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ÍNDICE

História da Dança................................................................................................. 02

A Revolução da Dança......................................................................................... 06

Dança de Salão..................................................................................................... 09

Dança Contemporânea........................................................................................ 13

Dança Moderna..................................................................................................... 15

Grupos de Dança Moderna e Contemporânea................................................... 17

Personagens da Dança Moderna e Contemporânea......................................... 26

Figurinos da Dança Moderna e Contemporânea............................................... 29

Bibliografias.......................................................................................................... 30

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HISTÓRIA DA DANÇA

A dança moderna, criada nos últimos anos do século XIX, princípios do século XX, libertou-se
dos princípios rígidos da dança acadêmica, servindo de base ao bailado contemporâneo.

Surgiu na América, com o intuito de rejeitar a dança acadêmica ou clássica. A sua grande
iniciadora foi Isadora Duncan, mas quem criou os seus princípios que codificaram a dança
moderna foi Marta Graham, nos anos 20 e 30 do século XX. Estes princípios centravam-se
sempre na respiração e os bailarinos dançavam descalços, em movimentos mais livres.

Depois de Marta Graham surgiram muitos outros nomes que enriqueceram este cenário e as
suas técnicas são ensinadas em escolas espalhadas por todo o mundo. É nestes anos 30 que a
dança moderna começou a ganhar público próprio nos teatros e óperas. Nessa mesma década
surge a dança negra que vai ganhando espaço nos clubes noturnos e tendo um impacto
significativo na dança moderna.

Paralelamente ao sucesso da dança moderna, a Dança Expressionista Alemã começa a


destacar-se na Europa. Pina Bausch foi a responsável por esta transformação da dança alemã
tendo sido também a líder deste movimento.

A partir daqui, entra-se numa época de explosão da dança no tempo. Nos anos 60, na América,
a dança liberta-se do expressionismo alemão e surge a Dança Contemporânea. A partir daqui, a
dança contemporânea ganhará o seu próprio espaço eliminando-se gradualmente as estruturas
tradicionais para dar lugar a expressões individuais. A dança, mais do que nunca refletia o
contexto, a época.

Características

A dança contemporânea surge a partir do contexto da sua época, trazendo a necessidade de


libertação das formas pré-estabelecidas, de novas descobertas da relação do homem com o seu
tempo e com o seu corpo, o que a torna marcada pela diversidade de técnicas, de formas e de
corpos.

A confusão, o não entendimento de porque fazer a dança assim, sem regras claras pré-
definidas, talvez aconteça porque essa característica a torna mais difícil na sua criação, ao

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mesmo tempo em que amplia as possibilidades. O artista precisa ter bem claro o que pretende, e
a partir das infinitas possibilidades de “diálogo” produzir a sua obra. Isto é fascinante e difícil;
esta é a marca da contemporaneidade.

Uma diferença que nasce na dança contemporânea é sua noção de tempo não mais
compartimentado, mas em co-influências entre as linguagens de diferentes períodos e isso influi
em entender como as idéias se relacionam ininterruptamente.

Na dança contemporânea o que é possível identificar é uma maneira de compor a dança. Nela,
corpo, movimento e outras propriedades da dança se relacionam de modo que não é mais
possível, ou até mesmo necessário, uma definição clara de estilo. O exercício direciona-se,
então, para a capacidade de relacionar idéias de campos diferentes de maneira coerente, sejam
os tipos de linguagem ou a própria gramaticalidade da dança (o seu conjunto de caracteres de
movimento, espaço/tempo e demais propriedades).

As ideias são permeáveis e apresentam flexibilidade em algum nível e, por assim dizer, uma
necessidade de relação com outras idéias. Com isso, pretende-se afirmar que a dança
contemporânea não é contemporânea somente porque está no tempo de agora, mas
principalmente porque apresenta aspectos históricos deste tempo do mesmo modo que os
desloca, exporta e relaciona de uma maneira diferente do que antes se concebia.

É possível identificar o cruzamento de linguagens na dança contemporânea - vídeo, texto, voz e


o uso de outras técnicas para cena, mostrando uma configuração complexa e em constante
mudança. Há, portanto, uma tendência que aponta para uma série de perguntas, ou ainda, cria
um novo grupo de perguntas, buscando novas relações. Há uma necessidade iminente de
entender aquilo que está no tempo passível de ser transformado.

Presentemente, a dança contemporânea e a dança clássica cada vez mais se interpenetram; a


dança contemporânea usa a técnica da dança clássica na formação dos seus bailarinos e a
dança clássica compõe bailados cada vez mais vanguardistas.

A dança contemporânea caminha lado a lado com a humanidade e os seus progressos, havendo
uma enorme riqueza de busca, de procura de manter viva a chama de uma arte em permanente
evolução.

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Estilos e Rítmos

O Ballet Romântico é um dos mais antigos e que se consolidaram mais cedo na história do
Ballet. Esse tipo de dança atraiu muitas pessoas na época devido ao Movimento Romântico
Literário que ocorria na Europa na primeira metade do século XIV, já que se adequava à
realidade da época, pois antes as pessoas diziam que não gostavam de Ballet porque não
mostrava nada do real. Os balés que seguem a linha do Romântico pregam a magia, a
delicadeza de movimentos, onde a moça protagonista é sempre frágil, delicada e apaixonada.
Nesses Ballet´s se usam os chamados tutus românticos, saias mais longas que o tutu prato.
Estas saias de tule com adornos são geralmente floridas, lembrando moças do campo.

O Ballet Clássico, ou Dança Clássica, surgiu numa época de intrigas entre os Ballet´s Russo e
Italiano, que disputavam o título de melhor técnica do mundo. Sua principal função era espremer
ao máximo a habilidade técnica dos bailarinos e bailarinas e o virtuosismo que os passos de
ballet poderiam mostrar e encantar toda a platéia. Esses Ballet’s também se preocupavam em
contar histórias que se transformaram basicamente em contos de fadas, procura-se sempre
incorporar seqüências complicadas de passos, giros e movimentos que se adéquem com a
história e façam um conjunto perfeito. No Ballet Clássico a roupa mais comumente usada eram
os tutus pratos, saias finas de tule, marca característica da bailarina, pois permitiam que as
pernas da bailarina fossem vistas e assim ficasse mais fácil verificar se os passos estavam
sendo executados corretamente.

O Ballet Contemporâneo, mais conhecido por Ballet Moderno, foi criado no início do século e
ainda preserva o uso das pontas e gestuais ainda muito próximos do Ballet Clássico. Neste estilo
de dança a coreografias começam a ter ideologias diferentes. Não há mais uma história que
segue uma seqüência de fatos lógicos, mas sim muitos passos do ballet clássico misturados com
sentimentos. As roupas usadas no Ballet Contemporâneo são geralmente colãs e malhas, como
em uma aula normal, para dar maior liberdade de movimento aos dançarinos. É o estilo que vem
antes da dança moderna, que esquecerá os passos clássicos, dando ênfase somente aos
movimentos corporais. Seu principal difusor foi George Balanchine, em Nova York, com
belíssimas coreografias como Serenade, Agon e Apollo.

A Dança Moderna, criada nos últimos anos do século dezenove e início do século vinte, teve
raízes e intenções bem distintas. Sua grande iniciadora foi Isadora Duncan, mas a primeira

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técnica estruturada de Dança Moderna foi a de Martha Graham, criada nos anos 20 e 30 deste
século. A Dança Moderna Americana apareceu com o intuito de rejeitar a Dança Acadêmica ou
Clássica. Os bailarinos dançam descalços, trabalham contrações, torções, desencaixe, etc. e
seus movimentos são mais livres, embora respeitem uma técnica fechada. Depois de Martha
Graham, vieram outros nomes que enriqueceram ainda mais o cenário da época: Doris
Humphrey, Lester Horton, José Limon e outros. Suas técnicas encontram-se em alguns pontos,
mas divergem muito. E suas escolas existem muito fortemente nos Estados Unidos, berço da
Dança Moderna. Este estilo procura dar mais ênfase aos sentimentos, aos sonhos, tentando
teatralizá-los ao máximo através de movimentos corporais.

Como o Jazz, o sapateado foi originado na América, com muito de suas raízes sendo baseadas
no escravismo. Foram os africanos escravizados que misturaram um pouco de suas danças
tradicionais com danças européias e americanas. Assim foi originado uma nova maneira de
sapatear, com um jeito diferente. No sapateado você precisa movimentar seus pés de maneira
ágil e hábil, perfeitamente ao ritmo da música. Existem sapatos especiais para sapateado onde o
solado do sapato produz um som especial quando se atinge o solo. É importante pegar bem
estes sons para a marcação de passos. Um dos grandes sapateadores da história foi Gene
Kelly, que difundiu a arte em seus famosos filmes.

O Jazz é uma forma de expressão pessoal criada e sustentada pelo improviso. Tem
descendência que pode ser traçada de origens africanas. Tem certas características marcantes,
incluindo a isolação, uma explosão de energia que se irradia dos quadris e um ritmo pulsante
que dá o balanço certo e a qualidade do movimento. O comentário artístico e crítico, entretanto,
geralmente acha o jazz uma dança de pouco valor coreográfico. O jazz teatral é uma mistura de
vários estilos pessoais derivados de um processo de improvisação, que organizados formam a
coreografia. Ela deve passar todas as emoções independente do local em que se vai apresentar
ou de quem irá assistir. Requer profissionais tecnicamente treinados para executar os comandos
do coreógrafo. Com o tempo, o jazz foi quebrando as barreiras de preconceito, e se começou a
dar cada vez mais aulas de jazz. Hoje faz grande sucesso e é até confundido com o Ballet
Moderno.

