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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – TÓP. 10 – L.

PORTUGUESA
Metodologia de Ensino — Ensino da Leitura — Combinação
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

METODOLOGIA DE ENSINO — ENSINO DA LEITURA II — COMBINAÇÃO

Processo de compreensão à luz dos PCNs

• A compreensão é um processo ativo e responsivo; é, portanto, um pro-


cesso de relação entre locutor e interlocutor. Já está no horizonte do enun-
ciado do locutor a possível reação-resposta daquele a quem esse enun-
ciado está sendo dirigido e lhe orienta sentidos e estrutura (aspectos da
língua).
• Os PCNs sugerem, em vista disso, uma série de conceitos e procedimen-
tos subjacentes às práticas de linguagem. Afinal, para o trabalho com a
leitura, não basta que tenhamos recursos materiais disponíveis, é pre-
ciso enfatizar o uso que fazemos desses recursos.

Conceitos e procedimentos muito relevantes, a partir dos PCNs, que se rela-


cionam à leitura de textos escritos:

• Explicitação de expectativas quanto à forma e ao conteúdo do texto em


função das características do gênero, do suporte, do autor etc.
• Seleção de procedimentos de leitura em função dos diferentes objetivos e
interesses do sujeito (estudo, formação pessoal, entretenimento, realiza-
ção de tarefa) e das características do gênero e suporte:
–– Leitura integral: fazer a leitura sequenciada e extensiva de um texto;
–– Leitura inspecional: utilizar expedientes de escolha de textos para leitura
posterior (não ficar restrito ao livro didático);
–– Leitura tópica: identificar informações pontuais no texto, localizar verbe-
tes em dicionário ou enciclopédia;
–– Leitura de revisão: identificar e corrigir, num texto dado, determinadas
inadequações em relação a um padrão estabelecido;
–– Leitura item a item: realizar uma tarefa seguindo comandos que pressu-
põem uma ordenação necessária.
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• Emprego de estratégias não lineares durante o processamento de leitura:


–– Formular hipóteses a respeito do conteúdo do texto, antes ou durante a
leitura;
–– Validar ou formular as hipóteses levantadas a partir das novas informa-
ções obtidas durante o processo da leitura;
–– Avançar ou retroceder durante a leitura em busca de informações escla-
recedoras;
–– Construir sínteses parciais de partes do texto para poder prosseguir na
leitura;
–– Inferir o sentido de palavras a partir do contexto;
–– Consultar outras fontes em busca de informações complementares
(dicionários, enciclopédias, outro leitor).
• Articulação entre conhecimentos prévios e informações textuais, inclusive
as que dependem de pressuposições e inferências (semânticas, pragmá-
ticas) autorizadas pelo texto, para dar conta de ambiguidades, ironias e
expressões figuradas, opiniões e valores implícitos, bem como das intera-
ções do autor.
• Estabelecimento de relações entre os diversos segmentos do próprio texto,
entre o texto e outros textos diretamente implicados pelo primeiro, a partir
de informações adicionais oferecidas pelo professor ou consequentes da
história de leitura do sujeito.
• Articulação dos enunciados estabelecendo a progressão temática, em
função das características das sequências predominantes (narrativa, des-
critiva, expositiva, argumentativa e conversacional) e de suas especificida-
des no interior do gênero.
• Estabelecimento da progressão temática em função das marcas de seg-
mentação textual, tais como: mudança de capítulo ou de parágrafo, títulos
e subtítulos, para textos em prosa; colocação em estrofes e versos, para
textos em versos.
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• Estabelecimento das relações necessárias entre o texto e outros textos e


recursos de natureza suplementar que o acompanham (gráficos, tabelas,
desenhos, fotos, boxes) no processo de compreensão e interpretação do
texto.
• Levantamento e análise de indicadores linguísticos e extralinguísticos pre-
sentes no texto para identificar as várias vozes do discurso e o ponto de
vista que determina o tratamento dado ao conteúdo com a finalidade de:
–– Confrontá-lo com o de outros textos;
–– Confrontá-lo com outras opiniões;
–– Posicionar-se criticamente diante dele.
• Reconhecimento dos diferentes recursos expressivos utilizados na produ-
ção de um texto e seu papel no estabelecimento do próprio texto ou de seu
autor.
(BRASIL, 1998, pp. 55-57.)

