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Dermatologia Apotila
Dermatologia Apotila
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Histologia
As glândulas sudoríparas, por sua vez, têm a função de produzir suor para a
regulação da temperatura corporal.
Além desses componentes, a pelo também apresenta colágeno, fibroblastos,
nervos e outros componentes comuns a todos os tecidos.
Definições macroscópicas
Tubérculo
É uma lesão semelhante a pápula. Ou seja, é
elevado, sólido, de consistência firme e sem água no seu
interior.
O que os diferencia é que o tubérculo é maior que
5 mm e geralmente é mais profundo do que a pápula.
O tubérculo, assim como a pápula, pode as vezes
ser altamente pruriginoso.
Placa
É uma alteração localizada, geralmente maior do que 5
mm de extensão, elevada mas plana, eritematosa e com
alteração da cor.
DERMATOLOGIA - 3
Psoríase;
Hanseníase;
Dermatite seborreica;
Dermatite eczematosa;
Sífilis secundária Associada a pápula;
Ptiríase rósea.
Vesícula
É uma lesão elevada, com fluido no seu interior,
geralmente menor que 5 mm, freqüentemente múltipla e com
a epiderme circundante eritematosa.
O herpes é um dos microorganismos responsáveis
pela formação das vesículas.
Bolha
A bolha é uma lesão elevada, com fluido no seu
interior, maior que 5 mm e que evolui a partir de vesículas. É
por isso que elas estão freqüentemente acompanhadas por
vesículas. Ainda, as bolhas podem ser intra-epidérmicas ou
subepidérmicas.
A dor é uma manifestação clínica que pode ocorrer
quando as vesículas ou as bolhas rompem-se.
Síndrome para-neoplásica As bolhas apresentadas nas
extremidades de um paciente com mais de 50 anos
geralmente fazem parte da síndrome para-neoplásica de
neoplasias do trato gastrointestinal;
Epidermólise bolhosa É uma doença congênita em que o
paciente forma bolhas a partir de traumatismos mínimos
devido a ausência de elementos colágenos e elásticos;
Porfirias Alterações metabólicas, com agravamento pela
luz solar, que forma bolhas hemorrágicas ou pústulas;
Eritema multiforme “Lesões em alvo”.
Pústula
É a vesícula ou bolha que apresenta fluido purulento
no seu interior.
Acne;
DERMATOLOGIA - 4
Foliculite.
Úlcera
A úlcera é uma solução de continuidade na epiderme e
porção da derme que pode ser provocada ou patológica e que
se distingue da escoriação por deixar seqüelas quando cura.
Retocolite ulcerativa idiopática Pode apresentar uma
úlcera chamada pioderma gangrenoso;
Leishmaniose Produz úlceras em 98% dos casos.
Crosta
É uma concreção do exsudato dos neutrófilos com
fibrina, hemácias e restos celulares. São freqüentemente
encontradas na superfície de lesões ulceradas.
As crostas podem ser:
Serosas,
Hemáticas ou
Melicéricas É uma lesão elevada, seca, de tamanho
variado, da qual aflui um fluido amarelado (semelhante ao
mel). Ela é muito comum no impetigo contagioso.
Nódulo
O nódulo é uma massa tumoral sólida, maior que 1
cm, localizado na derme ou na hipoderme (subcutâneo),
podendo ou não fazer saliência. Por isso, ele é mais palpável
do que visível.
Micoses profundas;
Hanseníase O nódulo lepromatoso freqüentemente é uma
lesão associada a madarose;
Sarcoidose;
Tuberculose;
Sífilis tardia;
Eritrodermia
É a alteração da coloração normal da pele para
o vermelho.
DERMATOLOGIA - 5
Ictiose1
É uma lesão que se assemelha a escama de peixe.
A ictiose pode ser genética mas sua maioria é
adquirida e faz parte das síndromes para-neoplásicas.
