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Curso de Direito Civil
RESUMO e Questões comentadas
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri

Direito de Família – regime de bens

Sumário
1. Introdução .................................................................................. 3
2. Regime de Bens entre Cônjuges .................................................. 4
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2.1. Princípios Básicos ...................................................................... 4


2.1.1 Princípio da autonomia privada ou livre estipulação .................... 4
2.1.2 Princípio da indivisibilidade do regime de bens ........................... 5
2.1.3 Princípio da variedade de regime de bens .................................. 5
2.1.4 Princípio da mutabilidade justificada ......................................... 5
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2.2. Pacto Antenupcial ..................................................................... 6


2.3. Separação Obrigatória de Bens ................................................... 7
2.4. Regras Gerais quanto ao Regime de Bens .................................... 9
2.5. Regras Especiais quanto ao Regime de Bens .............................. 13
2.5.1 Regime de comunhão parcial ................................................. 13
2.5.2 Regime de comunhão universal.............................................. 17
2.5.3 Regime de participação final nos aquestos............................... 18
2.5.4 Regime de separação convencional de bens ............................ 22
3. União Estável............................................................................. 23
"Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço."
(Dave Weinbaum)

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1. Introdução

O Direito de Família é dividido em quatro títulos no Código Civil:


Título I: Do Direito Pessoal;
Título II: Do Direito Patrimonial;
Título III: Da União Estável; e
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Título IV: Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada.


A parte referente ao título I já foi estudada. Assim, vamos estudar agora
a parte do Direito de Família relacionada ao Direito Patrimonial e à União
Estável,
Sendo a assim, a aula de hoje irá abranger os seguintes pontos:
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- Regime de Bens entre Cônjuges;


- União Estável.
As questões sobre esta aula estão comentadas na Aula de Questões
CESPE.

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2. Regime de Bens entre Cônjuges

O regime de bens entre cônjuges cuida dos direitos patrimoniais


relacionados com o casamento. Dessa forma, temos um conjunto de normas
aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do casamento,
envolvendo questões sobre propriedade, fruição, administração e
disponibilidade de bens de ambos os cônjuges ou de apenas um deles, desde o
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momento da celebração do matrimônio até a sua dissolução (art. 1.639, § 1º


do CC).
Art. 1.639. § 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde
a data do casamento.

Os bens materiais são destinados a satisfazer as necessidades do casal e


dos filhos, mas é indispensável um ordenamento que estruture as relações
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pecuniárias. Os cônjuges optam por um dos vários sistemas, que são


denominados regimes de bens e que representam um verdadeiro estatuto do
patrimônio das pessoas casadas.

2.1. Princípios Básicos


As relações econômicas entre os cônjuges se submetem a alguns
princípios básicos:

2.1.1 Princípio da autonomia privada ou livre estipulação

A autonomia privada decorre da liberdade e da dignidade humana, sendo


o direito que a pessoa tem de se auto regulamentar. Dessa forma, o art. 1.639,
caput, do CC estabelece plena liberdade na escolha do regime de bens.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular,
quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.

Este princípio é irrestrito, apenas encontrando limites nas normas de


ordem pública (autonomia plena), conforme prevê o art. 1.655 do CC.
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição
absoluta de lei.

Desta forma, cláusulas que dispensam os cônjuges dos deveres conjugais


ou que privem um deles do poder familiar, não terão validade.

É possível que os cônjuges celebrem casamento por outro regime de


bens, que não seja um dos mencionados pela legislação em vigor, ou mesmo
combine os vários regimes de bens existentes, hipótese em que o regime será
chamado de regime misto. Vide Enunciado 331 do CJF/STJ da IV Jornada de
Direito Civil:
331 – Art. 1.639. O estatuto patrimonial do casal pode ser definido por
escolha de regime de bens distinto daqueles tipificados no Código
Civil (art. 1.639 e parágrafo único do art. 1.640), e, para efeito de fiel

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observância do disposto no art. 1.528 do Código Civil, cumpre certificação a


respeito, nos autos do processo de habilitação matrimonial.

Como exemplo, imagine que determinado


pretenda adotar o regime da comunhão parcial de bens. Entretanto, por razões
pessoais, pretendem que não há comunhão quanto às futuras participações de
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um deles em sociedades empresariais. Sendo assim, o pacto antenupcial pode


prever a comunhão parcial como regra, excetuando-se quotas ou ações e
demais participações societárias. Temos aqui um regime misto, pois, em regra,
segue-se a comunhão parcial, mas com um certo aspecto de separação de bens.

2.1.2 Princípio da indivisibilidade do regime de bens


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Apesar de ser possível a criação de outros regimes que não estejam


previstos em lei, não é possível fracionar os regimes em relação aos
cônjuges. Ou seja, o que vigorar para o marido, também deve vigorar para a
mulher, sendo o regime único para os consortes.

Como exemplo de aplicação desse princípio, será nulo o pacto antenupcial


que determinar o regime da comunhão universal de bens para o marido e o da
separação de bens para a esposa.

