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A nossa constituição foge um pouco a essa regra e foi mais além, trazendo ao longo de seu corpo normativo
um grande teor de conteúdo material.
Vale relembrar que, segundo a teoria do ordenamento jurídico, uma de suas
características marcante é a unidade. Ser uno, significa que todas as suas formas
de expressão fazem parte de uma mesma estrutura. Assim tanto a Constituição
Federal, quanto uma decisão judicial, que são formas de expressão do
ordenamento jurídico, fazem parte de uma única estrutura jurídica.
Todavia, há quer ser lembrado que, por exceção, o juiz pode deixar de
aplicar determinada lei ao caso concreto, desde que a considere inconstitucional.
Nestes casos, apesar de decidir contra legem estrito sensu, estará decidindo em
consonância com a Lei Maior e, assim, em harmonia com todo o ordenamento
jurídico.
E se a lei for omissa? Pode o juiz decidir o caso concreto de acordo com
suas próprias convicções? A resposta mais uma vez é negativa, pois o próprio
ordenamento jurídico, por meio do art. 4º da LICC, assim dispõe: "quando a lei for
omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito."
Conclui-se, portanto, que uma sentença judicial não pode ser considerada
válida quando dela emanar disposições expressamente contrárias ao
ordenamento jurídico ou à Constituição Federal. Primeiro, porque não é fonte
formal normativa apta a tal feito e, ainda que assim fosse considerada, pela
prevalência do critério da hierarquia sobre o da especialidade, estar-se-ia afastada
qualquer possível validade a ela atribuída.