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Claudio

Para sintetizar uma base para o tema, iniciarei por onde eu


fui feito de trouxa e que ao perceber despertou- me o
interesse em saber o que estava acontecendo. Quando nos
conhecemos de fato, eu estava no auge desse "trouxismo"
que nos colocou em lados opostos. Nessa época você
estava absolutamente certo em sua postura e eu
errado. Então aqui vai uma espécie de pedido de
desculpas.
Desde o fim do comunismo, o socialismo bate em retirada
ao conceder mais espaço aos mecanismos que deixam uma
maior margem de liberdade aos comportamentos
individuais. Contudo, a ameaça não desapareceu. Embora
não se trate de grandes leis históricas que fariam do
Proletariado o instrumento e o veículo do Progresso, trata-
se da Ecologia – mais precisamente, das elites científicas e
ecológicas que se autodenominaram os messias dos novos
tempos – que pretendem impor seus objetivos como
elementos reguladores da liberdade dos indivíduos. No
texto a seguir, Pascal Bernardin, autor de “O Império
ecológico” mostra como o problema da gestão dos “bens
comuns” é hoje em dia utilizado como álibi para recriar
completamente as regras da justiça e da moral, sempre
pretendendo manter-se no estrito limite de uma crítica
liberal. Este texto é a transcrição de uma conferência
pronunciada ao Instituto Euro 92 no dia 14 de abril de
1999.

Permitam-me, de início, apresentar-me. Sou politécnico e


doutor em informática. Ensino informática fundamental,
quer dizer, matemática da informática na Universidade de
Aix-Marseille III.
Esclareço-o porque irei tratar de questões científicas
muitas vezes debatidas, em particular a questão do efeito
estufa.

Vim falar de minha obra intitulada O Império Ecológico,


lançada em dezembro de 98, a qual trata da ecologia em
suas principais dimensões, com a notória exceção dos
aspectos jurídicos e educativos.

No curso desta conferência, vou mostrar como e em que


medida a política e os temas ecológicos se articulam com
os dois fenômenos políticos maiores do último decênio e
do fim do século, a saber, a perestroika e a emergência da
Nova Ordem Mundial.

As questões ecológicas são as questões fundamentais que


envolvem todos os domínios: domínio econômico,
político, constitucional, financeiro, e às vezes o ético e o
religioso. Trata-se, portanto, para mim, de uma questão
verdadeiramente central, que retoma certas idéias liberais
mas que vai muito além delas.

De início, na primeira parte desta intervenção, quero falar


dos objetivos mantidos pelas elites pós-comunistas que
permaneceram de pé, malgrado o desaparecimento do
comunismo e da queda do muro de Berlim, as quais, hoje
em dia, estão integradas no conjunto das elites ditas
mundialistas, alojadas no coração das instituições
internacionais. Vocês notarão a diferença entre
mundialismo e mundialização. Conservo o termo
mundialismo para descrever a emergência das forças
políticas em nível mundial; reservo o termo mundialização
para a emergência de um mercado global e de instituições
econômicas e financeiras globais.

A situação política do último quarto de século tem sido


marcada pela queda do muro de Berlim, e
simultaneamente pela instauração de uma “Nova Ordem
Mundial” proposta pelo presidente George Bush.
Considero que a análise desses dois fenômenos permanece
ainda muito incompleta. Com efeito, nenhuma explicação
real do fenômeno da perestroika foi dada. Além do mais,
os objetivos precisos da mundialização e do mundialismo
permaneceram muito vagos. Dito de outro modo, estamos,
atualmente, num vazio conceptual absoluto; vazio que toca
os dois elementos principais da vida política mundial deste
fim de século. Tais são os elementos que vou pôr em
evidência, adotando a ecologia como fio condutor.

No que se refere ao mundialismo, vou basear-me


exclusivamente nos textos oficiais das instituições
internacionais – e eles são extremamente numerosos –,
como Our Global Neighbourhood (1995 – Oxford
University Press), um relatório da Comissão sobre o
Governo Global (Comission on Global Governance). É
uma comissão estabelecida sob a égide da ONU, que
inclui membros eminentes e de elevadíssimo nível, em
particular Jacques Delors, atualmente Presidente da
Comissão européia.

De um outro ponto de vista, vou referir-me a Ethics and


Spirituals Values, relatório redigido pelo Banco Mundial,
centrado nos valores éticos e espirituais para um
desenvolvimento durável; quer dizer, para um
desenvolvimento ecologicamente são, ou pelo menos
pretendido tal.
Enfim, e não o menor deles, a um documento oriundo da
conferência de Copenhague, organizado pelas Nações
Unidas (Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social,
de 6 a 12 de março de 1995), com o título de As
Dimensões Éticas e Espirituais do Desenvolvimento
Social.

