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Apostila de Acionamentos e Comandos Eletricos Cefet MG 2012 Oficial
Apostila de Acionamentos e Comandos Eletricos Cefet MG 2012 Oficial
VARGINHA - 2012
CEFET-MG – Campus VIII
Este texto tem por objetivo principal oferecer um material básico de referência para a
disciplina Acionamentos e Comandos Elétricos, do Curso Técnico de Mecatrônica.
O texto conta com oito capítulos, numa seqüência que possibilita ao aluno consolidar os
conceitos teóricos através da leitura dos tópicos, dos exemplos resolvidos e da resolução de problemas
e exercícios, incluindo exercícios de simulação. Além disso, foram inseridos vários guias de aulas
práticas (Apêndice III) que os (as) alunos (as) utilizarão nas aulas em laboratório (trabalhando em
grupos de até cinco alunos).
É importante que o leitor tenha como pontos de partida conceitos fundamentais da
eletricidade, como o conhecimento do Sistema Internacional de Unidades (SI), da notação científica e
de grandezas elétricas básicas. No primeiro capítulo são apresentados conceitos básicos de corrente
alternada (CA), com ênfase no sistema trifásico. Para um aprofundamento neste assunto, o aluno já
conta com uma disciplina no curso: Circuitos Elétricos.
Vale salientar que o presente texto não deve substituir a literatura técnica da área de
Acionamentos e Comandos Elétricos, pois as referências bibliográficas são, além de base desta obra,
muito enriquecedoras em aspectos teóricos e práticos. O bom aluno deve sempre ler e pesquisar os
assuntos referentes a esta disciplina do curso nos excelentes livros editados em português, além de
apostilas e tutoriais disponíveis na Internet.
Pede-se a compreensão dos alunos e professores pelos eventuais erros. Assim sendo, são
imensamente bem-vindas as críticas, sugestões e correções, que certamente contribuirão para a
melhoria deste material didático, que brevemente, poderá se transformar em livro.
Em primeiro lugar, agradeço a Deus pelo dom da vida e por ter me proporcionado saúde e
vontade para realizar este trabalho.
Agradeço aos professores Márcio Silva Basílio, diretor geral do CEFET-MG, Fernando
Teixeira Filho, diretor do Campus VIII -Varginha e Wanderley Xavier Pereira, coordenador do curso
técnico de Mecatrônica, pelo constante incentivo para a produção de um material didático de
qualidade.
Aos professores Egidio Ieno Júnior e Daniel Soares de Alcântara, pela importante contribuição
com idéias, discussões e ótimas referências bibliográficas, para a elaboração de guias de aulas práticas.
Agradeço também ao técnico de laboratório da área Eletro-Eletrônica, Antônio Carlos Borges,
pelo constante apoio durante a elaboração de várias aulas práticas, desde 2009, juntamente com o prof.
Daniel.
E, finalmente, aos alunos da disciplina Acionamentos e Comandos Elétricos, pelas dicas de
melhoria das transparências e guias de aulas práticas, material de base para este texto e à Gráfica do
CEFET-MG, localizada no Campus I, em Belo Horizonte, que sempre nos atendeu com ótimos
serviços de impressão e encadernação, sempre dentro do prazo.
André Barros.
CEFET-MG - Acionamentos e Comandos Elétricos – Ensino Técnico – Curso Técnico de Mecatrônica. iii
CEFET-MG - Acionamentos e Comandos Elétricos – Ensino Técnico – Curso Técnico de Mecatrônica. iv
BIOGRAFIA
André Barros de Mello Oliveira nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 17 de julho de 1969.
Formou-se em Engenharia Industrial Elétrica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais (CEFET-MG), em dezembro de 1992. Obteve o título de Mestre em Engenharia Elétrica pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em dezembro de 1998, na área de Eletrônica de
Potência. Atuou como professor em Escolas de formação técnica em Belo Horizonte, como o SENAI,
a Utramig, o SESI e o CEFET-MG, até 2001. De 2001 a 2006 foi professor/pesquisador nos cursos de
Engenharia de Telecomunicações e de Engenharia Elétrica do Centro Universitário de Belo Horizonte
(Uni-BH). Desde outubro de 2006 é professor do CEFET-MG em Varginha (campus VIII), tendo
atuado nos cursos técnicos de Informática Industrial e Mecatrônica, até 2009. Atualmente é professor
no curso técnico de Mecatrônica, onde, além de ministrar aulas, orienta alunos de Iniciação Científica
e no Estágio Supervisionado.
CEFET-MG - Acionamentos e Comandos Elétricos – Ensino Técnico – Curso Técnico de Mecatrônica. vii
CEFET-MG - Acionamentos e Comandos Elétricos – Ensino Técnico – Curso Técnico de Mecatrônica. viii
Lista de Abreviaturas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas - atua em todas as áreas técnicas do país. Os
textos das normas são adotados pelos órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais) e pelas
firmas. Compõe-se de normas: NB, TB (terminologia), SB (simbologia), EB (especificação), MB
(método de ensaio) e PB (padronização).
AC – Alternating Current (corrente alternada).
ANSI – American National Standards Institute, Instituto de normas dos Estados Unidos que publica
recomendações e normas em praticamente todas as áreas técnicas. Na área dos dispositivos de
comando de baixa tensão, tem adotado frequentemente especificações da UL e da NEMA.
AT – Alta Tensão.
BT – Baixa Tensão.
CA – Corrente Alternada.
CC – Corrente Contínua.
CNC – Controle Numérico Computadorizado.
CV – Cavalo-Vapor, unidade de potência mecânica, correspondente a 736 Watts.
DC – Direct Current (corrente contínua).
DIN – Deutshe Industrie Normen, Associação de normas industriais alemãs. Suas publicações são
devidamente coordenadas com as da VDE.
fem – força eletromotriz.
FT – Relé de Sobrecarga.
