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ÚTERO
LAONCO E LION
1
Sumário
INTRODUÇÃO......................................................................................................3
EPIDEMIOLOGIA.................................................................................................4
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INTRODUÇÃO
3
A atenção básica tem o papel de fortalecer a rede de prevenção, diagnóstico
e tratamento dos cânceres do colo de útero e as ações de prevenção e qualificação
do diagnóstico precoce e tratamento dos cânceres do colo de útero, garantir acesso
ao exame preventivo de rastreamento de qualidade a todas as mulheres nas faixas
etárias e periodicidade preconizadas, independentemente de renda, raça/cor,
reduzindo desigualdades, garantir tratamento adequado às mulheres com
diagnóstico de lesões precursoras de câncer de colo de útero (Ministério da Saúde,
2011).
EPIDEMIOLOGIA
Alagoas tem uma taxa ajustada estimada de 5,86 casos para cada 100 mil
mulheres, para o ano de 2018, e uma taxa bruta estimada de 18,49 casos para cada
100 mil mulheres.
POR ESTADO (ALAGOAS): Haverá uma estimativa de 320 novos casos, com a taxa
bruta de 18,49 e a taxa ajustada de 18,57 para o ano de 2018 em Alagoas.
POR CAPITAL (MACEIÓ): Haverá uma estimativa de 130 novos casos, com
taxa bruta de 23,27 e a taxa ajustada de 21,42 para o ano de 2018 em Maceió.
O instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano biênio
2018/2019, sejam diagnosticados 16.370 novos casos de Câncer de colo do útero
no Brasil, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres,
ocupando a terceira posição.
Representa o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do
câncer de mama e do colo retal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer
no Brasil. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico
precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença
invasiva. Ou seja: o estágio mais agressivo da doença. Atualmente 44% dos casos
são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é
localizada (INCA, 2009).
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Os pré-cânceres de colo do útero são diagnosticados com muito mais
frequência do que o câncer de colo do útero invasivo. O câncer de colo do útero foi
uma das causas mais comuns de morte por câncer em mulheres americanas. A taxa
de mortalidade por câncer de colo do útero caiu significativamente com o aumento
do rastreamento da doença com o exame de Papanicolau. Mas isso não mudou
muito nos últimos 15 anos (INCA, 2009).
2.3 Taxas de mortalidade por câncer, brutas e ajustadas por idade pelas
populações mundial e brasileira, por 100.000, segundo sexo, faixa etária,
localidade e por período selecionado.
BRASIL
Número de
Faixa Etária Taxa Específica
Obito
15 a 19 16 0,05
20 a 29 628 0,89
30 a 39 2.727 4,42
40 a 49 4.293 8,23
50 a 59 4.902 12,47
60 a 69 4.196 16,99
6
70 a 79 3.077 21,38
80 ou mais 2.028 27,75
7
NORDESTE
Número de Taxa
Faixa Etária
Óbitos Específica
15 a 19 6 0,03
20 a 29 168 0,42
30 a 39 834 2,59
40 a 49 1.368 5,37
50 a 59 1.504 8,47
60 a 69 1.293 10,94
70 a 79 1.025 15,11
80 ou mais 701 19,92
ALAGOAS
Número de Taxa
Faixa Etária
Óbitos Específica
15 a 19 0 0
20 a 29 9 0,39
30 a 39 61 3,28
40 a 49 91 6,32
50 a 59 75 7,54
60 a 69 71 11,18
70 a 79 46 13,85
80 ou mais 33 21,29
MACEIÓ
Número de
Faixa Etária Taxa Específica
Óbitos
15 a 19 0 0
20 a 29 2 0,28
30 a 39 29 4,56
40 a 49 37 7,33
8
50 a 59 34 10
60 a 69 28 14,88
70 a 79 12 12,99
80 ou mais 12 28,02
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SINAIS E SINTOMAS
Sinais e Sintomas:
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- Casos mais extremos podem evoluir com sintomas decorrentes de
Invasão/obstrução das estruturas adjacentes, como hematúria e ureterohidronefrose
secundários à invasão do trato geniturinário ou hematoquezia e suboclusão intestinal
pela invasão do reto.
- Ao exame especular podem ser evidenciados sangramento, tumoração, ulceração
e necrose no colo do útero;
- No toque vaginal pode mostrar alterações na forma, tamanho, consistência e
mobilidade do colo do útero e estruturas subjacentes.
