Pedro Mateus nº20 10º04 ESA

Camões e o poder corrutor do dinheiro

Nas reflexões sobre o poder corruptor do dinheiro, Camões refere diversas áreas da vida social em
que se reflete esse poder, sempre de forma negativa.

O amor ao dinheiro leva a traições nas famílias e entre amigos. Leva as pessoas nobres a ter maus
procedimentos e influencia a vida pública e as relações sociais e políticas, conforme o canto VIII,
estância 99 os que têm poder fazem as leis para favorecer os seus próprios interesses, tornam-se
prepotente e prejudicam o povo que deviam servir.

Mas o poder corruptor do dinheiro continua a fazer-se sentir:

Nas famílias há pessoas que deixam a morrer os seus idosos para poderem herdar mais rapidamente
o seu dinheiro.

Na vida pública encontramos situações de empresários, como Isabel dos Santos, filha do anterior
Presidente da República de Angola que foi acumulando riqueza de modo ilícito e está acusada de
suborno e corrupção de pessoas com poder político, para que estes favorecessem os seus negócios.
Utilizava também a influência familiar para obter privilégios para si. Enquanto isso, o povo angolano
passava dificuldades, fome e tinha pouco acesso a cuidados de saúde.

Num artigo do jornal “O Observador” é referido: “A filha de José Eduardo dos Santos é suspeita de
ter alegadamente praticado em Angola os crimes de burla qualificada e abuso de confiança, tendo
alegadamente desviado dos cofres do Estado e da Sonangol as verbas que lhe permitiram adquirir as
participações na NOS, Eurobic e Efacec.

Também José Sócrates, antigo primeiro ministro português foi acusado de ter amealhado cerca de
34 milhões de "luvas", dinheiro recebido para favorecer indevidamente as pessoas que lhe pagavam.

O dinheiro impacta toda a gente independentemente da sua classe social, pois precisamos todos
dele para viver. Mas é o apego ao dinheiro que faz as pessoas agirem contra a sua consciência e
contra as regras de vivência em sociedade, prejudicando os outros para proteger os seus interesses
e aumentar a sua riqueza.