IEC – International Electrotechinical Comission. Comissão formada por representantes de todos os
paises industrializados. As recomendações do IEC, publicadas por esta comissão, são normalmente
adotadas na íntegra pelos diversos paises ou, em outros casos, está se processando uma aproximação
das normas nacionais ao texto destas internacionais.
HP – Horse-Power, unidade de potência mecânica, correspondente a 746 Watts.
K – Contator.
KT – Relé de Tempo.
MI – Motor de Indução.
MIM ou MM – Motor de Indução Monofásico.
MIT – Motor de Indução Trifásico.
NA – Normalmente Aberto (relativo ao tipo de contato de uma chave).
NEMA – National Electrical Manufactures Association, Associação americana dos fabricantes de
materiais elétricos.
NF – Normalmente Fechado.
3o. Bim. Capítulo 6 – Comando de Motores Trifásicos com Contator .............................................................................. 199
Agosto e
Set. 6.1 – Comando Local e à Distância ................................................................................................................ 199
6.2 – Partida Direta ......................................................................................................................................... 200
Cap. 6 e 7
6.3 – Reversão de Rotação (manual e semi-automático) ................................................................................ 201
6.3.1 – Chave Reversora de Comando Manual .......................................................................................... 202
6.3.2 – Chave Reversora de Comando Semi-Automático .......................................................................... 204
6.4 – Motor de duas Velocidades (Dahlander) ............................................................................................... 206
6.5 – Comando Condicionado de Motores Elétricos ...................................................................................... 208
CEFET-MG - Acionamentos e Comandos Elétricos – Ensino Técnico – Curso Técnico de Mecatrônica. xii
7.2 – Chave Estrela-Triângulo Manual e Semi-Automática ........................................................................... 224
7.2.1 - Vantagens e Desvantagens da Partida Y- ..................................................................................... 225
7.2.2 – Diagrama da Chave de Partida Estrela-Triângulo no Modo Manual ............................................. 227
7.2.3 – Diagrama da Chave de Partida Estrela-Triângulo no Modo Semi-Automático ............................. 228
7.2.4 – Dimensionamento dos Contatores para a Chave de Partida Estrela-Triângulo .............................. 228
7.3 – Chave Compensadora Semi-Automática ............................................................................................... 232
7.3.2 – Correntes da Chave Compensadora ............................................................................................... 238
7.3.2.1 – O Autotransformador ............................................................................................................. 238
7.3.2.2 – Equacionamento das Correntes da Chave Compensadora: I K1, IK2 e IK3 ................................ 240
7.4 – Chave para Motor de Indução com Rotor Bobinado (Resistência Rotórica) ......................................... 242
7.4.1 – Chave de Partida para Motor de Indução com Rotor Bobinado ..................................................... 245
Aula Prática 1 - Acionamento de Lâmpadas e Medição de Corrente e Tensão Monofásicas .............................. 271
Aula Prática 2 - Comandos de Acionamento por Chaves e Medição de Valores Trifásicos ............................... 275
Aula Prática 3 – Controle de Carga utilizando Contator e Relé de Tempo ......................................................... 279
Aula Prática 4 - Chave de Partida Direta - Motor de Indução Trifásico (MIT) de 6 Terminais .......................... 281
Aula Prática 5 – Partida de um Motor Elétrico com Comando Direto e Intermitente ......................................... 285
Aula Prática 6 – Partida Direta de um MIT com Reversão Temporizada ........................................................... 289
Aula Prática 7 – Relé Eletrônico Temporizador aplicado na partida e na sinalização de um MIT ..................... 293
Aula Prática 9 – Montagem de Chave de Partida Manual e Automática para um Motor Dahlander .................. 303
Aula Prática 12 – Motor Monofásico – Acionamento Manual em 127 e em 220 V ............................................ 315
Aula Prática 14 – Chave de Partida para MIT com Enrolamentos Separados (2 velocidades) ........................... 323
CEFET-MG - Acionamentos e Comandos Elétricos – Ensino Técnico – Curso Técnico de Mecatrônica. xiii
Alfabeto Grego
"Escola de Atenas", Rafael Sanzio. Retrata filósofos gregos e personalidades da época do pintor.
Fonte: http://www.drsa.com.br/wp-content/uploads/2010/10/escola_atenas_rafael.jpg
1.1 – Introdução
As Figuras 1.2a e 1.2b mostram as partes constituintes de uma usina hidrelétrica. Tente
descrever o processo em poucas palavras.
(b)
A Figura 1.4 mostra a represa Grand Coulee que é atualmente a terceira usina hidroelétrica
mais potente do mundo. A represa, localizada no Rio Columbia, possui cerca de 1,6 km de
comprimento, e o dobro da altura das Cataratas do Niágara. A sua construção foi iniciada em 1933,
tendo sido inaugurada a 22 de março de 1941, quando possuía a maior capacidade de geração de
eletricidade do mundo – aproximadamente 21000 GWh/ano.
A instalação de uma turbina do tipo Francis é mostrada na Figura 1.5. Repare no diâmetro do
rotor da turbina, onde os técnicos trabalham. Na Figura 1.6 vê-se o rotor de uma turbina de um
gerador da usina de Itaipu.
A Turbina Francis é uma turbina hidráulica que foi desenvolvida pelo engenheiro americano
James B. Francis, em 1849, daí o seu nome. Turbinas Francis são adequadas para operar entre
quedas de 40 m até 400 m. No Brasil, a usina hidrelétrica de Itaipu, assim como a usina hidrelétrica
de Tucuruí, usina hidrelétrica de Furnas, usina hidrelétrica de Foz do Areia, AHE de Salto Pilão e
outras funcionam com turbinas tipo Francis, com cerca de 100 m de queda de água. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Turbina_Francis.
Figura 1.5 - Uma das 6 novas turbinas Francis, que produzem 1 milhão de HP de potência
(cerca de 745 MW), sendo instalada na unidade 3 da represa Grand Coulee.