Para as referências à perestroika, apoio-me igualmente em


documentos públicos, que não têm a mesma autoridade
porque não possuem a chancela das Nações Unidas,
contudo escritos por Gorbatchev e Chevernadze entre
outros.

Da Perestroika à ecologia

Para começo de conversa, que é a perestroika?


Contrariamente ao que a mídia quer nos impingir, é algo
diferente da queda do muro de Berlim sob um incontido
impulso democrático. A perestroika é, na realidade, um
movimento que foi planejado desde o fim da década de
1950. Sua descrição chegou-nos de um certo Goligsyne,
oficial superior da KGB, que mudou para o Ocidente no
fim dos anos 1960. Encontramos seus escritos num
relatório que estava destinado aos Serviços Secretos, mas
também numa obra pública que apareceu antes de 1985 e
da chegada ao poder de Gorbatchev. Que diz ele? Que a
perestroika é um processo socialista revolucionário,
inspirado na Nova Política Econômica de Lênin: que ela
está destinada a reestruturar (perestroika significa
reestruturação) o socialismo na URSS e não a erradicá-lo.
Sobretudo, trata-se de reestruturar a imagem que os
ocidentais podem ter do socialismo em geral.
Descartando completamente a tese de um complô mundial,
minha convicção é que é a reunião dos temas
revolucionários, que permanece de pé atualmente,
contidos na perestroika, que se encontra no coração da
política ecológica. Não existe acaso. É possível lembrar
que Gorbatchev, em seus escritos, diz explicitamente que a
ecologia é um veículo revolucionário. Hoje em dia,
Gorbatchev é o Presidente da Cruz Verde internacional.

Falemos agora dos objetivos do poder mundialista. Este


poder pretende, evidentemente, tirar proveito, ao mesmo
tempo, tanto da experiência democrática como da liberal –
as referências aos elementos liberais são numerosas, não
obstante considerando-as num quadro que não tem, na
realidade, muita coisa a ver com o liberalismo – a fim de,
delas, fazer uma síntese orientada por um objetivo na
verdade coletivista. Este poder parte do princípio – liberal!
– de que toda coerção está voltada ao fracasso, que os
métodos não coercitivos, que deixam nos governados a
ilusão de liberdade, são os que devem ser utilizados para
chegar ao objetivo pretendido.

A idéia de recusar a coerção e fazer apelo apenas ao


sentimento de liberdade é uma idéia fundamental utilizada
por um grande número de pensadores. Penso, por
exemplo, em Antônio Gramsci, o revolucionário do início
do século, que sempre achou que a política stalinista era
um erro, que ela não poderia senão conduzir ao fracasso
da Revolução, muito simplesmente porque era preciso,
antes, proceder a uma revolução cultural – uma revolução
da superestrutura ideológica – para, em seguida, ser bem
sucedido na condução desta revolução na infraestrutura.
Isto é o exemplo típico de uma idéia não coercitiva, que
denominarei também não aversiva (para retomar uma certa
terminologia de psicologia social), cujo objetivo visa,
primeiramente, à cultura, antes de tentar modificar o
estrato econômico.

Outras correntes de idéias desenvolvem a mesma relação:


como por exemplo B. Skinner, o fundador de uma escola
de psicologia – o Behaviorismo – que, em substância, diz
que o homem é uma máquina à qual basta dar estímulos
positivos para obterem-se boas respostas. Skinner diz
também, de maneira ainda mais explícita, que a repressão
é inútil: que, ao contrário, os reforços não-aversivos – quer
dizer, as recompensas – são sempre extremamente úteis
para modificar o comportamento dos indivíduos. Os
reforços aversivos, eles, provocam a oposição e a
crispação dos indivíduos e da sociedade, e estão, em
conseqüência, fadados ao fracasso.

Uma aplicação das teorias do controle

Outros trabalhos de psicologia social dedicam-se a


desenvolver esta relação. Penso na psicologia do
engajamento, uma teoria psicológica segundo a qual
modifica-se eficazmente os comportamentos, e, em
conseqüência, os valores, ao levar as pessoas a se engajar
(no sentido de dirigismo), e, portanto, proibindo-se, por
isso, toda prática aversiva.

Vemos assim surgir uma diferença fundamental entre


poder e controle. O exercício do poder é a técnica
tradicionalmente adotada por todos os Estados do planeta.
Ela tem como principal defeito chocar-se contra a revolta
latente dos indivíduos que lhes estão submissos. O
exercício do controle é uma técnica toda diferente, que
consiste em colocar as pessoas num quadro tal que elas
desfrutarão de um sentimento de liberdade, às vezes de
grande liberdade, ao tempo em que esta liberdade será, na
realidade, estreitamente canalizada num quadro fixado
pelos governantes. Esta oposição entre controle e poder
permite assegurar a síntese de numerosos trabalhos, e de
compreender o que está a caminho de ocorrer tanto no
Ocidente quanto no antigo bloco comunista.

