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Curso de Direito Civil
RESUMO e Questões comentadas
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri

Fatos jurídicos. Negócios jurídicos. Validade e defeitos. Nulidade.


Prescrição e decadência: conceitos.

Sumário
1- Conceito de fato jurídico .................................................... 4
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2- Classificação dos fatos jurídicos ........................................ 4


3- Negócio jurídico ................................................................. 7
3.1- Classificações ........................................................................... 7
3.1.1- Quanto ao número de partes (manifestação das partes) ........... 7
3.1.2- Quanto ao tempo que produzem efeitos ................................. 7
3.1.3- Quanto às vantagens que produzem ...................................... 8
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3.1.4- Quanto à forma (formalidades) ............................................. 8


3.1.5- Quanto ao conteúdo ............................................................ 8
3.1.6- Quanto aos seus efeitos ....................................................... 9
3.1.7- Quanto à sua existência ....................................................... 9
3.1.8- Quanto ao exercício dos direitos ............................................ 9
3.2- Interpretação dos Negócios Jurídicos ....................................... 9
3.2.1- Princípio da prevalência da intenção dos agentes..................... 9
3.2.2- Princípio da boa-fé ............................................................ 10
3.2.3- Interpretação restritiva dos negócios benéficos ..................... 10
3.3- Representação ........................................................................ 10
3.3.1- Negócio consigo mesmo ..................................................... 10
3.4- Elementos dos Negócios Jurídicos .......................................... 11
3.4.1- Agente capaz .................................................................... 12
3.4.2- Objeto ............................................................................. 13
3.4.3- Forma .............................................................................. 14
3.4.4- Vontade ........................................................................... 15
3.4.5- Elementos acidentais ......................................................... 16
3.5- Defeitos e Invalidade do Negócio Jurídico .............................. 20
3.5.1- Erro ou ignorância ............................................................. 20
3.5.2- Dolo ................................................................................ 21
3.5.3- Estado de Perigo ............................................................... 23
3.5.4- Lesão............................................................................... 23
3.5.5- Coação ............................................................................ 24

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3.5.6- Fraude contra credores ...................................................... 26


3.5.7- Simulação ........................................................................ 27
4- Nulidade x Anulabilidade ................................................. 29
5- Conversão do Negócio Jurídico Nulo ................................ 30
6- Prova do Negócio Jurídico ................................................ 31
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7- Prescrição e decadência: introdução ................................ 33


8- O Estudo da Prescrição e da Decadência .......................... 34
8.1- Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas................... 36
8.2- Os Prazos Prescricionais ......................................................... 39
8.3- Os Prazos Decadenciais .......................................................... 42
8.4- Pretensões Imprescritíveis ..................................................... 43
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9- Questões Propostas ......................................................... 45

“Evite desencorajar-se: mantenha


ocupações e faça do otimismo a maneira de
viver. Isso restaura a fé em si”.
(Lucille Ball)

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1- Conceito de fato jurídico

Os fatos jurídicos são acontecimentos, previstos em norma de direito, em


razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações
jurídicas. As três categorias de fenômenos estudados na teoria geral do Direito
Civil:
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Sujeitos de Direito Objetos de Direito Relação Jurídica

•São todas as •São todos os bens •É o vínculo capaz


pessoas capazes suscetíveis de de unir dois ou
de adquirir apropriação e que mais sujeitos com
direitos. Aqui podem ser objetos um ou mais
tratamos da de interesse pelos objetos. Para que
Pessoa Natural e sujeitos de direito. surja a relação
da Pessoa jurídica, é
Jurídica. necessária a
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ocorrência de um
fato jurídico.

Os atos jurídicos são espécies de fatos jurídicos.

2- Classificação dos fatos jurídicos

Os fatos jurídicos dividem-se em dois grandes grupos: o grupo dos fatos


naturais e o grupo dos fatos humanos.

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Fato Jurídico Descrição


São aqueles provenientes de fenômenos naturais, sem
a intervenção da vontade humana, e que produzem
efeitos jurídicos. Podem ser ordinários ou
extraordinários:
São aqueles que normalmente
acontecem (previsíveis) e produzem
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efeitos relevantes para o direito (ex:


Ordinário
nascimento, maioridade, morte,
decurso de tempo – prescrição e
NATURAL decadência - etc.).
(Involuntários) São aqueles que chamamos de caso
fortuito e força maior
(imprevisíveis), tendo importância
para o direito porque excluem
qualquer responsabilidade (exemplo:
Extraordinário
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desabamento de um edifício em
razão de fortes chuvas, incêndio de
uma casa provocado por um raio,
naufrágio de uma embarcação
decorrente de um maremoto, etc.).
São acontecimentos que dependem da vontade
humana, abrangendo tanto os atos lícitos como os
ilícitos. Os atos lícitos também são chamados de atos
jurídicos em sentido amplo. Os fatos humanos podem ser
atos ilícitos ou atos lícitos:
São os que têm relevância para o
direito por gerarem obrigações e
Atos Ilícitos
deveres para quem os pratica (arts.
186 e 187).
HUMANOS A consequência da prática de um ato
(Voluntários) lícito é a obtenção do direito, o que
acarreta a produção de efeitos
jurídicos desejados pelo agente.
Atos Lícitos
Dividem-se no ato jurídico em
(ato jurídico
sentido estrito e no negócio
em sentido
jurídico. Entretanto, o Código Civil
amplo)
destinou apenas um artigo aos atos
lícitos (art. 185 do CC), atribuindo-
lhes o mesmo tratamento dos
negócios jurídicos.

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3- Negócio jurídico

... é uma espécie de ato jurídico lícito, no qual há autonomia privada,


uma vez que se considera a vontade das partes.

3.1- Classificações
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3.1.1- Quanto ao número de partes (manifestação das partes)

Os unilaterais dependem de apenas uma declaração de vontade, ou


seja, o ato volitivo (declaração de vontade) provém de um ou mais sujeitos,
desde que estejam no mesmo polo da relação jurídica (ex.: testamento,
promessa de recompensa, etc.).
Nos bilaterais há duas manifestações de vontade contrárias, em
relação a um mesmo objeto. E, caso haja mais de duas partes envolvidas, será
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plurilateral.

receptício
unilaterais
não receptício
Quanto ao número
de partes simples
bilaterais
sinalagmático

plurilaterais

3.1.2- Quanto ao tempo que produzem efeitos

Quanto ao tempo em
que produzem efeitos

Inter vivos Causa mortis


(locação) (testamento)

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3.1.3- Quanto às vantagens que produzem

gratuito

comutativos
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oneroso
Quanto às
vantagens que aleatórios
produzem
bifronte

neutro
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3.1.4- Quanto à forma (formalidades)

Quanto à forma, os negócios jurídicos podem ser: solenes (formais) e


não solenes (não formais). Os solenes requerem uma forma especial,
prescrita em lei.

Quanto à forma

solenes não solenes

3.1.5- Quanto ao conteúdo

Quanto ao conteúdo

Patrimonial Extrapatrimonial

- Patrimonial: versa sobre questões suscetíveis de aferição


econômica (ex.: compra e venda); e

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- Extrapatrimonial: versa sobre questões não suscetíveis de


aferição econômica (ex.: questões relacionadas aos direitos
personalíssimos e ao direito de família).

3.1.6- Quanto aos seus efeitos

- Constitutivo: a eficácia opera efeitos ex nunc, ou seja, a partir do


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momento da conclusão (ex.: compra e venda); e


- Declaratório: a eficácia opera efeitos ex tunc, ou seja, retroage e se efetiva
a partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração
de vontade (ex.: divisão do condomínio, partilha, reconhecimento de filhos,
etc.).

3.1.7- Quanto à sua existência


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- Principal: é aquele que existe por si mesmo, independente de qualquer


outro (ex.: locação); e
- Acessório: é aquele cuja existência se subordina ao negócio principal (ex.:
fiança.).

3.1.8- Quanto ao exercício dos direitos

- Negócio de disposição: implica o exercício de amplos direitos sobre o


objeto (ex.: doação); e
- Negócio de simples administração: concerne ao exercício de direitos
restritos sobre o objeto, sem que haja alteração em sua substância (ex.:
locação de uma casa – o inquilino não pode vender a casa, pois tem apenas
a posse.).

3.2- Interpretação dos Negócios Jurídicos

1) Princípio da prevalência da intenção dos agentes;


2) Princípio da boa-fé;
3) Princípio da interpretação restritiva dos negócios benéficos.

3.2.1- Princípio da prevalência da intenção dos agentes

Nos negócios escritos parte-se da declaração de vontade escrita para se


chegar à vontade dos contratantes. Entretanto, ...

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Art. 112 do CC - Nas declarações de vontade se atenderá mais à


intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da
linguagem.

3.2.2- Princípio da boa-fé

...os contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta como


a aceitação ocorreram dentro da regra da boa-fé.
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Art. 113 do CC - Os negócios jurídicos devem ser interpretados


conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

3.2.3- Interpretação restritiva dos negócios benéficos

Art. 114 do CC - Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia


interpretam-se estritamente.

