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Olá meus queridos irmãos e amigos.

Sejam muito bem vindos para mais um tempo com a


Palavra. Eu sou o pastor Joaquim Dias, pastor da Igreja Batista em Santa Cruz, que fica aqui no 3º
distrito de Nova Friburgo – RJ.
Hoje quero convidar você a meditar comigo no tema: AGINDO TOLAMENTE.
Em quase 25 anos de ministério e um pouco mais de 40 anos como membro de uma igreja
batista, sempre vi alguns dos nossos irmãos agindo de forma impensada. Eles agem como por
impulso, baseados em suas convicções, e o pior, deixam suas convicções falarem mais alto que o
que Deus está falando. Na Bíblia temos um exemplo disso, é o profeta Jonas. Quero ler com você,
Jonas 1.1-3. Vamos ao texto e depois vamos fazer a nossa meditação. O texto diz assim:

JONAS 1.1-3 (NAA)


1 A palavra do SENHOR veio a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
2 — Levante-se, vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela, porque a sua maldade subiu até
a minha presença.
3 Jonas se levantou, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis. Desceu a Jope, e
encontrou um navio que ia para Társis. Pagou a passagem e embarcou no navio, para ir com eles
para Társis, para longe da presença do SENHOR.

Esse livro sempre mexeu comigo. Ele me fez deixar parentes e amigos e ir para o Estado do
Tocantins, onde comecei a pastorear. Mas esta história ficará para outra oportunidade. Quero que
você observe as palavras iniciais do verso 1. “A PALAVRA DO SENHOR VEIO A JONAS”.
Pressupomos que o autor do livro tenha sido o próprio profeta. Chama a atenção o fato de que o
autor não tem dúvidas de que a palavra ouvida tenha sido a Palavra do Senhor. Jonas tem plena
certeza de que o Senhor lhe falou. Não sei como isso aconteceu, isso a mim, pelo menos, não
importa. O que importa é que o profeta sabe que quem lhe falou foi Deus. E por que estou
insistindo nisso? É que como a decisão do profeta é ir para longe da presença do Senhor, de forma
voluntária, fico a pensar no que estava em seu coração para fazer isso. O que leva alguém a ouvir a
voz de Deus dando-lhe uma ordem e decididamente fazer diferente? Talvez você pense: uma
pessoa que tenha firme convicção de que Deus lhe deu uma ordem e a desobedece, só pode ser
louca. Deve estar fora de si. Ou não teve convicção de que foi Deus quem lhe falou. Mas Jonas fez
tudo muito consciente.
Quem é Jonas? Jonas foi um profeta, aparentemente da região da Galileia. Ele viveu no
século 8 antes de Cristo. Tanto o Velho quanto o Novo Testamento tem registros da historicidade
de Jonas. Quando falou sobre sua morte e ressurreição, Jesus a comparou com a história de Jonas
dentro do grande peixe. Saber que esse homem existiu, me faz crer que a história de seu livro é
também real, que o chamado e ordem divinos realmente aconteceu, e que este homem realmente
ousou desobedecê-lo.
Se você percebeu, quando falei um pouco sobre Jonas informei que ele era um profeta. E
o que tem isso demais? Bom, profeta a gente chamaria de “o homem de Deus”. Alguém que tem
um relacionamento com Deus e que é seu pregador, alguém com a missão de anunciar a Palavra
de Deus. Isso te faz pensar em alguma coisa?
Até aqui, temos Deus falando a alguém com quem estava acostumado a falar e que era
capacitado para pregar sua Palavra a outras pessoas. Em 2Reis 14.25 há o registro de que Jonas
profetizou a recuperação política e econômica de Israel, o que nos garante que essa não era a
primeira vez que Jonas recebia uma missão de Deus. Era alguém com certa intimidade com o
Senhor. Então por que desobedecer? Falaremos disso depois.
A missão de Jonas era ir até a cidade de Nínive e pregar contra ela, pois a maldade
encontrada naquela cidade chegou a até a presença de Deus. Ou seja, era um povo impenitente.
Que praticava atos pecaminosos sem qualquer consciência de erro. Desagradavam a Deus
cotidianamente. Eu imagino uma cidade bastante voltada à violência e imoralidade, coisas bem
terríveis, e que estavam na mira de Deus, que enviaria seu juízo sobre a cidade. Vale lembrar que
Nínive era a capital da Assíria, um povo considerado inimigo de Israel.
Se no verso 2 Deus manda Jonas se levantar para ir até Nínive e lá pregar sua Palavra, no
verso 3, lemos que Jonas se levantou, mas para fugir da presença do Senhor, indo para a cidade de
Társis (se não me engano, é a região da Espanha atualmente).
Estas palavras “fugir da presença do Senhor” me deixam muito pensativo. Como um
profeta, um homem de Deus quer fugir da presença de Deus? Será que ele não leu o Salmo
139:7,8 quando diz: “7 Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? 8
Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; ”. Ei,
Jonas! Não se pode fugir da presença de Deus!
Esses fatos me fazem olhar para meu coração hoje. E convido você a fazer o mesmo.
Talvez, como eu, você que me assiste agora seja também um crente em Jesus. Talvez você
também afirme como eu, que Jesus é seu salvador e senhor. E talvez, como eu, você olhe para
Jonas e o considere um louco, para não usar ou termos mais pejorativos. Mas, toda vez que leio
essa passagem sou levado a olhar para mim mesmo, para meu próprio coração. Temos que fazer
essa reflexão.
Em Mateus 28.19,20 temos o chamado e ordem dada por Jesus a todos os seus discípulos
para que façam outros discípulos de todas as nações. A pregação do Evangelho se torna uma
obrigação de todo crente, uma missão a ser cumprida. No entanto, fazemos o mesmo que Jonas.
Declaramos que o texto bíblico é a Palavra de Deus, confirmamos em nosso coração que somos de
Cristo, ou seja, somos pessoas de Deus. Desenvolvemos, como Jonas, algum tipo de trabalho
religioso em nossa convivência com a igreja, mas nem todos cumprimos a missão de anunciar o
Evangelho. E para não cumprir a missão de anunciar Cristo, muito fazem como Jonas. Fogem da
presença do Senhor, ou pelo menos, tentam.
Na “cabeça” de Jonas, fugir da presença do Senhor era deixar a sua cidade e o templo, o
local de culto, o local oficial de adoração. Muitos pensam como Jonas. Acreditam que deixar de
estar no local de culto é o jeito de fugir de Deus. Mas o que resta ao homem quando foge de
Deus? A história de Jonas vai relatar um declínio. Desde o início tudo indica que Jonas só desce.
Desceu a Jope, e depois desceu para o fundo do navio, e mais à frente no capítulo, desceu para o
fundo do mar, quando é engolido pelo grande peixe. Jonas pagou a sua passagem para fugir. Fugir
de Deus tem custo. E ele pode ser muito alto.
À luz de todo esse livro, fica o alerta. Não adianta fugir de Deus. Deus o encontrará. Mas
será melhor que ele o encontre arrependido e disposto a cumprir sua soberana e santa vontade.
Querido irmão, você também tem uma missão. Não fuja dela! Você também é chamado
por Deus e ouve sua voz por meio das Escrituras. Não tente fugir de Deus. Você cairá e será um
retorno muito doloroso. Arrependa-se e obedeça. Pela fé em Jesus, receba o perdão. E por essa
mesma fé, seja obediente. Fugir da sua responsabilidade para com Deus é tolice.

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