Fissura
É uma solução de continuidade retilínea que
compromete a epiderme e a derme.
Escama
É composta por massas celulares corneificadas que
se tornam aparentes na superfície da pele e se destacam
facilmente.
A escama geralmente tem cor brancacenta e aspecto
farináceo.
Necrose epidérmica
É uma situação geralmente induzida por
algumas drogas e que também provoca a descamação da pele.
Quando difusas e graves, as necroses
epidérmicas tem grande chance de levar ao óbito.
Vegetação
A vegetação é uma lesão elevada, circunscrita e
constituída por projeções que lembram um couve-flor.
Ela resulta do espessamento dérmico e
epidérmico.
Como exemplo de vegetações, nós temos:
Verruca vulgaris;
Cromoblastomicose.
Alopécia
É a perda de pêlos ou cabelos do corpo, podendo
ser ela parcial ou total.
Cisto
Cisto é uma elevação globosa e móvel, com flutuação à
palpação, que geralmente apresenta uma cavidade preenchida
por cebo.
Liquenificação
É uma área de espessamento da pele com
acentuação das marcas cutâneas que resultam de atrito
repetido, crônico e prolongado.
1
Do latim, “icti(o) = peixe; ose = estado” (N do A)
DERMATOLOGIA - 6
Mácula
É uma alteração localizada da cor da pele, sem
alterações na superfície ou na textura da pele.
Sua coloração pode ser acrômica, hipercrômica ou
eritematosa.
Exulceração
É a perda parcial ou completa da epiderme e que
cura sem deixar cicatriz. A escoriação é uma forma de
exulceração mecanicamente provocada.
Telangiectasia2
Dilatação ao longe dos vasos.
Petéquias
São manchas decorrentes do extravasamento de
sangue dos vasos da pele e mucosa.
São lesões puntiformes, redondas e planas, de
coloração vermelho vivo ou púrpura, de diâmetro entre 1 e 3
mm e não pulsáteis.
Equimoses
As equimoses são maiores que as petéquias, de
cor purpúrea ou púrpuro-azulada evoluindo para verde,
amarelo e castanho com o tempo. Tem tamanho e forma
variáveis e são decorrentes do extravasamento de sangue dos
vasos, com freqüência secundária a traumatismos e também
de distúrbios hemorrágicos. Não são pulsáteis.
2
Do latim, “tel(e) = ao longe; angi(o) = vaso; ectas = dilatação; ia = estado” (N do A)
DERMATOLOGIA - 7
Definições microscópicas
Paraceratose4
É uma ação ao longo da camada córnea que
se caracteriza pela retenção de núcleos picnóticos nas células
escamosas com hiperceratose.
Hipergranulose5
A hipergranulose se caracteriza pelo
aumento da proliferação das células da camada granulosa.
Geralmente está associada a
hiperceratose.
Acantose6
É o aumento da proliferação das células
espinhosas da epiderme.
Ela pode ser regular, irregular ou pseudo-
carcinomatosa.
Balanonização
Acúmulo de líquido no citoplasma de células
espinhosas que aumentam de tamanho, tornando-se pálidas.
Quando severa, resulta na rotura da membrana
celular, ocorrendo a formação de bolha intra-epidérmica, de
aspecto reticulado (degeneração reticular).
Espongiose7
Ação da camada epidérmica semelhante a uma
esponja, alargando o espaço intercelular por acúmulo de
líquido.
Freqüentemente se acompanha de linfócitos e
pode formar vesículas intra-epidérmicas.
É muito comum nos eczemas.
Exocitose8
3
Do latim, “hiper = excesso; cerat(o) = corno; ose = ação” (N do A)
4
Do latim, “par(a) = ao longo de; cerat(o) = corno; ose = ação” (N do A)
5
Do latim, “hiper = excesso; granul(o) = camada granulosa; ose = ação” (N do A)
6
Do latim, “acant(o) = espinhoso; ose = ação” (N do A)
7
Do latim, “espongia = esponja; ose = ação” (N do A)
8
Do latim, “ex(o) = para fora; cit(o) = célula; ose = ação” (N do A)
DERMATOLOGIA - 8
Acantólise10
É a dissolução, ou perda da coesão, entre as
células espinhosas da epiderme por lesão das junções
intercelulares (desmossomas).