As idéias que presidem tanto à perestroika quanto à


instauração da Nova Ordem Mundial são uma aplicação
das teorias do controle. Elas pretendem modificar os
quadros que organizam nossas ações em todos os
domínios. Os quadros (âmbitos) são numerosos: religiosos
– os principais âmbitos mentais são fornecidos pela
religião –, éticos – citados nos documentos abaixo
mencionados –, ideológicos. Mais freqüentemente, trata-se
de reorganizar a cultura e os objetivos de nossa sociedade
com relação a um “objetivo supra-ordenado” – quer dizer,
um objetivo final da socidade em torno do qual todos os
demais objetivos se ordenam.

Eis-nos portanto confrontados, devido a nossos problemas


ecológicos, com um inimigo, que não é mais comunista,
mas coletivista. O inimigo, sempre socialista, está sempre
vivo, e, embora esteja imerso na cultura liberal, persegue
sempre a velha idéia de realizar a síntese do “socialismo
de mercado”, porém por outros meios.

Uma descrição mais científica da lógica deste movimento


revolucionário articula-se em torno da teoria dos sistemas
e da teoria do caos. Para os que não estão familiarizados
com estes conceitos, vou descrever a teoria do caos a
partir de um exemplo muito simples. Se alguém coloca um
cigarro no meio desta sala, a fumaça a encherá muito
rapidamente. Porém, a fumaça vem quase que de um único
ponto, da ponta do cigarro, e cinco minutos mais tarde, as
partículas de fumaça preencherão toda a sala. Este
exemplo significa que as partículas de fumaça, que estão
inicialmente em posições muito próximas, podem, ao cabo
de um tempo relativamente curto, encontrar-se nas
posições extremamente afastadas, às vezes totalmente
opostas. A característica de um sistema que se encontra
numa situação de caos é que ele pode evoluir em direções
radicalmente opostas.

De um ponto de vista construtivista – quer dizer, do ponto


de vista de indivíduos que querem agir sobre a sociedade
para conduzí-la a uma certa condição – esta experiência
significa que, se é possível escolher uma partícula de
fumaça, e se se conhece precisamente a evolução das
partículas de fumaça, pode-se escolher aquela que se
encontra em tal lugar, lá onde se deseja que ela chegue. Se
uma partícula não se encontra lá onde se deseja conduzí-
la, basta deslocá-la muito levemente desde o início – desde
as condições inciais, como dizem os cientistas – para que
ela acabe lá onde se deseja que ela esteja. A característica
de uma situação de caos seria tal que permitira modificar
radicalmente a evolução futura, sempre introduzindo
apenas leves modificações na situação inicial. Para usar
uma linguagem mais abstrata, dir-se-ia que uma situação
caótica se controla com as forças muito fracas, como o
deslocamento quase que infinitesimal das partículas de
fumaça da ruim à boa posição inicial.
Se se transporta esta relação ao domínio social, ao
domínio econômico e ao domínio político, as
consequências são, evidentemente, imensas.

Segundo a teoria dos sistemas, caso se queira modificar a


trajetória da partícula de fumaça, aquele que estiver fora
deste sistema, deverá fazer parte de um sistema de ordem
superior. Devemos então imaginar que o subsistema
inferior, a fumaça, está submissa a um sistema de ordem
superior – por exemplo, ao experimentador, este podendo
estar também submisso a um outro sistema, digamos, por
exemplo, a um sistema jurídico, ele também condicionado
por sua dependência a respeito de um quarto sistema de
uma ordem ainda superior, como o sistema legislativo, e
assim por diante. Temos, portanto, uma hierarquia de
sistemas onde cada um dentre eles pode intervir sobre o
sistema de nível imediatamente inferior graças a forças
muito fracas. Portanto, o sistema (a fumaça) pode ver suas
trajetórias modificadas graças às forças infinitesimais,
aplicadas por um operador do qual se poderá, caso ele se
encontre numa situação caótica, modificar o
comportamento por meio de forças igualmente muito
fracas, o processo repetindo-se indefinidamente de um
nível a outro. Assim, se admitimos uma hierarquia
sistêmica de universos caóticos, podemos manipulá-los
com forças muito fracas em cada nível.

Conciliar um liberalismo aparente com um construtivismo


sempre real.

Não descrevi, no caso presente, nada mais que as


instituições de poder internacional que estão na iminência
de se estabelecerem, com uma hierarquia de níveis, em
princípio mundial, depois continental, regional, nacional,
departamental, municipal, etc.

A particularidade desta teoria dos sistemas, quando


aplicada às ciências sociais, é permitir, em teoria, conciliar
liberalismo – um liberalismo “aparente” – e coletivismo –
mas um coletivismo bem “real”; o que, do ponto de vista
midiático e político, não é, bem entendido, nêutro.

