está em reduzir
a velocidade de impressão na região que faremos a ponte a partir do parâmetro
Bridging Speed Multiplier. Quanto mais rápido for o resfriamento do material
melhor será a ponte e mais longa ela poderá ser, dessa forma, recomenda-se
reduzir a temperatura do bico e utilizar as fans direcionadas à peça.
3. DICAS DE IMPRESSÃO
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
BOM ACABAMENTO, RESISTÊNCIA MECÂNICA E ECONOMIA
Nos tópicos referentes aos parâmetros de impressão foram explicados o que
são cada um desses parâmetros e seus impactos na impressão das peças.
Contudo, são muitas informações para serem abstraídas e esse capítulo tem o
intuito de pegar os parâmetros que mais impactam tanto no acabamento das peças
quanto na resistência mecânica, que são dois fatores muito importantes
dependendo da aplicação das peças, estética ou mecânica.
Tudo se inicia com a escolha do material, os dois materiais mais famosos são
o ABS e o PLA, caso você tenha mais interesse em saber mais, terão alguns sites
no final informando as informações técnicas gerais desses termoplástico e muitos
outros. Para começar, o PLA é fácil de ser utilizado, possui menos efeito de warping,
e é possível ter melhores acabamentos superficiais na peça recém impressa, além
disso é possível ser impresso sem mesa aquecida e estufa, possui uma rigidez e
dureza maior. Contudo, ele possui uma ruim adesão com tinta e difícil para fazer
algum acabamento superficial como lixamento, pois sua temperatura de transição
vítrea é bem menor, por esse motivo também não é recomendado para peças que
estarão sujeita a temperaturas mais elevadas, acima de 52ºC, ou sob carga de
impacto devido a sua pequena deformação antes da ruptura. Já o ABS é mais
barato, menos denso, melhor para dar acabamento superficiais, possui melhor
aderência com a tinta, é mais dúctil, resiste a temperaturas mais elevadas, no
máximo 98ºC, melhor durabilidade e resistência a impacto, além de permitir fazer
acabamento com acetona (não se deve fazer para peças mecânicas, pois degrada
o polímero). Porém, é um material mais difícil de ser impresso, exigindo mesa
aquecida e para auxiliar na impressão é bom ter uma estufa também. Além disso,
possui uma rigidez menor, e por ser derivado do petróleo pode fazer mal estando
em contato com os alimentos, ou até mesmo seus vapores emitidos durante a
impressão em ambientes fechados podem ser prejudiciais à saúde.
Podemos ver que esse esforço o qual a peça será submetida na sua parte
superior gera uma flexão na peça, que por sua vez irá gerar uma força de tração
nas fibras mais à direita da maçaneta que provavelmente serão os responsáveis por
romper essa peça no plano XZ (segundo as coordenadas do FEMAP) em umas das
secções que contém o furo para a passagem do parafuso, pois a tensão é maior
devido aos concentradores de tesão e menor quantidade de área para distribuir a
força como de tração no eixo Y. Assim devemos evitar imprimir essa peça nessa
posição. Além disso foi analisado no software que as maiores tensões normais de
tração estavam no eixo Y, confirmando que devemos evitar imprimir as camadas no
plano XZ do FEMAP.
As figuras a seguir ilustram as diversas maneiras de imprimirmos essa peça.
Figura 10: Posicionando a peça como ela será utilizada, tempo de impressão: 1 hora ,massa
da peça: 19,15 g
Figura 11: Posicionando a peça contrário da maneira que ela será montada, tempo de
impressão: 57 minutos, massa da peça: 16,35 g
Figura 12: Posicionando a peça com uma de suas faces, tempo de impressão: 49 minutos,
massa da peça: 14,21 g
Figura 13: Posicionando deitada na mesa, tempo de impressão: 49 minutos, massa da peça:
15,43 g
Agora vamos fazer a análise mais difícil. Qual dessas peças possui a melhor
orientação dado o tipo de carga que ela será solicitada? Pelo que vimos na Figura
8 as posições da Figura 10 e Figura 11 já estão eliminadas, pois elas possuem os
planos das camadas exatamente na região mais solicitada da peça. A peça da
Figura 9 terá uma resistência relativamente boa, porém é a peça mais difícil de
imprimir, em virtude de possuir poucos pontos de contato com a mesa. Assim nos
restam apenas as posições da Figura 12 e Figura 13. Muito provavelmente uma
pessoa que está começando a mexer com impressão 3D não pensaria na posição
escolhida na Figura 12. Por incrível que pareça ela foi a posição que menos utilizou
material, pois não foi necessário utilizar suportes nos furos dos parafusos. Saibam
que para peças estéticas essas posições inusitadas podem ser muito boas para
reduzir a quantidade de filamento, principalmente quando se tratar de peças muito
irregulares como bonecos e máscaras. Porém como a impressão 3D tira a isotropia
do material (mesmas propriedades mecânicas independente da direção) a parte
inferior da maçaneta (parte em contato com a mesa), segundo a Figura 12, terá uma
resistência muito boa em virtude da área grande no plano de impressão, mas a parte
superior (que está na vertical) será muito menos resistente, mesmo a peça sendo
simétrica e a carga também, pois terá uma área no plano de impressão muito
pequena para distribuir as forças no plano XY (plano da mesa de impressão). Assim,
por mais que essa impressão seja mais econômica a melhor escolha é a posição
da Figura 13, em virtude das suas camadas de impressão terem uma área muito
grande, além da direção dos esforços internos na peça estarem distante da direção
perpendicular ao plano de impressão, além domais essa posição permite uma área
muito boa de contato com a mesa para que a peça não desprenda.
MANUTENÇÃO
As ações descritas a seguir devem ser feitas em impressoras 3D FDM de
qualquer tipo de arquitetura, Cartesiana, COREXY, Delta entre outros modelos.
Vale lembrar que caso você tenha montado sua própria impressora ela terá suas
particularidades, principalmente sobre a eletrônica e a mecânica.
Conjunto Mecânico