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Câncer do

Colo do Útero

Nomenclatura
Brasileira

Professora: Renata O. Libonate


Histórico
Desde que Papanicolaou criou a primeira nomenclatura classificando
as células que observava, acreditando serem a representação de lesões
neoplásicas, ocorreram diversas modificações que incorporaram
progressivamente o conhecimento adquirido sobre a história natural
dessas lesões, sempre na tentativa de melhorar a correlação cito-
histológica.
• Classificação de Papanicolaou
(1943)
• Classe I - ausência de células atípicas ou
anormais;
Nomenclatura
• Classe II - citologia atípica, mas sem
brasileira para evidência de malignidade;
laudos
• Classe III - citologia sugestiva, mas não
citopatológicos conclusiva, de malignidade;
cervicais • Classe IV - citologia fortemente sugestiva
de malignidade;

• Classe V - citologia conclusiva de


malignidade.
Evolução da nomenclatura

Classificação de Reagan (1953) - OMS (1962)


Reagan

Introduziu o termo displasia para descrever alterações menos


severas que as do carcinoma “in situ” e relatou que estas lesões
mesmo sem tratamento poderiam regredir ou permanecer
inalteradas por muitos anos.

Poulsen

Definiu displasia para OMS como um lesão em que parte da


espessura do epitélio esta modificada, com substituição por
células que mostram vários graus de atipias.
Reagan (displasias) (OMS) – 1953

Displasia leve
Displasia moderada
Displasia acentuada
Carcinoma “in situ”
Evolução da nomenclatura
Classificação de Richart (Neoplasia
intraepitelial -NIC) 1967

Em uma etapa posterior, estabeleceu-se o conceito de Neoplasia


Intraepitelial cervical – NIC que englobaria todos os graus de
displasia e carcinoma in situ.
NIC I
NIC II
NIC III
Classificação de Richart (Neoplasia
intraepitelial -NIC) 1967

Surgiram mais tarde terminologia como:

VAIN – neoplasia intraepitelial vaginal


VIN – neoplasia intraepitelial vulvar
PIN – neoplasia intraepitelial peniana
Evolução da nomenclatura
Sistema BETHESDA 1988/1991-2001/2014

“Um pequeno grupo de indivíduos com experiencia em


citopatologia, histopatologia, e gerenciamento de pacientes
atendidas no Instituto Nacional de Saúde, em Bethesda,
Maryland, se reuniram na primeira oficina de Bethesda, e foi
centrada na resposta as questões relacionadas com a grande
variabilidade na comunicação de resultados de citologia
cervical.”
“O objetivo foi estabelecer terminologia que proporcionaria
limites claros para a gestão e reduzir a variabilidade inter
observador. “
Evolução da nomenclatura
Sistema BETHESDA 1988/1991-2001/2014
A classificação citológica mais atual do esfregaço cervical é o sistema
Bethesda. E incorporou vários conceitos e conhecimentos
adquiridos que, resumidamente, são:
• O diagnóstico citológico deve ser diferenciado para as células
escamosas e glandulares;
• A inclusão do diagnóstico citomorfológico sugestivo da infecção por
HPV, devido ás evidências do envolvimento desses vírus na
carcinogênese dessas lesões, dividindo-as em lesões
intraepiteliais de baixo grau (LSIL) e alto grau (HSIL),
ressaltando o conceito da possibilidade de evolução para neoplasia
invasora;
• A introdução da análise da qualidade do esfregaço.
LSIL – Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau
LSIL - Low-grade squamous intraepithelial lesion

HSIL – Lesão intraepitelial escamosa de alto grau


HSIL - High-grade squamous intraepithelial lesion
RICHART SISTEMA
Papanicolaou (1943) REAGAN (1953)
(1967-1990) BETHESDA
(1991)

HPV
LSIL
DISPLASIA LEVE NIC I

DISPLASIA
CLASSE III MODERADA NIC II

DISPLASIA
HSIL
ACENTUADA
NIC III

CARCINOMA
CLASSE IV
“IN SITU”
NOMENCLATURA BRASILEIRA (COMPARAÇÃO)
Avaliação pré analítica:
Nomenclatura anterior: Não há.
Nomenclatura atual: Amostra rejeitada por:
• Ausência ou erro de identificação da lâmina e/ou do frasco;
• Identificação da lâmina e/ou do frasco não coincidente com
a do formulário;
• Lâmina danificada ou ausente;
• Causas alheias ao laboratório (especificar);
• Outras causas (especificar).

Epitélio representados na Amostra


Nomenclatura anterior : Não há.
Nomenclatura atual : Escamoso / Glandular / Metaplásico
NOMENCLATURA BRASILEIRA (COMPARAÇÃO)

Adequabilidade da amostra:
Nomenclatura anterior: Satisfatória
Satisfatória mas limitada
Insatisfatória
Nomenclatura atual:
•Satisfatória
• Insatisfatória para avaliação oncótica devido ao:
- Material acelular ou hipocelular (< 10% do esfregaço)
- Leitura prejudicada (> 75% do esfregaço) por presença de:
- sangue
- piócitos
- artefatos de dessecamento
- contaminantes externos
- intensa superposição celular
- outros (especificar)
NOMENCLATURA BRASILEIRA (COMPARAÇÃO)
Atipias de Significado Indeterminado
Nomenclatura anterior: somente para células
escamosas e glandulares
(ASCUS E AGUS)
Nomenclatura atual:
Células Atípicas de Significado Indeterminado
•Escamosas

•Glandulares

•De origem indefinida


•Possivelmente não neoplásicas
•Não se pode afastar lesão de alto grau
NOMENCLATURA BRASILEIRA (COMPARAÇÃO)
Atipias em Células Escamosas
Nomenclatura anterior Nomenclatura atual
•Atipias de significado • Células escamosas atípicas
indeterminado (ASCUS) - De Significado Indeterminado
(ASC-US)
- Não se pode afastar lesão de alto grau
(ASC-H)
•Efeito citopático compatível • Lesão intra-epitelial de baixo grau
com HPV (compreendendo efeito citopático pelo HPV
e neoplasia intra-epitelial cervical grau I)
•NIC I (Displasia leve) LSIL
•NIC II (Displasia moderada) • Lesão intra-epitelial de alto grau
•NIC III (Displasia acentuada/ (compreendendo neoplasias intraepiteliais
Carcinoma in situ) cervicais graus II e III) HSIL
•Carcinoma escamoso • Lesão intra-epitelial de alto grau , não
invasivo podendo excluir micro-invasão
• Carcinoma epidermóide invasor
NOMENCLATURA BRASILEIRA (COMPARAÇÃO)
Atipias em Células Glandulares
Nomenclatura anterior Nomenclatura atual

• Atipias de significado • Atipias de Significado Indeterminado


indeterminado (AGUS) - provável/ não neoplásica
- não se pode afastar lesão de alto
grau
• Adenocarcinoma “in situ” • Adenocarcinoma “in situ”
• Adenocarcinoma invasivo
• Adenocarcinoma invasor:
Endocervical
Endometrial
Sem outras especificações

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