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Índice.
Capítulo Página
Otimização da imagem 2D 3
Recursos avançados 2D 9
Otimização Doppler 12
Recursos avançados Doppler 16
Mecânica contrátil 19
Função sistólica 22 2
Função diastólica 31
Cálculos hemodinâmicos 40
Valvopatias 49
Prolapso mitral 57
Próteses valvares 59
OTIMIZAÇÃO DE IMAGEM
Os transdutores de banda larga trabalham com uma faixa de frequência, por exemplo,
de 4 a 2 MHz, gerada de forma simultânea. No equipamento pode ser selecionada uma
determinada sub-banda dessa banda larga para efeito de maior resolução (faixa de
frequência mais elevada), maior penetração (frequência mais baixa) ou geral (todas as
frequências ao mesmo tempo).
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A banda larga é digital, utiliza toda a faixa de frequências permitindo caracterizar os
diferentes tecidos, preservando todos os dados acústicos e resultando em uma
imagem mais clara, fidedigna e confiável.
Nos transdutores, em geral, estão especificados o arranjo dos cristais (setorial, linear,
convexo, matricial), a faixa de frequência e aplicação clínica.
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Transdutores de baixa frequência têm maior penetração e menor resolução.
Transdutores de alta frequência têm menor penetração e maior resolução.
Ganho ideal
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Largura do setor: corresponde ao ângulo de varredura, portanto, ao número de linhas
que formam a imagem. Quando maior a largura do setor, maior o número de linhas,
portanto, menor o frame rate.
Escala de cinzas:
Outros parâmetros:
Persistência: faz a média temporal dos quadros, por exemplo, persistência 5 = captura
5 quadros de imagem, faz a média e coloca na tela. Persistência alta deixa a imagem
mais lenta. Em ecocardiografia usa-se persistência baixa.
O zoom em tempo real permite ampliar toda a imagem ao mesmo tempo. O zoom de
alta resolução permite selecionar uma região da imagem, processando novamente e
ampliando-a, com melhora do frame rate e da resolução. O zoom congelado permite
aumentar o tamanho da imagem após congelada, sendo um recurso de pós-
processamento.
A imagem dual permite dividir a tela em duas imagens independentes, que podem ser
analisadas separadamente. Útil para fazer medidas como, por exemplo, calcular a FE
pelo método de Simpson.
Modo M anatômico:
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Transdutor matricial: os cristais deste transdutor são dispostos em uma matriz e não
lado a lado como nos transdutores normais. Isto possibilita a realização de
ecocardiografia tridimensional.
Normal Matricial
Principais parâmetros:
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Importância do Doppler:
Ultrassom Convencional
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Ultrassom Doppler
Linha de base: posiciona a linha de velocidade zero na escala de velocidades. Pode ser
usado para diminuir ou eliminar o aliasing, para realizar medidas de PISA com Doppler
color.
Caixa de cor: tamanho do setor de imagem do Doppler color. Quanto maior, menor o
frame rate.
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Filtro de parede: sistema que filtra sinais a partir da linha de base. Em Doppler
espectral o filtro deve ser baixo, para evitar cortar sinais próximos da linha de base.
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Volume amostra: é o tamanho do filtro temporal usado pelo Doppler pulsátil espectral
para a captura de sinais de Doppler. Pode ser modificado em seu tamanho e posição
pelo operador para mapear a origem dos fluxos na imagem ecocardiográfica. Em
ecocardiografia o melhor tamanho do volume-amostra varia de 3 a 5 mm.
Para grandes vasos o tamanho do volume-amostra deve ser pequeno. Para pequenos
vasos ou fluxo reduzido amplia-se o volume-amostra para registrar todos os sinais de
fluxo. Um volume-amostra muito grande pode captar sinais indesejados.
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S’
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A’
E’ ’
Modo M Color: detecta os fluxos em cores ao longo da linha de modo M e usa-se para
medir as velocidades de propagação dos fluxos e determinar os eventos ao longo do
ciclo cardíaco.
Modo M Tissular: O Doppler Tissular colorido também pode ser usado para determinar
as velocidades do músculo cardíaco em função do tempo.
MECÂNICA CONTRÁTIL
Mecânica Contrátil.