3.3- Representação

Ocorre a representação quando uma pessoa celebra negócios jurídicos


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em nome de outra. A representação pode decorrer da lei (representação


legal) ou da vontade do representado (representação voluntária ou
convencional). Vide art. 115 do CC.

EFEITOS DA REPRESENTAÇÃO

LEGAL São estabelecidos na própria lei.

VOLUNTÁRIA São estabelecidos por ocasião do contrato de mandato.

3.3.1- Negócio consigo mesmo

Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico


que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante
o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido
subestabelecidos.

Como regra, o negócio celebrado consigo mesmo é anulável.

NEGÓCIO CELEBRADO CONSIGO MESMO

REGRA É anulável.

Quando houver permissão pela lei ou pelo representado.


EXCEÇÃO
Ex.: mandato em causa própria

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3.4- Elementos dos Negócios Jurídicos

agente capaz lícito

Gerais
possível
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objeto

determinado
Elementos ou
essenciais Vontade determinável

Particulares relacionado à forma prescrita ou


(especiais) não defesa em lei
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Elementos
Elementos essenciais
acidentais
Validade
Existência Eficácia
Nulo Anulável Válido
Absolutamente Relativamente Plenamente
Agente
Incapaz incapaz capaz
Lícito,
Ilícito, possível,
Objeto impossível e x determinado
indeterminável ou
determinável CONDIÇÃO
Prescrita ou
Inobservância
Forma x não proibida
de lei
por lei TERMO
Erro
substancial,
dolo
ENCARGO
essencial,
Livre, de
Simulação, coação moral,
Vontade boa-fé e
coação física*. estado de
consciente
perigo, lesão
e fraude
contra
credores.

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*posição não pacífica na doutrina. Alguns autores defendem que a coação física
irresistível acarreta a inexistência do negócio jurídico; outros dizem que ela provoca a
nulidade absoluta do ato negocial.

Segue tabela sobre os elementos do negócio jurídico:

Agente, objeto e vontade


ELEMENTOS COMUNS
(consentimento).
ESSENCIAIS
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PARTICULARES Forma e prova do ato negocial.


ELEMENTOS
Condição, termo e encargo.
ACIDENTAIS
3.4.1- Agente capaz

absolutamente caso não, ato


representado
incapaz nulo
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relativamente caso não, ato


assistido
incapaz anulável

Art. 180 do CC - O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não


pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se
dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se,
no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

.... art. 105 do CC:

A incapacidade relativa de uma


das partes não pode ser invocada
pela outra em benefício próprio

nem aproveita aos co-interessados


capazes

salvo se, neste caso, for indivisível


o objeto do direito ou da obrigação
comum

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3.4.2- Objeto

Ato
Válido

Determinado
Lícito Possível ou
determinável

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A impossibilidade inicial do objeto

não invalida o negócio jurídico se for relativa


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ou se cessar antes de realizada a condição a que ele


estiver subordinado.

3.4.3- Forma

A forma é o meio de exteriorização da vontade.

1) Forma livre ou geral: é a regra adotada pelo art. 107 do CC. Em regra os
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negócios jurídicos são informais, podendo os agentes adotar a forma que bem
lhes aprouver (princípio da liberalidade das formas).
Art. 107 do CC - A validade da declaração de vontade não dependerá de
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

2) Forma especial ou solene: é aquela que, por lei, não pode ser preterida
por outra; logicamente, como já foi dito, não constitui a regra. Pode se
apresentar sob três tipos:
2.1) Forma especial ou solene única: neste tipo a lei prevê uma formalidade
essencial e não admite qualquer outra configuração, como é o caso dos arts.
108, 1.227, 1.245 e 1.653 do CC.

constituição
A escritura de direitos reais
pública é transfererência sobre imóveis de
essencial à valor superior a
validade dos trinta vezes o
negócios modificação maior salário
jurídicos que mínimo vigente no
visem renúncia país.

Não dispondo a
lei em contrário

2.2) Forma Plural: as vezes a lei faculta a prática do ato negocial mediante
duas ou mais formas prescritas,
Art. 62 do CC - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres,

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especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira


de administrá-la.

2.3) Forma genérica: Caracteriza-se por um conjunto de elementos escritos


tal como ocorre no contrato de empreitada.
Art. 619 do CC - Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se
incumbir de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a
encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que
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sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem


de instruções escritas do dono da obra.

3) Forma contratual: é a que resulta da convenção das partes.


Art. 109 do CC - No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não
valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
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Forma LIVRE

Forma ÚNICA

Espécies de
forma Forma ESPECIAL Forma PLURAL

Forma GENÉRICA

Forma
CONTRATUAL

3.4.4- Vontade

...art. 111 do CC que possibilita a manifestação de vontade por meio do


silêncio.

O silêncio importa anuência

quando as
circunstâncias ou não for necessária a
os usos o E declaração de vontade
autorizarem expressa

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3.4.5- Elementos acidentais

Elementos acidentais
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condição termo encargo


(modo)

3.4.5.1- Condição
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derivando exclusivamente
da vontade das partes
Condição é a
cláusula que
futuro
subordina o efeito do
negócio jurídico a evento
incerto

I. Quanto ao modo de atuação:

As partes protelam,
temporariamente, a eficácia do ato
negocial até a realização do evento
Condição futuro e incerto.
SUSPENSIVA
Ex.: Te dou um carro se você ganhar
Quanto ao o jogo de futebol.
modo de
atuação
A ocorrência do evento futuro e
incerto resolve (extingue) o
direito transferido pelo negócio
Condição jurídico.
RESOLUTIVA

Ex.: Te dou uma “mesada”


enquanto você estudar.

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Condição suspensiva Condição resolutiva

• Enquanto esta não se verificar, • Enquanto esta se não realizar,


não se terá adquirido o direito. vigorará o negócio jurídico.
Exerce-se o direito desde a
conclusão do negócio até a
•Ex.: adquirirei o cavalo “Fogo
Branco” se ele vencer a corrida condição resolutiva.
no Grande Prêmio promovido, •Ex.: constituo uma renda em seu
daqui a três meses, pelo Jockey favor, enquanto você estudar.
Club de São Paulo •Ex.: cedo-lhe esta casa, para que
•Ex.: comprarei seu quadro se ele nela resida, enquanto for solteiro.
for aceito numa exposição •Ex.: compro-lhe esta fazenda,
internacional. sob a condição do contrato se
•Ex.: doarei meu apartamento se resolver se gear nos próximos
você casar. três anos.

CONDIÇÃO IMPOSSÍVEL

SUSPENSIVA Invalida o negócio jurídico

RESOLUTIVA Considera-se inexistente a condição

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Invalidam os negócios jurídicos que


lhes são subordinados, as condições

física ou incompreensíveis ou
juridicamente ilícitas contraditórias
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impossíveis

quando ou de fazer
suspensivas coisa ilícita
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RESUMO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES

• I) Quanto ao modo de atuação: suspensivas ou resolutivas.


• II) Quanto à participação da vontade dos sujeitos: causais, potestativas,
mistas e promíscuas.
• III) Quanto à possibilidade: possíveis ou impossíveis (física ou
juridicamente).
• IV) Quanto à licitude: lícitas e ilícitas.

3.4.5.2- Termo

O termo representa o dia em começa ou se extingue a eficácia do negócio


jurídico.

CONDIÇÃO: evento futuro e incerto;


TERMO: evento futuro e certo.

O termo pode ser:


a) Inicial (dies a quo) ou suspensivo: fixa o momento em que a eficácia do
negócio jurídico deve iniciar, retardando o exercício do direito.
b) Final (dies ad quem ou ad diem) ou resolutivo: determina a data da
cessação dos efeitos do ato negocial, extinguindo as obrigações dele oriundas.
c) Certo: se fere a um evento futuro e certo de ocorrer em data certa do
calendário (dia, mês e ano), ou quando fixa certo lapso de tempo.
d) Incerto: quando se refere a um acontecimento futuro e certo de ocorrer,
que ocorrerá em data incerta.

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suspensivo
fixa a data de início
(inicial)

resolutivo
fixa a data de término
(final)
Termo
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fixa a data certa do evento ou


Certo
fixa certo lapso de tempo

Incerto a data é incerta do evento

O art. 132 do CC
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computam-se os prazos, excluído


Salvo disposição legal ou
o dia do começo, e incluído o do
convencional em contrário
vencimento

Se o dia do vencimento considerar-se-á prorrogado o prazo


cair em feriado até o seguinte dia útil

Contagem Meado considera-se, em


de prazos o seu décimo quinto dia
qualquer mês,

Os prazos de meses e
ou no imediato, se faltar exata
anos expiram no dia de
correspondência
igual número do de início

Os prazos fixados por


contar-se-ão de minuto a minuto
hora

3.4.5.3- Encargo

O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos


negócios gratuitos, que restringe a vantagem do beneficiado.
Art. 136 do CC - O encargo não suspende a aquisição nem o
exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no
negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Art. 137 do CC - Considera-se não escrito o encargo ilícito ou
impossível, salvo se constituir o motivo determinante da
liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

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3.4.5.4- Reserva mental

A reserva mental representa a emissão de uma declaração de vontade


não desejada em seu conteúdo, tampouco em seu resultado, pois o declarante
tem por único objetivo enganar o declaratório. Trata-se de um
inadimplemento premeditado.