2.1.3 Princípio da variedade de regime de bens

A lei coloca à disposição dos nubentes quatro regimes de bens:

• comunhão universal de bens;

• comunhão parcial de bens;

• separação convencional ou legal de bens; e

• participação final nos aquestos.

Durante esta aula nós estudaremos as características mais importantes


de cada um deles.

2.1.4 Princípio da mutabilidade justificada

O art. 1.639, § 2º do CC possibilita a alteração do regime de bens:


Art. 1.639. § 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante
autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a
procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.

Como exemplo, imagine dois cônjuges casados sob o regime da


comunhão universal de bens que resolvam constituir uma sociedade
empresária. Conforme preconiza o art. 977 do CC, tal sociedade não poderá ser
constituída em decorrência do regime de bens adotado.

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Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com


terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal
de bens, ou no da separação obrigatória.
Dessa forma, para a sociedade entre os cônjuges poder ser constituída,
o regime de bens poderia ser alterado para a comunhão parcial de bens, por
exemplo.
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2.2. Pacto Antenupcial


O pacto antenupcial (convenção) é um contrato solene, firmado pelos
próprios nubentes habilitados matrimonialmente e, se menores, assistidos pelo
representante legal, antes da celebração do ato nupcial, por meio do qual
dispõem a respeito da escolha do regime de bens que deverá vigorar entre eles
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enquanto durar o matrimônio, tendo conteúdo patrimonial, não podendo conter


estipulações alusivas às relações pessoais dos consortes.
Esquematizando o art. 1.640, caput:

vigorará, quanto
ou sendo ela aos bens entre os
Não havendo
nula ou cônjuges, o regime
convenção
ineficaz da comunhão
parcial

Os nubentes poderão, no processo de habilitação, optar por qualquer dos


regimes que o CC regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela
comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública,
nas demais escolhas.
Na falta, nulidade ou ineficácia do pacto antenupcial, deverá ser
adotado o regime da comunhão parcial de bens.

COM EXCEÇÃO DO REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS E DO


REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA, DEVE-SE SER CELEBRADO O
PACTO ANTENUPCIAL.

Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública,
e ineficaz se não lhe seguir o casamento.

Percebe-se que a forma prescrita para o pacto antenupcial é a


escritura pública, sendo inválido se celebrado por instrumento particular.
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica
condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de
regime obrigatório de separação de bens.

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O pacto antenupcial, quando realizado por menor em idade núbil,


tem sua validade condicionada à aprovação de seu representante legal.
Excetuam-se, apenas, os casos de regime obrigatório de separação de bens. Tal
exigência justifica-se uma vez que o menor não tem capacidade para, sozinho,
firmar o pacto antenupcial.
Destaca-se que a autorização concedida pelo representante legal do
menor para o casamento (causa de emancipação) não se estende ao pacto
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antenupcial, sendo necessária a assistência do representante legal na escritura


pública do pacto antenupcial.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final
nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis,
desde que particulares.

No regime de participação final nos aquestos, o patrimônio próprio de


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cada cônjuge é por ele administrado com exclusividade. Mas a liberdade para
alienação de bens restringe-se aos bens móveis, conforme estudaremos mais
adiante. Tratando-se de bens imóveis, é necessária a outorga do cônjuge não
proprietário para que ocorra tal alienação. Entretanto, caso exista cláusula no
pacto antenupcial que autorize a venda de bens imóveis, independentemente
da outorga do outro cônjuge, esta é válida, na hipótese de bens do patrimônio
particular do alienante.
Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros
senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de
Imóveis do domicílio dos cônjuges.

A publicidade do pacto antenupcial é uma formalidade complementar


exigida para que o ato possa produzir efeitos contra terceiros. A falta do registro
não invalida o pacto antenupcial, entretanto os efeitos ficarão restritos aos
cônjuges e seus herdeiros.

2.3. Separação Obrigatória de Bens


Embora os nubentes tenham liberdade para escolher o regime
matrimonial de bens que lhes aprouver, a lei, por precaução ou para puni-los,
impõe, em certos casos excepcionais, um regime obrigatório, que é o da
separação de bens (art. 1.641 do CC, no esquema abaixo). Nesses casos
também não é necessária a celebração do pacto antenupcial.

É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

das pessoas que o


de todos os que
contraírem com
da pessoa dependerem, para
inobservância das
maior de 70 casar, de
causas suspensivas
anos suprimento
da celebração do
judicial
casamento

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Vejamos cada hipótese acima com mais detalhes:


a) pessoas que contraírem casamento com inobservância das causas
suspensivas
As causas suspensivas aqui citadas estão previstas no art. 1.523 do CC.
Então, são causas suspensivas do casamento e NÃO devem casar:
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Na fluência do prazo, deve provar nascimento de filho ou


inexistência de gravidez, para afastar esta regra mediante
solicitação ao juiz. Razão: não deve haver dúvidas sobre a
paternidade.
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do começo da viuvez - A viúva

até dez meses


depois
da dissolução da sociedade conjugal -
A mulher cujo casamento se desfez por
ser nulo ou ter sido anulado

O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,


enquanto não fizer inventário dos bens do casal e
der partilha aos herdeiros.