Obs: As lesões cervicais precursoras apresentam-se em graus evolutivos, do ponto
de vista cito-histopatológico, sendo classificadas (Bethesda, 1988) como neoplasia
intraepitelial cervical (NIC) de graus I (lesão de baixo grau), II e III (lesões de alto
grau).
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O câncer do colo uterino invasor, em cerca de 90% dos casos, evolui a partir
da NIC, mas nem toda NIC progride para um processo invasor. Todas as NIC devem
ser consideradas lesões significativas e como tal devem ser tratadas. O método de
escolha para o tratamento varia de acordo com o grau da NIC e com a experiência
do ginecologista em executá-lo.
Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero,
dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermoide, tipo
mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 80% dos
casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular.
A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções
por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo
que acima dessa idade a persistência é mais frequente (IARC, 2007).
Lesões precursoras
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O câncer do colo do útero inicia-se a partir de uma lesão precursora, curável
na quase totalidade dos casos. Trata-se de anormalidades epiteliais conhecidas
como neoplasias intraepiteliais cervicais de graus II e III (NIC II/III), além do
adenocarcinoma in situ (AIS). Apesar de muitas dessas lesões poderem regredir
espontaneamente, sua probabilidade de progressão é maior, justificando seu
tratamento.
População-alvo
Recomendações:
• O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já
tiveram atividade sexual.
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• Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame
citopatológico, deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se
ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames
adicionais.
DIAGNÓSTICO
Identificação: devemos obtê-la através dos dados da idade, cor, estado civil,
profissão, endereço, local de origem, nível sócio-econômico.
Queixa principal e história da doença atual: serão investigadas em
profundidade, procurando saber seu início, duração e principais
características a ela relacionadas.
Antecedentes gineco-obstétricos: desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários, menarca, ciclo menstrual (detalhar alterações), data da última
menstruação, presença ou não de dismenorréia e tensão pré-menstrual,
número de gestações e paridades com suas complicações, atividade sexual e
métodos de anticoncepção, cirurgias, traumatismos, doenças, DST e Aids.
História pessoal ou antecedentes: investigar quais as doenças apresentadas
pela paciente durante sua existência – passado e presente.
História familiar: antecedentes de neoplasia ginecológica (mama, útero,
ovário) ou TGI; antecedentes de osteoporose; em algumas situações idade da
menarca e menopausa materna e de irmãs.
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2. Exame físico geral
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Exame ginecológico: A inspeção dos órgãos genitais externos é realizada
observando-se a forma do períneo, a disposição dos pêlos e a conformação externa
da vulva (grandes lábios). Realizada esta etapa, afastam-se os grandes lábios para
inspeção do intróito vaginal. Desta forma visualizamos a face interna dos grandes
lábios e o vestíbulo, hímen ou carúnculas himenais, pequenos lábios, clitóris, meato
uretral, glândulas de Skene e a fúrcula vaginal. Deve-se palpar a região das
glândulas de Bartholin; e palpar o períneo, para avaliação da integridade perineal.
(VIANA; PETENUSSO 2007).
3. Exame especular
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No diagnóstico do câncer de colo de mama, ao exame especular pode-se
encontrar a forma exofítica com verrugas ou massa de tecido sangrante no colo que
cresce para a luz da vagina. Há também a forma endofítica, em que o tumor cresce
em profundidade na parede do colo, tornando-o endurecido e com maior volume. A
forma ulcerativa é caracterizada pela presença de lesão ulcerada na superfície, que
pode sangrar ao toque. Ainda no exame especular se faz o teste de Schiller, que
orientará a biópsia, quando for positivo. Deve-se fazer o toque retal para verificar se
houve invasão dos paramétrios, fato importante para estabelecer o estadiamento e a
conduta terapêutica adequada. (CARVALHO, et al. 2008).
4. Citologia oncológica
A maioria dos casos de câncer do colo uterino pode ser prevenida por meio
do rastreamento. A citologia oncótica é o principal método utilizado no diagnóstico
precoce das lesões cervicais. Em locais onde a qualidade, cobertura e seguimento
do rastreamento citológico são elevados, a incidência do câncer cervical foi reduzida
em até 80%. (GONTIJO, et al. 2005).