O Xaxado tem esse nome engraçado devido ao som produzido através do arrastado das
sandálias no chão. Originou-se no alto sertão e foi bastante divulgado por Lampião. Hoje em dia
a tradição de se dançar Xaxado é mantida principalmente nos festejos juninos, quando 'os
seguidores de Lampião' saem às ruas para executar os passos.

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A Quadrilha é mais considerada uma brincadeira do que uma dança. Originada nas festas
juninas do Nordeste, hoje se pode participar de uma quadrilha em todo o Brasil. Os noivos
lideram a brincadeira, onde a vida da roça é representada através de passos que muitas vezes
derivam do francês, devido às famosas quadrilhas dos séc. XVII e XVIII.

O Côco é uma dança popular de origem africana e indígena. No início procurava retratar o
trabalho dos quebradores de Côco, que enquanto quebravam o fruto da palmeira com as pedras,
cantavam no ritmo da batida.

O Forró é uma dança popular característica dos arraiais nos festejos juninos. Uma forma popular
de dançar que surgiu nos grandes bailes promovidos para os soldados americanos na Segunda
Guerra Mundial, sendo chamado de For All. O nome ficou tão na boca do povo que espalhou e
foi aportuguesado para o famoso Forró.

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A REVOLUÇÃO DA DANÇA

Dança Moderna - Definições e Origens

A dança moderna é um estilo consagrado da arte de dançar, marcado pelas formas de


expressão de sua época. A dança moderna não é a evolução da dança clássica e sim a
evolução do oposto à dança clássica. Os primeiros sinais de uma nova revolução estática e
formal da dança já eram visíveis nos primeiros anos do século XX. Isadora Duncan,
americana, nascida na cidade de São Francisco em 1878, foi a precursora da dança
moderna. Suas primeiras aparições datam de 1900.

Isadora se rebelou contra as formas pré-estabelecidas da dança clássica e proporcionou,


com sua dança livre, o nascimento de uma nova era da dança, sem as tradições,
convenções e posições da escola acadêmica. Esta revolução teve sua fase científica e orientada
para o ensino por desenvolvimentos de Rudolf Laban, na mesma época. E este contexto levou a
se considerar que ambas as escolas – clássica e moderna – tinham elementos comuns e
convergiam para a formação de um novo estilo. No Brasil, em específico no Estado do Rio
Grande do Sul, a dança moderna tem como precursora Lya Bastian Meyer. Estudou na
Alemanha e formou uma geração de dançarinos especialmente entre as décadas de 1930 e
1950. Ceci Frank, responsável por levar a técnica de Graham para Porto Alegre, também merece
ser citada. Ainda em Porto Alegre, destaca-se Eva Schul, introdutora da técnica de dança
moderna de Hanya Holm. No Rio de Janeiro, o grupo de Elenita Sá Earp e Glória Futuro, voltado
para a Educação Física, nomeava suas práticas na década de 1940 com “dança moderna”.

Em Belo Horizonte, no período de 1959 a 1974, Arnaldo Alvarenga, professor de dança e artes
cênicas, desenvolve sua dissertação de mestrado focalizando o ensino e a linguagem da dança
moderna em MG. Mais tarde, entre 1974 e 1978, Eva, do Rio Grande do Sul, dirigiu a Academia
e o Grupo de Dança Mudança, por onde passaram profissionais que perpetuaram a dança
moderna no Estado.

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Dança Contemporânea - Definição e Origem

Na dança contemporânea não existem as grandes divisões que o tempo impôs ao balé clássico,
embora distintas escolas tenham formado intérpretes com diversas técnicas.

Um bom intérprete de dança contemporânea deve trabalhar sempre com vistas a um equilíbrio
entre sua habilidade física, compreensão e sensibilidade.

Na atualidade, há o surgimento e a consolidação de grandes e numerosas companhias de dança


ditas contemporâneas, que se dedicam à elaboração de coreografias dotadas de um grau
considerável de ecletismo, vigor físico e sensibilidade. Tais companhias procuram, através de
suas obras artísticas, refletir e elucidar aspectos da cultura vigente a partir dos movimentos
corporais presentes em suas coreografias.

Em 1962, em Curitiba, houve um evento que marcou um importante momento da dança


contemporânea em escala nacional: o Primeiro Encontro das Escolas de Dança do Brasil,
promovido e organizado por Paschoal Carlos Magno. Antes, em 1956, no estado da Bahia e com
significado regional, a dança contemporânea inicia seu primeiro Dance in physical education,
sport and leisure – II: modern dance, contemporary dance, jazz dance and tap dance

Dança em Educação Física, esporte e lazer – II: Dança moderna, dança contemporânea, dança
jazz e sapateado.

Dança Jazz - Definição e Origens

Paralelamente à evolução da Dança Moderna ou Contemporânea, tem crescido o interesse pelo


sapateado e a Dança Jazz. O sapateado tem diferentes origens como, por exemplo, o Jig que
surgiu na Irlanda e posteriormente, o Clog na Inglaterra. As danças africanas, que uniam o
trabalho dos pés a sofisticados movimentos de corpo, também contribuíram para o nascimento
do “sapateado”. Quando estes povos chegaram ao Novo Mundo, surgiu o sapateado como a
dança nativa da América do Norte. E nos EUA, a dança jazz encontrou nos palcos da Broadway,
em Nova Yorque, o seu melhor meio de desenvolvimento. Em 1933, ela já se destacava no
cinema quando Fred Astaire fazia seu primeiro filme “Dancing Lady” junto com Ginger Rogers. E,

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desde então, a modalidade tem convivido com altos e baixos em relação às suas congêneres, no
ensino de dança em qualquer parte do mundo.

No Brasil o sapateado tem muitos admiradores, porém não é um estilo popular.

Já a dança jazz surgiu no final do século XIX, com suas raízes essencialmente populares, tendo
uma evolução inicial paralela à da música jazz. Em nossos dias, podemos observá-la nos
programas de televisão, cinemas e em peças teatrais, sendo de suma importância ressaltar seu
desenvolvimento nos palcos que se deu através de grupos de dança, com influência em grandes
companhias de bailado. Por outro lado, aulas de “dança jazz” são procuradas em diversas
academias e escolas de dança por todo o país e por todas as idades.

Este fato é particularmente visível entre professores de Educação Física que se dedicam à
dança. No contexto mais amplo desta modalidade, destaca-se a figura de Carlota Portella como
precursora da dança Jazz no país. A dança jazz utiliza, por vezes com adaptações, a maior parte
dos movimentos técnicos do ballet clássico, como também, movimentos comuns aos da dança
moderna.

Mesmo dividindo espaço com a dança contemporânea entre as grandes Companhias de Dança
brasileiras, a dança jazz não é ofuscada, em sua preferência, por pessoas que desejam uma
modalidade de dança para estudar.

Situação Atual

A dança jazz foi e continua a ser uma técnica muita aberta às influências das danças sociais,
propagando-se pelas academias e escolas de dança do Brasil. Atualmente, cerca de 1500
escolas de dança e mais de 1000 instituições entre academias e clubes, desenvolvem a
modalidade. Cerca de 7000 profissionais e 60 mil alunos se envolvem com a modalidade, nos
aproximadamente 4000 eventos organizados pelas próprias instituições e eventos de âmbito
nacional.

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Uma breve dissertação sobre a história da dança através das épocas.

O Ballet é a representação cênica em que combina dança (bailado), música, pantomima, cenário
e figurinos para dar a um enredo ou argumento (libreto) interpretação visual tão completa que
dispensa a palavra. A Dança é o centro do espetáculo (Ballet vem do italiano BALLARE, dançar,
através do francês BALLET). Aos poucos a dança se estabilizou, dominou os outros elementos,
passou a exigir movimentos tão refinados e rapidez tão estonteante que o Ballet deixou de ser
uma extravaganza de bom tom para transformar-se em teatro, coreografia montada e executada
por profissionais, bailarinos, ginastas e atletas. Diversificou-se, depois, em duas modalidades
principais: dança pura, acrobática, de alto requinte, já sem características do bailado imitativo,
inquadrável entre as danças abstratas; e a dança dramática, mais próxima do ballet original, de
sociedade, como apresentação mímica de uma história ou tema. Porém, tanto no Ballet abstrato
como no ballet dança dramática a forma criou sua linguagem própria, hierárquica, estereotipa,
montada sobre uma série de posições e movimentos convencionais, de ensino rígido e
aprendizado obrigatório. O ballet é, indubitavelmente, uma das artes em que mais impulso
ganhou após o último grande conflito mundial, em 1945. A dança é uma arte que exige
intérpretes destro de uma faixa etária, com a qual a juventude pode se identificar. Se a dança
ocupa uma posição até certo privilegiada, é porque a partir de 1930 ela deixou de ser apanágio
de umas poucas nações para se espelhar, principalmente pelos jovens países das Américas,
que absorvem essa forma de arte, não por um processo colonialista, mas porque simplesmente
era mais um tipo de informação para se formar aos seus conhecimentos. A internacionalização
da dança, de seus princípios básicos, é um fato em nosso século, semelhante ao que já
acontecera, por exemplo, com a música e a pintura há mais de 200 anos. A proliferação das
companhias de ballet no mundo inteiro merece uma digressão mais detalhada, não apenas por
ser fruto de todo um passado, mas principalmente porque com ela convivemos nos dias de hoje.

