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OCT

Prof Dra Marliene O. Leme


Angela Cruvinel Guidorizzi R1 2018
OCT - introdução

Definição: exame de imagem utilizado para diagnósticos em retina, se baseia na


realização de cortes tomográficos transversais de alta resolução, capazes de avaliar a
retina em perfil e a nível microscópico.

“Trata-se de exame de alta resolução (5 a 10 micrometros) que realiza cortes


seccionais na retina e coróide, capaz de detectar alterações coroidorretinianas no
plano profundo da retina. Consegue-se diferenciar em perfil as diversas camadas
retinianas, permitindo a caracterização da estrutura interna e sua relação
intercelular”

OCT X USG - utiliza-se de um comprimento de onda infravermelho (em vez de onda


sonora) que permite melhor resolução espacial quando comparado ao ultrssom
convencional do segmento posterior do olho, gerando uma imagem bidimensional.
OCT - introdução
CARACTERISTICAS

- Procedimento nao invasivo, seguro, indolor e “confortavel”

- Dura cerca de 15 minutos e pode ser repetido sempre que necessario

- Nao ha contato entre os instrumentos e os olhos

- Nao ha necessidade de corantes

- Resolucao “ praticamente histologica” : poder de penetracao de 2 a 3 mm.


limite de resolucao de cerca de 10 micras
OCT - introdução
HISTORICO

- Aparelho idealizado em 1980 (Instituto de Tecnologia de Massachussets);

- Uso na Oftalmologia teve inicio em 1991

Strauss 3000 (cbo 2016)


Aparelho utilizado atualmente, com design mais compacto e cortes
tomograficos mais rapidos (resolucao melhora de 20 para 8 micras).

Capacidade de estudar qualitativamente e quantitativamente a camada de


fibras nervosas e alteracoes de nervo optico (utilidade tambem no glaucoma).
OCT - Princípios
Princípio: interferometria de baixa coerência

Feixe de luz gerado por uma fonte diodo (843 nm) é projetado axialmente ao paciente.

Fonte diodo 843 nm A velocidade da luz é infinitamente


Fonte Infravermelha 820 nm mais rápida que a do som

Interferômetro de Michelson: artifício optico utilizado para análise do feixe luminoso


refletido de forma rápida, uma vez que produz um feixe de luz de baixa coerência cujo
comprimento de onda situa-se próximo da faixa do infravermelho (820 nm).
OCT – Princípios

O feixe de luz de baixa


coerência é dividido em 2
segmentos:

-1) até o olho


-2) Até objeto de referência
(cuja distância até fonte
luminosa é conhecida)

INTERFERÊNCIA: quando as
luzes refletidas pelas
estruturas opticas e as
refletidas pelo espelho de
referência se combinam
OCT - Princípios

A- scans x B scan

Fotodetector que capta a interferência em diferentes pontos da retina, gerando para cada
ponto uma imagem axial (“A scans”)

A partir de múltiplas imagens axiais consigo um corte tomográfico seccional


“B scan”.

“Quanto maior a quantidade de A scans obtidos, melhor a qualidade de imagem


B scan final”
OCT - Histórico
DOMINIO ESPECTRAL X DOMINIO DE TEMPO

Time domain OCT (TD OCT): um único fotodetector se movendo de forma linear para captar imagens axiais.
Resolucao limitada e maior tempo para captacao de imagens.

Spectral Domain (SD OCT): múltiplos fotodetectores obtendo vários A scans, com isso, tornou-se possível
detectar 100.000 A scans por minuto.
Atualmente, a maioria dos sistemas SD OCT apresenta uma velocidade (“scanning speed”) de 27 a 40 mil A
scans por segundo.

Mais eficiente, maior sensibilidade, maior rapidez na captacao de imagens.

Melhor resolucao.