Temos assim um subsistema que está em baixo, o dos


atores econômicos, numa situação aparentemente liberal;
depois, acima, as instituições internacionais, que não
canalizam necessariamente a ação desses atores
econômicos, mas modificam suas antecipações
manipulando a moeda, o orçamento, as legislações ou as
regras do comércio internacional. Temos, então, um
dirigismo real no alto e, para as necessidades
intermediárias, uma suficiente aparência de liberalismo em
baixo. Temos exatamente a mesma coisa no domínio
político, com uma democracia aparente e um dirigismo, às
vezes um totalitarismo, totalmente reais. Em baixo vota-
se, mas o quadro dentro do qual se efetua o voto é
predeterminado desde cima.

Lembro a vocês que o mundialismo é o movimento que se


identifica com a emergência de forças políticas mundiais,
no primeiro nível das quais está a ONU. Esta representa
uma verdadeira força política mundial. Ela responde a
uma lógica que, de um lado, lhe é interna; de outro lado, o
mundialismo dá-se por objetivo a criação de uma nova
civilização, como se verá na seqüência de minha
explicação. Não nos iludamos: temos necessidade de
instituições internacionais em certos domínios; tais
domínios, porém, são, de fato, pouco numerosos.

Depois de ter mostrado os métodos, vou agora falar dos


objetivos.

O primeiro, tal como está claramente expresso em todos os


documentos citados, é diminuir, ou pelo menos estabilizar,
a população humana, com números variáveis segundo as
fontes. Há textos que falam de quinhentos milhões de
pessoas! É o caso, por exemplo, de Jacques-Yves
Cousteau, para quem a população humana não deveria
ultrapassar meio bilhão! de pessoas.

Um segundo objetivo é o de impor, graças à influência da


mídia, mas também por meio da lei, valores ecológicos
que implicam numa profunda modificação de nossos
valores. É assim que alguns chegam mesmo até a
pretender criar uma nova religião, que se apoia numa nova
espiritualidade, como abertamente o dizem certas obras às
quais já me referi.

Terceiro objetivo: a equalização mundial dos salários. Os


textos são superabundantes e totalmente explícitos. Eles
revelam uma obsessão igualitarista que tende à
equalização dos salários em todo o planeta. O que resulta,
bem evidentemente, num controle da economia, das
riquezas e da finança.

Uma vez que se tenha esses objetivos na cabeça, não é


difícil compreender que a ecologia constitui uma
formidável alavanca para assegurar sua realização.
O falso processo da camada de ozônio

Referir-me-ei, em princípio, ao buraco na camada de


ozônio, depois ao efeito estufa. E para isto, começarei pela
questão dos “objetivos supra-ordenados” dos quais já falei.

Trata-se de um conceito de psicologia social,


desenvolvido, por exemplo, nos trabalhos de Mustapha
Shérif. Em substância, diz-nos, dois grupos antagonistas –
ou pelo menos aparentemente antagonistas – não podem
chegar a cooperar ou a se aproximar a menos que exista
um objetivo suscetível de focalizar o conjunto de suas
energias. Este objetivo, qualificado de “supra-ordenado”,
deve amalgamar todos os outros objetivos, em particular
aqueles dos atores individuais, mas também congregar os
Estados, os ministérios, ou toda outra organização
dirigente. Isto significa reinventar o totalitarismo, caso se
lembre que, no passado, os “objetivos supra-ordenados”
foram os da raça, da classe ou de uma casta.

Enquanto que o buraco na camada de ozônio nada mais é


que um balão de ensaio, o efeito estufa, ele, é
verdadeiramente concebido e apresentado como um
“objetivo supra-ordenado” maior. Penso, por exemplo, em
Al Gore, quando ele diz que é preciso criar uma nova
civilização, cuja proteção do meio-ambiente será o pivô.

Interroguemo-nos sobre a realidade desses fenômenos. O


buraco na camada de ozônio , como, sem dúvida, você se
lembra, foi o símbolo de uma época quando a abertura do
jornal televisado das 20 horas se fazia freqüentemente com
uma imagem em cores falsas representando a Antartica e o
buraco, este enorme buraco que, diziam-nos, crescia
inexoravelmente e ameaçava cobrir todo o planeta,
absorver-nos, queimar-nos, com, em conseqüência, um
aumento considerável e inelutável do número de cânceres
de pele, mutações genéticas incontroláveis, ou ainda a
destruição inevitável da bio-diversidade (porque algumas
espécies são mais sensíveis a ele que outras).

Desde então, o gás acabou. E, desde há muito, não se


escutou mais falar do buraco na camada de ozônio.

O que é preciso reter? Um pequeno artigo de cinco


centímetros e meio por quatro e meio, do prêmio Nobel de
química Paul Crutzen, na página vinte quatro de um
número do jornal Le Monde: “quando as previsões
apocalípticas foram noticiadas”, lia-se, “não se conhecia
exatamente a amplitude da deterioração da camada de
ozônio. Agora, sabe-se que os danos serão mínimos. A
demonstração tem sido feita, de que a camada de ozônio
deteriora-se num rítmo muito lento.” Este é o ponto-de-
vista de numerosos outros cientistas.

