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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

FÁBIA LANÚZIA PAIVA DE OLIVEIRA MIRANDA

A CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE


FÁBIA LANÚZIA PAIVA DE OLIVEIRA MIRANDA

Serrinha
2015
A CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE

Trabalho de Pedagogia apresentado à Universidade


Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito para a
obtenção de média nas disciplinas de: Ensino de História
e Geografia, Ensino de Matemática, Ensino de Ciências
Naturais e Saúde Infantil, Estágio Curricular Obrigatório
III: Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Seminário VII

Orientadores: Cyntia França, Lilian Gavioli de Jesus,


Keila Tatiana Boni, Andreia de Freitas Zômpero, Vilze
Vidotte Costa, Rosely Montagnini.

Serrinha
2015
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INTRODUÇÃO

A CRIATIVIDADE E A PRÁTICA DOCENTE


Este trabalho é de suma importância para a compreensão de que processos
criativos na prática docente é um elemento essencial na formação dos professores e
nos permite ampliar o conhecimento em uma temática que aborda a necessidade de
fomentar a pesquisa e a criatividade, frente a demandas sociais e culturais, que
exigem cada vez mais pensarmos em novas práticas-teórico-didático-pedagógicas
que confrontem o cotidiano da perda de concentração e o desinteresse das crianças
e adolescentes em sala de aula.
Criatividade é uma palavra amplamente utilizada e com muitos significados.
Seu conceito é complexo, multifacetado e pouco explorado. Sobretudo, no mundo
atual, é inquestionável sua importância no âmbito escolar, a contemporaneidade
requer professores criativos que formem alunos criativos, mesmo tendo inserido
nesse contexto o docente que ainda não se sente tão estimulado a criar e inovar no
contexto profissional.
Na medida em que este professor foge do tradicional e das práticas do
passado, se livra dos conhecimentos defasados, analisa e planeja as realizações
futuras, os resultados tendem a ser motivadores: os alunos aprendem mais e
adquirem conhecimentos com mais significado.
Considera-se que para acontecer uma reforma paradigmática significativa
em relação à criatividade, ou seja, para compreendê-la como potencialidade inerente
e formativa do sujeito em sua vida, necessita-se de oportunizar ao professorado
vivências de atividades criativas, e não somente, no nível prático, mas teórico
também.
Dessa forma, consideramos fundamental aprofundarmos esse assunto na
formação e logo, na práxis do futuro professor. O objetivo para essa produção é
compreender o conceito criatividade e associá-lo à prática docente, sabendo-se que
a criatividade faz a diferença na escola, partindo tanto do professor criativo, quanto
do ambiente facilitador da criatividade.
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DESENVOLVIMENTO

A criatividade e a pesquisa na prática docente devem ser elementos


indissociáveis na construção do conhecimento. Ser criativo faz parte da natureza
humana, ela não é um dom, nós nascemos com a capacidade de criar, e esta pode
ser estimulada e se desenvolve nas pessoas em maior ou menor grau, dependendo
do ambiente em que o indivíduo se encontra inserido, pois este interfere nos níveis
em que o processo criativo se apresenta em cada um de nós.
De acordo com NUÑEZ; SANTOS, 2012, p.150, criatividade consiste em uma
habilidade de realizar uma produção com características novas e adaptativas ao
universo no qual ela se manifesta. Este conceito de produção, simultaneamente
nova e adaptativa ao contexto histórico-social que corresponde ao processo criativo.
É uma habilidade que se desenvolve desde que se seja estimulada, por isso,
é importante estimular o potencial, tratando de educação, estimular o potencial dos
nossos alunos. Muitas são as pesquisas sobre criatividade, inclusive, os autores que
a pesquisam a conceituam de modos diferenciados.
Neste contexto, a novidade consiste em um elemento dinâmico e interativo e
que depende, em sua maior instância, da adaptação e concepção de importância e
pertinência àquele contexto pelos grupos sociais. A esse respeito Lubart (2007, p.
16) afirma que:
[...] uma produção criativa não pode ser simplesmente uma resposta
nova. Ela deve igualmente ser adaptada, ou seja, deve satisfazer
diferentes dificuldades ligadas às situações nas quais se encontram as
pessoas. Sujeitos como os avaliadores mencionam geralmente esse
duplo aspecto de novidade e de adaptação quando os interrogamos
sobre suas concepções de criatividade.