Ela ocorre com a formação de bolha intra-
epidérmica, assim como a balanonização e a espongiose.
Disceratose11
Mau estado da camada córnea da epiderme por
queratinização prematura das células espinhosas.
Podem aparecem em processos benignos e
malignos.
Papilomatose12
É o alongamento excessivo das papilas
epidérmicas, constituindo projeções digitiformes acima da
superfície da epiderme.
Pérola córnea
É uma estrutura formada por queratinização
irregular e concêntrica de um grupo de células.
Ela é observada principalmente em carcinomas
epidermóides bem diferenciados. No entanto, pode também
ocorrer em processos inflamatórios e em neoplasias benignas.
Atrofia13
A atrofia da epiderme caracteriza-se
principalmente por uma diminuição do número de células da
camada espinhosa.
É o oposto da acantose.
9
Do latim, “hidrópica = aquela que tem hidropsia; hidropsia = acúmulo de serosidades no tecido celular” (N
do A)
10
Do latim, “acant(o) = espinhoso; lise = dissolução” (N do A)
11
Do latim, “dis = mau estado; cerat(o) = corno; ose = ação” (N do A)
12
Do latim, “papil(i) = papila; ose = ação” (N do A)
13
Do latim, “a = ausência; trof(o) = nutrição; ia = estado” (N do A)
DERMATOLOGIA - 9
Pústula espongiforme
Caracteriza-se por uma espongiose
contendo neutrófilos dentro do líquido e formando
microabscessos.
Corpúsculo de Civatte
É uma estrutura que ocorre em
doenças em que há degeneração hidrópica da camada basal e
representa um acúmulo circunscrito de colágeno, fibrina,
imunoglobulinas e resto de queratinócitos.
DERMATOLOGIA - 10
Definição
Classificação
Eczemas exógenos
Quando são derivados de alguma agressão externa.
Incidência
É a dermatite causada
por certos agentes que
provocam uma reação
eczematosa em 100% dos
indivíduos expostos. É isso
que difere este tipo de eczema
da dermatite alérgica de
contato, em que apenas alguns
indivíduos vão desenvolver
uma resposta eczematosa.
O tempo de
aparecimento das lesões vai
depender da saturação e da
Figura 1 - Dermatite irritante primária concentração da substância,
do tempo de exposição, da
área acometida, da temperatura ambiente, etc. Não é necessário período de incubação.
A dermatite irritante primária é causada principalmente por
ácidos, álcalis e certas substâncias de plantas.
Esse tipo de eczema tem muito interesse para a medicina do
trabalho, porque quase 50% dos casos estão relacionados com lesões de pele ligadas ao
trabalho e o sítio mais comumente envolvido são as mãos.
Dermatite atópica
olheira vão apresentar uma história pessoal ou familiar de reação atópica, seja ela de rinite,
bronquite ou dermatite.
Os agentes que mais comumente causam dermatite atópica são
sabonetes e água quente.
Dermatite fotoeczematosa
Tratamento
Anti-histamínicos
A histamina é um produto da descarboxilação da
histidina, que é produzida pelo organismo e estocada no interior dos
mastócitos e dos basófilos.
Quando ela é liberada por essas células para os tecidos,
ela atua, basicamente, causando vasodilatação dos vasos de pequeno
calibre, produzindo eritema e calor; e aumentando a permeabilidade
vascular, produzindo edema.
Sua ação depende da sua ligação com receptores que
estão no endotélio e na musculatura lisa dos capilares, principalmente os
receptores H1, que tem uma resposta rápida e transitória. Em processos
crônicos, os receptores H2 também se tornam importantes. Sua resposta é
lenta, mas duradoura.