De forma semelhante ao doppler, pode medir o fluxo sanguineo retiniano


OCT - Histórico
DOMINIO ESPECTRAL COMERCIALIZADOS ATUALMENTE

- Cirrus HD-OCT (Carl Zeiss Meditec),

- 3D OCT-2000 (Topcon Medical Systems, Tóquio, Japão),

- Spectralis OCT (Heidelberg Engineering, Heidelberg, Alemanha),

- RTVue-100 (Optovue Corporation, Fremont, CA),

- Spectral OCT / SLO (Opko Instrumentação / OTI, Canadá),

- SOCT Copernicus RH (Canon / Optopol, Inc, Tóquio, Japão),

- Retinascan RS3000 (Nidek, Tóquio, Japão)

- 3D SDOCT (Bioptigen, Durham, NC)


OCT – Interpretação exame normal

Fóvea, DO e retina: na imagem


A
tomográfica tais estruturas mantém-se
com as características anatômicas
típicas. VÍTREO
INTERNAS
EXTERNAS EPR
A interface vítrerretiniana é
caracterizada pelo contraste entre o
vítreo não refletivo e a superfície
refletivas interna da retina.

A região central da mácula,


caracterizada pela depressão foveal é
mais afinada em relação a espessura
normal da retina P
OCT – Interpretação exame normal

VÍTREO
INTERNAS
EXTERNAS EPR

P
OCT - Interpretação exame
normal
As imagens adquiridas são processadas, permitindo-se que se determine contraste entre as
interfaces, sendo representadas inicialmente em escalas de cinza e depois em escala colorida.

Cooller colors = menor refletividade


Hotter colors = maior refletividade

VERMELHO e BRANCO: Cor dos sinais refletidos de maneira mais intensa

AMARELO E VERDE: sinais refletidos em média intensidade

AZUL E PRETO: sinais refletidos em com menor intensidade


OCT - Interpretação exame
normal
Assim, tecido altamente reflexivo é branco-avermelhado, enquanto o hiporrefletor
é preto-azulado. Alternativamente, imagens pode ser mostrado em 256 tons de cinza,
correspondentes a diferentes reflexividades ópticas.
OCT - Interpretação exame normal –
Avaliacao qualitativa

CAMADA DE FIBRAS NERVOSAS E LÂMINA LIMITANTE INTERNA: repretam o limite


interno da retina, altamente refletiva, aumenta de espessura da mácula em direção
ao DO. Primeira camada hiperrefletida .

CAMADAS INTERMEDIÁRIAS DA RETINA: se apresentam com refletividade


moderada, anteriormente aos fotorreceptores.

CAMADAS NUCLEARES
As camadas de celulas ganglionares e ambas a camadas nucleares sao
hiporrefletidas.

CAMADA PLEXIFORME EXTERNA


Dois aspectos da camada plexiforme externa podem ser visto alternadamente:
1) uma fina camada hiperrefletiva correspondente às sinapses dos fotorreceptores,
2) uma camada hiper-reflexiva mais espessa extensões axoniais fotorreceptoras
OCT - Interpretação exame normal –
Avaliacao qualitativa

SEGMENTOS EXTERNOS DOS FOTORRECEPTORES: representado por camada de


mínima refletividade anterior ao complexo “epr – coriocapilar”

COMPLEXO EPR – CORIOCAPILAR: representado por camada vermelha (altamente


refletiva), que termina na margem do disco optico, delineia o limite posterior da
retina neurosensorial. Encontra-se na extensao mais externa destas camadas de
tecido.

“ Finalmente, os vasos da retina podem às vezes visto em imagens de OCT como


focos hiperrefletivos circulares localizado na retina interna, com orientação vertical
zona de '' sombreamento '' ou refletividade reduzida nas camadas mais profundas.”
A primeira linha continua altamente hiperreflexiva e designada como a juncao
dos segmentos interno e externo dos fotorreceptores.

Se OCT de alta resolucao: interdigitacoes entre a juncao IS-OS e o EPR.


OCT - Interpretação exame normal –
Avaliacao quantitativa
ANALISE
QUANTITATIVA DA
RETINA

- permite medidas em
espessura da retina em
diferentes locais,
levando a construcao
de uma mapa
topografico.