A disposição peculiar das fibras miocárdicas, observada por anatomistas desde a época
da renascença, corroborada por Francisco Torrent-Guasp em 1980 e validada
recentemente pela tecnologia de tensores de difusão da ressonância magnética,
mostra a conformação helicoidal do miocárdio. O miocárdio é formado por um feixe
muscular único dividido em duas partes: a banda basal, ancorada no anel fibroso 19
pulmonar, envolve os dois ventrículos e é rica em fibras circulares e a banda apical,
dividida em dois segmentos, descendente subendocárdico, que envolve o ventrículo
esquerdo e se reflete no ápice para formar o segmento ascendente, subepicárdico,
que se ancora no anel fibroso da valva aórtica. Os segmentos da banda apical são mais
ricos em fibras longitudinais e oblíquas e formam, entre si, um duplo hélice. As fibras
dos segmentos descendente e ascendente da banda apical estão cruzadas em ângulo
de 70°-80°, o que produz, durante a sístole, um movimento de torção e durante a fase
inicial da diástole um movimento de contra torção. A contração sequencial das bandas
do miocárdio determina todas as fases do ciclo cardíaco.
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FUNÇÃO SISTÓLICA
Este método foi adaptado ao modo M na década de 70, visto que o diâmetro menor
corresponde ao aferido pelo modo M.
D³
Volume = (7 / 2,4 + D) x D³
3 27 35
4 64 70
4,6 97 97
5 125 118
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6 216 180
7 343 255
De qualquer forma, os novos guidelines não recomendam o cálculo de volumes a partir
de medidas lineares, tanto no modo M como no 2D.
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J Am Coll Cardiol. 2000 Nov 1;36(5):1594-9. Doppler-derived dP/dt and -dP/dt predict survival in
congestive heart failure. Kolias TJ, Aaronson KD, Armstrong WF.
Limitações do dP/dt
• Dependência da pré-carga (↑ pressão atrial = subestima)
• Hipertrofia miocárdica (↑ contratilidade =
superestima)
• Resposta conflitante com mecanismo de Frank-Starling
• Jato de regurgitação mitral excêntrico
• Insuficiência mitral severa
• Insuficiência mitral aguda (diminuição da complacência
atrial)
Débito sistólico: estima o volume ejetado por batimento, multiplicando a área da VSVE
pela integral da velocidade (Doppler pulsátil).
A aferição do fluxo da VSVE é realizado pelo corte apical de 3 câmaras, com Doppler
pulsátil, próximo ao plano valvar aórtico, no interior da VSVE.
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O deslocamento do anel mitral pode ser aferido pelo modo M, desde a posição apical,
passando a linha do modo M pelo anel mitral lateral (>14 mm) e septal (>12 mm).
Índice de Performance = a – b / b
Pode ser usado quando os demais índices são discordantes, quando se avalia função
do VD na HP e quando a janela ecocardiográfica é inadequada.
Assim, o strain longitudinal avalia a deformação da base para o ápice do coração, quer
seja nas cavidades ventriculares ou atriais. O strain radial estuda o espessamento
sistólico das paredes. O strain circunferencial estuda a variação da circunferência do
ventrículo esquerdo em um plano tangencial às paredes do ventrículo esquerdo.
O strain longitudinal global, que é a média de todas as deformações no eixo base ápice
do ventrículo esquerdo correlaciona-se fortemente com parâmetros de função
sistólica do ventrículo esquerdo estimadas por outros métodos de imagem, como
ressonância magnética e tomografia computadorizada. Este tipo de deformação altera-
A trajetória das marcas acústicas inicia e termina no mesmo local e sua velocidade e
direção, determinada para cada quadro da imagem, pode ser representada por vetores
ou traçados de deformação. Habitualmente são detectadas marcas acústicas das
bordas endocárdica e epicárdica do miocárdio e, conforme a projeção utilizada,
determinados o strain longitudinal, circunferencial e radial sem dependência do
ângulo.
FUNÇÃO DIASTÓLICA
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Linha Doppler
Enchimento ventricular rápido: quando avaliado pelo fluxo mitral, inicia na abertura
mitral e termina no pico da onda E.