Os anti-histamínicos que geralmente são utilizados
terapeuticamente são os anti-histamínicos anti-H1 e anti-H2.
Os medicamentos anti-H1 são utilizados principalmente
nos processos alérgicos e dermatoses em geral, enquanto os anti-
histamínicos anti-H2, como a cimetidina, por exemplo, são utilizados para
tratar gastrites e processos onde os níveis de ácido clorídrico do estômago
estão descompensados.
Quanto aos anti-histamínicos anti-H1, eles podem ser
classificados quanto a sua forma de administração:
Uso tópico Atualmente, não se deve utilizar anti-histamínicos
topicamente devido ao risco de haver sensibilização do indivíduo com
uma conseqüente reação anafilática, numa segunda exposição. Outros
medicamentos que são contra-indicados topicamente devido a esse risco
são as penicilinas, os anestésicos e a sulfa.
DERMATOLOGIA - 14
Difenildramina;
Levocabascitina.
Uso sistêmico
Primeira geração
Etanolaminas;
Etilenodiaminas;
Alquilaminas;
Piperazinas;
Fenotiazinas (Fenergan®).
Segunda geração
Alquilaminas;
Piperazinas;
Piperidinas (Claritin®).
Corticosteróides
Definição
A urticária é formada
por lesões sólidas, achatadas,
de formas variáveis
(arredondadas, arciformes,
irregulares), freqüentemente
eritematosas e quase sempre
pruriginosas.
A palavra urticária
provém de ‘urtiga’,
designação comum a diversas
plantas da família das
urticáceas, cujas folhas são
cobertas de pêlos finos, os
quais, em contato com a pele,
produzem um ardor irritante,
devido a ação do ácido
fórmico.
A lesão da urticária tem
a característica de ser fugaz,
ou seja, desaparece em cerca
de horas. Quando ela
permanece por mais de 24
horas, nós podemos estar
diante de uma urticária-
vasculite ou de uma outra
dermatose.
Figura 1 - Lesão da urticária
Patogênese
Etiologia
Existem diversos mecanismos que podem causar urticária. Eles podem ser
divididos em mecanismos imunes ou mecanismos não-imunes.
Mediados por IgE
Diátese atópica O aparecimento de urticária em pacientes com história de
reação atópica na ausência de um agente específico é atribuída a uma
diátese atópica;
Haptenos
Penicilina
Outros antibióticos;
Antígenos completos
Venenos
Insulina
Estreptoquinase
Alimentos
Imunoglobulinas heterólogas
Extrato de alergenos;
Estímulo físico
Frio
Raios solares
Irritação mecânica;
Fármacos
Doença do soro
Plasma humano ou produtos sangüíneos
Imunoglobulinas
Membranas de diálise;
Mecanismos desconhecidos
Exercício Geralmente apresentam lesões estimuladas pelo suor que são
pequenas e localizadas no tronco
Anafilaxia recorrente
Urticária colinérgica com anafilaxia
Urticária induzida pelo frio com anafilaxia
Mastocitose É um quadro em que os mastócitos estão aumentados em
número e são constantemente ativados. Apresenta placas e pápulas
associadas a uma hipermelanose, que dá a elas uma coloração mais
acastanhada
Drogas
Fatores psicológicos.
Incidência
Manifestações clínicas
Olhos
Lacrimejamento
Prurido
Injeção conjuntival;
Boca
Prurido
Edema
Gosto metálico;
Aparelho cardiovascular
Hipotensão
DERMATOLOGIA - 21
Taquicardia
Arritmias
Insuficiência cardíaca;
Aparelho gastrointestinal
Náuseas
Vômitos
Dor abdominal
Distensão abdominal
Incontinência urinária e fecal.