O Ballet do Século XX:

Com o advento da dança moderna e sua aceitação pelo público, os ratistas do bailado clássico
verificaram que era tempo de renovar sua arte, sob pena de vê-lo sepultada. Exemplo dessa
nova visão é Diaghilev, grande organizador, diretor do bailado russo no início deste século, que
foi o primeiro a chegar a essa conclusão e as suas últimas criações foram lançamentos de
vanguarda sob todos os aspectos. Cinco países lideram a dança em nossos dias: Inglaterra,

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Dinamarca, Rússia, França e os Estados Unidos. Roger Garady, em sua obra "Dançar a vida", é
inflexível à criação quando há petrificação ideológica que imperou na arte do bailado clássico,
afirma que a linguagem da dança clássica, em que pese as modificações levadas a efeito no
Bolshoi, não chegou a ser fundamentalmente modificada, permanecendo exatamente como a
dos teatros imperiais, como a mesma alta perfeição técnica, mas sempre sem nada a dizer ao
homem. O autor prossegue acusando que a mesma língua morta reina ainda, no essencial, em
todos os grandes teatros da Europa. De Moscou a Paris, de Estocolmo a Milão, as mesmas
inovações após realizar os seus vinte e quatro Fouettés. Acrobacia graciosa, própria para os
olhos, como um quadro de Degas. Garaudy desabafa dizendo: "será que não podemos esperar
da dança, sem subestimar a beleza ou e necessidade dos exercícios do ballet clássico e a
disciplina fecunda que ela exige, que o gesto seja um mensageiro para nos comunicar emoções
mais complexas que as acrobacias graciosas, e que ela seja uma linguagem mais variada, mais
viva para exprimir os dramas e as esperanças do nosso século?" E prossegue: " Não seria um
símbolo desse impasse do ballet do século XX o destino trágico Nijinnki, o mais extraordinário
dos bailarinos clássicos? Ele consumiu sua vida na procura de algo de significativo para dizer e
acabou mergulhando, antes dos trinta anos, na loucura e na morte, por não ter podido expressar,
nessa língua morta, a mensagem que transbordava de seu coração." Para o autor, "A dança, no
início do século XX, tinha se transformado numa arte decorativa, desumanizada como uma
rainha fútil e bonita, embalsada no seu caixão de vidro. Com seu sorriso congelado, seus gestos
imutáveis, seu tutu e suas sapatilhas rosas, ela estava nua situação da Bela Adormecida,
dormindo há cem anos enquanto o mundo mudava vertiginosamente ao seu redor.

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DANÇA DE SALÃO

É considerado dança de salão todo o tipo de dança a dois, como


bolero, lambada, soltinho, samba, zouk, tango.
Segundo historiadores, as danças de casais tornaram-se
populares no início do século XIX, embora tenham surgido no
século XIV, e evoluído nos séculos seguintes (apenas entre os
nobres).
A dança de salão foi introduzida no Brasil em 1914, a princípio
com a valsa e a mazurca.
Os ritmos mais presentes nos salões do Brasil, assim como nas
academias de dança são: soltinho, forró, samba de gafieira, tango,
bolero e salsa.
A dança de salão é, além de uma forma de lazer e descontração, é uma atividade física indicada
tanto para jovens, quanto para pessoas mais velhas, pois ao dançar, é trabalhada a capacidade
aeróbica, as funções cardiovasculares e respiratórias, a flexibilidade, entre outras.
No Brasil, a dança de salão como um todo, teve o samba de gafieira como principal veiculador
do estilo "a dois" no Rio de Janeiro e por conseqüência, no país inteiro. Seu ambiente de origem
foi nas gafieiras e ganhou bastante divulgação no final da década de 80 quando começou a ser
mais divulgada pela televisão em tramas de novelas e programas de auditório. O Samba de
Gafieira ainda é popular, sendo ensinado pelo país nas escolas e academias de Dança de Salão.

A Dança de Salão, no seu formato original é composta pelos seguintes ritmos:

Samba
Surgiu no Rio de Janeiro, com base na cultura africana, em ritmos como o lundu,
umbigadas (semba) e pernadas de capoeira.
O Samba, que mantém algumas características do samba de gafieira, incorporou
novos estilos e figuras, podendo ser dançado em pagodes, bossa nova ou samba
rock.

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Bolero
É mais tranquilo ao estilo mais antigo, também recebeu um novo
formato, com mais giros e pode ser dançado também em músicas
atuais como MPB e baladas. Entretanto, seu charme reside
principalmente nas músicas mais antigas, podendo dar a ela maior
expressividade, principalmente relembrando momentos de vidas
dos mais velhos. Ainda é vista como um estilo de dança um pouco
careta entre muitos que não têm noção do que é a dança.
O bolero é um ritmo que mescla raízes espanholas com influências
locais de vários paízes hispanos – americanos. Surgiu no Caribe,
mas sofreu modificações, especialmente desenvolvendo temas mais românticos e rítmo mais
lento.

Soltinho
É um gênero muito divertido e é a mistura de alguns ritmos como
swing, fox e outros, e que também pode ser praticado em uma
grande variedade de estilos musicais. É uma ótima combinação para
quem deseja começar a dançar. Muito dançado nas décadas de 1940
a 1960, sendo uma dança bem mais rápida e agitada que o bolero.

Forró
É uma festa popular brasileira, de origem nordestina e é a dança praticada
nestas festas, conhecida também por arrasta-pé, bate-chinela, fobó, forrobodó.
No forró, vários ritmos musicais daquela região, como baião, a quadrilha, o
xaxado e o xote, são tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um
sanfoneiro (tocador de acordeão que no forró é tradicionalmente a sanfona de
oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo. O forró possui
semelhanças com o toré e o arrastar dos pés do índios, com os ritmos binários portugueses e
holandeses e com o balançar dos quadris dos africanos. A dança do forró tem influência direta
das danças de salão européias.

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Pagode
É um gênero musical brasileiro originado no Rio de Janeiro à partir da cena musical do samba.
Estilo musical mais comum nas favelas e locais com baixa concentração de renda, como
conjuntos habitacionais e subúrbios. Esta é a forma pejorativa e preconceituosa que esta palavra
assumiu. Na verdade, o pagode não é exatamente um gênero musical. O pagode, na verdade,
era o nome dado às festas que aconteciam nas senzalas e acabou se tornando sinônimo de
qualquer festa regada a alegria, bebida e cantoria. Prova de que o nome em nada tem a ver com
o rítmo, é a música Pagode de Brasília gravada por Tião Carreiro em 1959, cuja roupagem em
nada lembra nenhuma das variações do samba. O termo pagode, começou a ser usado como
sinônimo de samba por causa de sambistas que se valiam deste nome pra suas festas, mas
nunca o citaram como estilo musical. Isso pode ser bem percebido pela letra "Pagode do Vavá"
de Paulinho da Viola, "Pagode pra valer" de Laci Brandão ou qualquer outra do grupo Fundo de
Quintal, considerado por muitos o primeiro grupo de pagode do Brasil. Acabou se tornando uma
referência para os leigos que falam sobre pagode, forró ou axé. Sendo que nenhum destes são
gêneros musicais ou mesmo rítmos. E atualmente é usado de forma pejorativa por alguns e de
forma descabida inclusive por "músicos do Gênero".

Salsa
A música hoje chamada salsa é uma mescla de ritmos afro-caribenhos, tais
como o son montuno, o mambo e a rumba cubanos, com a bomba e a plena
porto-riquenhas. A salsa nasceu em Cuba, por volta dos anos 60, e é uma
espécie de adaptação do mambo da década de 1950. Recebeu ainda
influências do merengue (da República Dominicana), do calipso de Trinidad e
Tobago, da cumbia colombiana, do rock norte-americano e do reggae

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jamaicano. Hoje, é uma mistura de sons e absorve influências de ritmos mais modernos como
rap ou techno. A dança é caracterizada pelo compasso quaternário.
No Brasil, a salsa foi difundida pelo bailarino Fernando Claumann.
Em 2000, surge a primeira companhia especializada em salsa no Brasil, a Conexión Caribe
Companhia de Danças, que em 2001 cria o Encontro Nacional de Salsa, evento anual que à
partir de 2003 se transforma no Congresso Mundial de Salsa do Brasil, um dos maiores eventos
do gênero no mundo.

Zouk
Em uma das versões sobre o surgimento da música zouk é afirmado a criação para divulgar a
Martinica e ter, assim como teve em Cuba, influência cultural em toda a América Latina. O ritmo
se espalhou pelo mundo, em diversos lugares, inclusive no Brasil, muitos passaram a acreditar
que a música e a dança seriam francesas.
Tanto que por algum tempo, quando a moda de dançar lambada estava em seu auge, o zouk era
chamado de lambada francesa.
Zouk - que significa festa - é uma dança praticada no Caribe, mais frequentemente nas ilhas de
Guadalupe, Martinica e San Francisco. Assim como o merengue o zouk é dançado trocando-se o
peso basicamente na cabeça dos tempos musicais (o que muitos professores de dança chamam
simplesmente de tempo).
No Brasil, utiliza-se o ritmo Zouk para dançar uma dança 100% brasileira. Ela é oriunda da
lambada, porém, com movimentos mais adaptados ao andamento da música. A lambada era
muito rápida e frenética, praticamente impossibilitando muitos passos que existem hoje.A dança
zouk tem hoje vários estilos entre eles o Tradicional, o Zouk Flow, o Soulzouk, o Neozouk e o
Revolution. É preciso ter muito cuidado para não confundir a música com a dança. A dança zouk
pode ser dançada com diversos ritmos: kizomba, cabolove, Hip hop, R&B Contemporâneo,
Reggaeton, dancehall e Raggajam.