Art. 110 do CC - A manifestação de vontade subsiste ainda que o


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seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que


manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

RESERVA MENTAL

DESCONHECIDA PELA
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OUTRA PARTE O ato negocial subsistirá e será válido.


(LÍCITA)

CONHECIDA PELA OUTRA


O ato negocial será inválido (nulidade
PARTE
absoluta).
(ILÍCITA)

3.5- Defeitos e Invalidade do Negócio Jurídico

VÍCIOS DE CONSENTIMENTO:
Erro, dolo, lesão, estado de perigo e coação.
------------------------------------------------------------------------------------
VÍCIOS SOCIAIS:
Simulação e fraude contra credores.

3.5.1- Erro ou ignorância

O erro ou ignorância é a noção falsa acerca de um objeto ou de


determinada pessoa.
Art. 138 do CC - São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de
vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Conforme o art. 139 do CC:

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à natureza do negócio

interessa
ao objeto principal da
declaração
OU
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alguma das qualidades


a ele essenciais
concerne à
identidade ou à
O erro é qualidade desde que tenha
substancial essencial da influído nesta de modo
quando: pessoa a quem se relevante
refira a declaração
de vontade
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sendo de direito e
não implicando for o motivo único
recusa à aplicação ou principal do
da lei negócio jurídico

3.5.2- Dolo

O dolo é o emprego de um artifício astucioso para induzir alguém à


prática de um negócio jurídico.

O erro diferencia-se do dolo. No erro a vítima se engana sozinha, ao passo


que, no dolo, a vítima é enganada pela má-fé alheia.

a) dolo principal ou essencial (art. 145 do CC): é aquele que dá causa ao


negócio jurídico, sem o qual ele não se teria concluído, acarretando a
anulabilidade do ato negocial.

b) dolo acidental (dolus incidens) (art. 146 do CC): Não é causa de


anulabilidade por não interferir diretamente na declaração de vontade, mas
enseja indenização por perdas e danos.
Art. 146 do CC - O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e
danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado,
embora por outro modo.

Em resumo, temos o seguinte:

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causa do negócio jurídico


principal (ou
essencial)
Nulidade relativa +
Perdas e Danos

Dolo
não é a causa do negócio
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jurídico
acidental

SÓ perdas e danos

O dolo de terceiro é aquele oriundo de uma terceira pessoa que não é


parte no negócio jurídico.

Graficamente temos o seguinte:


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NEGÓCIO JURÍDICO

Imagine que A compre um quadro de B


pelo fato de C afirmar se tratar de uma
obra de arte, quando não é. B
A

Pessoa
favorecida
Sabe do dolo
com o
Dolo empregado?
dolo de
terceiro

Sim Não

O NJ
O NJ
pode ser
subsiste
anulado

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LEGAL Responsabilidade do representado


Ex.: pais, tutores, limitada ao proveito obtido com o
curadores, etc. dolo.
DOLO DO
CONVENCIONAL
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REPRESENTANTE
Responsabilidade solidária entre o
Ex.: procuradores, representante e o representado nas
gestores de negócios, perdas e danos.
etc.

O dolo negativo (art. 147 do CC)

Art. 147 do CC - Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de


uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja
ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não
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se teria celebrado.

3.5.3- Estado de Perigo

premido de
necessidade de
salvar-se, ou a
alguem assume pessoa de sua família
Estado de obrigação
perigo excessivamente
onerosa, quando
de grave dano
conhecido pela outra
parte

3.5.4- Lesão

Objetivo desproporção
(material) das prestações

Lesão,
requisitos: Premente
necessidade
(urgência)
Subjetivo
Inexperiência
(falta
conhecimento)

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ESTADO DE PERIGO: decorre do risco de dano a uma pessoa

LESÃO: decorre do risco de dano ao patrimônio


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A lesão pode ser de três tipos: enorme, especial e usurária.


a) Lesão enorme: caracteriza-se pela simples desproporção entre as
prestações. É o lucro exorbitante obtido por uma das partes contratantes.
b) Lesão especial: exige, além do lucro excessivo, a situação de necessidade
ou inexperiência da parte prejudicada. É a lesão adotada pelo CC em seu
art. 157.
c) Lesão usurária: além do lucro excessivo e da situação de necessidade ou
inexperiência da parte lesada, para se caracterizar, exige, ainda o dolo de
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aproveitamento, consistente na má-fé da parte beneficiada.

Lesão Enorme =
lucro exorbitante
(LE)

Lesão Especial = (LE) +


necessidade ou
inexperiência (NI)

Lesão Usuária = (LE) + (NI) + má-fé


(dolo de aproveitamento)

3.5.5- Coação

A coação é uma pressão física ou moral exercida sobre alguém para


induzi-lo à prática de um determinado negócio jurídico.

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o sexo

a idade

a condição
No apreciar a
coação, ter-se-ão
em conta a saúde
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o temperamento do paciente

e todas as demais circunstâncias que


possam influir na gravidade dela.

Não se considera coação


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a ameaça do
exercício o simples temor
normal de um NEM reverencial
direito

Ex.: Se o credor de uma dívida vencida e não


AMEAÇA DO paga ameaçar o devedor de protestar o título e
EXERCÍCIO requerer falência, não se configurará coação, por
NORMAL DE UM ser ameaça justa que se prende ao exercício
DIREITO normal de um direito. Logo, o devedor não
poderá reclamar a anulação do protesto.

É o receio de desgostar ascendente (pai, mãe,


tio, etc.) ou pessoa a quem se deve obediência e
TEMOR
respeito. Desde que não haja ameaças ou
REVERENCIAL
violências irresistíveis, o ato negocial não pode
ser anulado.

São excludentes da coação, ou seja, não há que se falar


em coação moral quando ocorrer uma das duas situações!!!

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3.5.6- Fraude contra credores

A fraude contra credores (vício social) constitui a prática maliciosa pelo


devedor insolvente (aquele cujo patrimônio passivo é superior ao patrimônio
ativo) de atos que desfalcam o seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo
de uma execução por dívidas em detrimento dos direitos creditórios alheios.
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
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ATIVO PASSIVO

DOAÇÃO Caixa ----------------------- Duplicatas a pagar --- CREDORES


50.000 320.000

Duplicatas a receber --
REMISSÃO PATRIMÔNIO LIQUIDO
10.000
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Capital Social –--------- SITUAÇÃO


Imóveis -------------------
VENDA 80.000 NEGATIVA
240.000
-20.000
Prejuízo acumulado -
100.000

TOTAL ------------------- TOTAL ------------------


300.000 300.000

FRAUDE CONTRA CREDORES

NEGÓCIOS A má-fé é presumida e, por isso, o elemento


GRATUITOS consilium fraudis é dispensável.

NEGÓCIOS A má-fé não é presumida e, por isso, o elemento


ONEROSOS consilium fraudis deve ser provado.

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Fraude contra credores Fraude à execução

•É defeito do negócio jurídico, • É incidente do processo,


regulada no direito privado regulada no direito público
(Código Civil). (Código de Processo Civil).
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•Ocorre quando o devedor ainda • Pressupõe que exista uma


não responde à nenhuma ação ou demanda (ação) em andamento.
execução.
•Pode ser alegada
•Só pode ser alegada em ação incidentalmente; não depende
pauliana ou revocatória. da propositura de nenhuma
ação específica.
•Exige-se a prova da má-fé do 3.º
adquirente, em se tratando de •Não é exigida a prova da má-fé
negócios onerosos. do 3.º adquirente, visto estar
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presumida.

❖ Ação pauliana: ação para anular o negócio realizado com a finalidade


de fraudar os credores.

3.5.7- Simulação

... representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência


real a um negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico
realmente realizado, com o objetivo de violar a lei ou enganar terceiros. Conclui-
se que são necessários três requisitos para a simulação:

❖ Acordo entre as partes, ou com a pessoa a quem ela se destina;


❖ Declaração enganosa de vontade; e
❖ Intenção de enganar terceiros ou violar a lei.

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Aparentemente há um negócio, mas


na essência, internamente, as partes
não desejam o negócio.
Absoluta

Envolve preceitos de ordem pública - é


nulo de pleno direito
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Simulação
Aparentemente há um negócio, mas na
essência, internamente, um outro
negócio foi celebrado (dissimulado)
Relativa
O ato simulado é nulo e o dissimulado
poderá ser validado se for válido na
substância e na forma.
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Na simulação absoluta, o negócio é nulo e insuscetível de convalidação.


Na simulação relativa, o negócio simulado ou fictício (aparente) é nulo, mas
o negócio dissimulado (escondido) será válido se não ofender a lei nem
causar prejuízos a terceiros. É o que se depreende do art. 167 do CC.

não visa
Inocente prejudicar 3os ou
burlar a lei.