Porém, vale salientar que as devidas lacunas que comprometem o


desenvolvimento do ensino pautado na criatividade, sobretudo, deve-se a alguns
elementos implicadores que permeiam a conduta humana ao longo de seu
desenvolvimento sócio-histórico, como: a história de vida – familiar, cultural, escolar;
a formação profissional, na maioria das vezes, alheia ao ensino na perspectiva da
criatividade.
Após essa breve exposição da problemática sobre a criatividade, entende-se
que torna-se notório e inovador discutir sobre as crenças dos professores a respeito
do desenvolvimento do pensamento criativo do aluno em sua formação escolar.
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Assim sendo, este trabalho permeia-se nas crenças educativas desses professores
na perspectiva da criatividade, sabendo-se que esta ótica consiste em recortar o
objeto de estudo multifacetado e recebedor de influências sócio-históricas e culturais
e que não preenche totalmente as lacunas referentes à temática aqui explicitada.
Já para Fayga (2009) “os processos de criação ocorrem no âmbito da
intuição”.

“Intuitivos, esses processos se tornam conscientes na medida em que


são expressos, isto é, na medida em que lhes damos uma forma.
Entretanto, mesmo que a sua elaboração permaneça em níveis
subconscientes, os processos criativos teriam que referir-se à
consciência dos homens, pois só assim poderiam ser indagados a
respeito dos possíveis significados que existem no ato criador”.

Todos os elementos do processo criativo tratados por Fayga estão envolvidos


no fazer teatral, nele é necessário estar aberto aos estímulos que a objetividade nos
oferece, interpretar e sentir o mundo ao nosso redor. Passando pela subjetividade e
pensando no contexto social em que a personagem e o criador estão inseridos,
surgirão novas formas, pois a interpretação passaria por dois níveis, como
compreendi uma personagem a partir da minha subjetividade e como posso fazê-lo
pensando na objetividade, o contexto cultural na qual ele está inserido.
O texto de Fayga Ostrower aborda o processo criativo a partir de algumas
relações, tais como entre o consciente e o inconsciente, a objetividade e a
subjetividade, intuição e ordenação. Para Fayga, a percepção dos eventos
proporciona novas relações quando passam pelo filtro pessoal, pois o individuo está
sempre criando relações entre o que está ativo em seu interior.
Por fim, destaco o que a autora escreve sobre o "potencial criador", ao afirmar
que "todo construir é um destruir", isso porque em um processo de criação teatral
sempre há mudanças, onde algumas formas são descartadas e substituídas por
outras, ou são recombinadas de maneiras diferentes. É um constante experimentar,
um exercício criativo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao abordarmos e refletirmos sobre o tema envolvendo a criatividade humana


notou-se que várias teorias surgiram na intenção de tentar entender e explicá-la,
porém, a criatividade não pode ser ensinada, e sim, desenvolvida, estimulada, de
acordo com a idade da criança, e no que diz respeito à criatividade, podemos
constatar que ela não é um privilégio somente dos grandes músicos, artistas, etc.,
pois podemos ser criativos em todos os contextos sociais aos quais estamos
inseridos, e cabe ao professor não perder o seu foco, que é o aluno, porque não são
apenas os recursos tecnológicos ou trabalhos artísticos que podem contribuir para
estimular o processo criativo do educando, visto que atividades com recursos
simples, também permitem explorar este potencial nas crianças, e estes, podem ser
desenvolvidos através de atividades que provoquem desafios e levem o aluno a
pensar, imaginar e criar, formando assim, futuros cidadãos atuantes e participantes
nos processos sociais.
A criatividade deve estar presente no ambiente escolar, principalmente, por
favorecer o trabalho pedagógico, por isso, a necessidade de compreender como se
desenvolve a criatividade, os processos criativos dentro da sala de aula com nossos
alunos, e aos poucos, caminhar na busca de mudar nossa maneira de ensinar e
conseguir que as instituições educacionais se adequem a essa realidade, investindo
na formação do professor.
Defendo portanto, que a criatividade esteja presente no contexto escolar,
sobretudo no trabalho do professor, e que este utilize estratégias didáticas
diferenciadas e inovadoras que despertem o interesse dos alunos pelos conteúdos e
projetos, pois, é o chão da sala de aula, sem sombra de dúvidas, um dos locais mais
férteis ao desenvolvimento da criatividade.
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REFERÊNCIAS:

LUBART, T. Psicologia da criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

ALENCAR, E. M. L. S. & FLEITH, D. S. Criatividade : múltiplas perspectivas. Brasília:


Editora UnB, 2003.

OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 24. ed. Petrópolis, Rj:


Vozes, c1978, 2009.186p.

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