PCNs e a avaliação de leitura

• A atividade de leitura não deve ser realizada com intuito único de ava-
liar o aluno, seja por meio de fichas, seja por meio de resumos ou rese-
nhas, o que transformaria a atividade que poderia ser prazerosa e eficiente
no sentido de formar leitores em uma tarefa desinteressante e desmotiva-
dora.
–– “Ler por si só já é um trabalho, não é preciso que a cada texto lido
se siga um conjunto de tarefas a serem realizadas.” (BRASIL, 1998,
p. 72)
• Algumas tarefas avaliativas cabem para determinados gêneros discursi-
vos; para outros, não.
–– “Produzir esquemas e resumos pode ajudar na apreensão de tópicos
mais importantes quando se trata de um texto de divulgação científica;
no entanto, aplicar tal procedimento a um texto literário é desastroso,
pois apagaria o essencial — o tratamento estilístico que o tema recebeu
do autor.” (BRASIL, 1998, p. 70)
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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CPCON/2016) Sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, é pos-


sível reconhecer que:
( ) As concepções teóricas desse documento privilegiam a dimensão intera-
cional e discursiva da língua.
( ) Definem o domínio da língua (oral e escrita) como uma das condições
para plena participação do indivíduo em seu meio social.
( ) Privilegiam os conteúdos gramaticais, na forma e na sequência dos mo-
delos tradicionais.

Analise as proposições e marque (V) para verdadeira e (F) para falsa.

Comentário
As concepções teóricas dos PCNs são sociointeracionistas.

2. (CPCON/2016) Ainda sobre os PCNs, pode-se afirmar que:


I – Visam o desenvolvimento do potencial crítico do aluno e sua capacidade
de perceber as múltiplas possibilidades de expressão linguística.
II – Creditam ao professor a oportunidade de repassar conteúdos gramaticais,
privilegiando o nível culto da língua, “como uma espécie de água cristalina
e pura, que não deve ser contaminada”.
III – Oportunizam meios para ampliar e articular conhecimentos e competên-
cias que possam ser utilizadas nas diversas situações de uso da língua.

Analise as proposições e marque a(s) adequada(s).

Comentário
Desde 1998, no Brasil, é oficial o entendimento de que, além da gramática,
deve-se ensinar, em língua portuguesa, a sociointeração e a importância da
língua e de suas evoluções.
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3. (CPCON/2016) Na ótica de Irandé Antunes, “uma visão interacionista da es-


crita supõe encontro, parceria, envolvimento entre sujeitos para que acon-
teça a comunhão das ideias, das informações, intenções, crenças ou dos
sentimentos que queremos partilhar com alguém”. (In: Aulas de Português:
encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003, p. 45.)
Nessa perspectiva, pode-se depreender que:
a. A escrita não é tão interativa, dialógica e negociável quanto a fala.
b. O conhecimento linguístico (lexical e gramatical) supre a limitação de não
ter o que dizer.
c. A escrita é tão interativa quanto a fala e ter o que dizer, a quem dizer e
como dizer é uma condição prévia para o estabelecimento da interação
verbal.
d. O ensino da análise sintática e da nomenclatura gramatical deixa os alu-
nos suficientemente competentes para ler e escrever, conforme as diver-
sas situações sociais.
e. O ato de escrever é solitário, pois o interlocutor não está presente à cir-
cunstância da produção textual.

Comentário
Note que a questão dispõe sobre “visão interacionista da escrita”.

4. (CPCON/2016) Considerando a leitura como objeto de ensino efetivo, pode-


-se afirmar que as atividades de leitura devem ser:
I – Centradas nas habilidades mecânicas de decodificação da escrita, sem
que haja “encontro” com ninguém do outro lado do texto.
II – Limitadas à recuperação dos elementos literais e explícitos da superfície
do texto, privilegiando, apenas, aspectos pontuais.
III – Integradas com outras atividades, com motivos e oportunidades na própria
comunidade local, como forma de participação linguística da vida do aluno
em seu meio social.
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Analise as proposições e identifique a(s) adequada(s).

5. (CPCON/2016) As atividades de interpretação de textos exigem do aluno:


I – Estratégias de interação com o autor do texto, construindo cadeias refe-
renciais no fluxo da arquitetura discursiva do texto.
II – Potencialidades linguísticas e sociointerativas associadas aos conheci-
mentos intertextuais e ao dialogismo constitutivos de todo texto.
III – Domínio de conhecimentos, que consideram o texto como uma unidade
fechada resultante de um jogo da língua sobre a própria língua.

Analise as proposições e assinale as adequadas.

Comentário
A banca pode valer-se de linguagem rebuscada para tentar confundir o
candidato.

GABARITO

1. V—V—F
2. I e III
3. c
4. III
5. I e II

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Samuel Quintiliano.
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