Fonte: http://www.adrenaline.com.br/forum/showthread.php?t=111453
A usina hidroelétrica de ITAIPU, nacional, é uma das que mais produz eletricidade (veja a
matéria a seguir, dados de 2010). É um empreendimento binacional desenvolvido pelo Brasil e pelo
Paraguai no Rio Paraná. A potência instalada da usina é de 12.600 MW (megawatts), com 18
unidades geradoras de 700 MW cada. A Figura 1.7 mostra o seu aspecto de sua barragem.
Fonte: www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/noticia/itaipu-fecha-2010-com-geracao-de-859-milhoes-de-mwh
Tabela 1.1 – Quadro comparativo das usinas de Itaipu e de Três Gargantas (dados de 2010).
Fontes: http://www.itaipu.gov.br/energia/comparacoes e China Three Gorges Corporation.
Usina Itaipu (Brasil) Três Gargantas (China)
Turbinas 20 32 (6 subterrâneas)
Potência nominal 700 MW 700 MW
22.400 MW (quando completa, em
Potência instalada 14.000 MW
2011)
Recorde de 94,7 bilhões kWh/ano
84,3 bilhões kWh/ano (2010)
produção anual (2008)
85,9 bilhões kWh/ano
Produção anual 84,3 bilhões kWh/ano (2010)
(2010)
Concreto utilizado 12,57 milhões m³ 27,94 milhões m³
Altura 196 metros 181 metros
7.744 metros
Comprimento da (concreto, enroscamento e 4.149 metros (concreto 2.309 m e dique
barragem terra) 175 metros (dique de Maoping 1.840 m)
Hernandárias)
Vertedouro -
capacidade de 62.200 m³/s 120.600 m³/s
vazão
Escavações 63,85 milhões m³ 134 milhões m³
Número de
pessoas 40 mil 1,13 milhão
reassentadas
A Figura 1.8 apresenta o esquema de um gerador elementar de uma espira, submetida à ação
de um fluxo magnético, interno à região entre os pólos norte e sul de um ímã.
Mas, o que é uma espira? Numa definição simples, uma espira constitui um tipo de circuito
elétrico, com aplicações na produção de campo magnético e eletricidade. É um componente
encontrado em geradores de energia elétrica, motores elétricos, transformadores e indutores, dentre
outros.
Figura 1.8 – Aspecto básico de um gerador CA com um alternador para geração de uma tensão senoidal.
(a) (b)
Figura 1.9 – (a) Detalhe de uma bobina. (b) Indutor ou bobina de comprimento l formado por N espiras.
(a)
(b)
Figura 1.11 – (a) Esquema de um transformador monofásico. (b) Transformador trifásico,
do tipo encontrado em postes nos sistemas de distribuição de energia elétrica.
O condutor (na prática uma bobina) é girado por uma turbina a vapor ou qualquer outra
forma de energia mecânica. Esta rotação provoca uma alteração contínua no fluxo magnético em
torno do condutor, o que faz surgir uma tensão induzida sob forma senoidal no mesmo. A Figura
1.12a mostra uma espira inclinada em relação às linhas de campo magnético (pelo vetor B ).
(a) (b)
Figura 1.12 – (a) Espira da Figura 1.8 inclinada por um ângulo alfa () em relação às linhas de campo
magnético B. (b) A mesma espira girando na região de campo magnético, o que produz uma tensão senoidal
nos seus terminais. Fonte: http://macao.communications.museum/images/exhibits/small/2_4_1_1_por.png
BA cos (1.1)
Onde:
- B é dado em Tesla [T]; A é a área da espira, em m2 e é o
ângulo determinado entre a reta normal à superfície e a direção
do vetor indução.
A Lei de Faraday, também chamada de lei da Indução
Eletromagnética, está relacionada com a força eletromotriz
induzida em uma espira, quando há variação de fluxo magnético
com o tempo.
“A f.e.m. em volts, induzida em um circuito é igual
ao negativo da taxa de variação com que o fluxo magnético
através do circuito está mudando no tempo”. (Michael
Faraday, 1791-1867 – Figura 1.13). Figura 1.13 - Michael Faraday.
N
(1.2)
t
d
cos x sen x (1.3)
dx
Nd Nd BA cos
dt dt
d cos
NBA k . sen
dt
k . sen (1.4)
A Figura 1.14 mostra a formação de uma senóide de acordo com o giro de uma espira. Pela
Equação (1.4), determina-se o valor da f.e.m. induzida nos instantes 1, 2, 3, 4 e 5.
Outra interpretação da formação da senóide da Figura 1.13 leva em conta que:
- para os instantes 1, 3 e 5, onde a f.e.m. é nula, isto se justifica pelo fato de que não há
variação de fluxo magnético. A variação máxima ocorre nos intervalos entre os instantes 1 e 2
(variação max positiva), 2 e 3 (max negativa), 3 e 4 e 4 e 5.
Pela Figura 1.15, pode-se acompanhar o ciclo completo da senóide formada pelo giro de um
fasor, indicado no diagrama indicando um ciclo de 0 a 360 graus.
Para um gerador de 2 pólos (norte e sul), a rotação de uma bobina ao longo de 360º
geométricos (ou graus mecânicos) gera sempre 1 ciclo de 360º elétricos de tensão (gerador de 2
pólos). Observe que, por exemplo, para um ângulo de 90 graus – veja a Equação (1.4), a tensão
induzida na espira é máxima, já que k.sen k.sen 900 max .
Figura 1.15 – Dois ciclos de tensão alternada gerados pela rotação de uma espira.
Fonte: B. Grob, Eletrônica Básica, 4a. Ed. New York: McGraw Hill, 1977.
• Período (T) - duração de um ciclo ou ainda o intervalo de tempo entre dois pontos da curva de
mesma situação (picos positivos ou negativos, p. ex.).