O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou


decidida a partilha dos bens do casal.

O tutor ou o curador e os seus descendentes,


ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a
pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a
tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas.

Os nubentes podem solicitar ao juiz o afastamento dessas


regras provando-se a inexistência de prejuízo aos
envolvidos.

Nas situações aqui listadas, a ocorrência da inobservância de tais


regras não faz com que o casamento seja inválido, acarretando apenas, como
punição, a imposição legal do regime da separação obrigatória de bens.

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b) casamento de pessoa maior de 70 anos


Temos aqui uma alteração no Código Civil que costuma ser cobrada em
concursos. Se um dos cônjuges tiver idade superior a 70 anos, o regime de
bens imposto por lei é o da separação obrigatória.
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IDADE SUPERIOR A 70 ANOS


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REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS

Trata-se de uma restrição com eminente caráter protetivo que visa


impedir a realização de um casamento por interesse exclusivamente econômico.

c) casamento de pessoa que depende de suprimento judicial para casar

Os menores que dependem do suprimento judicial do


consentimento dos pais para casar terão, por imposição legal, o regime
matrimonial da separação de bens. Também se trata de um dispositivo
com intuito de proteção.

2.4. Regras Gerais quanto ao Regime de Bens


Os arts. 1.639 a 1.652 do CC estabelecem regras gerais quanto ao regime
de bens. Ressalta-se que os arts. 1.639 a 1.641 do CC já foram estudados,
desta forma, vamos aos dispositivos seguintes (art. 1.642):

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praticar todos os atos de disposição e de


administração necessários ao desempenho de sua
profissão, com as limitações estabelecidas no CC

administrar os bens próprios

desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido


gravados ou alienados sem o seu consentimento ou
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sem suprimento judicial


Qualquer que
seja o regime
de bens, tanto o demandar a rescisão dos contratos de fiança e
marido quanto a doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro
mulher podem cônjuge com infração do disposto no CC
livremente:
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reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis,


doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino,
desde que provado que os bens não foram adquiridos
pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado
de fato por mais de cinco anos

praticar todos os atos que não lhes forem vedados


expressamente

O art. 1.642 do CC enumera uma lista de atos patrimoniais que podem


ser praticados pelo cônjuge sem a necessidade de outorga do outro.

Podem os cônjuges, comprar, ainda a crédito, as coisas


independentemente necessárias à economia doméstica
de autorização um do
outro: obter, por empréstimo, as quantias que a
aquisição dessas coisas possa exigir

As dívidas contraídas para esses fins obrigam


solidariamente ambos os cônjuges.

Já o art. 1.643, acima esquematizado, enumera duas situações que


tratam de atos necessários à economia doméstica. Nessas duas situações
está dispensada a necessidade de outorga marital (do marido) e uxória
(da esposa).
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam
solidariamente ambos os cônjuges.

Os cônjuges que contraírem dívidas para adquirir bens necessários à


economia doméstica responderão por elas solidariamente, podendo o
credor acionar qualquer um dos dois para obter o que lhe é devido.

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Art. 1.645. As ações fundadas nos incisos III, IV e V do art. 1.642 competem
ao cônjuge prejudicado e a seus herdeiros.

O art. 1.645 do CC trata da legitimidade para demandar ações nos casos


citados.
Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado
com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge,
que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros.
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Está previsto também o direito regressivo de terceiro lesado com


decisão favorável ao autor que demandou anulabilidade de venda de imóvel, de
constituição de anticrese ou de hipoteca, invalidação de aval ou rescisão de
contrato de fiança ou doação, por terem sido tais atos praticados pelo seu
cônjuge sem sua outorga.
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Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem


autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

alienar ou pleitear, fazer doação, não


gravar de como autor prestar sendo remuneratória,
ônus real ou réu, acerca fiança ou de bens comuns, ou
os bens desses bens aval dos que possam
imóveis ou direitos integrar futura meação

Por meio do art. 1.647 do CC, acima esquematizado, são previstas


algumas restrições aos poderes de administração de cada cônjuge e, em
razão de tal restrição, estabelece-se a necessidade de outorga marital ou uxória.
Tal dispositivo legal tem em vista preservar o patrimônio familiar, de
modo que, em casamentos celebrados em regime que não seja o da separação
absoluta de bens, faz-se necessária a anuência conjugal na alienação ou
gravame de ônus real sobre bens imóveis.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga,
quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível
concedê-la.

O suprimento judicial da outorga ocorre quando é negada de forma


injustificada por um dos cônjuges ou quando um deles não puder dar seu
consentimento.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária
(art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge
pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade
conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por
instrumento público, ou particular, autenticado.