Tango

É um estilo musical e uma dança a par. Tem forma musical binária e compasso de dois por
quatro. A coreografia é complexa e as habilidades dos bailarinos são celebradas pelos
aficionados. Segundo Discépolo, "o tango é um pensamento triste que se pode dançar". Sua
origem encontra-se na área do Rio da Prata, na América do Sul, nas cidade de Buenos Aires e

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Montevidéu, porém, a música do tango não tem uma origem muito clara. De acordo com estudos
que não dispõem de numerosa documentação, o tango descenderia da habanera e se
interpretava nos prostíbulos de Buenos Aires e Montevidéu, nas duas últimas décadas do século
XIX, com violino, flauta e guitarra (violão). O escritor e polemista argentino Jorge Luis Borges,
afirmou que por suas características o tango só poderia ter nascido em Montevidéu ou Buenos
Aires. O bandoneón, que atualmente caracteriza o tango, chegou à região do Rio da Prata por
volta do ano 1900, nas maletas de imigrantes alemães. Não existem muitas partituras da época,
pois os músicos de tango não sabiam escrever a música e provavelmente interpretavam sobre a
base de melodias já existentes, tanto de habaneras como de polcas. E também ele desperta os
olhares de públicos de todas as idades,pela a ginga e a malícia dos dançarinos.

Época de ouro - O tango argentino, ou rio-platense, começou a ultrapassar fronteiras já no


início do século XX, quando marinheiros franceses levaram ao seu país natal o tango do
uruguaio Enrique Saborido La morocha, isso por volta de 1907; aliás, Paris se apaixonou pelo
tango, uma dança exótica e sensual para os parisienses, que levou muitos artistas argentinos e
uruguaios a viajar e até se radicar na capital francesa. Os pesquisadores do gênero identificam
duas fases de ouro do tango, a primeira nos anos 20, quando várias figuras do ambiente artístico
de Buenos Aires e Montevidéu, inclusive muitos literatos como José Gonzalez Castillo e Fernán
Silva Valdez, canalizassem seus esforços no fomento da música popular rio-platense, e em
especial do tango. Nos anos 20, cantores como Carlos Gardel, Ignacio Corsini e Agustín
Magaldi, e cantoras como Rosita Quiroga e Azucena Maizani, venderam muitos discos na
florescente indústria discográfica argentina e difundiram o tango para fora da Argentina. Os anos
40 marcam a segunda época de ouro do tango, quando novos valores do tango como Aníbal
Troilo, Astor Piazzolla e Armando Pontier, se juntam a nomes consagrados como Francisco
Canaro e Carlos di Sarli, isso sem contar o fenômeno de popularidade que foi a típica de Juan
D'Arienzo.

Existiu também o tango brasileiro muito em voga no início do século 20 no Rio de Janeiro. Muitos
dizem que ele nada mais era que uma denominação do maxixe, devido ao fato de este ter sido
proibido. Daí editarem as canções com o gênero descrito por "tango brasileiro". Outros
contestam essa história dizendo que há diferença entre o tango brasileiro e o maxixe e esta se
daria pala presença de uma pausa na primeira semicolcheia do primeiro tempo, que o tango não
possuiria.

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DANÇA CONTEMPORÂNEA

É o nome dado para uma determinada forma de dança de concerto do século 20.

Mais que uma técnica específica a dança contemporânea é uma coleção de sistemas e métodos
desenvolvidos da dança moderna e pós-moderna. O desenvolvimento da dança contemporânea
foi paralelo, mas separadamente do desenvolvimento da New Dance na Inglaterra. Distinções
podem ser feitas entre a dança contemporânea Americana, Canadense e Européia.

Enquanto a dança moderna modificou drasticamente as "posições-base" do balé clássico, além


de tirar as sapatilhas das dançarinas e parar de controlar seu peso, a estrutura do balé, fazendo
uso de diagonais e, digamos assim, dança conjunta, a dança contemporânea busca uma ruptura
total com o balé, chegando, às vezes, até mesmo a deixar de lado a estética: o que importa é a
transmissão de sentimentos, ideias. Solos de improvisação são bastante frequentes.

A composição de uma trilha para um espetáculo de dança contemporânea implica em diversos


outros fatores, além da própria composição musical.

Com raízes na dança moderna de Martha Graham, a dança contemporânea surgiu na década de
60 como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica. Alguns dos expoentes do
seu início são Merce Cunninghan, Twyla Tarp, Débora Hay, Meredith Monk e Trisha Brown.

Depois de um período de intensas inovações e experimentações que muitas vezes beiravam a


total desconstrução da arte finalmente - na década de 1980 - a dança contemporânea começou
a se definir desenvolvendo uma linguagem própria embora algumas vezes faça referência ao
ballet clássico.

Durante a década de 1990 a dança contemporânea alcançou a maturidade e atualmente há


diversas companhias e circuitos mundiais de dança contemporânea como o Ciudades que

Danzan.

A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida.

No Brasil, a dança contemporânea vive seus prenúncios na década de 80 e vai consolidando-se


através de pesquisadores teóricos e práticos. Seus referenciais, anteriormente constituídos,
sofrem um processo de descontração, anunciando o caos. Para que se possa entender, ou olhar

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para esse corpo caótico, é necessária outra orientação, uma nova cartografia. Sob esse novo
prisma, lugares informais e inusitados oferecem espaço a representações. O bailarino pode
dividir a cena com câmeras (adaptadas ou não ao corpo); a iluminação pode ser natural ou
artificial; o público pode ou não ser co-participante da obra, que pode estar ou não acabada
(work in progress). Estabelece-se um novo perfil para o profissional da dança e solicita-se um
espectador mais versátil. Surge a necessidade de pensar, a partir de então, em uma formação
específica e ampla, que contemple tanto bailarino quanto espectador.

A dança contemporânea evoluiu a partir da dança moderna do início do século XX. Os cenários
e coreografias procuram expressar sentimentos, confrontos e problemas da sociedade atual, é
uma dança que reflete a vida e o confinamento do ser humano, que estuda e busca o domínio
das formas universais do movimento observando os seus aspectos corporais e mentais; o seu
foco está na compreensão e na prática dos princípios do movimento humano e das suas infinitas
variações.

A dança contemporânea pode ser mais bem descrita como uma dança pós-moderna. No Brasil,
ela se firmou como um estilo próprio na década de 1990 e possui características bastante
semelhantes ao moderno - tais como liberdade técnica, ruptura com a rigidez clássica,
participação e interação dos bailarinos nas aulas e nas montagens coreográficas - mas
apresenta outras características que lhes são peculiares. Vivemos hoje em um mundo
capitalista, pós-industrial e com enorme velocidade de informações. A dança contemporânea
copia esse contexto atual e faz uma fusão entre vários estilos podendo agregar também técnicas
diferenciadas e complementos diversos vindos da literatura, vídeos, computadores, estruturas
mecânicas, cenários diversos, tudo se integrando à obra e ao homem.

A ideia de que a arte reflete ou expressa a sociedade e o tempo em que se insere reproduz-se
na dança. Assim como acontece em outras formas de arte, alguns dos principais definidores do
que vem a ser o estilo contemporâneo (ou pós-moderno) são: fragmentação, multiplicidade,
justaposição, repetição, uso constante de referências a épocas diversas, experimentação e
ousadia em ironizar o modo de vida atual. Esses definidores ratificam a idéia de que a dança
contemporânea vem a ser uma adaptação do moderno ao contexto atual e que, por isso, se
diferencia quanto estilo. Ambos continuam a existir e a firmar suas idéias no cenário da dança
mundial. Todavia, é importante lembrar que, embora os dois estilos estejam interligados em
vários aspectos e que, por isso, muitos bailarinos possam vir a executar trabalhos em ambos,
eles são distintos. Dança Contemporânea não tem apenas a necessidade de produção, ela

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ultrapassa nosso tempo, condicionada não apenas por uma necessidade estética, mas propicia
um novo olhar e questionamento.

Entre os grandes nomes da Dança Moderna e Contemporânea destacam-se: Isadora Duncan,


Ruth Sant Denis, Ted Shaw, Martha Graham, Rudolf Von Laban, Mary Wigman, Martha Graham,
Doris Humphrey, Charles Weidman, Hanya Holm, José Limon, Pina Bauch, Mecie Cunnigham,
Forcite, Mario Nascimento, Rodrigo Pederneriras, Deborah Colker.

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DANÇA MODERNA / CONTEMPORÂNEA

A dança moderna procurava-se dar uma ênfase aos sentidos, aos sonhos, tentando teatralizá-los
ao máximo através dos movimentos corporais.

Na dança contemporânea existe uma grande diversidade de elementos e características,


tendências e estilos, não existe um elemento puro, mas sim um vasto repertório de informações.
Esta multiplicidade e liberdade em usar diversos elementos para criar, pode ser muito rica e
criativa, uma vez que o artista pode criar um estilo e óptica própria, sem ficar preso e limitado a
determinada linha ou técnica.