Diagnóstico
Exames laboratoriais
Tratamento
Oncogênese
Fase de promoção
Fatores ambientais Físicos, químicos ou biológicos
Atrito repetido Pode provocar alteração na pele, induzindo a
multiplicação epitelial. Caso esse tecido apresente alterações prévias
de DNA, pode se instalar uma neoplasia;
Neoplasias benignas
Ceratose seborreica
A ceratose
seborreica é uma neoplasia
benigna muito comum que se
apresenta como uma lesão grande
(maior que 5 mm), muito bem
delimitada, de coloração escura e
superfície ladrilhada e oleosa. Tem
como diagnóstico diferencial o
melanoma maligno.
Dermatofibroma
É um
tumor benigno semelhante a
pápula, que não dói, não coça
e não arde.
Tem como
diagnóstico diferencial o
sarcoma de Kaposi. Sua
principal distinção é o tempo
de evolução, que no
dermatofibroma é longo,
enquanto no sarcoma de
Kaposi é repentino.
O sarcoma
de Kaposi é, atualmente,
muito freqüente nos aidéticos.
Figura 3 - Dermatofibroma
DERMATOLOGIA - 24
Hemangioma
O hemangioma é uma neoplasia benigna congênita
dos vasos, que são de tamanhos variados e também fazem
diagnóstico diferencial com o sarcoma de Kaposi.
Figura 4 - Hemangioma
Neoplasias malignas
O diagnóstico do carcinoma
espinocelular deve ser feito o mais cedo possível,
preferencialmente enquanto ele ainda for um carcinoma “in situ”,
quando também é denominado doença de Bowen.
Seu tratamento deve ser
baseado em alguns fatores de risco que influenciam o
comportamento biológico do tumor como, por exemplo:
Tamanho;
Localização;
Diferenciação histológica;
Idade e
Condição física do paciente.
Melanoma
DERMATOLOGIA - 29
Herpes simples
causar uma doença primária, que acomete principalmente a face e é assintomática em 90%
dos casos, mas que pode ter uma grande sintomatologia local.
Setenta e cinco porcento dos pacientes infectados pelo Herpes simplex
vírus II apresentam-se sem sintomatologia. O HSV-II acomete mais freqüentemente os
genitais.
Clinicamente, os pacientes infectados pelos herpes simples podem
apresentar febre por cerca de 3 dias, seguida pelo aparecimento de eritema local e lesões
vesiculares, que podem sofrer maceração pela umidade. Não havendo maiores
complicações, o quadro clínico cede em 15 dias.
Independentemente do hospedeiro ser sintomático ou não, a partir do
momento que ele for infectado, ele vai produzir anticorpos contra o vírus.
Acredita-se, então, que o HSV é transportado intra-axonalmente para o
corpo celular dos neurônios ganglionares. Não se sabe ainda quais os gânglios que são
afetados no humano.
DERMATOLOGIA - 34
Varicela-Zoster virus
Por sua vez, o Varicela-Zoster vírus, que também faz parte da família
Herpesviridae, pode causar dois tipos de doença:
Catapora (varicela);
Zoster Reativação dos vírus da varicela que estavam latentes
nos gânglios neurais sensitivos.
Tratamento
Molusco contagioso
O molusco contagioso é
uma doença mais freqüente em
crianças que apresenta-se como
uma lesão sólida, séssil, com
umbilicação central. Quando se
pressiona essa lesão, é excretada
uma substância semelhante a um
cravo, que contém o vírus.
Suas lesões são
semelhantes as que ocorrem na
infecção herpética, com a
diferença de que, no herpes, as
lesões básicas são vesículas e
não pápulas, como neste caso.
Figura 5 - Molusco contagioso O vírus do molusco
contagioso é observável a
microscopia óptica devido ao seu tamanho.
Esta é uma doença autolimitada, porém, com um tempo imprevisível
de remissão, que pode acometer qualquer área do organismo. Pode-se realizar a curetagem
de suas lesões.
