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(O crime que se fala nesse artigo é referente aos crimes materiais, somente
aqueles que produzem resultado). Somente é imputado quem deu causa ao crime.
Ademais, a segunda parte deste dispositivo tenta conceituar o que seria causa. Desse
modo, esse dispositivo se faz discutir o caráter naturalístico da causalidade. A
causalidade é ôntica, é naturalística e independe do mundo do ser.
2º exemplo: Uma pessoa leva uma facada próximo a uma piscina, de modo que
essa vítima cai na piscina e morre afogada por não conseguir nadar. Esses dois casos,
portanto, são diferentes.
No primeiro exemplo de caso (festa), a doutrina vai dizer que nós temos uma
quebra de cadeia causal (cadeia causal autônoma que se forma depois). A primeira
cadeia causal que vai do momento que a vítima sofre a facada e tem as primeiras lesões
e a segunda cadeia causal que começa com a colisão do veículo e com o resultado morte
por traumatismo craniano. Nesses casos, a doutrina diz que houve uma quebra porque
não houve desenvolvimento natural dos dois momentos.
Desse modo, pelo código penal, o primeiro exemplo da facada na festa, o agente
que causou a facada não irá responder pela morte porque se entende que a segunda
cadeia causal por si só produziu o resultado, ela por “sorte” é autônoma e é como se ela
tivesse agido sozinha. O agente que provocou a facada no máximo irá responder por
tentativa de homicídio se este tiver o dolo de matar.
Por outro lado, no segundo exemplo para a doutrina, o agente irá responder pela
morte porque não houve quebra de cadeia causal, houve uma cadeia causal linear.
Portanto, devemos saber investigar no caso concreto se houve uma quebra de cadeia
causal ou uma cadeia causal linear.
CRIMES OMISSIVOS
Além disso, nos crimes omissivos também iremos usar o art. 13 CP, entretanto
se faz uso do parágrafo 2º.
De um modo geral, os crimes são punidos a título de ação, pois todo crime
começa com um verbo “matar, lesionar, apropriar-se”, pois esse seria uma ação.
Contudo, quando se trata de omissão, esses seriam dois opostos. A ação seria uma
realidade empírica possível de ser conhecida pelos sentidos (matar, ameaçar,
constranger), no entanto a omissão de ação não seria uma realidade empírica, mas
uma expectativa frustrada de ação somente podendo ser reconhecida por um juízo de
valor.
Omitir uma ação não significa fazer absolutamente nada, mas é o não fazer algo
determinado pelo direito. A omissão é um nada do ponto de vista naturalístico,
contudo, do ponto de vista normativo é penalmente relevante.
• Classificação:
OMISSÃO DE AÇÃO PRÓPRIA E OMISSÃO IMPRÓPRIA.
Por outro lado, as normas penais mandamentais que são aquelas que a lei é
negativa, ex: omissão de socorro. O que o legislador quer dizer é “prestem socorro”. O
que se espera é que faça, mas se a pessoa não fazer irá cometer crime. Além disso, essas
normas mandamentais podem ser de caráter explicita (omissão própria - dever jurídico
geral de agir) ou implícita (omissão imprópria - dever jurídico especial de agir).
Estrutura Objetiva:
Desse modo, essas são as três hipóteses para que alguém se coloque
na posição de garantidor para evitar a lesão jurídica de alguém.
2- Na omissão de ação imprópria: Tanto faz, pode ser com dolo ou culpa.
IMPUTAÇÃO OBJETIVA
O mero recurso a critérios de imputação subjetiva, por obvio, não é suficiente para
resolver a grave problemática da imputação no Direito Penal. Depender unicamente de
avaliação de dolo é percorrer por caminho inseguro, pois tudo o que está dentro da
mente humana é impossível de ser atingido através de critérios dogmáticos. Dai a
necessidade, cada vez mais presente, de se estabelecer instrumentos aptos a
complementar a análise de imputação, através de um prisma objetivo (objetivar a
imputação), até mesmo para se buscar conseguir a segurança necessária a uma
aplicação constitucionalmente orientada do Direito Penal.