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1. Relação E/e’ média <14 (ou relação E/e’lateral <13 e septal <15).
2. Velocidade septal (DT) >7 cm/s ou lateral >10 cm/s.
3. Velocidade de refluxo tricúspide <2,8 m/s.
4. Volume indexado do AE <34 ml/m².
Como interpretar: se >50% dos parâmetros for normal = função diastólica normal; se
>50% dos parâmetros estiver alterado = disfunção diastólica; se 50% for normal e 50% 36
anormal = função diastólica indeterminada.
Pela análise do fluxo mitral: se a relação E/A <0,8 e a velocidade da onda E <50 cm/s =
disfunção diastólica grau 1 (relaxamento alterado) com pressão do AE normal. Se o
paciente for sintomático, pesquisar DAC ou realizar teste de estresse diastólico.
Se a relação E/A <0,8 e a velocidade da onda E >50 cm/s ou se a relação E/A >0,8 e
<2,0 avaliar 3 critérios: relação E/e’média >14, velocidade de refluxo tricúspide >2,8
m/s, volume indexado do AE >34 ml/m².
Se a relação E/A >2,0 = disfunção diastólica restritiva com aumento da pressão do AE.
Algumas outras variáveis podem ser usadas para detectar diversos graus de disfunção:
Manobra de Valsalva: pode distinguir entre pressão atrial normal e elevada, ou seja,
entre normal e pseudonormal, assim como entre disfunção restritiva reversível e
irreversível. A diminuição da relação E/A deve ser >50% e a manobra mantida por 10
segundos.
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Relação entre duração do fluxo reverso da veia pulmonar (Ar) e da onda A mitral:
normalmente a onda A mitral tem duração maior que a onda reversa atrial. Quando
Ar─A >30 ms indica aumento da pressão do AE e presença de disfunção diastólica grau
2 ou 3.
Utiliza-se o fluxo mitral, exceto em casos de FA, calcificação do anel mitral, estenose
mitral, insuficiência mitral maior que moderada, plastia ou prótese mitral, dispositivos
de assistência mecânica do VE, BRE e marca-passo.
Relação E/A <0,8 e onda E <50 cm/s = Pressão de AE normal ou baixa (grau 1).
Relação E/A >2,0 = Pressão de AE elevada (grau 3). TDA <160 ms (quando E >120 cm/s
o TDA pode ser maior). Nesta situação usar apenas a relação E/A. Em jovens, com E/A
>2,0 verificar a velocidade da onda E’ do anel mitral.
Relação E/A <0,8 e velocidade E >50 cm/s ou relação E/A >0,8 e <2,0 = são necessários
outros sinais para aferir a função diastólica: pico de velocidade do refluxo tricúspide
>2,8 m/s, relação E/e’>14 (média) e volume indexado do AE >34 ml/m². Quando algum
desses critérios não for avaliado, pode-se usa a relação S/D do fluxo de veia pulmonar
<1,0 (em jovens essa relação pode ser <1,0 mas velocidades do anel mitral são 38
normais).
Fibrilação atrial:
Quando há fibrilação atrial (FA) alguns parâmetros podem ser usados para avaliar a
função diastólica: TDA <160 ms indica aumento da pressão do AE. TRIV <65 ms, relação
onda E mitral/velocidade de propagação >1,4, taxa de aceleração da onda E mitral
>1900 cm/s², tempo de desaceleração da velocidade D da veia pulmonar <220 ms e
relação E/e’ >11.
Teste de esforço físico é usado para avaliar a reserva contrátil sistólica e a resposta
diastólica em pacientes com disfunção diastólica.
O fluxo mitral, no pico do exercício, apresenta fusão das ondas E e A, sendo melhor
avaliadas na recuperação. O teste é positivo quando os três parâmetros seguintes são
anormais: E/e’>14; Velocidade de refluxo tricúspide >2,8 m/s; velocidade e’septal <7
cm/s ou lateral <10 cm/s.
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CÁLCULOS HEMODINÂMICOS
Cálculos hemodinâmicos.
A incorporação do Doppler à imagem bidimensional possibilita a avaliação de
parâmetros dinâmicos do fluxo sanguíneo.