Papilomavírus
As verrugas também
podem ser planas, quando
se localizam
principalmente em face e
onde são confundidas com
os cravos. Seu tratamento
pode ser feito com ácido
retinóico.
Nas mucosas, a
manifestação mais comum
do HPV são os condilomas
acuminados (“crista de
galo”). Contudo, as cepas
mais virulentas podem
levar a formação de certos
tipos de câncer, como o
carcinoma de colo uterino.
Em crianças, tem
que ser lembrada a possibi-
Figura 8 - Verrugas planas localizadas em face lidade de abuso sexual,
mas deve-se também
procurar a possibilidade de uma eventual contaminação ocasional.
DERMATOLOGIA - 40
Escabiose
Causada pelo Sarcoptes scabiei, a escabiose é uma das causas mais comuns de
prurido nas dermatoses ao redor do mundo.
As fêmeas grávidas, medindo de 0,3 a 0,4 mm de comprimento, penetram
exclusivamente na epiderme, onde elas depositam dois a três ovos por dia.
O calor é uma condição para a penetração dessas fêmeas, que formam lesões
eritematosas, em túnel, resultando em pápulas e vesículas freqüentemente acompanhadas
por placas eczematosas, pústulas ou nódulos. Quando escoriadas, essas pápulas podem
formar pequenas crostas em sua superfície.
Os túneis são bem
evidentes em axila, sulcos
cutâneos, espaços interdigitais,
raízes de membros, linha da
cintura, escroto e outras áreas
bem aquecidas. Exceto em
crianças, a face, o crânio, o
pescoço, as palmas da mão e as
plantas do pé são preservadas.
As larvas que
emergem desses ovos
depositados na epiderme Figura 2 - Manifestação clínica da escabiose
amadurecem através de uma
série de mudas em cerca de 2 semanas e, então, sobem para a superfície da pele, onde elas
se reproduzem e subseqüentemente reinvadem a pele do mesmo ou de outro hospedeiro.
A transmissão dessas larvas recentemente fertilizadas de pessoa a pessoa ocorre
pelo contato pessoal íntimo e é facilitada pela falta de higiene e pela promiscuidade sexual.
DERMATOLOGIA - 41
Pediculose
Miíase
Larva migrans
Tungíase
Loxoceles
Picadas de aranhas
Loxoceles (aranha marrom) liberam
um veneno hemolítico que pode
causar uma severa necrose tecidual.
A picada dessas aranhas,
inicialmente, produz apenas um leve
desconforto. Em picadas severas,
uma intensa dor local aparece dentro
de 2 a 8 horas, acompanhada pela
formação de bolhas e eritema local.
Depois, pode-se formar uma
ulceração profunda de base necrótica
no local da picada.
Alguns pacientes também
podem apresentar uma reação
Figura 7 - Picada de uma aranha Loxoceles sistêmica caracterizada por febre e
mialgias. Hemólise intravascular,
hemoglobinúria e insuficiência renal aguda também podem ocorrer. Óbitos já foram
relatados, sendo a sua maioria em crianças.
DERMATOLOGIA - 45
Introdução
Formas clínicas
Pênfigo foliáceo;
Pênfigo vulgar;
Pênfigo Eritematoso
Existem autores que o caracterizam como uma
fase inicial do pênfigo foliáceo.
O pênfigo eritematoso tem uma evolução benigna
e apresenta-se como lesões escamosas no couro cabeludo, lesões
eritematosas em face e lesões bolhosas esternais e médio-dorsais.
Por isso, tem diagnóstico diferencial com
dermatite seborreica, lupus eritematoso cutâneo e com o pênfigo
foliáceo.
Seu diagnóstico e tratamento são semelhantes ao
pênfigo foliáceo;
Pênfigo vegetante
O pênfigo vegetante é a variante benigna do
pênfigo vulgar.