É anulável o ato praticado pelo cônjuge sem o consentimento do


outro ou sem o respectivo suprimento judicial, dependendo do caso. A

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anulação somente pode ser pleiteada no prazo legal, que é de dois anos
contados a partir da dissolução da sociedade conjugal. Anulada a venda
realizada sem a devida outorga, o bem alienado é reintegrado ao patrimônio do
casal, ressalvado ao terceiro prejudicado o direito de buscar o ressarcimento de
seus prejuízos.
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem
consentimento, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo
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cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros.

No art. 1.650 do CC está prevista a legitimidade ativa para invalidar ato


praticado sem outorga conjugal ou sem suprimento judicial do cônjuge
ou dos herdeiros.
Conforme o art. 1.651, temos que:
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gerir os bens comuns e os do consorte


Quando um dos cônjuges
não puder exercer a
administração dos bens
que lhe incumbe, alienar os bens móveis comuns
segundo o regime de
bens, caberá ao outro:
alienar os imóveis comuns e os
móveis ou imóveis do consorte,
mediante autorização judicial

De acordo com o art. 1.651 do CC, no caso de impedimento de um dos


cônjuges (interdição, ausência, prisão etc.) para administrar os seus bens, ao
outro, em conformidade com o regime matrimonial, caberá substituí-lo,
assumindo a direção exclusiva da sociedade conjugal, bem como a gerência dos
bens comuns e os bens do consorte; a alienação dos bens móveis comuns; e a
alienação dos imóveis comuns e dos móveis ou imóveis do consorte, mediante
autorização judicial.

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O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do


outro, será para com este e seus herdeiros responsável:

como
como procurador como depositário
usufrutuário
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se tiver mandato se não for


se o rendimento for
expresso ou tácito usufrutuário, nem
comum
para os administrar administrador
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Finalizando as regras gerais quanto ao regime de bens, o art. 1.652 do


CC, acima, prevê a responsabilidade como usufrutuário, procurador ou
depositário de um dos cônjuges em relação aos bens do outro.

2.5. Regras Especiais quanto ao Regime de Bens

2.5.1 Regime de comunhão parcial

Prevalece este regime se os consortes não fizerem pacto antenupcial, ou,


se o fizerem, o pacto for nulo ou ineficaz. Por essa causa, tal regime também é
chamado de regime legal ou supletivo.
Caracteriza-se o regime da comunhão parcial de bens pela existência de
três patrimônios distintos durante o casamento. O primeiro é o patrimônio
comum formado pelos bens adquiridos na constância do casamento; o segundo
e o terceiro referem-se, respectivamente, ao patrimônio pessoal do marido e ao
da mulher que, via de regra, são os bens que cada um já possuía antes do
casamento e os recebidos, na constância, do casamento, por doação ou
sucessão.
Graficamente temos o seguinte:

ANTES DO CASAMENTO DURANTE O CASAMENTO

- patrimônio do marido; e - patrimônio comum do casal;


- patrimônio da esposa. - patrimônio do marido; e
- patrimônio da esposa.

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Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que


sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos
artigos seguintes.

O artigo 1.649 do CC, abaixo esquematizado, indicará todas as hipóteses


de incomunicabilidade, ou seja, bens adquiridos durante o casamento que
não irão pertencer ao patrimônio comum do casal.
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os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe


sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar

os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes


a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares
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as obrigações anteriores ao casamento


Excluem-
se, da as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em
comunhão: proveito do casal

os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão

os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge

as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas


semelhantes
No regime da comunhão parcial de bens, os bens e obrigações referidos
nos incisos I a VII do art. 1.659 do CC deixam de integrar o patrimônio comum
do casal, permanecendo na esfera dos bens particulares de cada cônjuge.
Os bens citados nos incisos V a VII (marcados em vermelho) também são
excluídos da comunhão quando se tratar do regime da comunhão universal de
bens.
Por outro lado, o art. 1.660 do CC, abaixo também na forma de esquema
gráfico, por meio de seus incisos, estabelece situações em que irá ocorrer a
comunicabilidade dos bens. Ou seja, são situações onde o bem irá pertencer ao
patrimônio comum do casal.

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os bens adquiridos na constância do casamento por título


oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges

os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso


de trabalho ou despesa anterior (Ex: prêmio de loteria)

os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em


Entram na favor de ambos os cônjuges
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comunhão:

as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge

os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada


cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou
pendentes ao tempo de cessar a comunhão
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Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma
causa anterior ao casamento.

De acordo com o art. 1.661 do CC, não se comunicam os bens cuja


aquisição têm por título uma causa anterior ao casamento. Como exemplo
temos:
a) os bens adquiridos por título oneroso ou gratuito, mas sob condição
suspensiva que só se verificou na constância do matrimônio;
b) os bens vendidos antes, por um dos cônjuges, sob condição resolutiva que
só veio a realizar-se depois de contraído o matrimônio;
c) os bens reivindicados por ação anteriormente iniciada;
d) o domínio útil preexistente, consolidado no direito depois do casamento.
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na
constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram
em data anterior.