ΔP = 4.V²
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PMAP PDAP
Outras fórmulas para este cálculo utilizam o tempo de aceleração do fluxo pulmonar
(TAC) obtido na VSVD com Doppler pulsátil.
Várias fórmulas usando TAC para o cálculo da pressão sistólica e da pressão média da
artéria pulmonar.
Henry:
Dabestani:
TRIV VP
VP Velocidade E 44
A utilização do fluxo mitral e do fluxo das veias pulmonares pode determinar
aproximadamente a pressão do AE. A primeira equação, menos precisa (r = 0,84), é
utilizada quando o fluxo da veia pulmonar não é bem avaliado:
PAE (mmHg) = 1,43 . VDA + 1,32 . E/A – 0,024 . TDA . 0,02 . VAE + 9,2
Onde: VDA: velocidade de desaceleração mitral (Velocidade E / TDA); E/A: relação E/A
mitral; TDA: tempo de desaceleração; VAE: volume máximo do AE.
PAE (mmHg) = 0,93 . VDA + 0,15 . FS – 0,03 . durAr – durA + 0,87 . E/A + 16,2
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Em casos com fibrilação atrial pode-se estimar a PCP pelas seguintes fórmulas:
Cálculos volumétricos.
Conhecendo a área de secção pela qual passa um fluxo e assumindo que essa área seja
circular, podemos determinar o volume que atravessa essa área usando o conceito de
integração da velocidade.
Integral da velocidade (VTI): é a área sob a curva que resulta do produto entre a
velocidade do fluxo obtida no traçado Doppler e o tempo em que ocorre o fluxo:
𝒄𝒎/𝒔
𝑽𝑻𝑰 = = cm
𝒔
X Área AO =
VTI da AO
Volume de ejeção
Área
X Mitral =
A = π . r² π/4 . d² 0,785 . d²
No caso acima: área VSVE = 1,69² x 0,785 = 2,24 cm² x VTI 23,64 cm = Vol sist. = 53 ml.
Usada para calcular a área aórtica em casos de estenose, apresenta boa correlação
com os cálculos de área da hemodinâmica (Gorlin).
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Para a área mitral procede-se da mesma forma, colocando, no lugar da VTI da aorta, a
VTI da pulmonar. A equação de continuidade mitral é particularmente útil quando há
insuficiência aórtica e na avaliação de próteses mitrais.
Método PISA.
Para calcular a área de convergência usar uma escala de cor <40 cm/s e ajustar a linha
de base na direção do fluxo que queremos medir.
VALVOPATIAS
Valvopatias.
Serão tratados nesta seção os pontos mais relevantes para a avaliação das valvopatias.
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O método do PHT não deve ser usado quando há FA, IAO, IM importante, BAV Mobitz
I, alteração do relaxamento.
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Estenose aórtica com baixo fluxo, baixo gradiente e disfunção do VE. Entende-se por
EAO com baixo fluxo baixo gradiente a condição em que a área valvar é <1,0 cm² (<0,6
cm²/m²) e a FE <40%. Nestes casos é importante realizar estresse farmacológico com
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dobutamina em baixa dose ou físico com hand-grip para verificar se é estenose aórtica
ou aortoesclerose com disfunção do VE. Avalia-se, também, a reserva contrátil do VE.
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Classificação da IAO.
Para calcular a área valva tricúspide pelo método do PHT usa-se o valor 190 ao invés
de 220.
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Quantificação da insuficiência pulmonar.
Hipertensão pulmonar.
PROLAPSO MITRAL
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PRÓTESES VALVARES
Próteses valvares.
Causas que aumentam o gradiente médio das próteses valvares.
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Conceito de mismatch: mismatch ocorre quando a área da prótese é muito pequena
em relação à superfície corpórea do paciente, produzindo gradientes elevados.
O ecocardiograma transtorácico geralmente é inadequado para a análise visual da
prótese (sombras acústicas, reverberações), mas é bom para avaliação de fluxos
(gradientes, PHT e tempo de aceleração).
O ecocardiograma transesofágico é melhor para a análise visual da prótese
(visualização so AE, análise do anel e implantação e dos elementos móveis, ecos
anômalos), porém, menos eficiente para avaliar fluxos.
Fatores importantes para avaliar as próteses:
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