Simulação Nenhum negócio


Absoluta
jurídico é realizado

Maliciosa
Objetiva: incide
sobre o objeto
Relativa
Subjetiva: incide
sobre a pessoa

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4- Nulidade x Anulabilidade

Nulidade Relativa
Nulidade Absoluta
(anulabilidade)

É decretada no interesse do
É decretada no interesse da
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prejudicado, abrangendo apenas as


coletividade, tendo eficácia erga
pessoas que alegaram (eficácia inter
omnes (contra todos).
partes).

É imediata, ou seja, o ato é invalido É diferida, ou seja, o ato produz


desde a sua declaração, sendo a efeitos enquanto não for anulado,
sentença meramente declaratória sendo a sentença desconstitutiva com
com eficácia ex tunc. eficácia ex nunc.
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É absoluta, pois pode ser arguida É relativa, pois só os interessados ou


por qualquer interessado, inclusive o representantes legítimos a podem
MP, quando lhe couber intervir, alegar, sendo vedado ao juiz
podendo ainda ser arguida de ofício pronunciar-se de ofício (art. 177 do
pelo magistrado. CC).

É incurável, pois as partes não


É curável, pois o negócio pode ser
podem sanar o vício, objetivando a
confirmado pela parte a quem a lei
validação do negócio (art. 169 do
protege.
CC).

É perpétua, porque é
É provisória, pois está sujeita a
imprescritível, ou seja, não é
decadência (4 ou 2 anos),
suscetível de confirmação pelas
convalidando-se pelo decurso de
partes e nem convalesce pelo decurso
tempo.
do tempo (art. 169 do CC).

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5- Conversão do Negócio Jurídico Nulo

Art. 170 do CC - Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de


outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor
que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

Tal dispositivo consagra o princípio da conservação do negócio


jurídico.
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é um ato das partes contratantes


CONFIRMAÇÃO
com o objetivo de sanar o vício do
(art. 172 do CC)
ato negocial.
NULIDADE
RELATIVA
decorre do decurso de tempo que
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CONVALIDAÇÃO provoca a decadência do direito de


anular o negócio.

é a transformação do ato nulo em


NULIDADE
CONVERSÃO outro que contém os requisitos do
ABSOLUTA
primeiro.

Negócio Juridíco Em outro negócio de


NULO natureza diferente

CONVERSÃO Visa a manutenção da autonomia privada


(vontade das partes)

Os elementos fáticos do negócio nulo,


permitem a sua conversão em outro

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6- Prova do Negócio Jurídico

Significa que a prova não pode ser


Admissibilidade proibida por lei
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A prova deve ser idônea para


Requisitos Pertinência demonstrar os fatos relacionados
da prova com a questão discutida

A prova deve ser apta a esclarecer


Concludência pontos controversos ou confirmar
alegações feitas
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é irrevogável, erro de fato


mas pode ser
confissão
anulada se
decorreu de coação

documento

O fato
jurídico
pode ser testemunha
provado
mediante
As presunções, que não as legais,
presunção não se admitem nos casos em que a
lei exclui a prova testemunhal

Salvo o A recusa à perícia médica ordenada


negócio a que perícia pelo juiz poderá suprir a prova que se
se impõe forma pretendia obter com o exame
especial

Os menores, relativamente incapazes, podem


testemunhar, independentemente de assistência. Ou seja,
com 16 anos de idade uma pessoa pode ser testemunha.

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Presunção
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ABSOLUTA RELATIVA
LEGAL COMUM
(júris et de (júris
(júris) (hominis)
jure) tantum)

É a que É a que
decorre da lei, É deixada ao É a que não admite prova
tal como a que critério e admite prova em contrário,
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recai sobre o prudência do em contrário, tal como a


marido, que a magistrado que ou seja, é a presunção de
lei presume ser se baseia no presunção de paternidade
pai do filho que verdade atribuída ao
nascido de sua ordinariamente atribuída pela filho de sua
mulher, na acontece, na lei a certos mulher nascido
constância do experiência fatos. na constância
casamento. da vida, tal do casamento.
como o amor
materno, de
onde se
presume que a
mãe nunca vai
prejudicar o
seu filho.

Obs.: A presunção absoluta e a presunção relativa são espécies de presunção


legal.

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7- Prescrição e decadência: introdução

A prescrição representa uma sanção pela inércia do titular de um


direito subjetivo violado que consiste na perda da pretensão (possibilidade
de fazer valer em juízo o direito violado) ou da exceção (direito de defesa) em
razão do decurso de tempo.
Decadência é a perda do direito material, em razão do tempo,
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eliminando-se, por consequência, o direito de ação e demais pretensões. A


prescrição é a perda da ação e de toda a capacidade defensiva, mantendo-se
intacto o direito material, tanto é que, no Direito Civil, o pagamento de dívida
prescrita é válido, pois apesar de haver a prescrição, o direito continua
existindo, não podendo ser objeto de restituição, conforme o art. 882 do CC.
Art. 882 do CC - Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida
prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
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PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

DIREITO
Mantém-se intacto. É perdido.
MATERIAL

1) Direitos subjetivos: compreendem os direitos reais (sobre a coisa) e


pessoais. O titular de um desses direitos tem a prerrogativa de receber do
devedor uma prestação consistente em dar, fazer ou não fazer.

INÍCIO DO PRAZO com a violação do direito


PRESCRICIONAL subjetivo

Súmula nº 278 do STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de


indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da
incapacidade laboral.

2) Direitos potestativos: compreendem as hipóteses em que a vontade da


pessoa tem o condão de criar ou modificar direitos de outra,
independente do querer desta.

com o surgimento do direito


INÍCIO DO PRAZO DECADENCIAL
potestativo

Art. 189 do CC - Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual


se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

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Pela prescrição se perde o direito de resolver a pendência


judicialmente. Todavia, o direito material em si permanece existindo,
só que sem proteção jurídica para solucioná-lo. Para exemplificar,
temos aquele que paga uma dívida prescrita. Pelo fato da dívida ainda
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existir, aquele que pagou não pode pedir a restituição do valor.

8- O Estudo da Prescrição e da Decadência

Nos termos do art. 190 do CC, os prazos para fazer uso da pretensão
(possibilidade de fazer valer o direito que foi violado) também são aplicáveis à
exceção (possibilidade de defesa).
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Art. 190 do CC - A exceção prescreve no mesmo prazo em que a


pretensão.
A renúncia à prescrição, tratada no art. 191 do CC, é o ato pelo qual o
devedor abre mão do direito de argui-la.
São duas as formas de renúncia: expressa ou tácita.
a) Renúncia expressa: quando o interessado declara por escrito que não
pretende arguir a prescrição.
b) Renúncia tácita: quando o interessado pratica algum ato incompatível com
o desejo de alegar a prescrição.

expressa
Renúncia da
prescrição se presume de fatos do
tácita interessado, incompatíveis com
a prescrição

só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,


depois que a prescrição se consumar

Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

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DECADÊNCIA DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO
LEGAL CONVENCIONAL

Pode ocorrer. Não pode


POSSIBILIDADE
ocorrer. Pode ocorrer.
DE RENÚNCIA (art. 191 do CC) (art. 209 do CC)
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1ª hipótese → decadência convencional


Se você contratar um buffet para uma festa e houver uma cláusula no contrato
estabelecendo a possibilidade de se desfazer o acordo no prazo de 30 dias após
a assinatura, o prazo estipulado pelas partes é uma espécie de decadência
convencional.
2ª hipótese → decadência legal
Estudamos na aula anterior os vícios do negócio jurídico. Dessa forma, imagine
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um negócio em que o vendedor agiu com dolo substancial. A parte prejudicada


dispõe, por força do art. 178 do CC, o prazo de 4 anos para anular o negócio
jurídico. Trata-se de um exemplo de decadência legal. Como esse prazo está
previsto em lei, então ele não pode ser alterado ou renunciado pelas partes.

legal quando for fixada em lei

Decadência

quando estabelecida
convencional
pelas partes

STJ - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL EDcl no AgRg no AREsp 145050 SP 2012/0028988-9 (STJ)

Data de publicação: 21/11/2012


Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO
INEXISTENTE.PRESCRIÇÃO. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE
DEPREQUESTIONAMENTO.

1. Nos aclaratórios, a parte embargante, a pretexto de apontar omissão, sustenta que


a prescrição, por ser matéria de ordem pública, não pode ser considerada inovação
recursal.

2. Esta Corte Superior posicionou-se de forma clara, adequada e suficiente acerca da


prescrição, no sentido de que os fundamentos utilizados no agravo regimental não
foram alegados nas razões do especial, representando inovação recursal.

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3. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que a prescrição,


embora seja questão de ordem pública, somente é passível de apreciação
nesta instância extraordinária se tiver sido objeto de discussão no Tribunal de
origem, não sendo possível superar a ausência de prequestionamento.