É medido em segundos (s).
• Freqüência (f) – número de repetições de um movimento ou ainda a quantidade de ciclos que
cabem em um segundo.
1 1
É medida em Hertz (Hz). f Logo, T . Daí, Hz = 1/s ou s-1.
T f
• A freqüência do sistema elétrico no Brasil é de 60 Hz; em outros países se usa 50 Hz.
• Curiosidade 1: na área de telefonia celular, os padrões de freqüência de operação atuais estão na
faixa de GHz (lembre-se de que 1 G = 1 x 109).
• Curiosidade 2: para ondas de rádio (sinais sonoros), temos os sinais em AM (amplitude
modulada) e em FM (frequência modulada). O Rádio FM oferece maior qualidade sonora do que
o AM, já que a sua banda de passagem é de 200 kHz por canal, bem maior que os 10 kHz do
rádio AM. Fonte: http://www.willians.pro.br/frequencia/cap3_espectro.htm
EF - Exercícios de Fixação
Série 1
EF1 – Para a forma de onda de corrente CA (e mA) da Figura 1.16, pede-se:
a) Encontrar o seu período e a sua freqüência.
b) Desenhar outro sinal de corrente com freqüência duas vezes maior.
Figura 1.16.
EF2 – Por que, na construção de uma bobina, utiliza-se o fio de cobre envernizado?
EF3 – Explicar matematicamente (através de uma ou mais equações) por que em uma bobina com
muitas espiras se consegue induzir mais tensão elétrica.
EF4 – Seja o esquema da Figura 1.17.
a) Por que a corrente é alternada no resistor R?
EF5 – Examinar a Figura 1.18 e explicar porque a corrente é contínua no circuito externo
(representado pelo resistor R).
Figura 1.17.
Figura 1.18.
A equação geral de um sinal de tensão senoidal (o mesmo vale para um sinal de corrente) é
dada, de acordo com a Lei de Faraday, pela Equação (1.5):
Onde:
4) O ângulo (phi, legra grega) é o ângulo de fase inicial, que indica a posição angular onde se
inicia o semiciclo positivo da forma de onda senoidal.
Pela Figura 1.20a vê-se que o semiciclo positivo começa antes do zero (0) no eixo t. A
onda senoidal está ADIANTADA em relação ao instante 0 (zero). O ângulo de fase é considerado
positivo ( > 0) na Equação (1.5).
Já na Figura 1.20b o semiciclo positivo começa após o instante zero (0) no eixo t.
Portanto, a onda senoidal está ATRASADA em relação ao instante 0 (zero) e o ângulo de fase é
considerado negativo ( < 0) na Equação (1.5).
Na Equação (1.5) (letra grega teta) é um ângulo, em função da frequência angular (rad/s)
e do tempo (s). Graficamente é representada no eixo horizontal.
Exemplo 1.1
A expressão v(t ) 5.sen (100t 350 ) mostra que este sinal está com um ângulo de fase =
350, logo, encontra-se adiantada em relação ao instante 0 s (ou ao ângulo 00).
Teste: para t = 0, v(t ) 5.sen (350 ) 2,87 V. Veja a forma de onda deste sinal na Figura 1.21,
bem como o valor instantâneo em t = 0, para um ângulo de fase = 350. Nesta figura, o ângulo de
fase está indicado com a letra grega , ao invés de .
Figura 1.21.
As grandezas elétricas, quando variantes no tempo, são identificas pela letra MINÚSCULA.
Por exemplo: v(t), tensão CA e i(t), corrente CA.
Quando se quer escrever/identificar os parâmetros destas grandezas, como valor máximo,
valor de pico-a-pico, valor médio, valor eficaz etc., faz-se o uso de letras MAIÚSCULAS.
EF - Exercícios de Fixação
Série 2
EF6 – Sejam as formas de onda da Figura 1.22. Pede-se determinar as equações de i(t) e v(t). As
duas formas de onda estão em fase? Justifique.
EF7 – Seja a tensão senoidal (Figura 1.23), cuja equação é v(t) = 20 sen (500..t - /4).
a) Qual é o seu valor máximo, Am? Qual é a sua velocidade angular () em rad/s?
b) Qual é o seu ângulo de defasagem inicial () em rad? Encontre este parâmetro em ms.
O valor médio de uma função representa o resultado líquido da variação de uma grandeza
física como deslocamento, temperatura, tensão, corrente, etc. (MUSSOI, 2006).
Para uma grandeza em função do tempo, por exemplo, o valor médio é dado pela soma das
áreas positivas e negativas que são descritas periodicamente ao longo do tempo.
Assim, para uma forma de onda, como mostra a Figura 1.25, o valor médio é determinado
pela área total sob a curva, dividido pelo período da forma de onda:
Vmed
A Areas sob a curva (1.9)
T Comprimento da curva
Figura 1.25 - Conceituando graficamente o valor médio de uma forma de onda (MUSSOI, 2006).
Solução:
Exemplo 1.3
Determine o valor médio para a forma de onda da Figura 1.27.
Solução: Vmedio
4 2 2 2 3 2 1 2 8 4 6 2 12 1,5.
8 8 8
Vmax
Vef (1.10)
2
Para entender de modo simples o significado físico do valor eficaz (também conhecido como
valor RMS, de root mean square, valor médio quadrático), faz-se a análise da potência elétrica
fornecido a um mesmo resistor, primeiro com uma fonte de tensão contínua e depois com uma fonte
CA senoidal, como mostra a Figura 1.29.
No primeiro circuito, alimentado pelo sinal em CC:
I1 V1 R 127 100 1, 27 A.
Daí, P1 = V1I1 = 127 V 1,27 A = 161,29 W.
Figura 1.29 - Circuitos para medição da potência RMS num resistor. Simulação no Software PSpice ®.