Tem-se dito que o buraco seria causado pelos CFC (Cloro-


Fluor-Carbono), um produto químico que se encontra
principalmente nas geladeiras. Esses CFC foram
fabricados industrialmente após a segunda guerra mundial,
e sua produção em massa marcou os anos 1960, época do
grande boom econômico.

Ora, a comunidade científica conhecia o buraco na camada


de ozônio – a literatura científica disso dá fé – desde 1929;
quer dizer, pelo menos trinta anos antes da produção
intensiva dos CFC ter começado. Eles não podem,
portanto, ser a causa do fenômeno.
Mas sua existência serviu maravilhosamente aos desejos
de certas organizações internacionais – notadamente a
Organização Meteorológica Mundial, sempre em busca de
maiores orçamentos para financiar suas pesquisas. É ela
que iniciou a grande campanha de sensibilização das
opiniões públicas. Por isto, os cientistas que lhe deram
apoio – como Paul Crutzen, antes de ele mudar, parece, de
ponto-de-vista – desenvolveram os modelos matemáticos
complexos que demonstravam – diziam-nos – que os CFC
rejeitados pelo homem destruiriam inexoravelmente a
camada de ozônio. Mas esses modelos eram, na realidade,
baseados em bases experimentais extremamente frágeis e
incompletas.

Hoje em dia está quase que admitido e provado que esses


modelos eram incapazes de simular a realidade, portanto,
que eles eram falsos.

Como já disse, a literatura científica mostra claramente


que, desde 1929, portanto, muito antes da produção em
massa dos CFC, o buraco na camada de ozônio era já uma
realidade. Ele resulta de um fenômeno natural que existe
desde sempre e que se observa em lugares extremamente
afastados, principalmente o Polo Sul. O que está em causa
é principalmente a atividade vulcânica natural do globo.
Os vulcões lançam infinitamente mais Cloro na atmosfera
que os CFC. Por exemplo, citarei o Monte Érebo, um
vulcão da Antártida em constante erupção, que lança
permanentemente milhares de toneladas de gases,
notadamente os compostos clorados, justamente no lugar
onde se situa o famoso buraco na camada de ozônio.
Dispomos hoje em dia de numerosos elementos que vão
em sentidos totalmente incompatíveis com a tese das
mídias que acusam o homem de autor deste crime
ecológico.

Dito isto, as conseqüências econômicas e políticas, elas,


são verdadeiramente reais.

Haverá, em princípio, a criação de órgãos internacionais


encarregados de controlar a evolução do buraco, e de
incitar os Estados a impedir este processo destruidor. Elas,
porém, têm-se mantido relativamente discretas, com
relação ao que se passa num outro front, o do efeito estufa.

Há em seguida o efeito midiático e psicológico que se


traduziu pela introdução na consciência coletiva de um
sentimento novo: o de uma autêntica responsabilidade
mundial que envolveria tanto os russos, os chineses, os
americanos, quanto os europeus (porque, na atmosfera,
todos os dejetos terminam por se misturar). Assim
apareceu, e se impôs, a idéia de que se estava
verdadeiramente em face de um real problema comum,
que era preciso necessariamente gerir em conjunto.

Assim, criou-se um sentimento de interdependência, o


qual conduz as opiniões públicas a considerar que sua
sorte está doravante ligada aos dejetos de CFC que poluem
o outro lado do planeta. Recuar admití-lo designa quem o
faça, automaticamente, como cúmplice de um
empreendimento de destruição do planeta. Difunde-se
assim um sentimento de fidelidade, não mais a uma
comunidade local, nacional, talvez européia, mas a uma
comunidade mundial. Este fator psicológico representa um
fato político de primeira grandeza.

A impostura do efeito estufa

Agora, falemos do efeito estufa. Ele resulta, dizem-nos, do


aquecimento do gás carbônico lançado na atmosfera pela
combustão da madeira, do gás natural ou do petróleo. Esta
ameaça é terrificante, porque dela deveria resultar uma
elevação da temperatura terrestre média, compreendida
entre dois e cinco graus. O nível dos mares poderia elevar-
se algumas dezenas de centímetros. As doenças tropicais
elevar-se-iam em nós e o ciclo da água potável em seu
conjunto seria totalmente perturbado.

Tratar-se-ia, portanto, de um problema verdadeiramente


global, que envolveria todo o planeta, porque toda
atividade humana implica numa produção de energia,
portanto de emissão de gás carbônico. É um problema
econômico global que envolve toda a sociedade, na menor
de suas atividades, como dirigir ou se deslocar. Todo o
domínio social, político e institucional estará fatalmente
envolvido. Mesmo o domínio ético, porque, na avaliação
do perigo infinito que esta ameça faz pesar sobre o
planeta, é preciso, dizem-nos, modificar todo nosso
sistema de valores, inclusive os valores espirituais.