Resultados citológicos
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inflamatório. (INCA, 2016)
20
10. Células glandulares atípicas de significado indeterminado, possivelmente não
neoplásicas ou células glandulares atípicas de significado indeterminado
quando não se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau: esse diagnóstico
possibilita de tratar-se de neoplasia intraepitelial escamosa, AIS,
adenocarcinoma invasor do colo uterino, adenocarcinoma do endométrio e,
mais raramente, neoplasia extrauterina, além de outras derivações
mullerianas. Recomendado a avaliação endometrial com ultrassonografia
transvaginal (USTV) em pacientes acima de 35 anos e, caso anormal, estudo
anatomopatológico do endométrio. (INCA, 2016)
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11. Células atípicas de origem indefinida, possivelmente não neoplásicas ou
células atípicas de origem indefinida, quando não se pode afastar lesão de
alto grau: quando não existe clareza na origem da célula atípica, em casos
difíceis de diferenciar uma lesão escamosa de presente no interior de
glândulas e uma lesão glandular. É recomendável a avaliação dos demais
órgãos pélvicos com exame de imagem, e a avaliação endometrial é
recomendada em pacientes acima de 35 anos. Abaixo dessa idade, a
investigação endometrial deverá ser realizada se presente sangramento
uterino anormal ou se a citologia sugerir origem endometrial. (INCA, 2016)
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12. Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau: é uma manifestação citológica
da infecção causada pelo HPV, altamente prevalente e com potencial de
regressão frequente, especialmente em mulheres com menos de 30 anos.
Mulheres até 24 anos, caso tenham sido submetidas ao exame citopatológico
e apresentem alterações citológicas compatíveis com LSIL, devem repetir a
citologia em três anos, em qualquer momento, caso apresentem citologia com
alterações mais graves, deverão ser encaminhadas para colposcopia. (INCA,
2016)
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13. Lesão intraepitelial escamosa de alto grau: 70% a 75% das mulheres com
laudo citopatológico de HSIL apresentam confirmação histopatológica desse
grau de doença e em 1% a 2%, de carcinoma invasor. Dados da literatura
evidenciam a necessidade de tratamento das lesões pré-invasivas para
impedir sua progressão para o câncer. Mulheres até 24 anos: apresenta
elevada prevalência de infecção pelo HPV, no entanto, mostra baixa
incidência de HSIL e de carcinoma invasor. (INCA, 2016)
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14. Lesão intraepitelial de alto grau não podendo excluir microinvasão ou
carcinoma epidermoide invasor: O carcinoma microinvasor constitui o
estadiamento IA da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia
(FIGO) e também é denominado microcarcinoma. É uma lesão definida
microscopicamente e subdivide-se em duas categorias ou estádios: IA1
(profundidade de invasão ≤ 3mm e extensão ≤ 7mm no epitélio) e IA2
25
(profundidade de invasão >3 e ≤ 5mm e extensão ≤ 7mm no epitélio). (INCA,
2016)
26
5. Colposcopia e Biópsia
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As lesões pré-neoplásicas e as microinvasoras são assintomáticas.
Eventualmente, cursam com corrimento e/ou sangramento espontâneo ou pós-coital
(sinusorragia). O diagnóstico é sugerido pela citologia tríplice e deve ser confirmado
por colposcopia e biópsia dirigida. Como método para diagnóstico, a conização é
indicada nos casos em que a colposcopia não for satisfatória ou houver discordância
entre o resultado da citologia e o da biópsia dirigida30(D). Além dos casos
diagnosticados pela citologia, as pacientes com lesões visíveis do colo devem
também ser encaminhadas para colposcopia. (Andrade, et al. 2001). O exame
clínico e a biópsia dirigida por colposcopia, quando mostram carcinoma francamente
invasor, leva ao diagnóstico sem a necessidade de conização. No entanto, quando o
diagnóstico por biópsia é de lesão pré-neoplásica de alto grau ou de lesão
microinvasora, há necessidade de conização para confirmação. (Andrade, et al.
2001).
6. Ultrassonografia abdominopélvica
Estadio IIb - o carcinoma ultrapassa o colo e atinge o paramétrio, sem atingir parede
pélvica
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Estadio IIIa - o carcinoma atinge terço inferior da vagina; se há invasão parametrial
não há comprometimento até parede pélvica.
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Referências
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de Treinamento em Exame Ginecológico. In:VIII Symposium on Virtual Reality SVR.
ISBN. 2006. p. 857669067-5. Disponível em:
<http://www.de.ufpb.br/~labteve/publi/2006_svr3.pdf>. Acesso em: 25 jul 2018.
VIANA, D. L.; PETENUSSO, M. Manual para a realização de exame físico. Ed. 1.
São Pailo: Yendis, 2007.
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