O segundo circuito é alimentado por um sinal senoidal, que é ajustado para que um
amperímetro indique uma corrente de 1,27 A (alternada), a fim de que seja dissipada a mesma
potência que no primeiro circuito.
Logo, P2 RMS = 127 VRMS . 1,27RMS A = 161,29 WRMS.
O valor ajustado para a senóide equivale a uma tensão contínua a qual aplicada a um
elemento resistivo, dissipa a mesma potência (em CA) que no primeiro circuito (em CC). O circuito
Figura 1.30 – Circuito para medição da energia dissipada pelo resistor alimentado por fontes
CC e CA. Fonte: BOYLESTAD, R. L. Introductory Circuit Analysis. 10th Edition, 2002.
Em resumo: o valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz é o valor que produz numa resistência o
mesmo efeito que uma tensão/corrente contínua constante desse mesmo valor.
Observações:
De acordo com a Figura 1.15, é muito simples relacionar graus elétricos (referentes a
grandezas elétricas, obviamente) e o tempo em segundos.
Supondo que um ciclo da senóide desta figura (360 graus) ocorre em um tempo de 10 ms,
para encontrar, por exemplo o instante onde ocorre o primeiro valor máximo positivo (vB), basta
resolver a regra de três simples:
360 graus 10 ms
090 graus tB
Numa máquina de p pólos (veja a Figura 1.31), uma rotação completa do rotor
corresponderá a p/2 ciclos de tensão. A denominação da posição do rotor de graus mecânicos e do
ângulo correspondente a cada valor do ciclo de tensão gerada de graus elétricos permite
estabelecer a seguinte relação:
p
elet mec (1.11)
2
Onde elet = graus elétricos (em graus ou radianos); mec = graus mecânicos (físicos, em graus ou
radianos) e p = número de pólos.
(a)
(b)
Figura 1.31 – (a) Gerador elementar CA monofásico de 2 pólos. (b) Gerador elementar CA trifásico de 2 pólos.
1.4.1 – Fasores
Uma grandeza senoidal pode ser representada por um vetor que gira com velocidade angular
constante , em rad/s. Se este representa uma grandeza elétrica (tensão ou corrente), damos a ele o
nome de FASOR (Figura 1.32).
Figura 1.32 – (a) Representação fasorial de uma grandeza senoidal x(t), ilustrada em (b).
Notas:
1) o FASOR não é como o vetor, pois possui somente módulo e sentido (horário ou anti-horário);
2) = 2f frequência angular (rads/s).
Na Figura 1.33 a onda B está adiantada ou atrasada da onda A? Qual é o ângulo de fase?
(a) (b)
Figura 1.33 – Ondas senoidais. (a) Formas de onda. (b) Diagrama de fasores.
O oscilograma da Figura 1.35 mostra três sinais de tensão. Qual deles está mais adiantado?
Os três sinais possuem a mesma freqüência? Justifique.
Seja um sinal de v(t ) 180.sen 377t 450 [V]. Qual é a sua forma polar?
Solução:
180 0
Na forma polar ele pode ser representado como: V 45 V.
2
Vmax
Relembrando, o valor eficaz de um sinal senoidal é Vef
2
Exemplo 1.5
a) i(t) será representado no domínio do tempo como: i(t ) 5 2.sen t 150 .
b) Da Lei de Ohm, vR(t) = Ri(t).
EF - Exercícios de Fixação
Série 3
EF9 - Escreva a função e desenhe a forma de onda de um sinal senoidal 1 com freqüência 50 Hz e
valor de pico de 5 V. Adote este sinal como referência (angulo 0°).
EF10 - Suponha um sinal senoidal 2 atrasado de 90° em relação ao sinal 1, com valor de pico de 2 V
e mesma frequencia. Escreva a função e a forma de onda do sinal 2.
EF11 - Desenhar o diagrama fasorial dos sinais 1 e 2. Qual o período destes sinais?
EF12 - Desenhe um sinal senoidal com período 1 ms e valor eficaz (rms) de 8 V, adiantado de 45°
em relação à referência. Escreva a função e o diagrama fasorial do sinal.
CEFET-MG – Campus VIII – Varginha – Acionamentos e Comandos Elétricos. 40
EF13 - Uma certa tensão elétrica é descrita pela equação v = 120 sen 377t.
EF14 - Se uma tensão CA tiver um valor máximo de 155,6 V, qual será o ângulo de fase para o qual
a tensão instantânea é de 110 V?
EF15 – Encontre o defasamento entre as formas de onda de tensão e corrente nas duas situações da
Figura 1.37 (formas de onda em (a) e em (b)).
(a)
(b)
Figura 1.37 – EF15.
Figura 1.38 – Representação em diagrama de blocos da operação com fasores (MUSSOI, 2006).
Um fasor é um vetor radial girante, como já foi visto, e permite realizar com facilidade
operações algébricas entre os sinais de um sistema elétrico.
Basta, para isto, utilizar uma ferramenta matemática para a sua representação, a qual faz uso
dos números complexos.
Um número complexo pode ser representado na forma retangular (ou forma cartesiana),
como mostra a Figura 1.39. É um número composto por uma parte real e uma parte imaginária:
onde j é um operador matemático que desloca um fasor real de 90 graus para o eixo imaginário
(logo, o fasor b, deslocado de + 90 graus é representado por +jb e, deslocado de – 90 graus, é
representado por - jb). Assim, j é considerado um operador rotacional.
j 1 (1.13)
tan 1 b a (1.14)
já que tan = b/a, onde a = cateto adjacente e b = cateto oposto (ao ângulo teta, ), como
ilustra melhor a Figura 1.40.