4. Assim, por meio dos aclaratórios, é nítida a pretensão da parte embargante em


provocar rejulgamento da causa, situação que, na inexistência das hipóteses previstas
no art. 535 do CPC, não é compatível com o recurso protocolado.
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5. Embargos de declaração rejeitados.

Segue quadro resumo:

DECADÊNCIA DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO
LEGAL CONVENCIONAL

RECONHECIMENTO Deve ocorrer.


Deve ocorrer. Não pode ocorrer.
DE OFÍCIO PELO
(art. 487, II do
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JUIZ (art. 210 do CC) (art. 211 do CC)


NCPC)

Ou seja, apenas a prescrição e a decadência legal devem ser reconhecidas


de ofício pelo juiz.

8.1- Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas


Quando um direito subjetivo é violado, surge a pretensão e, a partir daí,
começa a correr o prazo prescricional. No entanto, a lei prevê situações em que
o prazo sequer inicia sua contagem, ainda que já surgida a pretensão (causas
impeditivas) ou que suspendem o curso da prescrição já iniciada (causas
suspensivas) ou mesmo fazem com que o prazo reinicie (causas interruptivas).
Sobre o incapaz é interessante vermos o quadro a seguir:

Relativamente
Corre o prazo contra ou a favor
incapazes
PRESCRIÇÃO
Absolutamente Se contra: a prescrição não corre
incapazes Se a favor: a prescrição corre.

0 1 2 suspensão 2 3 anos
- Causa suspensiva:

0 impedimento 0 1 2 anos
- Causa impeditiva:

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entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal

entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar

entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou


curadores, durante a tutela ou curatela

contra os absolutamente incapazes


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contra os ausentes do País em serviço público da União, dos


Estados ou dos Municípios
Não corre a
prescrição contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em
tempo de guerra

pendendo condição suspensiva

não estando vencido o prazo


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pendendo ação de evicção

antes da respectiva sentença definitiva, quando a ação se


originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal

Art. 201 do CC - Suspensa a prescrição em favor de um dos credores


solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

A interrupção do prazo prescricional, que somente pode ocorrer uma


vez, funciona de forma diferente da suspensão e do impedimento.

0 1 2 interrupção 0 1 ano
Causa interruptiva:

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por despacho do juiz, mesmo incompetente, que


ordenar a citação, se o interessado a promover no
prazo e na forma da lei processual

por protesto, nas condições do inciso antecedente

Causas de por protesto cambial


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interrupção
da prescrição
pela apresentação do título de crédito em juízo de
inventário ou em concurso de credores

por qualquer ato judicial que constitua em mora o


devedor

por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial,


que importe reconhecimento do direito pelo devedor
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Como saber se uma causa é ou não interruptiva?

É preciso decorar todas as causas listadas nos arts. 197, 198, 199 e
202 do CC?

Para responder essas perguntas, vou mostrar um pequeno “macete” que pode lhe
ajudar muito na hora da prova. Trata-se do seguinte:

- nos arts. 197 e 198 do CC, temos situações relacionadas a uma pessoa (ex: pais e
filhos, tutores e curadores, ausentes do país por serviço público, etc.);

- no art. 199 do CC não tem jeito, tem que decorar; e

- no art. 202 do CC temos, em regra, atos praticados pelo credor (ex: protesto cambial,
constituir em mora o devedor, etc.) e apenas um ato praticado pelo devedor
(reconhecimento da dívida).

Dessa forma, é possível fazer uma lista resumida das causas que
alteram o curso do prazo prescricional. Vamos a ela:

CAUSAS SUSPENSIVAS
CAUSAS INTERRUPTIVAS
E/OU IMPEDITIVAS

1) situações pessoais; 1) atos praticados pelo credor;


2) pendencia de condição 2) reconhecimento do direito
suspensiva; pelo devedor; e
3) não vencimento do prazo; e 3) instituição da arbitragem.
4) pendencia de ação de evicção.

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Como regra, a interrupção da prescrição é incomunicável e, por isso, não beneficia os


outros credores, nem prejudica os demais devedores. As exceções estão listadas nos
parágrafos do art. 204 do CC e representam situações de solidariedade entre os
credores ou devedores e, também, situações em que o objeto da prestação é indivisível.
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8.2- Os Prazos Prescricionais


Art. 205 do CC - A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.

Art. 206 do CC - Prescreve:

§ 1o Em um ano:

I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no


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próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele,


contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado


para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data
que a este indeniza, com a anuência do segurador;

b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais,


árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia
que aprovar o laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes,


contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

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• a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de


víveres destinados a consumo no próprio
estabelecimento, para o pagamento da hospedagem
ou dos alimentos
• a pretensão do segurado contra o segurador, ou a
deste contra aquele, contado o prazo
a) para o segurado, no caso de seguro de
responsabilidade civil, da data em que é citado para
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responder à ação de indenização proposta pelo


terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza,
com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato
Em 1 ano: gerador da pretensão
• a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça,
serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela
percepção de emolumentos, custas e honorários;
• a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos
bens que entraram para a formação do capital de
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sociedade anônima, contado da publicação da ata da


assembléia que aprovar o laudo;
• a pretensão dos credores não pagos contra os
sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo
da publicação da ata de encerramento da liquidação
da sociedade

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da


data em que se vencerem.

• a pretensão para haver prestações alimentares, a


Em 2 anos: partir da data em que se vencerem

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou


vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias,
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

V - a pretensão de reparação civil;

VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o


prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do
estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;

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b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente


ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral
que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à violação;

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do


vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
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IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado,


no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

• a pretensão relativa a aluguéis de prédios


urbanos ou rústicos;
• a pretensão para receber prestações vencidas de
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rendas temporárias ou vitalícias;


• a pretensão para haver juros, dividendos ou
quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em
períodos não maiores de um ano, com
capitalização ou sem ela;
•a pretensão de ressarcimento de
enriquecimento sem causa;
• a pretensão de reparação civil;
• a pretensão de restituição dos lucros ou
dividendos recebidos de má-fé, correndo o
prazo da data em que foi deliberada a
distribuição;
• a pretensão contra as pessoas em seguida
Em 3 anos:
indicadas por violação da lei ou do estatuto,
contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos
constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da
apresentação, aos sócios, do balanço referente ao
exercício em que a violação tenha sido praticada, ou
da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar
conhecimento; c) para os liquidantes, da
primeira assembléia semestral posterior à violação;
• a pretensão para haver o pagamento de título de
crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as
disposições de lei especial;
• a pretensão do beneficiário contra o segurador, e
a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de
responsabilidade civil obrigatório.

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data


da aprovação das contas.

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•a pretensão relativa à tutela, a contar da data da


Em 4 anos:
aprovação das contas

§ 5o Em cinco anos:
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I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento


público ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,


curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos
serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.


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•a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de


instrumento público ou particular;
•a pretensão dos profissionais liberais em geral,
Em 5 procuradores judiciais, curadores e professores pelos
seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços,
anos: da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
•a pretensão do vencedor para haver do vencido o que
despendeu em juízo

8.3- Os Prazos Decadenciais


Diferentemente dos casos de prazo prescricional que estão concentrados
nos arts. 205 e 206 do CC, os prazos decadenciais estão espalhados.
Art. 45, Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.
Art. 48, Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se
refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,
simulação ou fraude.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do
negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que
se realizou o negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

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Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço


no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da
entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à
metade.

§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo
contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e
oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
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§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os


estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o
disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.

Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o


vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro
do título.
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A única situação no Código Civil onde o curso do prazo decadencial


pode ser alterado é no caso de absolutamente incapaz, pois nesta
situação o prazo não irá correr.

8.4- Pretensões Imprescritíveis


1) os direitos da personalidade, como a vida, a honra, o nome, a
liberdade, a intimidade, a própria imagem, as obras literárias, artísticas
ou científicas, etc., pois não se extinguem pelo seu uso, nem seria
possível impor prazos para a sua aquisição ou defesa;
2) o estado da pessoa, como filiação, condição conjugal, cidadania, salvo
os direitos patrimoniais dele decorrentes, como o reconhecimento da
filiação para receber herança;
3) os bens públicos, por isso, não podem objeto de ação que verse sobre
usucapião;
4) o direito de família no que concerne à questão inerente ao direito à
pensão alimentícia, à vida conjugal, ao regime de bens; e
5) as nulidade absolutas, por envolverem questões de ordem pública.

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TABELA DOS PRINCIPAIS PRAZOS PRESCRICIONAIS

▪ pretensão do segurado contra o segurador


1
ANO ▪ pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça,
serventuários judiciais, árbitros e peritos

2 ▪ pretensão para haver prestações alimentares (ÚNICA


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ANOS HIPÓTESE)

▪ pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou


rústicos
▪ pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias
▪ pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem
3
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causa
ANOS
▪ pretensão de reparação civil
▪ pretensão para haver o pagamento de título de crédito
▪ pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do
terceiro prejudicado, no caso de seguro de
responsabilidade civil obrigatório

4
▪ pretensão relativa à tutela (ÚNICA HIPÓTESE)
ANOS

▪ pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de


instrumento público ou particular (se a dívida for verbal,
o prazo é de 10 anos)
5
▪ pretensão dos profissionais liberais em geral,
ANOS
procuradores judiciais, curadores e professores
▪ pretensão do vencedor para haver do vencido o que
despendeu em juízo

Então, esta foi a nossa parte teórica de hoje.


