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2º MÓDULO - DIREÇÃO ESCOLAR E SEGURANÇA

A segurança na escola, hoje mais presente que nunca no cotidiano e na


literatura especializada, está diretamente relacionada com a violência. Os noticiários
da TV e dos jornais, as rodas de conversas das classes sociais parecem se ocupar cada
vez mais com os registros e comentários sobre os mais variados tipos de violência e
insegurança.

A universalização do ensino trouxe significativas mudanças para a escola, uma


vez que, proporcionou maior acesso dos alunos e consequentemente diversidade de
pensamentos, valores, cultura, relações de força nem sempre harmônicas, que geram
violência interna, contribuindo com o comprometimento da segurança.

O trabalho desenvolvido pela direção da escola é, sem dúvida, indispensável


para o bom funcionamento das unidades escolares e, para auxiliar o diretor nessa
função, recursos imprescindíveis devem ser sempre observados: a correta gestão dos
Serviços de Vigilância, as Normas Disciplinares do Regimento Comum das Escolas da
Rede Estadual de Ensino e a aplicação consciente e cuidadosa das normas e
procedimentos de segurança, explicitados no contrato de prestação do serviço.

A fiscalização diária da execução dos serviços de Vigilância Patrimonial deve ser


feita pelo Diretor da Unidade Escolar e/ou pessoa designada por responder por ela,
conforme previsto no artigo 67 da Lei n.º 8.666/93. Caso não exista servidor
designado, a Superintendência Regional de Educação deverá realizar a fiscalização.

Responsabilidades da Direção Escolar

A Direção da escola deve informar imediatamente à Secretaria de Estado da


Educação/Subsecretaria de Suporte à Educação/Gerência de Serviços Terceirizados
(GEST), sempre que houver ocorrências de fatos graves como: Atos Infracionais,
tiroteio, toque de recolher, apreensão de armas, apreensão de drogas.

• Atestar a realização dos serviços contratados, de acordo com modelo a ser


encaminhado pelo Gestor do Contato, sendo responsável pelo seu recebimento;

• Registrar em relatório todas as ocorrências e deficiências ou


desconformidades verificadas na execução dos serviços contratados, e em caso de
irregularidades, emitir relatório de comunicação a ser encaminhado ao Gestor do
Contrato: Secretaria de Estado da Educação/Subsecretaria de Suporte à

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Educação/Gerência de Serviços Terceirizados para aplicação de eventuais penalidades
e sanções por inadimplemento contratual;

• Exercer a supervisão geral das atividades;

• Realizar a conferência dos equipamentos a serem utilizados diariamente.

Planejamento adequado é fundamental para a segurança nas instituições de ensino

Atualmente, a segurança se tornou o principal critério na hora dos pais


escolherem onde seus filhos irão estudar. O último levantamento do Ibope mostra
isso: 87% dos pais entrevistados responderam que priorizam a segurança na escolha
de um colégio particular. A qualidade do ensino e a disciplina ficaram logo atrás, com
81% e 74%, respectivamente.

Mas como saber se uma instituição de ensino é, de fato, segura? Geralmente o


primeiro pensamento que surge é se ela possui estruturas fortificadas, câmeras
espalhadas pelas instalações e vigias nos locais de acesso. Entretanto, uma instituição
de ensino segura é aquela que apresenta maior conhecimento dos seus fatores de
risco e planeja sua segurança, não só com investimento em equipamentos e softwares,
mas também na determinação de treinamentos e procedimentos, buscando atender
às suas necessidades.

Além do recrutamento de vigilantes capacitados e da instalação de


equipamentos avançados, um planejamento adequado e a avaliação minuciosa de
cada caso são elementos fundamentais para uma segurança eficaz e podem ainda
contribuir com o core business (estratégia do negócio), seja da escola ou da
universidade. Os sistemas são apenas parte dessa mentalidade e não isoladamente o
objetivo ou a única ferramenta que deve permitir uma gestão efetiva da segurança.

Para Mauro de Lucca, gerente da multinacional de segurança privada G4S,


embora isso aconteça rapidamente no mundo corporativo, esse processo ainda está
muito atrás no segmento escolar. “É preciso uma estratégia que contribua para uma
velocidade maior no amadurecimento dos gestores nas instituições de ensino,
chamando a atenção para a importância do gerenciamento de segurança, como
redução de custos, redução de perdas, análise de riscos e melhoria da imagem, através
das ferramentas que a ciência da segurança utiliza”.

A segurança como ciência

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Segundo Mauro de Lucca, a gestão de segurança é uma ciência que defende
fórmulas de incidência, probabilidade, histórico e valores. Ela exige uma preparação
prévia e uma análise profissional para que se possa entender as práticas utilizadas e
para que haja não só monitoramento.

Inclui-se também um estudo de toda a massa de informações que são obtidas


com o auxílio das tecnologias. Com isso, o diagnóstico interfere desde a distribuição
mais apropriada das salas, até questões como perda de tempo com movimentação e
controle mais eficaz dos professores e alunos.

O executivo afirma ainda que a chave para uma gestão efetiva de segurança
está na prevenção, e este deve ser o seu principal objetivo. “Infelizmente, não temos a
cultura da prevenção, até mesmo na vida privada. Isso dificulta bastante, pois nós
estamos sempre agindo de forma reativa e não proativa. Por isso, se levantarmos essa
discussão, poderemos contribuir para a reforma desse processo”, diz.