Exemplo 1.6
Para estas operações, utiliza-se a forma retangular para obter o fasor resultante. Sejam os
fasores Z1 a1 jb1 e Z 2 a2 jb2 , sobre os quais se deseja obter:
SOMA: Z Z1 Z 2 SUBTRAÇÃO: Z Z1 Z 2
Z12( soma ) (a1 jb1 ) (a2 jb2 ) Z12( Subtr .) (a1 jb1 ) (a2 jb2 )
Z12( soma ) (a1 a2 ) j (b1 b2 ) Z12( Subtr .) (a1 a2 ) j (b1 b2 )
Em resumo:
1) na operação de soma e subtração entre dois fasores, trabalha-se na forma complexa e somam-se ou
subtraem-se separadamente os coeficientes reais e os imaginários;
2) soma e subtração algébrica de números complexos são feitas na forma retangular.
Exemplo 1.7
Z (5 5) j (2 7)
Solução:
Z 10 j5
a) Multiplicação
A multiplicação de números complexos deve ser feita na forma polar, não sendo
recomendável a multiplicação na forma retangular, embora possa ser realizada (os cálculos ficam
difíceis). Multiplicam-se os módulos e somam-se algebricamente os ângulos.
b) Divisão
A divisão de números complexos também deve ser feita na forma polar. O processo é
análogo ao da multiplicação, porém, deve-se, ao dividir C1 por C2, dividir os seus respecitivos
coeficientes e subtrair os seus respectivos ângulos. De modo resumido: dividem-se os módulos e
subtraem-se algebricamente os ângulos.
C1 Z1
Matematicamente, pode-se escrever: 1 2
C2 Z 2
Considerando a carga R puramente resistiva (Figura 1.43), a potência fornecida pelo gerador
AC será totalmente absorvida por R. Isto ocorre porque a corrente (iR) e tensão (vR) presentes em R
estão na mesma fase.
A oposição à passagem da corrente é dada pelo valor ôhmico de R, ou seja:
vR Vmax sen t vR
iR sen t
R R R
iR I max sen t
Solução:
4
O fasor de corrente será dato por: I 300 A 2,83 300 A.
2
Logo, a tensão v(t) na forma polar será encontrada por:
V R I R 00 2,83 300 = 2 00 2,83 300 5,66 300 V .
A Figura 1.44a mostra as formas de onda de v(t) e i(t). Os respectivos fasores estão
desenhados na Figura 1.44b, em fase (00 de deslocamento entre ambos).
(a) (b)
Figura 1.44 – (a) Formas de onda do circuito do Exemplo 1.8. (b) Fasores de i(t) e v(t).
XL = L = 2π f L (1.15)
onde: XL: reatância indutiva Ω; f: frequência em Hertz (Hz) e L: indutância em Henry (H).
A tensão induzida na bobina é fornecida pela Equação (1.16).
vL L. di(t ) dt (1.16)
(a) (b)
Figura 1.46 – (a) Formas de onda do circuito indutivo puro (Figura 1.42). (b) Fasores.
Figura 1.47 – Sinais de i(t) e vL(t) para o circuito da Figura 1.45 (BOYLESTAD, 2002).
1 1
XC (1.17)
C 2 fC
Figura 1.48 – Circuito capacitivo puro, alimentado por uma fonte de tensão senoidal.
dvC (t )
iC (t ) C (1.18)
dt
(a) (b)
Figura 1.49 – (a) Ondas de corrente e tensão em um circuito capacitivo puro. (b) Fasores.
Analisando a Figura 1.49a, vê-se que o máximo da corrente ocorre quando a derivada da
tensão no capacitor é máxima (inclinação da reta tangente na curva vc(t), em 90 graus), o que é fácil
comprovar com a Equação (1.18).
Se conclui então que: nos terminais de um capacitor num circuito CA, a corrente sempre
estará adiantada de 900 em relação à tensão.
Na Figura 1.49b vê-se o fasor IC adiantado de 900 do fasor VC.
A impedância Z, dada pela relação entre tensão e corrente num circuito misto, contendo
elementos resistivos (R), capacitivos (C) e indutivos (L), representa a medida da oposição que este
circuito oferece à passagem de uma corrente alternada (MUSSOI, 2006).
Os elementos XL e XC (reatâncias indutiva e capacitiva, respectivamente), são fasores que
são posicionados no eixo imaginário, enquanto que a resistência R fica posicionada no eixo real do
plano complexo, também chamado de Plano de Argand-Gauss ou Diagrama de Argand.
As Figuras 1.50 e 1.51 mostram a disposição destes fasores no plano complexo. O fasor XL
está posicionado para cima, com ângulo de + 900 enquanto XC está posicionado para baixo, com
ângulo de - 900. Estes dois fasores são denominados de componentes reativas de um circuito, ou seja,
armazenam energia. Já o resistor é um elemento passivo, pois somente dissipa a energia elétrica que
recebe.
Z R j( X L X C ) (1.19)
Z R2 X L X C
2
(1.20)
Z Z T (1.21)
R Z cos T (1.22)
X Z sen T (1.23)
A Tabela 1.3 mostra de modo muito didático, as relações físicas e matemáticas entre tensão e
corrente elétrica nos elementos passivos de um circuito RLC.
Tabela 1.3 (MUSSOI, 2006).
Exemplo 1.10
Dado o diagrama fasorial da Figura 1.52, onde o ângulo da
impedância é de 60 graus, pede-se calcular:
a) o módulo da impedância Z;
b) o valor de XL (reatância indutiva);
c) a representação de Z na forma complexa;
d) a representação de Z na forma polar.
Figura 1.52.
Solução:
a) Pela expressão (1.22), R Z cos T 2 Z cos 600 Z 2 cos 600 4 .
b) X L Z sen T 4 sen 600 3, 46 .
c) Z 4 j (3, 46 0) 4 j3, 46 .
d) Z 4 600 .
Como já é sabido, a Lei de Ohm relaciona as grandezas tensão e corrente elétricas através de
uma constante de proporcionalidade, expressa pela oposição entre a causa (tensão aplicada) e efeito
(corrente). Para um circuito CA, a relação entre a tensão e a corrente é a impedância Z. No domínio
fasorial, tem-se:
Z T V V I I (1.25)
1
n
Z eq
i 1 Z i
Impedância equivalente de
uma associação em paralelo.