- Cuidados com
medicoes
automatizadas (erros
em DMRI +
neovascularizacao)
OCT - Interpretação exame normal –
Avaliacao quantitativa

ANALISE QUANTITATIVA DA RETINA

-Medida da espessura macular central em micrometros, do volume macular e na


analise topografica da macula, atraves de 6 scans que produzem um “mapa de analise
da espessura retiniana”
OCT - Indicacoes
INDICAÇÕES – auxilio diagnostico e avaliacao de resultados terapeuticos

- Coroidopatia serosa central


- DMRI
- Buraco macular
- Edema Macular (extremamente eficiente!)
D
AVALIA

- Membrana Epirretiniana
CAO
RESULT
ADOS

X TERAPE
UTICOS

- Uveítes
- Oclusões vasculares
- Retinopatia Diabética
- Tumores de polo posterior
-Tração Vítreo Macular
OCT – Indicacoes
BURACO MACULAR:

- demonstra a perda de tecido retiniano afetado

- analisa o estado do vitreo sobrejascente

EDEMA MACULAR:

- formacao de espacos cisticos na regiao foveal

- permite a comparacao de resultados terapeuticos


OCT -Indicacoes
DMRI

- drusas, cicatriz disciforme

-Atrofias ou descolamento de EPR

- Membranas Neovasculares
OCT -Indicacoes

ACOMPANHAMENTO
POS OPERATORIO

- Pos VVPP

- Pos injecao intravitrea


de corticoides ou
antiangiogenicos

- Pos PDT
A OCT revolucionou claramente a avaliação de pacientes com DMRI e outros distúrbios
maculares!
OCT x DMRI
Ate o advento do dominio “ Spectral” , a avaliacao das drusas era dificil devido a
artefatos que resultavam em ondulacoes do EPR, mimetizando a aparencia das
drusas.

Dominio Spectral:
drusas pequenas e medias podem claramente ser vistas como discretas elevacoes
do EPR com refletividade variavel.

Drusas maiores podem ser vistas como um material de hipo ou media


refletividade separando o EPR da membrana de bruch.

OCT permite que pacientes com DMRI evitem ttos desnecessarios com terapias
anti angiogenicas
“ Na OCT, as drusas são frequentemente acompanhadas de alterações na retina
neurossensorial suprajacente. Estes pode ser visto como interrupção da junção IS -
OS e ELM, assim como um desgaste significativo do camada nuclear. “
“ New OCT technologies have led to greater insight in
pathophysiology of high-grade myopia and its complications
that can cause severe and irreversible
reduction of visual acuity”
OCT -Indicacoes
MIOPIA PATOLOGICA

Novas geracoes de OCT permitiram maior compreensao sobre a


fisiopatologia das miopias de alto grau e suas consequencias

- EDI – OCT: imagem de profundidade aprimorada (“enhanced depth


imaging” )

- SS – OCT: por fonte de varredura (“swept source)


OCT -Indicacoes
MIOPIA PATOLOGICA x GLAUCOMA

- EDI e SS OCTs permitem segmentacao acurada da camada de fibras


nervosas que e mais fina tanto na alta miopia como no glaucoma.

- auxilia reconhecimento da zona Beta de atrofia peripapilar ,


permitindo reconhecimento indireto de progressao de glaucoma

- olhos com defeito de espessura retiniana permitem comunicacao


direta entre o vitreo e a coroide  cavidade peripapilar
intracoroidiana (70% dos olhos miopes com OCTs com esta
configuracao apresentavam algum defeito glaucomatoso)
OCT -Indicacoes
MIOPIA PATOLOGICA x NEOVASCULARIZACAO COROIDAL MIOPICA

OCT auxilia no diagnostico diferencial entre

- neovascularizacao e hemorragia maculares

Diferentes aspectos ao OCT de acordo com a fase da neovascularizacao: ativa, cicatricial


ou atrofica

MIOPIA PATOLOGICA x MACULA EM FORMA DE CUPULA

“ dome Shaped macula” – abaulamento anterior macular, no interior de um estafiloma.

EDI – OCT permitiu a classificacao de 3 subtipos de DSM


OCT -Indicacoes
OCT X ESTUDOS DO VITREO

SS OCT permite avalicao precisa de tracao vitreo macular, foveoesquise, MER, orificios
maculares lamelares.

DVP miopico completo e precedido em muitas vezes por um descolamento parcial de


vitreo posterior cortical – SS OCT mostra restos de cortex na superficie da retina

Foveoesquise: colecao cistica intrarretiniana separando a retina de uma camada externa


mais fina, e uma camada interior mais espessa com coluna ou ponte hiperreflexivas.
Ecistem dois padroes de OCT caracteristicos desta condicao

Buraco Macular: pelas caracteristicas ao OCT, pode-se determinar 4 vias de formacao de


buracos maculares

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