Ensino e Negócios

Devido ao aumento da competitividade entre as instituições, assim como o


ensino pode ser considerado um negócio, hoje a escola pode ser comparada a uma
empresa. Por isso, alguns fatores devem ser observados que não se resumem somente
em ministrar boas aulas. O foco deve ser direcionado para o desenvolvimento de um
projeto de gestão semelhante ao de um ambiente corporativo.

Nesse cenário, a segurança traz ferramentas que irão ajudar na gestão do


negócio, não só na questão da segurança em si, mas também atuando de uma maneira
inteligente em todo o processo. “O projeto deve englobar a movimentação de
visitantes, a distribuição físicas das turmas, dos locais de estudo, além de uma maior
fiscalização na presença de alunos e professores dentro das salas de aula. Esse
conjunto de fatores vende segurança e acaba contribuindo para a gestão do negócio
em si”, afirma de Lucca.

Apesar de não haver uma solução padrão para ser adotada, a abordagem desse
assunto é fundamental para estimular ideias e reflexões, além de promover a
conscientização de dirigentes de escolas e profissionais de segurança sobre a
necessidade de investimentos em recursos materiais, tecnológicos e humanos nas
instituições de ensino e, assim, trazer um pedaço importante da sociedade civil pra
dentro dessa discussão.

Fonte:http://www.netseg.com.br/not.php?id=6425

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10 DE OUTUBRO - DIA NACIONAL DA SEGURANÇA E SAÚDE NAS ESCOLAS:
APRESENTAÇÃO E CARTILHA

A Lei Federal nº 12.645 de 16 de maio de 2012 instituiu 10 de Outubro como o


Dia Nacional da Segurança e Saúde nas Escolas, ou seja, estabeleceu um dia a ser
dedicado ao tratamento dessa temática no ambiente escolar.

Tradicionalmente, as expressões segurança e saúde vêm sendo empregadas em


conjunto para designar uma problemática associada ao mundo do trabalho, com pouca
inserção na realidade escolar. Cada vez mais, no entanto, percebe-se que o desafio de
promover a segurança e a saúde dos trabalhadores precisa ganhar novas dimensões e
ser estendido a outros agentes, uma vez que as ações convencionais não estão
conseguindo promover suficientemente a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Mas, por que isso estaria acontecendo? Talvez porque as estratégias de


enfrentamento que vêm sendo utilizadas estejam ancoradas muito mais em bases de
remediação do que de educação e prevenção. Atualmente, nosso modelo de proteção
ao trabalhador está baseado, sobretudo, em estudos, regulamentações, fiscalização,
multas e indenizações, um conjunto de ações que não tem sido capaz de resolver o
problema da alta incidência dos acidentes de trabalho.

Segundo dados da Previdência Social, o número de acidentes de trabalho


registrados no Brasil aumentou de 709.474 casos em 2010 para 711.164 em 2011. Na
composição desses números há um enorme contingente de óbitos (2.884 registrados
em 2011) e aumento na incidência de casos envolvendo pessoas de até 19 anos
(passou de 22.971 em 2010 para 23.850 em 2011, aproximadamente 66 casos por dia).
Esses dados, por si só, mostram o quanto é importante que a problemática da
segurança e saúde do trabalhador não se restrinja ao mundo do trabalho, mas passe a
ser incorporada o mais cedo possível no cotidiano dos nossos alunos.

O Dia Nacional da Segurança e Saúde nas escolas foi instituído justamente para
promover essa aproximação entre a escola e o mundo da segurança e saúde do
trabalhador. Seu surgimento resultou de um ato de cidadania que partiu de
profissional da área, um técnico de segurança do trabalho que passou a desenvolver
voluntariamente ações educativas de cunho preventivo em escolas do Rio de Janeiro.
Com base nessa experiência, ele elaborou e encaminhou ao Senado o projeto de lei
que resultou na instituição de um dia dedicado à segurança e à saúde nas escolas.

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Mas, e agora? O que fazer para abordar significativamente essa questão nas
escolas? Primeiramente, é importante lembrar que a própria lei que instituiu a data dá
algumas sugestões, de modo que o primeiro passo seria consultá-la e refletir acerca
das possibilidades de trabalho que ela sugere, as quais são as seguintes:

• palestras;

• concursos de frase ou redação;

• eleição de cipeiro escolar;

• visitações em empresas.

Além dessas, é claro, as escolas e os educadores podem criar outras


possibilidades. De nossa parte, sugerimos que os professores trabalhem e discutam
com os alunos o material que estamos disponibilizando. Sugerimos ainda, que se
possível, complementem essa ação realizando com eles um levantamento referente às
tarefas de todas as pessoas que trabalham na escola no sentido de identificar quais
são os riscos que cercam suas atividades e quais são as melhores formas de prevenção.
Ótimas atividades podem surgir a partir disso, é só usar toda a criatividade e
experiência de vocês!

O nosso primeiro material foi elaborado com base em princípios filosóficos no


sentido de que algumas perguntas foram colocadas e as respostas não foram
imediatamente dadas, isto porque entendemos a escola como ambiente de busca e
construção do conhecimento, ou seja, não queremos assumir uma postura paternalista
com relação aos professores, mas acreditamos no seu potencial e interesse de buscar
as respostas e construir o sentido das mesmas junto com os alunos. Para tanto, nosso
site pode ser usado como fonte de busca para estas respostas, assim como sugerimos
outras fontes em nosso material.

Fonte: Cartilha do Dia Nacional da Segurança e Saúde nas Escolas.

http://www.fundacentro.gov.br/dia-10-de-outubro/dia-nacional-de-seg-e-saude-nas-escolas

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