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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
(Princípio relacionado com o fato do agente)

INTRODUÇÃO
Art. 5º , II, C.F. – “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”
Art. 5º, XXXIX, C.F. – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;”
Art. 1º, C.P. - “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”

Quais documentos internacionais tratam do princípio da legalidade?

Convênio para a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais (Roma, 1950)
Artigo 7°. Princípio da legalidade. 1. Ninguém pode ser condenado por uma ação ou uma omissão que, no momento
em que foi cometida, não constituía infração, segundo o direito nacional ou internacional. Igualmente não pode ser
imposta uma pena mais grave do que a aplicável no momento em que a infração foi cometida.

Convenção Americana de Direitos Humanos (San José da Costa Rica,1969)


Artigo 9º. Princípio da legalidade e da retroatividade. Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no
momento em que foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco poder-se-á
impor pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a
lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se.

Estatuto de Roma (Roma, 1998)


Art. 22. Nullum Crimen Sine Lege. 1. Nenhuma pessoa será considerada criminalmente responsável, nos termos do
presente Estatuto, a menos que a sua conduta constitua, no momento em que tiver lugar, um crime da competência
do Tribunal.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

CONCEITO
Real limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais.
Obs:
LEGALIDADE =

FUNDAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


o Fundamento Político
o Fundamento Democrático
o Fundamento Jurídico

Art. 1º CP - “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”

Crime: abrange contravenção penal?


Pena: abrange medidas de segurança?

DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

a) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI

Princípio da reserva legal:


- lei ordinária (regra)
- lei complementar

# Medida Provisória pode criar crime?

# É possível Medida Provisória versando sobre Direito Penal não incriminador? Medida Provisória pode extinguir a
punibilidade?

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Lembrando: o Art. 62, § 1º, I, “b” C.F. proíbe Medida Provisória versando sobre Direito Penal (matéria incluída pela
EC 32/01).

“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
b) direito penal, processual penal e processual civil;”

A doutrina diverge:

1ªC: Com o advento da EC 32/01, ficou claro que Medida Provisória não pode versar sobre Direito Penal (incrimi-
nador ou não incriminador).
- Prevalece entre os constitucionalistas.

2ªC: A EC 32/01 reforça a proibição da Medida Provisória sobre Direito Penal incriminador, permitindo matéria de
Direito Penal não incriminador.

# Resoluções de quaisquer espécies podem criar infrações penais e cominar penas?

Ex.: Resoluções do TSE, CNJ, CNMP, etc.

Não sendo leis em sentido estrito, não podem criar crimes e cominar penas.

CUIDADO! As menções a condutas criminosas indicadas nas Resoluções do TSE são mera consolidações de tipos
penais previamente tipificadas por lei.

b) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI ANTERIOR


- Princípio da anterioridade.
- Proibição da retroatividade maléfica da lei penal

c) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI ESCRITA


- Proíbe-se o costume incriminador.

# Para que serve o costume no Direito Penal?

# Costume pode revogar infração penal?

1ªC: Admite- se o costume abolicionista ou revogador da lei nos casos em que a infração penal não mais contraria
o interesse social deixando de repercutir negativamente na sociedade.

2ªC: Não é possível o costume abolicionista. Entretanto, quando o fato já não é mais indesejado pelo meio social, a
lei não deve ser aplicada pelo magistrado.

3ªC (Prevalece): Somente a lei pode revogar outra lei. Não existe costume abolicionista.

O STF indeferiu HC em que a Defensoria Pública requeria, com base no princípio da adequação social, a declaração
de atipicidade da conduta imputada a condenado como incurso nas penas do art. 184, § 2º, do CP. Sustentava-se
que a referida conduta seria socialmente adequada, haja vista que a coletividade não recriminaria o vendedor de
CDs e DVDs reproduzidos sem a autorização do titular do direito autoral, mas, ao contrário, estimularia a sua prática
em virtude dos altos preços desses produtos, insuscetíveis de serem adquiridos por grande parte da população. De
acordo com o Supremo, o fato de a sociedade tolerar a prática do delito em questão não implicaria dizer que o
comportamento do paciente poderia ser considerado lícito. Salientou-se, ademais, que a violação de direito autoral
e a comercialização de produtos “piratas” sempre fora objeto de fiscalização e repressão.

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O STJ afastou essa tese na Súmula 502:

Súmula 502: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, §
2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.

Súmula 574: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de sua materialidade, é
suficiente a perícia realizada por amostragem do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é
desnecessária a identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os representem.

d) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI ESTRITA


Proíbe-se a utilização da analogia para criar tipo incriminador

e) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI CERTA

- Princípio da Taxatividade (ou da determinação).

f) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI NECESSÁRIA

FORÇA GALERA!!!
O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário

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