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AMBIENTAL
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ÍNDICE
1. LICENCIAMENTO AMBIENTAL.................................................................................... 4
Licenciar significa dar permissão, anuência, consentir, autorizar que algo seja feito.
Solicitar a licença, nesse sentido, é pedir autorização do Poder Público para o uso atípico
do meio ambiente.
Por que uso atípico? Pois bem, nós, seres humanos, em regra, fazemos uso típico do
meio ambiente, utilizando-o para nossa sobrevivência. Há, contudo, pessoas físicas e
jurídicas que fazem uso do meio ambiente para fins atípicos, fins econômicos.
Por exemplo: não é necessária licença ambiental para respirar, mas é necessária
para o envasamento de gases para comercialização.
Pelo fato de o licenciamento ambiental ser uma ferramenta de gestão ambiental que
auxilia o Poder Público a atuar no controle do uso atípico do meio ambiente, prevenindo
e precavendo eventual impacto ambiental negativo, temos que o processo visa a decidir
se o empreendimento dará uso indevido ao recurso ambiental.
Não por outro motivo, podemos considerar o licenciamento ambiental como instrumento
de aplicação direta do princípio da prevenção.
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Embora ambos sejam instrumentos que têm por finalidade evitar danos e ilícitos contra
o meio ambiente, ressaltando os princípios da prevenção e da precaução, a razão de ser
de um dos institutos é diferente do outro.
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LICENÇA AMBIENTAL
2. Licença Ambiental
É o ato administrativo complexo resultante do procedimento administrativo de
licenciamento ambiental, dotado de amplo contraditório, no qual são realizados estudos
ambientais para embasar a concessão ou denegação do pedido. Toda licença necessita
de um Estudo de Impacto Ambiental.
Ocorre que, mesmo com tantos estudos técnicos, é possível que a licença ambiental seja
inviável, já que não se constatou nenhuma medida suficiente para compensar os danos
ambientais.
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Licença Instalação (LI)
Nesta fase, o Poder Público autoriza a instalação de determinado empreendimento ou
atividade, de acordo com as especificações dos planos, programas e projetos aprovados
na LP. Na LI, incluem as medidas de controle ambiental e demais condicionantes que
constituam motivo determinante para o início da operação.
Ressalta-se que, mesmo antes da LP, é necessário que todos os estudos ambientais
estejam prontos.
Uma vez concedida a licença ambiental, nada impede que a Administração Pública
modifique, acrescente ou estipule novas condicionantes e medidas de controle e
adequação, podendo, inclusive, suspender ou cancelar uma licença expedida quando
houver
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Curiosidade! Parte da doutrina fala em discricionariedade técnica da Adminis-
tração Pública, pois, embora a licença ambiental seja uma licença administra-
tiva propriamente dita, possuindo caráter definitivo, é possível que o Estado
exija mais do que o simples cumprimento da norma. A discricionariedade,
então, está na necessidade de o órgão ambiental contemplar o equilíbrio entre
o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente.
Em atividades em que não está presente significativo impacto, ainda sim, a licença será
necessária, mas os estudos serão de menor porte que o EIA.
Por fim, importante deixarmos claro que o EIA RIMA não substitui o Estudo de Impacto
de Vizinhança, e vice-versa.
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MECANISMOS DE
PROTEÇÃO AO MEIO
AMBIENTE: TUTELA
PROCESSUAL DO MEIO
AMBIENTE
3. Mecanismos de Proteção ao Meio Ambiente: Tutela
Processual do Meio Ambiente
O Direito Ambiental é direito humano de terceira dimensão. Tendo o Brasil sido signatário
dos principais Tratados Internacionais sobre a matéria e com a vigência da CRFB/88, o
ramo jurídico ganhou importância jurídica e eficácia normativa.
Mas e quando os Tratados, a Constituição e as Lei não são cumpridas e o direito material
é violado? Surge a necessidade das tutelas jurisdicionais.
Para cada tipo de crise jurídica, há um tipo específico de técnica processual, que deve ser
escolhida pelo critério de eficiência, adequação e efetividade.
Ocorre que, com a evolução dos conflitos, sobretudo no ramo do Direito Ambiental,
verificou-se a insuficiência da técnica do processo individual para tutelar os direitos da
sociedade, os direitos difusos e coletivos). Daí, surgiram as técnicas processuais coletivas.
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Ação Popular Ambiental
Ação coletiva interposta por qualquer cidadão, isto é, sujeito com título de eleitor ativo
e regular, que busca a invalidade de um ato praticado pela Administração Pública, tendo
em vista sua lesividade, em defesa do patrimônio Público.
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MECANISMOS DE
PROTEÇÃO AO MEIO
AMBIENTE: ESPAÇOS
TERRITORIAIS
ESPECIALMENTE
PROTEGIDOS
4. Mecanismos de Proteção ao Meio Ambiente: Espaços
Territoriais Especialmente Protegidos
Sem dúvidas, um dos mais importantes instrumentos de proteção ambiental é a “criação
de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, Estadual e
municipal”, instituído pelo inciso VI, do artigo 9°, da Política Nacional do Meio Ambiente.
Trata-se de uma determinação constitucional, prevista no artigo 225, º1°, inciso III, para
que o Poder Público defina os chamados espaços territoriais especialmente protegidos.
Apesar da importância de tal disposição, apenas no ano de 2000, com a edição da Lei
n° 9.985/2000, com o chamado SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza), é que houve a devida regulamentação legislativa. Somente depois que
outras Leis passaram a tratar do tema, como o Código Florestal, regulando sobre as tão
conhecidas APP, Reserva Legal e a Servidão Florestal.
