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etiquetam ento, e a teoria do labelling approach. Nessa sequência irem os discorrer sobre
int e r ac io nis mo s imbó lic o . Ele entendia que da m esm a form a que um sujeito
interage no com portam ento do outro, a sociedade (as relações sociais de um a m aneira
Dessa m aneira, observa-se que um a determ inada pessoa não é intrinsecam ente
organização de um a determ inada sociedade. Ele irá diferenciar essas instituições totais
em cinco grupos:
deficiência e vão abrigar pessoas cegas que não tem aptidão para o convívio social
Desta form a, tem -se as instituições voltadas especificam ente para abrigar
sujeitos incapazes de gerenciar suas próprias vidas caso estejam desam parados, e que,
por outro lado, não apresentam para a sociedade com o um todo nenhum tipo de risco,
cuidarem de si sozinhos, m as são não intencionalm ente ofensivos. Golffm an vai tratar
de instituições voltadas especificam ente para internar sujeitos com doenças com o
risco, todavia não há da parte deles a intenção de serem ofensivos para a com unidade.
que oferecem risco intencional para a sociedade. Logo, são intencionalm ente
O quar t o gr upo de ins t it uiç õ e s são as que instrum entalizam determ inadas
atividades. São instituições que viabilizam o desem penho de determ inadas tarefas e
funções, por exem plo, algum as escolas que funcionam com o internatos ou quartéis
Por fim , tem os o quint o e últ imo gr upo de ins t it uiç õ e s , sendo as que
especificam ente instituições que tem algum a relação com a religião, que perm item
analisar as instituições com o locais que visam prom over um a certa disciplina, ordem e
com um . Dentro desse m odelo para garantia de disciplina de ordenação social estariam
em 1950. Foi o prim eiro autor que trouxe a diferença entre crim inalização prim ária e
crim inalização secundária, esse tam bém é um conceito im portante, pois será
É im portante relem brar que na crim inalização prim ária existe a elaboração do
tipo incrim inador e, por conseguinte, a efetiva aplicação desse tipo incrim inador pelos
sujeitos que vão operar o nosso sistem a penal de controle. C om efeito, no m om ento
A crim inalização prim ária está na previsão abstrata do roubo com o delito em um
determ inado ordenam ento jurídico, e posteriorm ente, no m om ento em que o sujeito é
preso efetivam ente por roubar, quando os agentes do Estado entram em ação ocorre o
Nessa lógica, ocorre em 1963 a publicação da obra Outsiders, por Becker. Out é
relativo a "fora" e side é referente a "lado", portanto essa obra trata dos sujeitos que
estão do lado de fora. Se faz necessário o seguinte questionam ento: de que m aneira
essa obra entra com o um paradigm a no tratam ento do pensam ento interacionista
sim bólico esse pensam ento se tornará m arcante na década de 60, e é por isso que
antes de tratar especificam ente da obra Outsiders vislum bram os todo o panoram a
Para saber até onde podem os considerar o desvio social com o ato ou ação de
Quando uma regra é imposta, a pessoa que presumivelmente a infringiu pode ser
vista como um tipo especial, alguém de quem não se espera viver de acordo com
regras estipuladas pelo grupo. Essa pessoa é encarada com um outsider. (p. 15)
Nesse viés, um outsider é alguém que já é visto com o um sujeito desviante, não
que esta pessoa intrinsecam ente seja um sujeito crim inoso, é apenas alguém visto
socialm ente com o tal. Acontece o interacionism o sim bólico a partir do m om ento que a
sociedade enxerga alguém com o um sujeito que presum ivelm ente não irá se
com portar de acordo com as regras e ele de fato não se com porta, teria de algum a
Aqueles sujeitos são estigm atizados por um a sociedade com o crim inosos, por
isso vão tender efetivam ente a praticar delitos independentem ente da prática ou não
do crim e propriam ente dito, pois há um a tendência m aior que esses sujeitos se
EXEMPLO: um a pessoa que não é religiosa e vai assistir à m issa. Por não saber
com o responder a determ inados atos religiosos do padre, ficará perdida. Nesse
Se partir desse ponto de vista, Outsider pode ser qualquer pessoa que esteja
pertencim ento. O utro exem plo é um a pessoa que cresceu no m eio urbano e decide
residir em um a tribo indígena sobre a qual não possuía nenhum conhecim ento.
qualquer pessoa poderia ser vista com o um sujeito que será incapaz de se adaptar às
im postas m uitas vezes às pessoas que não pertencem a aquele grupo e àquela lógica,
e que não concordam com tais norm as. Esse é o diferencial, m uito em bora,
abstratam ente falando qualquer pessoa possa ser um Outsider, basta que ela seja
lançada no m eio que irá enxergá-la com o alguém que, presum ivelm ente, não se
Dessa m aneira, existe um poder dom inante que irá determ inar quais são as
norm as eleitas pelo Estado para poder com por a sociedade, com o o sistem a penal por
exem plo, e a partir dessas norm as terem os aqueles sujeitos que serão vistos
O desvio primário corresponde à primeira ação delitiva do sujeito, que pode ter
como finalidade resolver alguma necessidade, por exemplo, econômica, ou
produz-se para acomodar sua conduta às expectativas de determinado grupo
subcultural. (CALHAU, 2009, p. 81)
conform e as expectativas sociais, sendo esta o foco do desvio prim ário. Um sujeito que
é visto pela sociedade com o delinquente tenderá a delinquir. É assim que funciona o
processo interacionista.