Exemplo 1.11
Encontre a impedância equivalente para um circuito RLC série, onde os parâmetros são
dados por: R = 10 , XL = 15 e XC = 5 .
Z R jX L ( jX C ) 10 j15 j 5
Solução: Z 10 j10 .
O sistema trifásico consta de três ondas senoidais defasadas entre si de 120 graus. A Figura
1.55a mostra um gerador trifásico e a Figura 1.55b as bobinas deste gerador. Se conectadas com o
ponto neutro (N) em comum, tem-se a ligação em estrela (Y).
A Figura 1.56 mostra um gerador de dois pólos girando a uma velocidade n em RPM,
produzindo um campo girante com velocidade em rad/s.
Figura 1.55 – (a) Gerador trifásico. (b) Bobinas do gerador, defasadas entre si de 120 graus.
Figura 1.56 – (a) Modelo elementar de um gerador trifásico. Repare nas fases a, b e c
e a conexão do neutro. (b) Formas de onda (defasamento de 120 graus entre as tensões).
- Tensão de fase (VF ou VFN): é a tensão de cada fase em relação ao condutor neutro.
- Tensão de linha (VL ou VFF): é a tensão entre duas fases (por exemplo, vab na Figura 1.56a).
- Em qualquer instante de tempo (veja a Figura 1.56b), a soma fasorial das três tensões de fase de um
gerador trifásico é nula (BOYLESTAD, 2002).
A Figura 1.57 mostra as formas de onda de um sistema abc (tensões de fase e de linha).
Figura 1.57 – Formas de onda de um sistema trifásico equilibrado (tensões de fase e de linha).
Fonte: http://www.ee.pucrs.br/~fdosreis/ftp/Eletronica_de_Potencia/trifasico1.gif
A representação fasorial das tensões trifásicas está ilustrada na Figura 1.58a. As três tensões
de fase (VFN) são defasadas entre si de 120 graus e têm o mesmo módulo. Tomando como base esta
figura, pode-se obter o fasor de uma tensão de linha (VFF), o qual será calculado posteriormente
através da aplicação matemática da Lei dos Cossenos.
A tensão de linha vbc (entre as fases b e c), é encontrada pela Equação (1.26). Para se obter
o fasor -Vcn bastou desenhar o mesmo com defasamento de 180 graus.
Vbc = Vb - Vc = Vbn - Vcn = V bn + (- Vcn ) (1.26)
Pela regra do paralelogramo, aplicada no diagrama fasorial da Figura 1.58b, se obtém o fasor
resultante (diagonal V bc ).
Relembrando...
A rede elétrica CA monofásica é formada por dois fios, um chamado fase e outro chamado neutro. O
fio neutro possui potencial zero e o fio fase é por onde a tensão elétrica é transmitida. Como haverá diferença
de potencial entre a fase e o neutro, haverá tensão elétrica. O terra contém um sinal com zero volt absoluto. Ele
é usado para igualar o potencial elétrico entre equipamentos elétricos. Normalmente o condutor terra é ligado à
carcaça metálica do equipamento.
Fonte: Artigo: ATERRAMENTO. Gabriel Torres. Dezembro de 2002. Disponível em:
<http://www.clubedohardware.com.br/artigos/457>. Acesso em 22 dez 2010.
Figura 1.59 – Composição vetorial das três tensões de linha, para um sistema trifásico equilibrado.
A resultante é:
Vab = Van - V bn Van + - V bn .
As tensões Van (lado superior do paralelogramo) e -Vbn formam um ângulo de 120 graus.
Para se encontrar a tensão de linha Vab basta aplicar a Lei dos Cossenos.
1. Gerador ligado em estrela (Y) e carga ligada em estrela (Y) – Figura 1.60a.
2. Gerador ligado em estrela (Y) e carga ligada em triângulo () – Figura 1.60b.
(a)
(b)
Figura 1.60 – (a) Conexão Y-Y entre gerador e carga de impedância Z, onde a corrente de linha e a de fase são as
mesmas. (b). Conexão Y- entre gerador e carga. Neste caso, a tensão de fase na carga é igual à tensão de linha
do gerador (BOYLESTAD, 2002).
Figura 1.61 – Conexões Y-Y (primeira sequência) e Y- (segunda sequência) entre gerador e carga.
A Figura 1.62 mostra as correntes de linha e de fase nas conexões triângulo e estrela (veja o
esboço das ligações).
Figura 1.62 – Relação entre as correntes de linha e de fase nas ligações triângulo e estrela.
Veja que na ligação em triângulo, a corrente de linha é maior que a de fase. E, na ligação em
estrela, a tensão de linha é maior que a de fase.
Notas:
1) na ligação em , a soma das correntes de fase é fasorial! Como estão defasadas de 120
graus, não vale a relação IL = IF IF em qualquer vértice do triângulo;
2) o mesmo vale para a ligação em estrela, onde não vale a relação VL = VF +VF ;
VF = VL /1,73
= 220 / 1,73 = 127 Volts.
EF - Exercícios de Fixação
Série 4
EF16 – Seja uma carga equilibrada, alimentada em estrela por um gerador CA trifásico conectado
também em estrela, como mostra a Figura 1.63.
a) Encontre os ângulos 2 e 3 e o módulo das tensões de linha.
b) Encontre as correntes de fase na carga e mostre que no neutro tem-se I F 0.
Figura 1.63 – Conexão Y-Y para uma carga indutiva (BOYLESTAD, 2002).
EF17 – Um circuito série RLC é alimentado por uma fonte de tensão senoidal v1 (t), que, na forma
polar, é dada por V1 = 100 /00 V. Os parâmetros do circuito são: R = 6 , XL = 10 e XC = 20 .
a) desenhar o triângulo de impedâncias e calcular o módulo da impedância;
b) determinar o valor da corrente na forma polar.