Para que se perceba a necessária cautela com os temas, o SNUC traz, no seu artigo 2°,
inciso I, a definição de unidade de conservação:
I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção;
A Lei ° 9.985/2000 criou dois grupos de espaços ambientais especialmente protegidos, cada um deles
com diversas espécies e características próprias. São eles: unidades de proteção integral e unidades de
uso sustentável.
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• Regime especial de fruição: é um regime legal ao qual todos os EEPs estão
submetidos desde o seu reconhecimento pelo Poder Público até a supressão, no
qual regras específicas de utilização estão dispostas;
• Estação ecológica: regulada no art. 9°, tem por objetivo a preservação da natureza
e a realização de pesquisas científicas;
• Monumento Natural: regulado no art. 12, foi criado para preservar sítios naturais
raros, singulares ou de grande beleza cênica;
• As unidades de uso sustentável, por sua vez, seguem-se no artigo 14 da Lei, sendo
elas:
• Área de proteção ambiental: regulada no art. 15, é uma área extensa, com certo
grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações humanas. O objetivo maior é proteger a diversidade biológica.
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• Floresta Nacional: regulada no art. 17, é uma área com cobertura florestal
de espécies predominantemente nativas. A proteção da área objetiva o uso
sustentável de recursos naturais e pesquisa científica.
• Reserva extrativista: regulada no art. 18, consiste em uma área utilizada por
populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo
e na agropecuária de subsistência. Diferente das outras espécies, essa visa a
proteger os meios de vida e cultura das populações, assegurando o uso sustentável
dos recursos.
• Reserva de fauna: regulada no art. 19, trata-se de área natural com populações
animais de espécies nativas, residentes ou migratórias, adequada para estudos
científicos.
• Reserva particular do patrimônio natural: regulada no art. 21, por fim, objetiva
preservar a natureza ao mesmo tempo em que assegura condições de reprodução
e melhoria da manutenção da vida por meio de exploração dos recursos naturais
das populações tradicionais.
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MECANISMOS DE
PROTEÇÃO AO MEIO
AMBIENTE: O CÓDIGO
FLORESTAL
5. Mecanismos de Proteção ao Meio Ambiente: O Código
Florestal
O antigo Código Floresta, Lei n° 4.771/65, era um dos diplomas legislativos
infraconstitucionais mais importantes na proteção ao meio ambiente. Por diversas vezes
alterado, sobreviveu às pressões e opressões de interesses particulares, tornando-se
imprescindível e decisivo sobretudo na proteção de vegetação nativa.
Em contraste com o antigo código, a Lei n° 12.651/12 foi promulgada, revogando o texto
do antigo diploma e inaugurando a vigência de um novo Código Ambiental, instituindo
regras gerais sobre onde e de que forma o território brasileiro pode ser explorado.
Para o nosso tema, por ora, interessam as alterações sofridas pelos institutos das Áreas
de Preservação
Área de Preservação
O novo código Florestal utiliza dois tipos: a Reserva Legal e a Área de Preservação
Permanente, sendo que as regras do diploma legal são válidas para todas as propriedades
com vegetação nativa e original, ou para áreas desmatadas ilegalmente após junho de
2008.
Lembra-se do conflito narrado acima? Pois bem, foram as áreas de preservação que
tiveram sua dimensão diminuída.
Reserva Legal
Trata-se de uma limitação administrativa, gratuita e com finalidade pública, de condicionar
o uso da propriedade em prol do interesse social. Na prática, refere-se a porcentagem de
cada propriedade que deve ser preservada, variando de acordo com a região localizada.
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Serão de:
Cuidado! As áreas sujeitas à reserva legal, dos 20% referentes aos demais biomas do
país, devem estar localizadas na Amazônia legal.
A alteração na reserva legal é um dos temas mais polêmicos que circundam o novo
Código Florestal, porque o legislador diminui restrições existentes no antigo código.
Inclusive, para os fins de cálculo da Reserva Legal, permite-se computar as APPs como
reserva legal, o que importa nítida perda na questão de defesa de direitos.
No que tange aos limites da APP, consideram-se o critério técnico e a função ecológica
que possuem cada área. O legislador previu duas hipóteses de instituição da APP: pela
própria Lei ou por Ato do Poder Executivo.
A alteração, feita pelo novo código em relação ao anterior, é a redução da perda das
áreas agricultáveis. Agora, há autorização ao proprietário de compensar as áreas de
preservação permanente para calcular o percentual de reserva legal.
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MECANISMOS DE
PROTEÇÃO AO MEIO
AMBIENTE: GESTÃO
INTEGRADA DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
6. Mecanismos de Proteção ao Meio Ambiente: Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos
Após mais de 20 anos em debate, a Lei n° 12.305/2010, regulamentada pelo Decreto n°
7.404/2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Com a Lei, conquistou-se a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que, nos termos do
artigo 3°, inciso XI, da lei 12.305/2010, é um “conjunto de ações voltadas para a busca de
soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica,
ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento
sustentável”.
Atenção! A Lei diferencia resíduo de rejeito. Resíduo é o lixo que pode ser
reaproveitado ou reciclado, e rejeito é aquele que não é passível de reaprovei-
tamento. A Lei n° 12.305/2010 aplica-se a todo tipo de resíduos (doméstico,
industrial, da construção civil, lâmpadas de vapores, perigosos, etc), exceto os
resíduos radioativos, que são regulados por lei própria.
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Licenciamento
Ambiental
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