Acomete inicialmente as mucosas, evoluindo para
as grandes dobras do corpo como as axilas, a região inguinal, etc.
Pênfigo foliáceo
Figura 1 - Fase inicial do pênfigo foliáceo Figura 2 - Processo acantolítico do pênfigo foliáceo
no terço distal da camada malpighiana
Pênfigo vulgar
Diagnóstico laboratorial
Exame histopatológico
Pênfigo foliáceo Bolha intra-epidérmica alta, ou seja, no
terço distal da camada malpighiana (figura 2);
Pênfigo vulgar Bolha suprabasal;
Pênfigo eritematoso Igual ao pênfigo foliáceo;
Pênfigo vegetante Hiperceratose, acantose, abscessos
intra-epidérmicos com eosinófilos, etc.
Exame citológico
Giemsa Células epiteliais acantolíticas
Introdução
Os fungos são seres unicelulares degenerados que não são capazes de fazer
fotossíntese.
Eles encontram-se distribuídos no solo, na água e nos vegetais. Por isso,
algumas regiões possuem uma grande quantidade de fungos, como a região amazônica por
exemplo.
No homem, o acometimento ocorre por alterações climáticas, pela falta de
higiene, maceração, pequenos traumatismos, etc.
No sentido de classificação, os fungos podem estar compreendidos em 3
grupos:
Ceratofitoses
Dermatofitoses
Candidíases
Ceratofitoses
Dermatofitoses
14
Do latim, “tonsura = corte rente do cabelo” (N do A)
DERMATOLOGIA - 52
Tinea corporis
Apresenta lesões
circulares muito bem definidas, com
bordos eritematosos e descamativos. São
muito pruriginosas e apresentam uma
evolução rápida. Placas, vesículas ou
pústulas podem estar presentes.
Seu diagnóstico
diferencial é feito com o granuloma
anular, que é uma doença rara; com a
forma tuberculóide da hanseníase; com a Figura 1 - Tinea corporis
psoríase e, quando o seu bordo não está
muito bem definido, com os eczemas.
Tinea cruris
Sua incidência é muito grande, principalmente em
pacientes obesos e acima dos 30 anos.
As vezes, seu bordo não está muito nítido devido ao atrito
excessivo nesta topografia.
A incidência de T. cruris é mais elevada no paciente com
diabetes.
Tinea pedis
Epidemiologicamente, a Tinea pedis, também conhecida
por “pé de atleta”, pode se encontrar em qualquer faixa etária, mas é
mais freqüente no adulto.
Tinea unguium
Também conhecida como onicomicose, pode
iniciar com uma coloração clara e tornar-se escura, além de poder estar
associada a infecções.
Quando ela acomete a base ungueal, seu tratamento
é muito mais difícil.
Figura 4 - Onicomicose
DERMATOLOGIA - 54
Candidíase
Figura 5 - Candidíase oral em paciente HIV positivo (a esquerda) e associada a estomatite angular (a
direita)
As infecções
vulvovaginais
causam prurido,
corrimento e, as
vezes, dispareunia ou
disúria. O exame
especular pode
revelar uma mucosa
inflamada e um fino
exsudato com
freqüentes estrias de
coloração branca.
Seu tratamento
responde melhor aos
Figura 6 - Candidíase vulvar derivados azólicos,
15
Do latim, “intertrigine = inflamação eritematosa da pele nas porções onde ocorrem atritos” (N do A)
DERMATOLOGIA - 56
16
Do inglês, “Periodic Acid Schiff” (N do A)
DERMATOLOGIA - 57
Introdução
Epidemiologia
Fisiopatologia
Tardiamente, a
pele da face pode se tornar
espessada e enrugada (fácies
leonina); e os lobos auriculares
podem tornar-se pendulares.
Alguns sinais
precoces comumente relatados são a
obstrução nasal e a epixtase.
Linfadenopatia
indolor em gânglios inguinais e
axilares também pode ocorrer.
