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Jornal GGN
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06/02/2021
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no OutrasPalavras
“Se o governo abandonar a âncora fiscal, o Banco Central vai ter que
agir”, disse o atual presidente da autoridade monetária brasileira,
Roberto Campos Neto, em meados de dezembro último;1 “o teto de
gastos é a principal âncora fiscal do país”, afirmara, uma semana antes,
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, para sugerir que seria
preciso reforçá-la, aprovando as reformas;2 no dia anterior, um prócer
do mercado financeiro mostrara-se preocupado com a “perda de
credibilidade” de nossa âncora fiscal.3 Mas o que isso significa, afinal?
Mas quais seriam os preços candidatos a fazer tal papel? Será que o
preço da banana serve? Hummm… parece que não, no mínimo porque
nem todos gostam de banana e tanto faz se o preço dela sobe ou desce;
ademais, banana não é insumo de grande utilização na produção de
outros bens, e, assim, se seu preço sobe muito, por qualquer razão, seu
impacto sobre os demais preços é bastante reduzido.
A impressão intuitiva de que o preço da fruta tão brasileira não parece
se adequar à referida tarefa se estende aos preços dos demais bens e
serviços. Aqueles que podem desempenhar adequadamente tal função
são especiais: o preço da divisa (a taxa de câmbio) e o preço do próprio
dinheiro (a taxa de juros). No primeiro caso, falamos de âncora cambial;
no segundo, de âncora monetária.
Quando o Plano Real teve início efetivo, ou seja, quando a nova moeda
começou a existir em 1.º de julho de 1994, a taxa de câmbio funcionou
como âncora (apesar do não reconhecimento disso por parte do
governo). Pensado para nascer como paritário à nova moeda, ou seja,
US$ 1,00 = R$ 1,00, o preço da divisa, no entanto, começou sua nova
jornada a R$ 0,87. Na euforia da estabilização trazida pelo artifício da
Unidade Real de Valor (URV), que funcionara de 1.º de março a 30 de
junho daquele ano e conseguira debelar a chamada inflação inercial, o
governo soltou o valor do câmbio para ver no que dava e acertou na
aposta: a nova moeda nascia “mais forte” que o dólar americano.
A resposta é que tal preço não existe, ou seja, o termo não faz o menor
sentido. “Âncora fiscal” é só o outro nome que se passou a dar,
capciosamente, ao famigerado e criminoso teto de gastos, aprovado no
governo do golpista Michel Temer como parte do projeto de destruição
neoliberal de nosso Estado. Veja-se quão artimanhosa, por neutra e
“técnica”, fica a ideia da necessidade do teto quando se começa a
chamá-lo de “âncora”. O conto (do vigário) que passa a prevalecer é que
tudo na economia, não só o comportamento dos preços, depende da
manutenção de tal expediente. Trata-se de uma sorte sutil de terrorismo
econômico: não é preciso mais ameaçar explicitamente; o termo já
carrega em si o inelutável naufrágio a quem desobedecer a bússola.
1 https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-
politica/noticia/2020/12/15/se-governo-abandonar-ancora-fiscal-banco-
central-vai-ter-que-agir-diz-campos.ghtml
3 https://www.terra.com.br/economia/teto-de-gastos-como-ancora-
fiscal-perdeu-um-pouco-de-
credibilidade,829462c8cdc734738872f01ee3be619erx1q6adj
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06/02/2021
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Armadilha de Liquidez na Economia Brasileira
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Os monetaristas foram os primeiros críticos da outrora influente teoria
keynesiana com a proposição de haver uma demanda altamente elástica
por dinheiro em relação às mudanças de curto prazo na taxa de juro
sobre ativos de curto prazo líquidos. Em sua forma extrema, essa ideia
se expressou como a situação de “armadilha de liquidez”.
Jornal GGN
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30/01/2021
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do Blog da Boitempo
Como assim uma invasão, uma sedição, uma conspiração? Eles estavam
apenas recuperando “sua casa”. Como isso poderia ser um crime, já
que o próprio presidente lhes pediu que realizassem tais atos? Aqueles
que tentaram encontrar, matar ou sequestrar autoridades eleitas
claramente tinham planos violentos, muito bem documentados em seus
diversos sites na internet, e ignorados por policiais complacentes. E o
ataque à polícia, até mesmo a morte por esmagamento de uma das
suas, Rosanne Boyland, passaram despercebidos no calor do alvoroço
letal.
Pode até mesmo ser que a matança final de Trump, que tirou a vida de
13 pessoas desde que as execuções federais foram retomadas em Julho
de 2020, seja outro exemplo da prontidão a matar que marca estes dias
finais. Onde quer que exista uma recusa generalizada ao
reconhecimento da perda de vidas, matar torna-se, certamente, mais
fácil. Estas vidas não são totalmente consideradas enquanto tais, e sua
perda não é verdadeiramente tida como significativa. Nesse sentido, os
últimos dias de Trump, incluindo o assalto ao Capitólio, são uma réplica
violenta ao movimento Black Lives Matter.
***
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Joe Biden. Foto: Wikimedia Commons
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Paulo Guedes tenta começar o ano dando alguma satisfação ao mercado
financeiro, retomando compromisso de desmonte do Banco do Brasil e do
Estado – Evaristo Sa/AFP
Dois comentários:
Karol
Conká no BBB21. Foto: Reprodução/Globo
Gente que usa seu “lugar de fala” (um conceito que vem
sendo erroneamente empregado há anos) para silenciar e
humilhar os outros. Gente que quer discutir temas de extrema
relevância para uma sociedade inteira baseando-se apenas em
“vivências”, de preferência excluindo do debate qualquer um
que não concordar.
Quer saber quem de fato luta por uma causa e quem quer
apenas um “lugar de fala” pra diminuir os outros e ganhar
dinheiro? Observe quem luta por um grupo e quem luta
apenas por si, e repare bem naqueles que dizem ou querem
fazer parecer que empoderamento tem a ver com “mamacita
fala, vagabundo senta”.
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A Lei de Gérson não rolou dessa vez. Que pena que um jogão
de 7 gols e duas viradas fique marcado por duas acusações,
SEM PROVAS, de racismo.