É preciso igualmente adaptar o direito internacional,


modificar também todo o sistema educativo.

Está-se então em presença de um fenômeno “sistêmico”,


quase que em seu estado puro, e que envolve todos os
domínios da liberdade e da organização dos seres
humanos.
A Comissão Trilateral, cujos membros representam,
exclusivamente eles, quase que sessenta por cento das
forças econômicas do planeta, evoca claramente o objetivo
de uma redução do consumo de energia nos países
desenvolvidos compreendido entre 20 e 60%. Deixo que
vocês imaginem o que isto significa em termos
econômicos.

Do ponto-de-vista científico, o que se pode pensar disso?


Duas escolas digladiam. A primeira, a escola dos liberais,
mantida pelos sábios americanos de renome, fala
explicitamente de impostura. A segunda escola é a dos
revolucionários que, desde o fim dos anos sessenta, não
param de anunciar uma catástrofe iminente. Para eles, é
incontestável que a temperatura já começou a aumentar, e
inclusive que o nível dos mares já sofreu um sensível
fenômeno de elevação. Na realidade, os que falam assim
baseiam-se, uma vez mais, em modelos muito
incompletos, aproximativos, e portanto completamente
falsos, segundo o ponto-de-vista mesmo dos sábios, os
mais rigorosos e os mais objetivos.

Todas as previsões deduzidas destes modelos até aqui


sempre se revelaram inexatas, muito afastadas da
realidade. A mais bela prova de seu erro repousa em sua
incapacidade de dar uma simulação aceitável das
evoluções climáticas do passado. As equações que
utilizam são muito simplificadas. Notadamente, elas não
integram os fenômenos de ondas planetárias, que
desempenham, neste domínio, um papel importante.

Os trabalhos mais rigorosos, e que não se apoiam


unicamente sobre modelos de simulação matemática,
sugerem que há, efetivamente, um certo aumento da
temperatura devido ao gás carbônico. Eles não negam que
as emissões humanas possam exercer uma influência sobre
a evolução dos climas. Contudo, eles mostram que esta
influência é extremamente fraca – da ordem de 0,5 grau
apenas –, que ela está no limite do imperceptível, e que ela
não representa, de fato, grande coisa com relação às
flutuações climáticas naturais que se registram ao longo
dos séculos.

Não devemos esquecer que o clima é um elemento que


varia permanentemente. Por outro lado, meio grau de
aquecimento seria antes uma boa coisa, porque o aumento
da concentração de gás carbônico, que o provocasse,
beneficiaria mais que prejudicaria o crescimento das
plantas, portanto à agricultura, às florestas, e mais
geralmente à vida – porque esta se baseia, em princípio, no
fenômeno da fotossíntese.

Talvez seja possível identificar alguns efeitos secundários


negativos bem insignificantes; contudo,
fundamentalmente, os ecologistas convencem apenas a
eles mesmos, e os que desejam ser convencidos.

De fato, o efeito estufa é principalmente imputável às


modificações da atividade solar, o sol sendo o principal
vetor de influência do clima. Os cientistas observam esta
influência desde há uns cinqüenta anos. Mesmo que não
compreendamos ainda todos os seus mecanismos, é um
fenômeno que se torna cada vez melhor conhecido.
Destarte, é bem conhecido, igualmente, que os elementos
contingentes, como a modulação da irradiação galática,
exercem uma influência sobre a evolução da cobertura das
nuvens e assim modificam a maneira pela qual uma parte
dos raios solares é reenviada em direção ao espaço.

Portanto, que dizer disso, senão que isto com o que


tratamos nada mais é que uma grande “escroqueria”? A
maioria dos sábios se esforça em resistir a esta dupla
impostura midiática e política (porque os políticos, caso
realmente quisessem, teriam todos os elementos à sua
disposição para saber do que verdadeiramente se trata).

O princípio de precaução, retorno ao pensamento mágico

As conseqüências desta impostura são gigantescas, porque


elas envolvem todos os domínios, quer sejam econômicos,
éticos ou espirituais. É preciso então bem compreender o
que está envolvido. Principalmente tudo o que deriva da
ativação do famoso “princípio de precaução” ao qual todo
mundo se refere hoje em dia cada vez mais abertamente.

Substancialmente, este princípio diz toda ação deve ser


proibida, uma vez que não esteja provado de maneira
indiscutível que ela não introduzirá efeitos negativos.