É possível identificar o cruzamento de linguagens na dança contemporânea – vídeos, texto, voz


e o uso de outras técnicas para cena, mostrando uma configuração complexa e em constante
mudança.

A dança contemporânea surge a partir do contexto da sua época, trazendo a necessidade de


libertação das formas pré-estabelecidas, de novas descobertas da relação do homem com o seu
tempo e com o seu corpo, o que a torna marcada pela diversidade de técnicas, de formas e de
corpos.

Dança na Atualidade

A dança é uma das três principais artes cênicas da antiguidade, ao lado do teatro e da música.
Caracteríza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia),
ou improvisadas (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é
acompanhada ao som e compasso de música e envoolve a expressão de sentidos potenciados
por ela.

A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia.
Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical,
para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculando das particularidades
do teatro.

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Atualmente, a dança se manifesta nas rua em eventos como “dança em trânsito”, sob a forma de
vídeo, no chamado “videodança”, e em qualquer outro ambiente em que for contextualizado o
propósito artístico.

Dança Contemporânea e suas técnicas

Mais que uma técnica específica, a dança contemporânea é uma coleção de sistemas e métodos
desenvolvidos a partir da dança moderna e pós-moderna. O desenvolvimento da dança
contemporânea foi paralelo, mas separado do desenvolvimento da New Dance na Inglaterra.
Distinções podem ser feitas entre a dança contemporânea estadunidense, canadense e
européia. A dança contemporânea não se define em técnicas ou movimentos específicos, pois o
intérprete/bailarino ganha autonomia para construir suas próprias partituras coreográficas a partir
de métodos e procedimentos de pesquisa como: improvisação, contato-improvisação, método
Laban, técnica de release, Body Mind Centery (BMC), Alvin Nikolai. Esses métodos trazem
instrumentos para que o intérprete crie suas composições a partir de temas relacionados a
questões políticas, sociais, culturais, autobiográficas, comportamentais cotidoanas, como
também a fisiologia e a anatomia do corpo. Aliado a isso, viu-se a necessidade da pesquisa
teórica para complementação da prática. O corpo na dança contemporânea é construído na
maioria das vezes a partir de técnicas somáticas, que trazem o trabalho da conscientização do
corpo e do movimento, como a técnica Alexander, Feldenkrais, eutonia, Klauss Vianna (Brasil),
dentre outras.

Dança Moderna no Brasil

Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos artistas renomados que
procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo novas idéias no campo estético que
contribuíram para a divulgação das propostas modernas de dança no país.

Entre outros podem ser citados: Lanka Rudzka, Batman Luiz Arrieta, Maria Duschenes, Marika
Gidali, Maryla Gremo, Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiele Ruth Rachou.

A maioria se instalou no eixo Rio - São Paulo, colaborando através de seus ensinamentos para a
formação de uma nova geração de dançarinos conectados às propostas da dança moderna.

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GRUPOS DE DANÇA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Grupo Tholl
(Pelotas – Rio Grande do Sul – Brasil)

No ano de 1987, João Bachilli e um grupo de amigos que fazia ginástica olímpica resolveu se
unir, dedicando-se a acrobacias com participação do TEP - Teatro Escola de Pelotas e da amiga
Bartira Franco.

Os alunos do TEP participantes e também as pessoas da comunidade, começaram a dedicar


um bom tempo treinando, pesquisando, fazendo animações como palhaços, inclusive, o próprio
João Bachilli. Faziam pequenas montagens, aberturas de eventos, como FENADOCE e
FECRIANÇA, e com isso foram conquistando espaços maiores.

A primeira incentivadora do grupo foi Berê Führo Souto, pois o grupo de amigos treinava na
Academia Estímulo (de propriedade de Berê).

Segundo João Bachilli, no começo tudo foi extremamente difícil, muitos se apresentavam de pés
descalços, pois não tinham sapatilhas e nem dinheiro para comprá-las. Eram vários alunos,
vários grupos diferentes.

Não havia uma estrutura sólida, como há hoje, para oferecer qualidade maior de treinamento, e o
grupo não possuía tempo disponível. Tudo era muito corrido...

Com o tempo, passaram a treinar no Colégio Municipal Pelotense, com apoio do professor Luiz
Eduardo Nogueira, então diretor, grande incentivador do Tholl, que também conta até hoje com
apoio e colaboração da diretora, professora Marita.

Aos poucos, começaram a aparecer mais integrantes para participar do Grupo, passaram a ter
mais tempo para os treinos e puderam qualificar mais cada um dos integrantes. O Grupo Tholl
ficou sediado no Pelotense por seis anos.

Diz Bachilli: “Ensaiávamos Tholl diariamente, todos os dias da semana, almoçávamos todos na
minha casa ou em algum restaurante quando havia dinheiro”, lembra com carinho, revelando que

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“com o trabalho de animação começando a surgir, a gente abriu mão do cachê para comprar os
apetrechos para o espetáculo. Aos poucos fomos comprando... E aí está o Tholl”.

Faltava uma semana para a estréia e tivemos muita sorte. Creio que estávamos “bem
assistidos”, pois apareceu um trabalho grande de animação, entrou dinheiro e fizemos o primeiro
espetáculo no Theatro Sete de Abril. Casa lotada, o que não foi um parâmetro, pois a maioria
das pessoas era das nossas famílias e amigos.

Após mais um espetáculo, em 2002 ou 2003, apareceram mais pessoas, pediam cenas,
empresas passaram a contratar o Grupo.

Então apareceram amigos, lembra Bachilli, “a jornalista Elaine Acosta e Paulo Martins, que
abraçaram a produção, pois não tínhamos tempo para isso e o tempo que tínhamos não
podíamos perder, ensaios... quando se faz tudo junto, não se consegue aprimorar”.

Após a contratação da produção, o Grupo passou a investir mais em si, treinar mais ainda e o
espetáculo chegou mais perto do que é hoje.

Espetáculos:
Tholl, Imagem e Sonho

Este espetáculo pode ser traduzido como uma mistura de cor, emoção, acrobacia e fantasia. São
utilizadas técnicas circenses, com o uso de uma roupagem moderna e arrojada, numa
metalinguagem teatralizada. É chamado de “novo circo” e estreou em 15 de novembro de 2002.

O elenco, formado por 17 artistas, usa perucas estilizadas e figurinos estilizados elizabetanos e
venezianos de luxo com toques de modernidade. O espetáculo tem iluminação sofisticada,
dança coreografada e música vibrante e marcada.

Tholl liberta o espectador para que faça sua própria leitura de uma forma simples e sincera,
transportando-o a um mundo de sonhos e fantasia, com a intenção de ocupar um pedacinho da
memória e do coração de cada um, com um inexplicável momento de catarse coletiva.

No espetáculo vale brincar, pular em um número de corda acrobática, trancar a respiração


quando o equilíbrio e a gravidade são desafiados, a precisão dos malabares, a sincronia dos
monociclos, a beleza e plasticidade dos movimentos.

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O espetáculo de circo-teatro também é oferecido no formato de pocket show (show de bolso).
Não apresenta os números aéreos e tem duração de 25 minutos, mostrando algumas cenas,
numa panorâmica das performances do espetáculo completo, com infra-estrutura mais enxuta.

Tholl destaca cenas de trabalho de equipe, cooperação, ousadia, equilíbrio, sonho, alegria e
magia.

Kaiumá, a Fronteira - um espetáculo ecológico

Kaiumá, a Fronteira, um espetáculo que usa de pano de fundo a preocupação com a ecologia,
enaltece as lendas indígenas. Está sendo ensaiado pelos artistas do Grupo Tholl e deverá
estrear até o final de 2009.

“Kaiumá é um alerta para o perigo que a natureza corre”, revela Bachilli, adiantando que o
espetáculo estará mostrando as belezas que temos e passam em branco por nós, principalmente
o fato de muitos animais estarem em extinção, desaparecendo. “Queremos mostrar o que temos
de bonito, mas de uma maneira a despertar a atenção do espectador”, antecipa o diretor.

Bachilli ressalta que Kaiumá, a Fronteira será um espetáculo com grandiosidade na parte visual
e nos números apresentados, sendo completamente diferenciado. Observa que Tholl, Kaiumá e
Alkhemia (este ligado à história da alquimia) fazem parte de uma trilogia.

Núcleo de Animadores do Grupo Tholl apresenta pocket show Exotique

O trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Animadores do Grupo Tholl, o pocket show Exotique,
faz uma passagem por diferentes épocas e estilos da humanidade, a começar por seus figurinos,
que são de períodos variados e com toques de modernidade, nas cores preta, vermelha, branca
e prata. Vão desde dama antiga até soldados romanos, em estilos que “brincam
escancaradamente” com a estética, a forma e a linguagem do “novo circo”.

Exotique apresenta cenas inusitadas, com elementos surpresa. O tempo de atuação é de 30


minutos, contando com 11 artistas em cena. É utilizado um boneco articulado de 3,5 metros de
altura, o “Sammy”.

Voltado ao público adulto e versando sobre a sensualidade da pantomima do clown em alguns


momentos, o pocket show transmite idéias de equilíbrio, força, trabalho de equipe e paciência.

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Exotique é voltado para a forma, para a morfologia da palavra. Por isso, tudo tem muito excesso,
tudo é muito singular, admirável.

Apresenta cenas por vezes tênues, às vezes quase loucas, desorientadas, em outras é chique
ou “over”. Mostra elementos extravagantes ou até mesmo esquisitos.