O
envolvimento de troncos nervosos é
menos proeminente na forma
lepromatosa, mas uma hipoestesia
difusa envolvendo as porções
Classificação
Classificação de Rabelo
Polo inicial ou indeterminado
Polo tuberculóide ou benigno
Polo lepromatoso, Virchowiano ou maligno;
Classificação operacional
Hanseníases multibacilares
Hanseníases paucibacilares.
Complicações
Diagnóstico
Tratamento
e nos monócitos. Sua dose diária é geralmente de 50 a 200 mg e sua meia vida é de
aproximadamente 70 dias.
Seus principais efeitos colaterais ficam restritos a pele e ao trato
gastrointestinal como, por exemplo, eritrodermia, ictiose, diarréias e cólicas. Ao contrário
da dapsone, seu uso durante a gravidez não é muito seguro.
Nas formas multibacilares, o tratamento deve incluir as três drogas, ou seja:
Dapsone (DDS) - 100 mg/dia;
Rifampicina (RFM) - 600 mg/mês;
Clofazimina (CFZ) - 50 mg/dia + 300 mg/mês.
Introdução
Secundárias
Quando a pele é infectada secundariamente a uma série de
doenças como, por exemplo, a escabiose, eczemas, pênfigo, etc.
Hipoderme
Celulite
Abcessos Bem delimitado
Flegmões Difuso
Unhas
Paroníquia Processo inflamatório doloroso que afeta as pregas da unha
Vulgar
Panarício
Impetigo
É uma piodermite superficial exulcerada, porque não atinge a derme e não deixa
cicatrizes, que pode levar a formação de bolhas e vesículas. Como essas bolhas rompem-se
DERMATOLOGIA - 67
rapidamente, elas geralmente formam crostas com uma coloração amarelada, denominadas
crostas melicéricas (semelhantes ao mel).
Seu principal agente etiológico é o estreptococo -hemolítico do grupo A de
Lancefield e o impetigo acomete principalmente crianças de 2 a 5 anos de idade, durante o
verão, devido as águas contaminadas e a maceração da pele.
Figura 2 - Ectima
Ectima
Erisipela
Figura 3 - Erisipela
Comissurite
DERMATOLOGIA - 70
Figura 5 - Comissurite
Celulite
A celulite é uma condição inflamatória aguda da pele caracterizada por dor local,
eritema, edema e calor.
Pequenas lesões da epiderme estão associadas com a infecção estreptocóccica
enquanto que as celulites estafilocóccicas geralmente estão associadas com soluções de
continuidade grandes, úlceras ou abcessos. A febre também é um fator sugestivo de
infecção por estreptococos.
Foliculite
Os folículos pilosos podem servir como uma porta de entrada para um grande
número de bactérias, das quais os estafilococos são as mais freqüentes.
As foliculites geralmente apresentam-se como uma pústula centrada por um
pêlo.
Furunculose
Figura 6 - Furúnculo
Tratamento
Local
Compressas com água boricada, permanganato de potássio, soro
fisiológico, etc.
Está contra-indicado o uso de água oxigenada (H2O2)
O uso de antibióticos tópicos deve ser restrito aos antibióticos não
usados sistemicamente, como a ganamicina por exemplo, para evitar o
risco de se desenvolver resistência microbiana
Sistêmico
Quando o processo é muito intenso
DERMATOLOGIA - 72
Introdução
A leishmaniose é uma doença causada por qualquer uma das diversas espécies
de protozoários do gênero Leishmania.
Existem quatro grandes síndromes clínicas:
1. Leishmaniose visceral (ou Calazar);
2. Leishmaniose cutânea;
3. Leishmaniose mucocutânea;
4. Leishmaniose cutânea difusa.
Etiologia
Epidemiologia
Urbano
O estabelecimento da infecção em animais domésticos e no ser
humano apresenta-se como um importante reservatório urbano de
leishmaniose.
Patogênese