O art. 1.662 do CC estabelece uma presunção relativa (júris tantum) de


que os bens móveis adquiridos durante o casamento pertencem ao patrimônio
comum do casal.
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos
cônjuges.

§ 1o As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens


comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão
do proveito que houver auferido.

§ 2o A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título


gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns.

§ 3o Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração


a apenas um dos cônjuges.

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A direção da sociedade conjugal é exercida, em colaboração, pelos


cônjuges, desta forma, a administração do patrimônio comum caberá a
qualquer deles indistintamente, que terá o encargo de gerir a massa comum de
bens, agindo como representante do outro.
As dívidas contraídas no exercício da administração dos bens são
garantidas pelo patrimônio comum do casal e pelos bens particulares do cônjuge
que os administra. Os bens particulares do outro cônjuge serão alcançados,
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apenas, na medida do proveito que houver auferido.


A administração dos bens comuns deverá atender ao princípio geral de
que a direção da sociedade será sempre exercida no interesse do casal e dos
filhos. Ferido esse princípio pela malversação do patrimônio comum, poderá o
cônjuge prejudicado solicitar que lhe seja atribuída, com exclusividade, a
administração dos bens comuns.
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Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas


pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às
despesas de administração e às decorrentes de imposição legal.

Conforme já estudamos, o marido e a mulher são igualmente


responsáveis pela administração e sustento da família. É natural,
portanto, que as obrigações contraídas para atender aos encargos da família,
às despesas com a administração dos bens e às decorrentes de imposição legal,
independentemente de quem as contraiu, obriguem os bens integrantes do
patrimônio comum do casal.
Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do
patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo convenção
diversa em pacto antenupcial.

De acordo com o art. 1.665 do CC, a liberdade na administração dos bens


particulares é o princípio. Não se aplica o princípio, apenas, quando os nubentes,
em pacto antenupcial, decidem de forma diferente.
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na
administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam
os bens comuns.

Tendo em vista que os bens particulares são livremente administrados


por cada titular, quando o administrador contrai dívidas em benefício dos bens
particulares, tais dívidas não obrigam os bens comuns. Apenas os bens
particulares responderão por essas dívidas.
Dessa forma, a esposa não pode responder por uma dívida assumida pelo
marido com relação aos seus bens particulares quando se tratar do regime da
comunhão parcial de bens.

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2.5.2 Regime de comunhão universal

Os nubentes poderão, por meio de pacto antenupcial, estipular que o


regime matrimonial de bens será o da comunhão universal, pelo qual todos os
seus bens (móveis e imóveis) presentes e futuros e suas dívidas passivas,
adquiridas antes ou depois do matrimônio, tornam-se comuns, construindo uma
só massa, instaurando um estado de indivisibilidade, passando a ter casa
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consorte o direito à metade ideal do patrimônio comum e das dívidas comuns.


Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos
os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as
exceções do artigo seguinte.

Graficamente temos o seguinte:


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ANTES DO CASAMENTO DURANTE O CASAMENTO

- patrimônio do marido; e - patrimônio comum do casal, com as


exceções ao art. 1.668 do CC;
- patrimônio da esposa.

os bens doados ou herdados com a cláusula de


incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar

os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro


fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva
São as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de
excluídos despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito
da comum
comunhão
(art. 1.668) as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro
com a cláusula de incomunicabilidade

os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 (os bens de


uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; os proventos
do trabalho pessoal de cada cônjuge; as pensões, meios-soldos,
montepios e outras rendas semelhantes)
Apesar do regime de comunhão universal dos bens acarretar a
comunicabilidade dos bens presentes e futuros, de forma excepcional a lei,
através do art. 1.668 do CC, exclui da comunhão alguns bens, por terem efeitos
personalíssimos ou devido a sua própria natureza.
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo
antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam
durante o casamento.

A incomunicabilidade dos bens arrolados no artigo 1.668 do CC não


se estenderá aos frutos civis, naturais, industriais (colheitas, aluguel de
imóveis, juros, dividendos, etc.) e, analogicamente, aos produtos (ex: de
minas e pedreiras) percebidos ou vencidos na constância do matrimônio.

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Dessa forma, imagine duas pessoas casadas sob o regime da comunhão


universal, onde a esposa receba a título de herança um imóvel com cláusula de
incomunicabilidade. Tal imóvel irá pertencer ao patrimônio exclusivo da esposa,
entretanto, se tal imóvel for alugado, o valor recebido a título de aluguel durante
o casamento irá pertencer ao patrimônio comum do casal.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhão universal o disposto no
Capítulo antecedente, quanto à administração dos bens.
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Explicita o artigo que sobre a administração dos bens aplicam-se as


mesmas regras do regime da comunhão parcial, que estão dispostas nos arts.
1.663 e 1.665 do CC. As observações pertinentes já foram feitas nos artigos
referidos.
Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e do passivo,
cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges para com os credores
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do outro.