O corpo “fala” palavras mudas e os olhos vislumbram cores e formas que detalham uma época,
ou várias juntas.

Exótico em português. Exotique em francês. Do latim, exoticu e do grego, exotikós. “Para nós,
nada mais do que um estrangeiro das épocas”, diz o diretor geral, João Bachilli.

Cirque du Soleil

O Cirque du Soleil começou quando um grupo de artistas de rua no Quebec (Canadá) decidiu
criar uma nova maneira de exprimir a paixão do grupo pelas artes circenses. Sob a direção de
Guy Laliberté, o Cirque du Soleil usou a sua paixão pela criatividade e pela inovação para
redefinir a paisagem do entretenimento e maravilhar espectadores do mundo inteiro.

Cirque du Soleil fornece entretenimento artístico de alta qualidade, com sede em Montreal,
Quebec (Canadá). A empresa conta com quase 4000 funcionários, de 40 países diferentes,
incluindo 1000 artistas.

Há mais de 20 anos, o Cirque du Soleil tem utilizado a sua energia criativa e abordagem única
para criar uma nova forma de expressão artística e mostrá-la ao mundo inteiro. Embora o foco
principal das atividades do Cirque du Soleil continue a ser criação de espetáculos originais, a
empresa também leva o seu espírito inovador a áreas como a música , TV, DVD e filmes,
comercialização e licenciamento de produtos e muitos outros projetos extraordinários.

O Cirque du Soleil é uma organização internacional fundada no Quebec e dedicada à criação,


produção e apresentação de espectáculos artísticos. A sua missão é despertar a imaginação,
provocar os sentidos e suscitar as emoções das pessoas no mundo inteiro.

Ao longo da sua evolução, o Cirque du Soleil optou por se envolver com os seres humanos e as
coletividades, e atuar junto de um número cada vez maior de pessoas com o objetivo de ajudar a
melhorar a qualidade de vida de todos os seres humanos.

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Este compromisso com a responsabilidade social é central para as estratégias de negócio e os
métodos de gestão desta organização. A cidadania global do Cirque du Soleil está baseada na
convicção de que as artes, o mundo dos negócios e as iniciativas sociais podem trabalhar juntos
para ajudar a criar um mundo melhor.

Alguns dos Espetáculos:

Quidam

Um ser anônimo, uma figura solitária na esquina de uma rua, alguém que passa com pressa.
Isso poderia acontecer a qualquer um. Alguém que vem, alguém que vai, que vive na sociedade
anônima. Alguém na multidão, um dos membros da maioria silenciosa. Aquele que, dentro de
cada pessoa, grita, canta e sonha. É este o "quidam" que o Cirque du Soleil celebra.

Uma jovem enfurece-se; ela já viu tudo o que há para ver e seu mundo perdeu todo o
significado. A sua raiva despedaça o seu pequeno mundo e ela encontra-se no universo de
Quidam. A ela junta-se um companheiro alegre e outro personagem mais misterioso, que vai
tentar seduzi-la com o maravilhoso, o inquietante e o aterrador.

Alegría

Alegria é um estado de espírito. São muitos os temas deste espetáculo. O poder e a


transferência do poder com o tempo, a evolução das monarquias antigas para as democracias
modernas, os idosos e a juventude — tudo serve de pano de fundo para a vida dos personagens
de Alegría. Bobos da corte, menestréis, vagabundos, antigos aristocratas e crianças povoam
este universo, junto com os palhaços, que são os únicos a resistir à passagem do tempo e às
transformações sociais que a acompanham.

Corteo

Corteo, que significa "cortejo", é uma procissão alegre, uma parada festiva imaginada por um
palhaço. Este espetáculo reúne a paixão do ator com a graça e a força do acrobata, para
transportar o público a um mundo teatral de prazer, comédia e espontaneidade situado num
espaço misterioso entre o céu e a terra.
O palhaço imagina o seu próprio funeral, numa atmosfera de festa e observado por anjos bons.
Contrastando o grande e o pequeno, o ridículo e o trágico, a magia da perfeição e o charme da

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imperfeição, o espetáculo evidencia a força e a fragilidade do palhaço, mas também a sua
sabedoria e ternura, para ilustrar o aspecto humano de cada um de nós. A música, às vezes
lírica, às vezes divertida, transforma Corteo numa festa intemporal onde a ilusão brinca com a
realidade.

Companhia de Dança Deborah Colker

O momento de fundar a Companhia de Dança Deborah Colker chegou em 1994, quando


recebeu o convite para participar do Carlton Dance Festival, depois que Monique Gardemberg
assistiu a uma performance de seus alunos no Panorama da Dança RJ.

Foi fazendo os espetáculos pelas estradas afora, que Deborah Colker começou a perceber que
precisa estabelecer outras formas de comunicação com o público: formas de conhecimento, de
troca de experiência. Precisava de uma escola.

Nesta escola pretende-se pensar movimento, experimentar movimento, disciplinar,


conscientizar, respirar e sensibilizar o corpo que pensa, muda, sente; que dança. Uma escola
com todo tipo de técnica de movimento e outras aulas como: teatro, música, artes plásticas,
filosofia, fotografia, anatomia, história da dança, entre outros. Formas de conhecimento
fundamentais para a formação de um corpo inteligente e de uma movimentação criativa e
disciplinada.

Deborah achava que a escola era pouco para este sonho. Precisa também de uma biblioteca,
uma videoteca, um café. Criar um espaço comum para a sede e estrutura da Companhia, a
escola, um encontro de pessoas que relacionam-se com a dança através da arte, saúde, lazer.

Este espaço é para atender crianças, adolescentes e adultos, para profissionais como também
para neófitos. É um Centro para pensar, emocionar e construir um corpo que tem prazer em se
movimentar.

“Sempre acreditei na criatividade e irreverência. A concentração, disciplina, formação e o foco


são a base e a possibilidade criativa de qualquer indivíduo.” (Deborah Colker)

O Centro de Movimento Deborah Colker nasce, portanto, com a vocação para intercâmbios. A
idéia é possibilitar intercâmbios de professores, alunos e coreógrafos e ampliar cada vez mais as

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trocas com instituições nacionais e estrangeiras. Sua sede está situada à Rua Benjamin
Constant, 30 na cidade do Rio de Janeiro.

Espetáculos:

Dínamo (Matéria publicada no Jornal O Globo Rio de Janeiro, Brasil 22/JULHO/2006 Por Silvia
Soter)

“Dínamo” reúne as coreografias “Velox”, de 1995, e “Maracanã”, criada em 2006 para integrar o
projeto cultural da copa co Mundo. Unido as duas peças, há mais do que o fato de terem o
esporte como tema.

Pode-se dizer que “Velox” tem três movimentos. Nos dois primeiros, os gestos esportivos – do
atletismo à natação – se associam a gestos cotidianos, e a beleza dos corpos atléticos é
ressaltada numa coreografia sem brilho em que o esporte serve como inspiração para a
movimentação. Já no terceiro movimento, quando a dança ganha a parede vertical no fundo da
cena, Deborah Colker explora com êxito as possibilidades do suporte só viáveis por essa outra
relação com a gravidade. A coreógrafa sublinha a potência gráfica da dança e a parede de
“Velox” transforma – se numa bonita tela onde os corpos que dançam constroem seus desenhos.
Os últimos movimentos “Velox” é um gol de placa.

Em “Maracanã” há também uma parede vertical ao fundo neste caso, representando as linhas de
um campo de futebol. Os bailarinos também se apóiam nela, desta vez usando a técnica de
rappel, suspensos pela cintura através de um cabo. O futebol é tema e, também aqui serve de
fonte para a movimentação. Ora os bailarinos reproduzem gestos que remetem ao esporte como
chute, o drible e mesmo a formação da barreira, ora transforma – se, por exemplo, em bola. A
chuteira aparece como sapatilha de ponta nos pés de Renata Versiani, que bate um bolão em
sua movimentação clássica. Mas, diferentemente do que ocorre em “Velox”, “Maracanã não
consegue ir muito além de uma investida literal. Mesmo a parede não se integra ao que
desenvolve sobre o palco. A frontalidade excessiva das coreografias impedem a incorporação do
plano vertical como continuação da cena, do campo.

Deborah e sua equipe extraem desse esporte a sofisticação visual das formas, das bandeiras e
dos uniformes, mas não consegue despertar a paixão e a surpresa que são bem – vindas
quando se trata de dança e de futebol.

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“Nó” (Publicado em The Daily Telegraph. Londres, Reino Unido. 28/ABRIL/2006. Por Elena
Seymenliyska)

"NÓ", último trabalho da coreógrafa brasileira Deborah Colker, teria o feito babar em dois
tempos.

A luz tem tom sépia, a música é uma batida dissonante. Uma mulher fica de pé, seus pulsos e
tornozelos atados, enquanto um homem ajusta e aperta suas amarras. Eles parecem nus, salvo
por tapa-sexos.

Quando os dançarinos se dobram e contorcem, estes tapa-sexos parecem crescer, expostos por
uma perna que sobe acima do ombro ou um braço que surge debaixo de uma virilha. Do pé-
direito penduram 120 cordas, unidas num ponto central, uma arvore da vida na qual os
dançarinos se contorcem e enroscam, num momento latejantes de prazer, no outro retesados de
dor.