Enquanto o desvio prim ário estaria relacionado a prim eira ação delitiva, o desvio
Esse sujeito passa a ser associado a outros sujeitos delinquentes, a vista disso
Michel Foucault tem o m esm o entendim ento de Becker que utiliza a expressão
cerim onias degradantes. Essa expressão dialoga m uito com o entendim ento de Michel
Foucault que trata sobre o apagam ento sim bólico de determ inados sujeitos na
sociedade.
As cerim ônias degradantes são rituais de estigm atização, ou seja, lançar o nom e
do sujeito no rol dos culpados, com práticas que os tipifiquem com o o raspar dos
hiperexplorada pelos veículos m idiáticos. Então existe todo um ritual pelo qual passam
O desvio prim ário, isto é, o com etim ento de um crim e introduz de algum a
m aneira essas cerim ônias degradantes contra o sujeito que são acentuadas pelo
processo de estigm atização, e todos aqueles indivíduos passam a ser vistos com o um a
coisa só.
diversas pessoas diferentes que praticaram crim es por m otivos diferentes e possuem
sonhos de vida distintos. O sujeito perde aos poucos a própria condição de indivíduo e
vai sendo apagado da sociedade pelo processo de encarceram ento, que envolve um a
term inologia réu que deriva de rés, que significa coisa. É essa a form a com o a
sociedade, de um a m aneira geral, olha para os presos, tão logo, o sujeito pesquisador
não irá identificar pessoas com sonhos, com frustrações, com am bições, com histórias
próprias de vida.
com pletam ente desum anizado e perde, de algum a m aneira, o seu status de indivíduo
na sociedade, por exem plo, um dos aspectos sim bólicos dessa m orte social está para a
perda do direito ao voto para os condenados definitivos, que não podem eleger nem
serem eleitos.
Ainda de acordo com o pensam ento de Becker, a tese central dessa corrente
pode ser definida, em term os m uito gerais, pela afirm ação de que cada um de nós se
torna aquilo que os outros veem em nós (isso é interacionism o sim bólico).
Está na form a com o a sociedade olha para esse indivíduo, que pode ser negro e
pobre, o tornando crim inoso só pelas suas características, exatam ente com o a
sociedade projetou. Por isso, essa interação estaria sim bolizada na relação que acaba
Nesse caso, está se tratando do processo de desvio prim ário e secundário. Logo,
Becker, por exem plo, vai observar que esse processo de rotulação tam bém será
cham ado de teoria do labelling approach ou teoria do etiquetam ento, que ocorre da
seguinte form a: para rotular um a pessoa basta que crim inalizem práticas e condutas
que são com um ente desem penhadas por ela.
O indivíduo será estigm atizado ainda que não venha a praticar essas condutas.
C om o exem plo histórico tem os a crim inalização da capoeira para estigm atizar com o
consequentem ente, pessoas negras passaram a ser vistas com o crim inosas, ainda que
Nos dias atuais o C ódigo Penal dedica m uita atenção aos crim es contra o
patrim ônio pois o Estado tem com o intenção estigm atizar com o crim inosos os sujeitos
que são pobres. Ao tratar de crim inalização da pobreza ocorre um a rotulação prática,
um a vez que esses crim es serão com um ente praticados por pessoas que são
desprovidas de patrim ônio. Por isso, estas pessoas passam a ser vistas com o desviantes
e dentro desse processo, um a vez rotulado, com portar-se-ão de acordo com essa
projeção.
Surgida nos Estados Unidos por volta dos anos 70, o labelling approach privilegia,
na análise do comportamento desviado, o funcionamento das instâncias de
controle social (criminalização secundária), ou seja, a reação social aos
comportamentos assim etiquetados. Crime e reação social são, segundo esse
enfoque, manifestações de uma só realidade: a interação social. Não há como
compreender o crime senão em referência aos controles sociais (CALHAU, 2009,
p. 81)
Por isso que a teoria do etiquetam ento tam bém será cham ado de teoria da
reação social. São várias term inologias com o a teoria do labelling approach, a teoria do
interacionism o sim bólico, a teoria do etiquetam ento, a teoria da reação social, que
processo de interação entre as duas coisas. Portanto, o crim e vai ocorrer a partir da
form a com o as instâncias de controle reagem contra determ inados sujeitos e as suas
práticas.