Fato essencial, este princípio de precaução se encontra


desde já, de fato, integrado no direito, tanto no direito
internacional quanto no direito francês. Não se trata
apenas de uma fantasia de intelectuais. Porém, de um
instrumento extremamente poderoso que nos imerge
diretamente no universo do pensamento mágico. Com
efeito, caso se o siga ao pé da letra, resulta que desde que
alguém vislumbre um perigo, ainda que imaginário, cria-
se uma regra de direito que nos proibe tudo que poderia
concretizar este perigo (imaginário) e nos ordena
expressamente fazer o que poderia minimizá-lo. Deste
modo, se um ecologista afirma, de maneira convincente
(mas puramente retórica) que queimar petróleo aumenta a
temperatura da atmosfera, mesmo que ninguém de fato
nada saiba a respeito, e se não existe nenhuma prova
científica, resulta do princípio de precaução que esta
afirmativa se torna ipso facto verdadeira do ponto-de-vista
do direito, e desencadeia efeitos jurídicos(1).

A culminação de uma tal conclusão é, logicamente,


conduzir à suspensão de toda atividade econômica, e de
toda atividade tout court! Concretamente, trata-se somente
de limitar a atividade econômica dos países desenvolvidos,
de maneira, dizem-nos, que favoreça a recuperação dos
países subdesenvolvidos. Eu sou, bem entendido,
favorável ao desenvolvimento dos países
subdesenvolvimentos, mas por que frenar o
desenvolvimento dos outros?

Para terminar, quero voltar aos objetivos do movimento


mundialista e invocar, momentaneamente, um texto
extraordinário. Trata-se do Report From The Iron
Mountain (1967, trad. francesa de 1984 sob o título La
Paix Indésirable? [A Paz Indesejável?] – relatório sobre a
utlidade das guerras)(2). Seu tema: a utilidade econômica
das guerras. Mais exatamente, na perspectiva da
convergência entre o sistema soviético e o sistema
americano – portanto da desaparição das guerras – como
substituir, com alguma outra coisa, o papel econômico que
o sistema militar-econômico supria?

Sob inúmeros aspectos, é um relatório delirante. Mas


existe de fato um tema, daquela época, e um debate muito
vivo, nos Estados Unidos, do qual os maiores intelectuais
do país têm participado. Ele tem-se beneficiado de uma
cobertura máxima da mídia.

Entre as soluções propostas como substitução ao sistema


militar-industrial, apareceu a da criação de uma ameaça
ecológica fictícia que permitiria cumprir uma “missão”.
Qual missão? No espírito dos autores, trata-se de encontrar
o meio de conservar ao Estado um mínimo de controle
efetivo sobre o aparelho econômico. Dito de outro modo,
de utilizar a regulamentação ecológica para manter nas
mãos do Estado uma capacidade de ação econômica (mas
também psicológica), que substituirá aquela da qual ele
dispunha no passado, em virtude das despesas
armamentistas.

Este texto remonta aos anos 1965-1967. Mas nós sofremos


sua posteridade. No O Império Ecológico, mostro como
toda uma corrente, representada hoje em dia pelo vice-
presidente americano Al Gore, inspira-se nesta
problemática.

A conseqüência de tudo isto, hoje em dia, são os


protocolos adotados quando da conferência de Kyoto:
cotas de gás carbônico, venda e revenda dessas cotas…
Disso resultará que a produção baixará nos países
desenvolvidos e aumentará nos países subdesenvolvidos.
Haverá deslocamentos massivos de indústrias, de capitais,
de tecnologia, talvez mesmo de mão de obra e de
competências. Dito de outro modo, o ponto de chegada de
toda esta manipulação científica, midiática, e política,
corresponde, muito diretamente,  ao que eram os objetivos
de partida formulados nos anos 1970 pelos mantenedores
da “Nova Ordem Mundial”.

Mas tudo isso se faz, hoje em dia, sob a cobertura de uma


linguagem assim dita liberal, em nome do liberalismo. A
característica desta nova ideologia do poder é a de nos
afirmar que, desde a desaparição do comunismo, estamos
livres para fazer o que quisermos; mas, atenção, somente
dentro de certos limites, determinados pelo nível de
emissão de gás carbônico aceitável! Assim, encontram-se
conciliados uma certa aparência de liberalismo, com um
construtivismo e um dirigismo totalmente reais, porque
isto que aí se encontra é um encontro “sistêmico”
caracterizado, onde os atores econômicos de nível inferior
estão livres para fazer o que querem, mas num quadro pré-
determinado pelas instituições internacionais, em
particular as que estão encarregadas das questões do efeito
estufa.