Colker, que já foi estudante de psicologia e jogadora de vôlei profissional, levou sua companhia
de 17 membros para seminários de filosofia e aulas de atadura de Nós náuticos em preparação
para esta enérgica exploração do desejo. O resultado é empolgante, intenso e, às vezes,
inquietante: uma exposição altamente elétrica da dinâmica sexual.

Em parte alguma isto fica mais explícito do que na cena em que um homem faz uma alça de
corda ao redor de uma mulher, a ergue por esta alça, coloca sua própria cabeça na alça e sai
andando, o corpo dela ao mesmo tempo um NÓ apertado de submisso contra seu peito e um
fardo dominador.

O momento mais explicitamente erótico é um dueto feminino. À esquerda do palco está


pendurado um feixe de corda com a aparência de longos cabelos, embaraçado como
dreadlocks. As mulheres o circulam e uma é outra, então o balançam para a trás e para frente,
depois se enroscam nele, o tempo todo acariciando as cortinas de cabelo, ocasionalmente o
repartindo para revelar rostos úmidos, olhos vidrados de desejo.

Há muito mais acontecendo aqui do meramente a dança. Olhares e toques são trocados e, em
um momento, uma brincalhona palmada na bunda, tornando-nos todos voyeurs. A segunda parte

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de NÓ se constrói sobre este voyeurismo. Uma caixa transparente toma o lugar da floresta de
corda, um clarão brilhante joga um fulgor ríspido sobre a estória.

Aqui, os figurinos são paramentados num vermelho vivo, propositalmente brega, seus rostos
refulgentes com a mais pura luxúria. Um homem com cabelos cor-de-fogo saltita como um sátiro
sorridente. Há um pouco de dança-de-poste de bar stripper, há um picante jazz dos anos 70 e
muito espremer de corpos contra as paredes de plástico transparente. Fica bem mais "hardcore"
neste ponto. Talvez até o Sade perdesse o apetite.

Grupo Corpo

Fundado em 1975 na cidade de Belo Horizonte, o Grupo Corpo estrearia no ano seguinte sua
primeira criação, Maria Maria. Com música original assinada por Milton Nascimento, roteiro de
Fernando Brant e coreografia do argentino Oscar Araiz, o balé ficou seis anos em cartaz e
percorreu catorze países. Um êxito que se converteria na concretude de uma sede própria,
inaugurada em 1978.

De 1976 a 1982, enquanto o sucesso de Maria Maria ainda repercutia em apresentações pelo
Brasil e diversos países da Europa e da América do Sul, o Corpo não se deu descanso. Colocou
em cena nada menos que seis coreografias. Nesta primeira fase, a influência de Araiz, que em
1980 assinaria ainda O Último Trem, se faria sentir com maior ou menor intensidade nas
criações da companhia. Quem lhe moldaria as feições e a personalidade definitivas, entretanto,
viriam a ser dois fundadores do grupo: o bailarino Rodrigo Pederneiras, que, em 1981,
abandonaria os palcos para assumir em caráter definitivo o posto de coreógrafo-residente do
Corpo; e Paulo Pederneiras, diretor artístico da companhia e responsável pela iluminação dos
espetáculos.

Em 1985, chegava aos palcos o segundo grande marco na carreira do grupo: Prelúdios, leitura
cênica da interpretação do pianista Nelson Freire para os 24 prelúdios de Chopin. Primeiro
trabalho em colaboração com Freusa Zechmeister, responsável até hoje pela criação dos
figurinos da companhia, o espetáculo, que faz sua estréia no I Festival Internacional de Dança do
Rio de Janeiro, é aclamado pelo público e pela crítica, e termina de firmar o nome do grupo no
cenário da dança brasileira.

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O Corpo dá início então a uma nova fase, na qual irá processar a gestação de uma caligrafia e
um vocabulário coreográfico únicos. A partir de um repertório eminentemente erudito - onde
figuram, entre outras, obras de Richard Strauss, Heitor Villa-Lobos e Edward Elgar -, vai
tomando forma a combinação da técnica clássica com uma releitura contemporânea de
movimentos extraídos dos bailados populares brasileiros que se transformaria em uma marca
registrada do Grupo Corpo.

Em 1989, o núcleo de criação da companhia ganha outro colaborador importante: o artista


plástico Fernando Velloso. Ao lado de Zechmeister e Paulo Pederneiras, Velloso vai contribuir
para a construção da identidade visual do Corpo atuando como cenógrafo até 2002, quando
Paulo passa a responder sozinho por mais esta função artística.

No mesmo ano, estréia Missa do Orfanato, uma densa e grandiosa tradução cênica da Missa
Solemnis k.139, de Mozart. De dimensões quase operísticas, o balé torna-se um marco estético
tão definitivo na trajetória do grupo, que, quase duas décadas depois de sua estréia, permanece
em repertório.

Três anos depois, emerge o grande divisor de águas do Corpo: 21 , o balé que firmaria a
imparidade da sintaxe coreográfica de Rodrigo Pederneiras e a inconfundível persona cênica da
companhia. Sobre a sonoridade singular da oficina instrumental mineira Uakti e dez temas
compostos por Marco Antônio Guimarães a partir das divisões possíveis do número que dá título
ao balé, o coreógrafo deixa de lado a preocupação com a forma e começa a investir na dinâmica
do movimento, buscando, através do desmembramento de frases musicais e rítmicas, a escritura
de uma partitura de movimentos menos pautada na construção melódica, e mais interessada no
que subjaz a ela. O resgate da idéia de trabalhar com trilhas especialmente compostas, que
havia marcado os três primeiros espetáculos do grupo nos idos dos anos 70, permite também
que ele avance na investigação de um vocabulário identificado com as danças populares
brasileiras. Na definição precisa do crítico Rui Fontana Lopes, aqui o Grupo Corpo encontra,
enfim, à "tradução mais justa da palavra ballet na língua materna".

Na criação seguinte, Nazareth, o fascínio de Rodrigo por transitar entre os universos musicais
erudito e o popular encontra uma oportunidade perfeita para se realizar mais plenamente.
Inspirada no jogo de espelhamento proposto em contos e romances do ícone maior da literatura
brasileira, Machado de Assis (1839-1908), e na obra de Ernesto Nazareth (1863-1934), figura
seminal na formação da música popular no Brasil, a trilha criada pelo compositor e professor de

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Teoria Literária José Miguel Wisnik permite que, a partir de uma sólida base clássica, o Corpo
leve para a cena uma bem-humorada síntese da brejeirice e da sensualidade (in)contidas no
gingado próprio das danças brasileiras de salão.

A parceria do Corpo com autores contemporâneos dá tão certo que as trilhas especialmente
compostas passam a ser uma norma e, cada trilha, o ponto de partida para a nova criação.

O minimalismo de Philip Glass ( Sete ou Oito Peças para um Ballet ), o vigor pop e urbano de
Arnaldo Antunes ( O Corpo ), o experimentalismo primigênio de Tomzé ( Santagustin e, em
parceria com Wisnik, Parabelo ), a africanidade de João Bosco ( Benguelê ), versos metafísicos
de Luís de Camões e Gregório de Mattos à luz de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik
( Onqotô ), a modernidade enraizada de Lenine ( Breu ) dão origem a espetáculos de têmperas
essencialmente diversas - cerebral, cosmopolita, interiorano, primordial, existencialista, brutal -,
sem que se percam de vista os traços distintivos do Corpo.

De volta ao Velho e ao Novo Mundo, em meados dos anos 90, o Corpo intensifica
significativamente sua agenda internacional. Entre 1996 a 1999, atua como companhia residente
da Maison de la Danse, de Lyon, França, fazendo neste período a estréia européia de suas
novas criações na casa de espetáculos francesa (Bach, Parabelo e Benguelê). Hoje, com 33
coreografias e mais de 2.200 récitas na bagagem, a companhia mineira de dança
contemporânea, mantém dez balés em repertório e faz uma média de 80 récitas anuais,
apresentando-se em lugares tão distintos quanto a Islândia e a Coréia do Sul, Estados Unidos e
Líbano, Canadá, Itália e Cingapura, Holanda, Israel, França, Japão e Costa Rica.

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PERSONAGENS DA DANÇA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

-Martha Graham foi a maior inovadora da dança moderna ou "livre" desde Isadora Duncan.
Depois de passar por um breve período dançando em cabarés e teatros de revista, fez sua
estréia em Manhatan, em 1926, com um programa variado de danças interpretativas, usando
músicas clássicas e modernas. Logo depois, fundou uma companhia que seguia esse método.
Ela utilizava a unidade corpo-mente, a coordenação muscular e o controle de movimentos e de
respiração, transformando o corpo em instrumento dramático. Os seus balés eram, na realidade,
autênticas peças poéticas e, os bailarinos, atores. O trabalho apresentava uma unidade entre
música, cenário e coreografia - e algumas vezes até com palavras. A princípio interessou-se pelo
misticismo dos índios norte-americanos e a sua vida tribal: isso levou a se preocupar com
problemas sociais e psicológicos e com o chamado espírito pioneiro americano, culminado com
Appalachian spring (Primavera nos Apalaches), aclamado pela crítica. A partir da década de 30,
começou a usar apenas musicas originais.