A separação judicial e o divórcio acarretam o fim do regime matrimonial


de bens, extinguindo-se a comunhão. A partir do momento que termina a
comunhão, as dívidas contraídas não podem mais se comunicar.

2.5.3 Regime de participação final nos aquestos

O regime de participação final nos aquestos caracteriza-se pela existência


de dois patrimônios distintos. Um pertencente ao homem e outro pertencente à
mulher. Tal situação perdura até a dissolução da sociedade conjugal, quando se
fará a apuração dos bens adquiridos pelos cônjuges, a título oneroso, na
constância do casamento, partilhando-os meio a meio.
Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge
possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe,
à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens
adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

A tabela a seguir sintetiza o assunto:

ANTES E DURANTE O COM A DISSOLUÇÃO DA


CASAMENTO SOCIEDADE CONJUGAL

- patrimônio do marido; e - patrimônio do marido;


- patrimônio da esposa. - patrimônio da esposa; e
- equalização do patrimônio adquirido
durante o casamento.

Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía
ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do
casamento.

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Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge,


que os poderá livremente alienar, se forem móveis.

No regime de participação final nos aquestos o patrimônio próprio de cada


cônjuge é o conjunto de bens que cada um possuía à data das núpcias e dos
que por eles forem adquiridos, onerosa ou gratuitamente, durante a vigência
matrimonial.
Entretanto, mesmo que os bens imóveis integrem o patrimônio particular
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de um dos cônjuges, em caso de alienação deverá haver autorização do outro


cônjuge.

REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS

BENS São de livre alienação, ou seja, é desnecessária a outorga


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MÓVEIS conjugal.

BENS Dependem de outorga conjugal para serem alienados.


IMÓVEIS

Sobrevindo a os bens anteriores ao casamento e os que em


dissolução da seu lugar se sub-rogaram
sociedade conjugal,
apurar-se-á o
montante dos os que sobrevieram a cada cônjuge por
aqüestos, excluindo- sucessão ou liberalidade
se da soma dos
patrimônios próprios:
as dívidas relativas a esses bens

Ocorrendo o fim da sociedade conjugal, cessa, também, o regime


matrimonial de bens. No caso do regime de participação final nos aqüestos, será
feita a apuração dos bens adquiridos na constância do casamento, excluindo-
se:
a) os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogarem;
b) os que sobrevierem a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
c) as dívidas relativas a esses bens.
Estão incluídos no acervo partilhável os bens móveis, salvo prova de sua
aquisição anterior ao casamento.
Posteriormente, com a avaliação do monte partilhável tomando-se por
base a data da cessação da convivência conjugal, haverá a divisão equitativa
dos bens.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aquestos, computar-se-á o
valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização
do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge

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prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por


valor equivalente ao da época da dissolução.

Caso o cônjuge proprietário tenha feito doação sem a autorização do consorte,


o bem doado poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus
herdeiros, ou, simplesmente, declarado no monte partilhável pelo valor que
tinha à época da dissolução. O valor apurado integrará a meação do cônjuge
doador.
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Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento


da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus
herdeiros, de os reivindicar.

O art. 1.676 do CC assegura uma justa partilha dos bens adquiridos, a


título oneroso, na constância do casamento. Caso o cônjuge aliene bens com a
finalidade de burlar a meação, poderá o cônjuge lesado, ou seus herdeiros,
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reivindicá-los ou requerer a inclusão do valor desses bens no monte partilhável


para que ocorra a devida compensação.
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos
cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial
ou totalmente, em benefício do outro.

O art. 1.677, regulamenta a compensação das dívidas pessoais de um


cônjuge, em detrimento da final igualdade partidária dos aquestos. A disposição
refere-se aos débitos estritamente pessoais a cargo do cônjuge devedor e que
oneram seus bens privativos, pois tais dívidas não podem comprometer
solidariamente o patrimônio comunicável.
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu
patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data
da dissolução, à meação do outro cônjuge.

As dívidas contraídas em proveito próprio, por qualquer um dos cônjuges,


obrigam apenas o patrimônio pessoal de cada um. Pode ocorrer, entretanto,
que o cônjuge não obrigado pelo débito pague a dívida com um bem de seu
patrimônio pessoal. Tal fato gera direito de compensação por ocasião da
partilha. O valor do pagamento será atualizado e computado na meação do
cônjuge devedor
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um
dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo
estabelecido.

Apesar de o regime de participação final nos aqüestos caracterizar-se por


patrimônios individualizados, podem os cônjuges adquirir bens com fruto do
trabalho comum, de modo a se estabelecer um regime de condomínio (co-
propriedade).
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de terceiros, presumem-se do domínio
do cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso pessoal do outro.