A seguir, segue uma lista de questões para treinarmos.
Abraços!!!

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9- Questões Propostas

1. (CESPE - Procurador do Estado – PGE/BA - 2014) Acerca dos negócios


jurídicos, julgue os itens a seguir.
No negócio jurídico unilateral, está presente apenas uma declaração de vontade,
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sendo desnecessária a aceitação de outrem para que produza efeitos.


Comentários

O item está Certo. Os negócios jurídicos unilaterais dependem de apenas uma


declaração de vontade. Além disso, os negócios unilaterais se subdividem em:
receptício e não receptício. Os receptícios são caracterizados pela necessidade
de conhecimento do destinatário (mesmo que não seja manifestada sua
vontade) e os não receptícios independem de que haja comunicação à outra
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parte para produção de efeitos jurídicos.

2. (CESPE - Auditor – TCE/RN - 2015) Com relação a bens, fato e negócio


jurídico, julgue os itens seguintes.
Pessoa que formalizar negócio jurídico com indivíduo relativamente capaz e,
posteriormente, arrepender-se da negociação poderá alegar a falta de
capacidade do outro contratante para exigir a nulidade do negócio firmado.

Comentários

O item está Errado. Conforme artigo 105 do CC, a incapacidade relativa de uma
das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem
aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o
objeto do direito ou da obrigação comum. Portanto, em regra geral, a pessoa
capaz que celebra um negócio com um relativamente incapaz não pode alegar
a incapacidade para desfazer o negócio em seu benefício.

3. (CESPE - Procurador do Estado – PGE/BA - 2014) Acerca dos negócios


jurídicos, julgue os itens a seguir.
O silêncio de uma das partes pode, excepcionalmente, representar anuência, se
as circunstâncias ou os usos o autorizarem e não for necessária a declaração
expressa de vontade.
Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 111 do CC, o silêncio importa anuência,
quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a
declaração de vontade expressa.

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4. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TJCE/CE - 2014) Acerca


de pessoas naturais e negócio jurídico, assinale a opção correta à luz do Código
Civil e da doutrina de referência.
a) Na concretização do negócio jurídico, o silêncio não tem consequência
concreta a favor das partes.
b) Todas as pessoas naturais, por possuírem capacidade de direito, podem
praticar, por si próprias, a generalidade dos atos da vida civil.
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c) Considera-se termo a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade


das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
d) Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos
do lugar de sua celebração.
e) Se, da declaração de vontade, for detectado o falso motivo, o negócio jurídico
será sempre anulado.
Comentários
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Letra “d”. Conforme artigo 113 do CC, os negócios jurídicos devem ser
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. A letra
“a” está errada, pois o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou
os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa
(art. 111 do CC). A letra “b” está errada, pois são absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos
(art. 3° do CC). A letra “c” está errada, pois considera-se condição a cláusula
que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do
negócio jurídico a evento futuro e incerto (art. 121 do CC). A letra “e” está
errada, pois o falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso
como razão determinante (art. 140 do CC).

5. (CESPE - Procurador do Estado – PGE/BA - 2014) Acerca dos negócios


jurídicos, julgue os itens a seguir.
É anulável o negócio jurídico se a lei proibir a sua prática, sem cominar sanção.
Comentários
O item está Errado. Conforme inciso VII do artigo 166 do CC, é nulo o negócio
jurídico quando: a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática,
sem cominar sanção. Portanto, se a lei proibir a sua prática, sem cominar
sanção, o negócio jurídico é nulo (e não anulável).

6. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TCDF/DF - 2014) A respeito de


prescrição, decadência e negócio jurídico, julgue os seguintes itens. Embora a
renúncia da prescrição seja admitida pelo Código Civil brasileiro, esse ato
abdicativo somente poderá operar após a consumação da prescrição e desde
que não acarrete prejuízo para terceiros.

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Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 191 do CC, a renúncia da prescrição pode
ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois
que a prescrição se consumar.

7. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TCDF/DF - 2014) A respeito de


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prescrição, decadência e negócio jurídico, julgue os seguintes itens.


O negócio jurídico anulável não é suscetível de confirmação pelas partes nem
convalesce pelo decurso do tempo.
Comentários
O item está Errado. Conforme artigo 169 do CC, o negócio jurídico nulo não é
suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. Portanto, o
negócio jurídico que não é suscetível de confirmação pelas partes nem
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convalesce pelo decurso do tempo é o nulo (e não anulável). Conforme artigo


172 do CC, o negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito
de terceiro. E, conforme artigo 178 do CC, é de quatro anos o prazo de
decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico. Portanto, o negócio
jurídico anulável é suscetível de confirmação e também convalesce pelo decurso
do tempo.

8. (CESPE - Analista Judiciário - Área Administrativa/Judiciária -


Especialidade: Direito – TJSE/SE - 2014) Julgue os itens a seguir, relativos
a pessoas, bens e negócios jurídicos.
Ocorre simulação quando há divergência intencional entre a declaração da
vontade com o ordenamento jurídico, com a finalidade de causar prejuízo a
terceiros.
Comentários
O item está Certo. Vimos que a simulação é uma declaração enganosa da
vontade das partes, mascarando a realidade para enganar terceiros ou burlar a
lei.

9. (CESPE - Técnico Judiciário - Área Administrativa/Judiciária –


TJSE/SE - 2014) A respeito dos atos, fatos e negócios jurídicos, julgue os
próximos itens.
Interpretam-se extensivamente os negócios jurídicos benéficos e a renúncia.
Comentários
O item está Errado. Conforme artigo 114 do CC, os negócios jurídicos benéficos
e a renúncia interpretam-se estritamente. Portanto, os negócios jurídicos

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benéficos (gratuitos) e a renúncia devem ser interpretados estritamente (e não


extensivamente).

10. (CESPE - Técnico Judiciário - Área Administrativa/Judiciária –


TJSE/SE - 2014) A respeito dos atos, fatos e negócios jurídicos, julgue os
próximos itens.
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O termo inicial suspende o exercício do direito, mas não sua aquisição.


Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 131 do CC, o termo inicial suspende o
exercício, mas não a aquisição do direito.

11. (CESPE - Analista Administrativo - Área 1 – ANCINE - 2013) A


respeito dos bens públicos e dos negócios jurídicos, julgue os itens seguintes.
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A legislação civil não veda a confirmação expressa ou a execução voluntária de


negócio anulável.
Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 172 do CC, o negócio anulável pode ser
confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. E, conforme artigo 175 do
CC, a confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos
termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções,
de que contra ele dispusesse o devedor.

12. (CESPE - Analista Administrativo - Área 1 – ANCINE - 2013) A


respeito dos bens públicos e dos negócios jurídicos, julgue os itens seguintes.
Dada a formalidade de que se revestem os negócios jurídicos, a expressão da
vontade do agente constitui elemento indispensável desses negócios, razão pela
qual o ordenamento jurídico veda que se atribua ao silêncio do agente o efeito
de anuência.
Comentários
O item está Errado. Conforme artigo 111 do CC, o silêncio importa anuência,
quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a
declaração de vontade expressa.

13. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária – TJDFT/DF - 2013) A


respeito de fatos jurídicos, julgue os itens a seguir.
Considere que Roberto, com o objetivo de fraudar seus credores, tenha alienado
seus bens a Flávio. Nessa situação, o prazo decadencial para que esse negócio

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seja anulado será contado do dia em que os credores tiverem ciência da


alienação dos bens.
Comentários
O item está Errado. Conforme inciso II do artigo 178 do CC, é de quatro anos
o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em
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que se realizou o negócio jurídico. Portanto, o prazo deve ser contado do dia em
que se realizou o negócio jurídico (e não do dia em que os credores tiverem
ciência da alienação dos bens).

14. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Oficial


de Justiça Avaliador Federal – TJDFT/DF - 2013) Julgue os itens seguintes,
com base no que dispõe o Código Civil sobre a prescrição.
Considere que Carlos e Rubens sejam credores solidários de uma obrigação
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indivisível e que, por ordem judicial, tenha sido suspensa a prescrição em favor
de Carlos. Nessa situação, Rubens também aproveita a suspensão.
Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 201 do CC, suspensa a prescrição em favor
de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for
indivisível. Portanto, como Carlos e Rubens são credores solidários de uma
obrigação indivisível, tendo sido suspensa a prescrição em favor de Carlos,
Rubens também aproveita a suspensão.

15. (CESPE - Técnico Judiciário - Área Administrativa – TJDFT/DF -


2013) Em relação às normas sobre prescrição, decadência e negócio jurídico,
julgue os itens subsequentes.
As mesmas causas que impedem, suspendem ou interrompem a decadência
aplicam-se à prescrição.
Comentários
O item está Errado. Conforme artigo 207 do CC, salvo disposição legal em
contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição.