-Isadora Duncan nasceu em 27 de maio de 1877, em Oakland, na Califórnia. A ausência do pai,


que cedo se separara da mãe, e a carência material em que vivia sua família - tinha três irmãos -
marcaram profundamente a menina, que começou a dançar pouco depois de aprender a andar.
Com cerca de 20 anos, Isadora foi para Nova York, onde se apresentou em algumas festas. Sem
muito sucesso. A Europa era o caminho. Pouco depois de chegar em Londres com seus três
irmãos, a bordo de um navio de gado. Isadora ganhou acesso aos salões da aristocracia inglesa
e, apresentada ao príncipe de Gales, recebeu dele elogios efusivos.

Era a senha para todos se sentissem autorizados a adotar a dançarina excêntrica, que rompia
todas as regras do balé clássico, só se apresentava descalça e, em coreografias próprias, dava
ao som de Wagner, Brahms e Beethoven contornos insuspeitados: o de suas pernas nuas.
"Dançar é viver. E o que desejo é expressar uma nova forma de vida" dizia Isadora. Não era só
retórica. A artista era tão empenhada na dança livre quanto no amor livre. Uma das figuras
feministas mais fortes do século - embora não militasse no sentido político - teve uma fieira de

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maridos e amantes. Intencionalmente, não divulgava a paternidade de seus filhos, Deirdre e
Patrick. Essa reputação escandalosa não a impedia de estar sempre rodeada de meninas da alta
sociedade: suas alunas de dança, apelidadas de "Isadoráveis".
Em 1908, aos 31 anos, a americana Isadora Duncan viveu seu momento de maior glória; voltou
em triunfo ao país natal, onde sua arte tinha sido desprezada, depois de conquistar a admiração
boquiaberta da esnobe Europa. O mais incrível é que tivesse obtido tanto sucesso com uma
fórmula absolutamente pessoal, fruto de algum autodidatismo, outro tanto de magnetismo e
muita coragem. Isadora inventou a dança livre e a vendeu para nobres e plebeus numa
embalagem que misturava uma sensualidade chocante para a época com um álibi espertíssimo -
o de que era tudo inspirado na cultura clássica, como comprovavam sua túnica de corte grego e
as citações de Platão salpicadas no espetáculo. Um gênio.

Curiosidades
Isadora veio ao Brasil, em 1916, onde teria vivido uma paixão platônica por João do Rio e tido
um caso com o poeta Oswald de Andrade. 
Em 14 de setembro de 1927, aos 50 anos de idade, morreu em Nice, na França, de forma
insólita: sua écharpe, solta ao vento, prendeu-se em uma das rodas do automóvel conversível
que a conduzia, atirando-a para fora do veículo e quebrando-lhe o pescoço.

-Rudolf Laban: (1879-1958) nasceu na Bratislava/Hungria, além de dançarino foi um grande


coreógrafo e pesquisador.

 Dançarino, coreógrafo, considerado como o maior teórico da dança do século XX e como o "pai
da dança-teatro". Dedicou sua vida ao estudo e sistematização linguagem do movimento em
seus diversos aspectos: criação, notação, apreciação e educação Laban inicialmente estudou
Arquitetura na "Escola de Belas Artes de Paris", interessando-se pela relação entre o movimento
humano e o espaço que o circunda. Aos 30 anos mudou-se para Munique e sob a influência
seminal do dançarino/coreógrafo Heidi Dzinkowska passou a se dedicar à arte do movimento.

Em 1915 Laban criou o Instituto Coreográfico de Zurique, que teve ramificações na Itália, na
França, e na Europa central.

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Suas teorias sobre o movimento e a coreografia estão entre os fundamentos principais da Dança
Moderna e fazem parte de todas as abordagens contemporâneas de dança.

Além de seu trabalho criativo e de análise da dança, Laban também se dedicou à realização de
propostas de dança para as massas. Desenvolvendo com esta finalidade a arte da dança coral,
onde grande número de pessoas se movem juntas segundo uma coreografia de estrutura
simples, porem instigante, que permita bailarinos e pessoas leigas dançarem juntas de forma
colaborativa.

.Junto com o industrial F.C. Lawrence, desenvolveu uma metodologia de análise do movimento -
"Effort-Study" (estudo dos esforços). Esta abordagem, apesar de ter sido direcionada
primeiramente para a seleção e treinamento de operários, possibilitou uma melhor compreensão
da movimentação humana geral.

A partir deste estudo, Laban chegou à formulação de uma minuciosa análise dos elementos de
movimentos e suas combinações. Atribuiu o nome de Coreutica ao estudo da organização
espacial dos movimentos, e de Eukinética ao estudo dos aspectos qualitativos do movimento
(como seu ritmo e dinâmica).

As concepções expressas por Laban sobre o movimento humano causaram grande impacto e
passaram a influenciar os trabalhos desenvolvidos em áreas tão diversas como Teatro, Dança,
Música, Artes e Educação Física.

Até hoje seus ensinamentos continuam sendo transmitidos no mundo inteiro através de Centros
e Universidades. As instituições Laban de maior importância são o LABAN, em Londres e o
Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies, em Nova Iorque.

A importância dos trabalhos de Rudolf Laban nas áreas de arte, comunicação, psicologia,
educação, arquitetura já receberam reconhecimento universal. Centros universitários, de arte, de
educação e companhias de dança na Inglaterra, Estados Unidos, França, Canadá, entre outros,
adotam e trabalham com os referenciais de Laban há pelo menos meio século.

A influência de Laban no Brasil

No Brasil Laban é mais conhecido como teórico do movimento e educador. Mais recentemente,
seu trabalho vem recebendo um olhar mais aprofundado sob a perspectiva da arte, da criação

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estética, da linguagem da dança e da comunicação não-verbal. A bailarina, coreógrafa e
educadora Maria Duschenes foi uma das introdutoras deste método no Brasil, tendo formado
gerações de alunos que utilizam a referência de Laban em seus trabalhos de criação e em suas
atividades de arte-educação. Em seu trabalho destacam-se as propostas de ensino público de
dança e a realização de diversas danças corais, inclusive uma apresentada no Parque do
Ibirapuera na Bienal de São Paulo. A coreógrafa Regina Miranda, primeira Brasileira formada
pelo Laban/Bartenieff Institute de NYC (1975) introduziu o Sistema Laban/Bartenieff no Brasil e,
desde então, tem se dedicado à difusão de suas teorias através de palestras.

-Débora Colker: A diversidade, a inquietação, não são uma marca do trabalho de Deborah
Colker por acaso. Ela cursou Psicologia, foi jogadora de vôlei e estudou piano durante dez anos,
dando vários concertos. A partir de 1980, Deborah dançou, coreografou e deu aulas durante oito
anos no grupo Coringa, sob a direção de Graciela Figueroa.
Em 1984, convidada por Dina Sfat para coreografar os movimentos da peça "A Irresistível
Aventura", com direção de Domingos de Oliveira, Deborah deu início ao que seria a vertente
mais importante de sua carreira nos dez anos seguintes: diretora de movimento, uma expressão
sugerida por Ulisses Cruz para definir seu trabalho. Como diretora de movimento, Deborah
Colker trabalhou com os principais diretores e atores do país em espetáculos como "Escola de
Bufões" de Moacyr Góes, "Macbeth" de Ulysses Cruz com Antônio Fagundes, "Sonhos de Uma
Noite de Verão" de Werner Herzog, "A Serpente" de Antônio Abujamra e "Uma Noite na Lua" de
João Falcão com Marco Nanini. O momento de fundar a Companhia de Dança Deborah Colker
chegou em 1994, quando recebeu o convite para participar do Carlton Dance Festival, depois
que Monique Gardemberg assistiu a uma performance de seus alunos no Panorama da Dança
RJ. Deborah é também a coreógrafa de shows e video clips de artistas como Fernanda Abreu,
Kid Abelha, Fausto Fawcett, Legião Urbana e Adriana Calcanhoto. Por trás anos consecutivos,
coreografou a Comissão de Frente da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Em
1997, sua coreografia "Paixão" foi remontada para o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio
de Janeiro, passando a fazer parte do repertório do Theatro.
O reconhecimento por seu trabalho também veio através de vérios prêmios que recebeu,
incluindo o "Prêmio Coca-Cola", "Prêmio Ministério da Cultura Troféu Mambembe", "Dez
Mulheres de 1999" do Conselho Nacional da Mulher do Brasil /Academia Brasileira de Letras,
"Personalidade do Ano" da Revista Bravo, Medalha do Mérito Artístico do Conselho Brasileiro da

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Dança, representante do Conseil International de La Danse (UNESCO).
Com o espetáculo MIX, Deborah Colker foi a primeira brasileira a ser agraciada com o prêmio
Laurence Olivier, um dos mais prestigiados das artes cênicas em Londres. Deborah foi a
vencedora da categoria "Outstanding Achievement in Dance" (Destaque em Dança), na edição
2001 do prêmio.

FIGURINOS

Grupo Tholl Grupo Tholl

Grupo Tholl Cirque du Soleil

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Cirque du Soleil Cirque du Soleil
BIBLIOGRAFIAS

DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S D O E S P O R T E N O B R A S I L. RIO DE


JANEIRO: CONFEF, 2006 14.31

www.pemcdd.hpg.com.br

http://www.infoescola.com/artes-cenicas/danca-de-salao/

http://pt.wikipedia.org

http://dancasdomundo.no.sapo.pt/dcontemp.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/dança

http://pt.wikipedia.org/wiki/dança_contemporanea

www.grupotholl.com

http://www.cirquedusoleil.com/world/pt/br/intro/intro.asp

www.ciadeborahcolker.com.br

www.grupocorpo.com.br

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