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A presunção estabelecida neste artigo, ou seja, de que as coisas móveis,


em face de terceiros, são do domínio do cônjuge devedor, cederá em duas
circunstâncias:
a) provada a aquisição anterior ao casamento pelo cônjuge não devedor; e
b) se o bem for de uso pessoal do outro cônjuge.
Art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome
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constar no registro.
Parágrafo único. Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário
provar a aquisição regular dos bens.

Já estudamos que o título aquisitivo de propriedade imobiliária tem efeito


erga omnes quando devidamente registrado no Cartório de Imóveis
competente. Ou seja, a transferência do domínio apenas se dá com o registro.
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Desta forma, é proprietário do bem imóvel o cônjuge cujo nome constar no


registro imobiliário.
Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na
vigência do regime matrimonial.

Com o término do casamento efetuar-se-á a partilha, conferindo-se a


cada consorte a metade dos bens, amealhados pelo casal, a título oneroso,
trata-se da meação. Tal direito à meação é insuscetível de renúncia, cessão
(gratuita ou onerosa) ou penhora, protegendo-se o patrimônio da família e do
cônjuge.
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por
divórcio, verificar-se-á o montante dos aquestos à data em que cessou a
convivência.

A equalização dos bens para posterior divisão entre os consortes tem


como limite a data em que ocorreu o fim da convivência, ou seja, a data em
que ocorreu a separação de fato e não a data da dissolução da sociedade
conjugal ou do divórcio.
Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens
em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em
dinheiro ao cônjuge não-proprietário.

Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão


avaliados e, mediante autorização judicial, alienados tantos bens quantos
bastarem.

O artigo trata de mecanismos objetivos para a partilha dos bens entre os


cônjuges. Em primeiro lugar, tentar-se-á a divisão atribuindo-se a cada cônjuge
a propriedade exclusiva de determinados bens. Não sendo possível, avaliar-se-
ão alguns ou todos os bens, com a finalidade de reposição em dinheiro ao
cônjuge não proprietário. Inviabilizada esta segunda solução, os bens serão
avaliados e alienados tantos quantos bastem para a precisa meação do
patrimônio. Esta última hipótese depende autorização judicial.

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Art. 1.685. Na dissolução da sociedade conjugal por morte, verificar-


se-á a meação do cônjuge sobrevivente de conformidade com os artigos
antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros na forma estabelecida
neste Código.
A morte do cônjuge põe termo à sociedade conjugal, e,
consequentemente, extingue o regime matrimonial de bens. A apuração do
acervo partilhável far-se-á na seguinte proporção: 50% caberá ao cônjuge
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sobrevivente e a outra metade é transmitida aos herdeiros, em obediência às


regras estabelecidas neste Código.
Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua
meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
O art. 1.686 do CC trata da responsabilidade pelo pagamento das dívidas
contraídas por um dos cônjuges. quando superiores à sua meação. Em tais
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casos, o cônjuge que, não contraiu a dívida não responde por ela, e os herdeiros
são solidários até o valor correspondente à meação do falecido, ou seja, até o
valor da herança.

2.5.4 Regime de separação convencional de bens

Ter-se-á o regime de separação de bens quando, por lei ou pacto


antenupcial, cada consorte conservar, com exclusividade, o domínio, a posse e
a administração de seus bens presentes e futuros e a responsabilidade pelos
débitos anteriores e posteriores ao matrimônio.
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a
administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente
alienar ou gravar de ônus real.
Dessa forma, cada cônjuge, uma vez adotado o regime de separação de
bens, conservará a integral administração e fruição do que lhe pertence, sendo
que nem mesmo dependerá da anuência do outro cônjuge para alienar imóveis
ou gravar seus bens de ônus real.
Conclui-se que antes e durante o casamento existirão patrimônios
distintos para cada um dos cônjuges, conforme tabela a seguir:

ANTES DO CASAMENTO DURANTE O CASAMENTO

- patrimônio do marido; e - patrimônio do marido; e


- patrimônio da esposa. - patrimônio da esposa.

Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas


do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo
estipulação em contrário no pacto antenupcial.

Apesar de existirem patrimônios distintos para casa um dos cônjuges, o


Código Civil estipula a obrigação de ambos os cônjuges contribuírem com as
despesas comuns do casal, na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de

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seus bens, salvo disposição em contrário expressa em cláusula no pacto


antenupcial.

3. União Estável
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A CF/88 prevê em seu art. 226, §3º que “Para efeito da proteção do
Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.
Portanto, a união estável é um instituto diferente do casamento na medida em
que pode ser convertida neste. Não há celebração de um negócio jurídico solene
e formal como ocorre para o casamento. A união estável é caracterizada pela
informalidade.
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Já o art. 1.723 do CC assim dispõe: “É reconhecida como entidade familiar


a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública,
contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.
Observemos que o legislador caracteriza a união estável pela na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família. Não há requisitos no Código Civil como a coabitação
ou o lapso temporal. Assim, são requisitos para caracterizar união estável:
publicidade da convivência, continuidade e estabilidade da relação e o objetivo
de constituição de família.