16. (CESPE - Técnico Judiciário - Área Administrativa – TJDFT/DF -


2013) Em relação às normas sobre prescrição, decadência e negócio jurídico,
julgue os itens subsequentes.
Será considerada não escrita, invalidando o negócio jurídico como um todo,
cláusula de negócio jurídico que estabeleça um encargo ilícito ou impossível, se
esse não for o motivo determinante do ato.

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Comentários
O item está Errado. Conforme artigo 137 do CC, considera-se não escrito o
encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da
liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. Ou seja, somente
haverá invalidação do negócio jurídico como um todo caso o encargo ilícito ou
impossível seja o motivo determinante do ato.
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17. (CESPE - Especialista em Gestão de Telecomunicações - Área


Advogado – TELEBRAS - 2015) Julgue os itens seguintes relativos aos
negócios jurídicos.
O negócio jurídico nulo pode ser convertido em outro negócio jurídico válido se
os requisitos da substância e forma desse último estiverem presentes e se o fim
que objetivavam as partes permitir supor que teriam desejado a conversão caso
tivessem previsto a nulidade.
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Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 170 do CC, se, porém, o negócio jurídico
nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam
as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a
nulidade.

18. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária – TJDFT/DF - 2008)


Quanto ao negócio jurídico no âmbito do atual Código Civil, julgue os itens a
seguir.
São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de
diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 138 do CC, são anuláveis os negócios
jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que
poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio

19. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - Área Auditoria


Governamental – TCU - 2015) A respeito das pessoas naturais e jurídicas,
dos fatos e negócios jurídicos e do disposto na Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro, julgue os seguintes itens.
A renúncia realizada no contexto de um negócio jurídico deve ser interpretada
de maneira estrita.
Comentários

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Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri

O item está Certo. Conforme artigo 114 do CC, os negócios jurídicos benéficos
e a renúncia interpretam-se estritamente.

20. (CESPE/TJ-CE/AJEM/2014) Após ter sido cobrado extrajudicialmente


por José, em face de dívida que tinha com este, Mário realizou o pagamento ao
credor. Logo em seguida, Mário descobriu que, na data em que realizou o
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pagamento, a dívida já havia prescrito.


Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta com base
no Código Civil.
a) José deverá restituir o valor a Mário, visto que recebeu o que não lhe era
devido. O valor da dívida deverá corresponder ao dobro do valor devido.
b) José deverá restituir somente metade do valor pago por Mário, uma vez que
deve ser reconhecida a responsabilidade concorrente pelo fato.
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c) José não deverá restituir o valor a Mário, visto que não se pode repetir o que
se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.
d) José deverá restituir integralmente o valor a Mário, já que recebeu o que não
lhe era devido, tendo sido indevido o pagamento feito por Mário. O valor da
dívida não deverá ser atualizado monetariamente, não devendo incidir sobre ele
juros legais.
e) José deverá restituir o valor a Mário, uma vez que se locupletou ilicitamente,
recebendo o que não lhe era devido. O valor da dívida deverá ser atualizado
monetariamente, não incidindo sobre ele acréscimo de juros legais.
Comentários
Primeiramente cabe ressaltar que a cobrança extrajudicial em nada altera o
curso do prazo prescricional.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer
uma vez, dar-se-á:
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
Caso a notificação fosse judicial, poderia haver a interrupção do prazo
prescricional.
Além disso, a prescrição é a perda da ação e de toda a capacidade defensiva,
mantendo-se intacto o direito material, tanto é que, no Direito Civil, o
pagamento de dívida prescrita é válido, pois apesar de haver a prescrição, o
direito continua existindo, não podendo ser objeto de restituição, conforme o
art. 882 do CC.
Art. 882 do CC - Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida
prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.

Dessa forma, José não é obrigado a restituir o valor à Mário.

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Gabarito: C

21. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) Acerca da


prescrição, da decadência, das obrigações e da responsabilidade civil, julgue os
itens que se seguem.
A decadência extingue o direito subjetivo patrimonial.
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Comentários
Não podemos esquecer que a prescrição atinge um direito subjetivo e a
decadência atinge um direito potestativo.
Gabarito: ERRADA.

22. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária – TJDFT/DF - 2013) A


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respeito de fatos jurídicos, julgue os itens a seguir.

Considere que Roberto, com o objetivo de fraudar seus credores, tenha alienado
seus bens a Flávio. Nessa situação, o prazo decadencial para que esse negócio
seja anulado será contado do dia em que os credores tiverem ciência da
alienação dos bens.
Comentários
O item está Errado. Conforme inciso II do artigo 178 do CC, é de quatro anos
o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em
que se realizou o negócio jurídico. Portanto, o prazo deve ser contado do dia em
que se realizou o negócio jurídico (e não do dia em que os credores tiverem
ciência da alienação dos bens).

23. (CESPE/Analista-BACEN/2013) A respeito do ato e do negócio jurídico,


da prescrição e das relações de parentesco, julgue os itens que se seguem.
O reconhecimento extrajudicial do direito do credor pelo devedor não
interrompe a prescrição.
Comentários
O item está errado, pois por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial,
que importe reconhecimento do direito pelo devedor, é hipótese de interrupção
da prescrição, conforme previsto no inciso VI do art. 202 do CC:
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor.

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24. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Oficial


de Justiça Avaliador Federal – TJDFT/DF - 2013) Julgue os itens seguintes,
com base no que dispõe o Código Civil sobre a prescrição.

Não correrá prescrição contra os que estiverem a serviço das Forças Armadas,
mesmo em tempo de paz.
Comentários
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O item está Errado. Conforme inciso III do artigo 198 do CC, não corre a
prescrição: contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo
de guerra. Portanto, em tempo de paz correrá a prescrição.

25. (CESPE/Auditor de Controle Externo – Procuradoria – TCE –


PA/2016) A respeito da prescrição e da decadência, julgue o item que se
segue.
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Corre normalmente a prescrição contra os ausentes do país a serviço público


dos municípios.
Comentários
O item está errado. Os arts. 197 e 198 do CC assim dispõem:

entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal

entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar

entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou


curadores, durante a tutela ou curatela

contra os absolutamente incapazes

contra os ausentes do País em serviço público da União, dos


Estados ou dos Municípios
Não corre a
prescrição contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em
tempo de guerra

pendendo condição suspensiva

não estando vencido o prazo

pendendo ação de evicção

antes da respectiva sentença definitiva, quando a ação se


originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal

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26. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) Acerca da


prescrição, da decadência, das obrigações e da responsabilidade civil, julgue os
itens que se seguem.
A prescrição serve, a um só tempo, para extinguir situações jurídicas e para
consolidar relações que se prolonguem no tempo.
Comentários
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Ouso discordar do gabarito (CERTA) apontado pela ilustríssima banca. Tendo


em vista que o direito prescrito continua existindo, embora sem proteção
jurídica, entendo não ser possível afirmar que a prescrição extingue uma
situação jurídica.
Diferentemente seria afirmar que a prescrição extingue a segurança de uma
situação jurídica, pois a relação continua existindo sem que o credor possa fazer
valer o direito subjetivo.
Gabarito: CERTA (discordância do professor).
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27. (CESPE/TJDFT/Técnico Judiciário/2015) No que se refere a prescrição


e decadência, julgue os itens subsequentes à luz do Código Civil.
No caso de obrigação indivisível, a suspensão da prescrição em favor de um dos
credores solidários será aproveitada aos demais credores.
Comentários
Em conformidade com o art. 201 do CC:
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só
aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Gabarito: CERTA.

28. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Oficial


de Justiça Avaliador Federal – TJDFT/DF - 2013) Julgue os itens seguintes,
com base no que dispõe o Código Civil sobre a prescrição.

Considere que Carlos e Rubens sejam credores solidários de uma obrigação


indivisível e que, por ordem judicial, tenha sido suspensa a prescrição em favor
de Carlos. Nessa situação, Rubens também aproveita a suspensão.
Comentários
O item está Certo. Conforme artigo 201 do CC, suspensa a prescrição em favor
de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for
indivisível. Portanto, como Carlos e Rubens são credores solidários de uma
obrigação indivisível, tendo sido suspensa a prescrição em favor de Carlos,
Rubens também aproveita a suspensão.

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29. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Oficial


de Justiça Avaliador Federal – TJDFT/DF - 2013) Julgue os itens seguintes,
com base no que dispõe o Código Civil sobre a prescrição.

Em regra, o ato judicial que constitua em mora o devedor interrompe a


prescrição.
Comentários
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O item está Certo. Conforme inciso V do artigo 202 do CC, a interrupção da


prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: por qualquer ato
judicial que constitua em mora o devedor.

30. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Oficial


de Justiça Avaliador Federal – TJDFT/DF - 2013) Julgue os itens seguintes,
com base no que dispõe o Código Civil sobre a prescrição.
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Interrompe-se a prescrição por despacho do juiz que, mesmo incompetente,


ordenar a citação, caso o interessado a promova no prazo e na forma da lei
processual.
Comentários
O item está Certo. Conforme inciso I do artigo 202 do CC, a interrupção da
prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: por despacho do
juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover
no prazo e na forma da lei processual.

31. (CESPE/TJDFT/Técnico Judiciário/2015) No que se refere a prescrição


e decadência, julgue os itens subsequentes à luz do Código Civil.
Não corre o prazo prescricional nem o decadencial contra os absolutamente
incapazes.
Comentários
A disposição a respeito do prazo prescricional está no art. 198, I do CC.
Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

No que tange ao prazo decadencial, temos o art. 208 do CC.


Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

Gabarito: CERTA.

32. (CESPE/TJDFT/Técnico Judiciário/2015) No que se refere a prescrição


e decadência, julgue os itens subsequentes à luz do Código Civil.

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Pode o juiz, de ofício, reconhecer a ocorrência da prescrição e da decadência


legal ou convencional.
Comentários
Vejamos a tabela apresentada durante a explanação teórica:

DECADÊNCIA DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO
LEGAL CONVENCIONAL
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RECONHECIMENTO Deve ocorrer.


Deve ocorrer. Não pode ocorrer.
DE OFÍCIO PELO
(art. 487, II do
JUIZ (art. 210 do CC) (art. 211 do CC)
NCPC)

A afirmativa está errada no que tange à decadência convencional, pois, neste


caso, deve prevalecer a vontade das partes.
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Gabarito: ERRADA.

33. (CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário/2014) Julgue os seguintes itens,


relativos à prescrição e à decadência.
A prescrição e a decadência são necessariamente fatos jurídicos extintivos e
estabelecidos por lei.
Comentários
A doutrina aponta a existência de duas espécies de prescrição: a prescrição
extintiva e a prescrição aquisitiva. A primeira é a que estudamos na aula de
hoje e representa a extinção da pretensão pelo decurso de tempo. A segunda
(prescrição aquisitiva) significa a aquisição de um direito pelo decurso de tempo,
como ocorre na aquisição da propriedade por meio do instituto denominado
usucapião.
Quanto à decadência, realmente temos um fato extintivo.
Gabarito: ERRADA.

34. (CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário/2014) Julgue os seguintes itens,


relativos à prescrição e à decadência.
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra seus
assistentes ou representantes legais que derem causa à prescrição ou à
decadência ou que não as alegarem oportunamente.
Comentários
Vide art. 195 do CC.

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Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra


os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição,
ou não a alegarem oportunamente.

Gabarito: CERTA.

35. (CESPE/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) A respeito de


Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

prescrição, decadência e negócio jurídico, julgue os seguintes itens.


Embora a renúncia da prescrição seja admitida pelo Código Civil brasileiro, esse
ato abdicativo somente poderá operar após a consumação da prescrição e desde
que não acarrete prejuízo para terceiros.
Comentários
Em conformidade com o art. 191 do CC.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá,
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sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se


consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado,
incompatíveis com a prescrição.

Lembre-se dos seguintes pontos:


➔ O terceiro de boa-fé não pode ser prejudicado na relação jurídica; e
➔ Não existe renuncia previa à prescrição.
Gabarito: CERTA.

36. (CESPE/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) A respeito de


prescrição, decadência e negócio jurídico, julgue os seguintes itens.
A lei civil permite que as partes contratantes estipulem prazos decadenciais,
todavia, não pode o juiz reconhecê-los de ofício, isto é, sem a provocação dos
interessados.
Comentários
Estudamos que, diferentemente da prescrição, a decadência pode ser legal
(prevista em lei) ou convencional (estipulada pelas partes).
Quanto à possibilidade de reconhecimento de ofício, lembremos do quadro a
seguir:

DECADÊNCIA DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO
LEGAL CONVENCIONAL

RECONHECIMENTO Deve ocorrer.


Deve ocorrer. Não pode ocorrer.
DE OFÍCIO PELO
(art. 487, II do
JUIZ (art. 210 do CC) (art. 211 do CC)
NCPC)

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Gabarito: CERTA.

37. (CESPE/TRF 5ª Região/Juiz Federal Substituto/2015) Acerca da


prescrição, assinale a opção correta.
a) Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal, o prazo prescricional
poderá ser interrompido, mas não suspenso, já que vai de encontro à ordem
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pública o alongamento indefinido do prazo.


b) Diferentemente do que ocorre com a renúncia expressa, o Código Civil
estabelece que a renúncia tácita à prescrição somente poderá ocorrer após a
consumação do prazo.
c) Por ser medida que vai ao encontro do interesse público, a redução dos prazos
prescricionais é permitida pelo Código Civil.
d) A prescrição poderá ser alegada por cônjuge, ascendente ou descendente,
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da parte que aproveite, caso seja demonstrado benefício jurídico que os afete
direta ou indiretamente
e) De acordo com o STJ, o termo inicial do prazo prescricional das ações
indenizatórias, em observância ao princípio da actio nata, é a data em que a
lesão e os seus efeitos são constatados.
Comentários
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. O prazo prescricional não corre entre os cônjuges, na constância
da sociedade conjugal. Trata-se de uma hipótese de suspensão ou impedimento
prevista no art. 197 do CC.
(B) ERRADA. Segundo o art. 191 do CC, tanto a renúncia expressa, como a
renúncia tácita, somente podem ocorrer após a consumação do prazo
prescricional (vide art. 191 do CC).
(C) ERRADA. O prazo prescricional, segundo o art. 192 do CC, não pode ser
alterado pelas partes.
(D) ERRADA. Segundo prevê o art. 197 do CC, não corre o prazo prescricional
estre os cônjuges na constância do casamento e entre ascendente e
descendente, durante o poder familiar.
(E) CERTA. Segundo o princípio da actio nata, o início da fluência do prazo
prescricional fica condicionado ao conhecimento da violação ou lesão ao direito
subjetivo patrimonial. Isto é, a contagem do prazo não se inicia ante a mera
violação do direito. É fundamental que o titular do direito violado tenha tomado
ciência efetiva do descumprimento da obrigação ou do ato lesivo. É só assim
que nasce a pretensão que, qualificada pela exigibilidade, permite ao lesado
vindicar judicialmente o comportamento de terceiro.
Veja a jurisprudência do STJ a seguir:

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Gabarito: E

38. (CESPE/TRE-GO/AJAJ/2015) A respeito de aspectos diversos do direito


civil brasileiro, cada item apresenta uma situação hipotética, seguida de
assertiva a ser julgada.
Carla, com vinte e um anos de idade, sofreu lesões físicas em decorrência de
acidente provocado por condutor de veículo oficial. Nessa situação, o prazo
prescricional a ser observado por Carla para o ajuizamento de eventual ação de
indenização por danos materiais começou a correr a partir da data do acidente.
Comentários
Outra questão que trata do início do prazo prescricional.
Vejamos a jurisprudência a seguir:
TJ-RS - Apelação Cível AC 70064539158 RS (TJ-RS) Data de publicação:
25/05/2015 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM
ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS POR
ACIDENTE DE TRÂNSITO C/C INDENIZAÇÃO PORDANOS MATERIAIS,
MORAIS E ESTÉTICOS. O termo a quo do prazo prescricional em ação
de responsabilidade civil por acidente de trânsito é a data do evento
lesivo.

Gabarito: CERTA.

39. (CESPE/TRE-BA/AJAJ/2017) Maria, Carla e Luciana são credoras


solidárias da quantia de R$ 3.000 de Antônio. Maria casou-se com Antônio. Na

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constância da sociedade conjugal, houve a perda da pretensão de recebimento


do crédito de Carla e Luciana em relação a Antônio. Posteriormente, insatisfeita
com o relacionamento, Maria divorciou-se de Antônio e ingressou com ação de
cobrança contra ele.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com o
Código Civil.
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a) O casamento de Maria com Antônio é causa interruptiva da prescrição.


b) O prazo de prescrição pode ser alterado mediante acordo entre as credoras
e Antônio.
c) Maria não pode renunciar tacitamente à prescrição.
d) A suspensão da prescrição em favor de Maria aproveita às demais credoras
solidárias.
e) Maria pode exigir de Antônio o cumprimento da prestação por inteiro.
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Comentários
Análise das alternativas:
(A) ERRADA. De acordo com o art. 197, I do CC, o casamento de Maria com
Antonio é uma causa suspensiva e não interruptiva.
(B) ERRADA. Em desacordo com o art. 192 do CC.
(C) ERRADA. A renúncia à prescrição pode ser expressa ou tácita.
(D) ERRADA. Segundo o art. 201 do CC, Carla e Luciana somente se
aproveitariam da suspensão da prescrição caso a obrigação fosse indivisível.
(E) CERTA. Por se tratar de uma obrigação solidária, tanto Maria, como Carla
ou Luciana podem exigir o cumprimento da prestação por inteiro. Vide art. 267
do CC.
Gabarito: E

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