Ecologia, a alavanca de um desvio do estado de direito

Quais são os elementos do liberalismo que este sistema


conserva? O primeiro, psicologicamente o mais
importante, é a ilusão da liberdade individual. É a herança
de todos os trabalhos de psicologia social que estabeleceu
de maneira firme que não se pode governar um país ou
fazer funcionar uma economia, nem funcionando como os
soviéticos, nem autorizando-lhe uma autonomia muito
grande dos atores. O sistema atual integra esta crítica,
porque nele você encontra uma liberdade individual que é
muito considerável, com uma aparência de pluralismo,
mas que integra um ponto que não é permitido submeter a
discussão: a questão do efeito estufa.
Tem-se então um sistema complexo, auto-organizado, sem
controle aparente, com uma ordem social espontânea.
Tem-se igualmente um estado de direito, outro elemento
fundamental. Portanto, aparentemente e do ponto de vista
da mídia, estamos num estado de direito. Somos
governados por leis, e não por homens ou ditadores. Mas
essas leis, regras abstratas, inscrevem-se no seio de um
quadro que é predeterminado pelas instituições
internacionais, em particular aquelas encarregadas do
efeito estufa, que estão em condições de exercer uma
influência decisiva sobre todas as atividades econômicas.

Somos portanto governados pelas leis. A repressão está


reduzida ao mínimo. Estamos libertos de todo sistema
totalitário, para entrar em alguma coisa que tem as
aparências de uma sociedade de direito. Mas não se trata
senão de aparências de uma sociedade aberta, porque esta
sociedade, uma vez mais, inscreve-se num quadro que já
foi pré-fixado. Há, de alguma maneira, instrumentalização,
desvio das idéias liberais, pela base, do caráter central
dado à gestão coletiva de certos “bens comuns” tais como
a atmosfera. A gestão desses “bens comuns” é o álibi, a
alavanca que permite, hoje em dia, chegar a ponto de
recriar completamente as regras da justiça e da moral,
sempre pretendendo permanecer no reto caminho da
crítica liberal. Isto permite manipular os valores ou as
atitudes, manipular as normas sociais e a sensibilidade.

A propósito da concepção marxista evocada no início de


minha intervenção, vou tratar da modificação da
superestrutura pela modificação das regras que se aplicam
à sociedade.
Esta síntese “sistêmica” oferece, no nível inferior, uma
aparência de sociedade aberta, mas com um escalão
superior que se dedica a gerar as regras finalizadas, de
onde resulta uma sociedade que só possui as aparências da
abertura. Não estamos mais numa sociedade aberta. Dela,
só possuímos sua aparência. É uma sociedade fechada, que
se inscreve na lógica de um tal arranjo.

O objetivo, ao qual retornarei, é nada menos que criar uma


nova civilização. De maneira global, tem-se alguma coisa
que lembra, muito, uma manipulação da concepção de
Deus(3).

A este respeito, os textos das instituições internacionais


são explícitos. Eles nos mostram que a ecologia resume-se
geralmente a uma vontade de conduzir os indivíduos a
uma concepção pagã da natureza, onde é a natureza que é
a divindade. O que é assim claramente buscado é uma
modificação explícita da concepção do homem, de Deus,
da natureza, do mundo…portanto, uma modificação das
concepções culturais de fundo de nossa civilização.

Nossa civilização está fundada sobre uma concepção


judeu-cristã do homem, quer se trate de cristão, judeu ou
mussulmano. Este paradigma – o homem, um ser desejado
e criado por Deus –, está na base do nosso Direito.

Desde quando se compreende que a concepção do homem


no Universo está fundamentalmente sendo questionada –
“o homem, este ser nefasto e poluidor” –, tem-se
igualmente compreendido que a ecologia pretende
finalmente nada menos que uma inversão desta concepção,
para pôr, em seu lugar, a coletividade. O homem entra, aí,
em segundo lugar. Passa-se do homem, enquanto
indivíduo, ao homem como membro da coletividade. O
totalitarismo não está morto.

Notas  O Livro O Império Ecológico completo está em


anexo

(1) No mesmíssimo sentido, e talvez mais fundo ainda, vai


o esboço de “código penal cultural” da Unesco, que
comentei em O Futuro do Pensamento Brasileiro (2a. ed.,
Rio, Faculdade da Cidade Editora, 1998).
(2) Uma análise extensiva desse documento encontra-se
em The Grening. Plot for Environmental Control, de Larry
H. Abraham,

(3) Não há de ser coincidência que um dos principais


instrumentos teóricos concebidos para essa manipulação –
o “princípio de precaução” – tenha sido criado logo por
um cérebro como o do prof. Hans Jonas, o mais famoso
historiador da gnose. Isto não só vem confirmar a tese
célebre de Eric Voegelin sobre a origem gnóstica dos
totalitarismos modernos, mas enfatizar a necessidade
urgente de uma compreensão mais clara do fenômeno
gnóstico, compreensão à qual nada contribui o alarmismo
delirante de certos católicos ultraconservadores que, numa
verdadeira “lógica dos gatos pardos”, como diria Ortega y
Gasset, distribuem o rótulo de gnose (no sentido estrito de
Hans Jonas) a tudo quanto lhes pareça estranho, temível
ou heterodoxo, incluindo as manifestações mais ortodoxas
da mística islâmica e judaica. 

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