Os mesmos impedimentos para o casamento (art. 1.521), que já


estudamos, aplicam-se à união estável. Exceto quando às pessoas casadas, que
separadas de fato ou judicialmente, podem se unir em união estável. Já as
causas suspensivas (art. 1.523) para o casamento não impedirão a
caracterização da união estável.

Desta forma, podemos concluir que:


- a união estável não é igual ao casamento; e
- não há hierarquia entre casamento e união estável.
Do conceito de união estável previsto no art. 1723 do CC podemos extrair
elementos caracterizadores essenciais e acidentais.

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ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA UNIÃO ESTÁVEL

ESSENCIAIS ACIDENTAIS

- Publicidade da união - Tempo


- Continuidade da união - Prole
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- Estabilidade da união - Coabitação


- Objetivo de constituição de família
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• A lei não exige prazo mínimo para a sua constituição, devendo ser
analisadas as circunstâncias do caso concreto (nesse sentido: TJSP,
Apelação com Revisão 570.520.5/4, Acórdão 3543935, São Paulo, 9.ª Câmara
de Direito Público, Rel. Des. Rebouças de Carvalho, j. 04.03.2009, DJESP
30.04.2009).
• Não há exigência de prole comum (TJMG,Acórdão 1.0024.02.652700-
2/001, Belo Horizonte, l ." Câmara Cível, Rel. Des. Eduardo Guimarães Andrade,
j. 16.08.2005, DJMG 26.08.2005).
• Não se exige que os companheiros ou conviventes vivam sob o mesmo
teto, o que consta da remota Súmula 382 do STF, que trata do concubinato e
que era aplicada à união estável. A jurisprudência atual continua aplicando essa
súmula (por todos: STJ, REsp 275.839/SP, 3." Turma, Rel. Min. Ari Pargendler,
Rel. p/ Acórdão Min. Nancy Andrighi, j. 02.10.2008, DJe 23.10.2008).
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art.
1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada
se achar separada de fato ou judicialmente.

Os impedimentos matrimoniais previstos no art. 1.521 do CC também


impedem a caracterização da união estável, havendo, na hipótese, o
concubinato citado no art. 1.727 do CC. Porém, o CC de 2002 passou a admitir
que a pessoa casada, desde que separada de fato ou judicialmente constitua
união estável.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da
união estável.

Não confunda! As causas impeditivas matrimoniais impossibilitam a


caracterização da união estável. Por outro lado, as causas suspensivas
matrimoniais não impossibilitam a união estável.

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Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos


deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e
educação dos filhos.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros,
aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão
parcial de bens.

Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante


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pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.

Os arts. 1.724 a 1.727 são de simples entendimento.


Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos
de casar, constituem concubinato.

Também temos o conceito de concubinato. Assim, as relações não


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eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem


concubinato. Para que tal instituto seja diferenciado do casamento, veja a
tabela a seguir:

UNIÃO ESTÁVEL CONCUBINATO

É uma entidade familiar Não é uma entidade familiar, mas sim


uma mera sociedade de fato

Pode ser constituída por pessoas Será constituída entre pessoas


solteiras, viúvas, divorciadas ou casadas não separadas, ou havendo
separadas de fato, judicialmente ou impedimento matrimonial decorrente
extrajudicialmente de parentesco ou crime

As partes são denominadas As partes são chamadas de


companheiros ou conviventes concubinos

Há direito à meação patrimonial, Não há direito à meação patrimonial,


direito à alimentos e direitos direito a alimentos ou direito
sucessórios sucessório

Para finalizar este assunto, em resumo, na tabela abaixo, vejamos


algumas características e efeitos da união estável:

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União estável

Conversão em Mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no


casamento Registro Civil (art. 1.726)

Regime de Regra: regime da comunhão parcial de bens (art.


casamento 1.725)

Exceção: regime diverso previsto em contrato de


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convivência escrito entre os companheiros.

Formalização Escritura pública em cartório de notas


(registro)
Contrato particular em cartório de registro de títulos e
documentos
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

Coabitação Não se exige a convivência sob o mesmo teto para


caracterizar a união estável (Súmula 382, STF)

Meação: comunhão parcial de bens.

Sucessórios – art. 1.790: participam da sucessão do outro,


Direitos quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da
união estável.

Alimentos – art. 1.694: podem os companheiros pedir uns


aos outros.

Deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação


dos filhos.

Obs.: União homoafetiva: O STF, em 2011, reconheceu a possibilidade


jurídica de um casal formado por pessoas do mesmo sexo de constituir uma
entidade familiar (STF, ADI 4.277/DF e ADPF 132/RJ, rel. Min. Ayres Britto, j.
04 e 05.05.2011). Assim, a chamada união homoafetiva se sujeita às mesmas
regras da união estável prevista no Código Civil.

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Então, é isso!
Aqui encerramos a nossa aula teórica de hoje.

Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri 26 de 26


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