EF18 – Um circuito RL série é alimentado por uma fonte senoidal, v(t) = 10 sen t [V].
a) Sendo Z = 20 + j50 , calcular a corrente no mesmo para f = 10 Hz, 60 Hz e 200 Hz.
b) Desenhar os diagramas de impedância de v(t) e i(t) para as freqüências citadas.
5) Encontre o valor instantâneo de v(t) = 100.sen 500t em t = 1,0 ms. Resp.: v(1 ms) 100 V.
Encontre também o período e a freqüência das seguintes formas de onda:
a) v1(t) = 10 - 5.cos (800t + 300)
b) i2(t) = 5,5.sen 2 10t
Resp.: (a) T = 2,5 ms e f = 400 Hz; (b) T = 314,16 ms e f = 3,18 Hz.
Figura 3.
8) Um resistor R de 50 tem uma queda de tensão sobre ele dada por vR(t) = 120.sen (377t + 450) V.
Calcule:
(a) o valor máximo da corrente neste resistor, i Rmax.
(b) a potência média dissipada em R. Dado: PDC V 2 max 2R .
Resp.: (a) 7,43 + j9,17; (b) –12,9 – j9,06; (c) –10,8 + j8,43; (d) 13,67 + j9,93.
a) b) c) z3 = (z4 + z5 + z6) / z7 ,
onde:
z4 = 40 + j 55 ,
z5 = 100 - j 33 ,
z6 = - 20 - j 60 e
z7 = - 65 + j 90 .
Figura 6.
b) calcule a corrente total do circuito, IT, e representa-a na forma complexa. Resp.: IT = 5,83 – j 3,37 [A].
16) Três resistências de 20 estão ligadas em Y a uma linha trifásica (3 ) de 240 V funcionando
17) Uma carga equilibrada indutiva, onde em cada fase a impedância é Z = 10 + j10 ohms (Figura 8) é
alimentada por uma tensão de linha EL = 220 VRMS.
VL 3.VL
Sistema Trifásico – Potência Total em W: IL IF
P 3P 3.V I cos
T F F F
2.1 – Introdução
O motor elétrico pode se definido, de um modo simples e direto, como um equipamento que
converte energia elétrica em energia mecânica (em geral energia cinética). A energia elétrica – fonte
de alimentação - pode ser na forma contínua (no caso dos motores CC) ou alternada (motores CA de
indução, síncronos etc.), e desenvolve em seu eixo um movimento de rotação e um conjugado
(torque).
Segundo informações da WEG Equipamentos Elétricos, o motor de indução é o mais usado de
todos os tipos de motores (cerca de 80 % a 90 % dos motores elétricos em serviço no mundo), pois
combina as vantagens da utilização de energia elétrica - baixo custo, facilidade de transporte, limpeza
e simplicidade de comando - com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de
adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos.
A Figura 2.1 apresenta um motor de indução em vista explodida. A Figura 2.2 mostra, de modo
bastante gráfico, os tipos de motores elétricos.
Como apresentado na Figura 2.2, os motores elétricos são divididos em duas categorias
principais, em função da fonte de alimentação: motores de corrente contínua (CC ou DC) e motores de
corrente alternada (CA ou AC) (FRANCHI, 2007).
A seguir são apresentadas algumas características básicas destes motores.
A Figura 2.4 mostra as partes principais do motor CC: a parte móvel (rotor ou armadura) e a
parte fixa ou estática (estator ou campo).
(a) (b)
Figura 2.4 – Partes principais do motor CC – Estator (a) e Rotor (b).
O Estator ou campo constitui a parte fixa do motor, possuindo sapatas polares formadas por
pacotes de lâminas de aço silício justapostas. Em torno das sapatas polares são enrolados os fios
condutores, que formam as bobinas.
Relembrando...
O motor de CC tem a sua operação baseada nas forças resultantes da interação entre o campo
magnético e a corrente que circula no seu enrolamento de armadura. Tais forças tendem a mover o
condutor num sentido perpendicular ao plano da corrente elétrica e do campo magnético (regra da mão
esquerda ou Regra de Fleming) – Figura 2.5. A Figura 2.6 mostra a ação motora em uma espira.
Figura 2.5 – Visualização do movimento de um condutor percorrido por corrente elétrica, no interior
de uma região onde há fluxo de linhas de campo magnético – Regra da Mão Esquerda (Fleming).
Segundo FRANCHI,
Serão estudados em maior profundidade neste capítulo apenas os motores CA, já que a imensa
maioria dos motores elétricos utilizados nos processos industriais pertence a essa categoria.
Quanto à velocidade de rotação, classificam-se os motores CA:
- Motor SÍNCRONO: aquele que opera com freqüência fixa, igual àquela da rede de
alimentação CA. Utilizado para faixas de grandes potências (devido ao custo alto para tamanhos
menores). Neste motor, a velocidade do rotor é igual a do campo girante do estator (assunto que será
estudado a seguir).
- Motor ASSÍNCRONO – opera com velocidade que varia ligeiramente com a carga mecânica
aplicada ao eixo. A velocidade do rotor é diferente da velocidade do campo girante do estator.
O motor assíncrono de indução (velocidade variável) tem atualmente uma aplicação muito
grande tanto na indústria como em utilizações domésticas, dada a sua grande robustez, baixo preço e
partida fácil (pode mesmo ser direta, em motores de baixa potência). É o motor mais utilizado nos
processos industriais nos dias de hoje.
Na sua configuração trifásica, o Motor de Indução Trifásico (MIT) apresenta, em relação aos
motores monofásicos, uma superioridade: é mais econômico tanto na construção como na utilização.
Geralmente é o mais utilizado para acionamento de compressores, bombas e ventiladores. O uso de
MIT se justifica a partir de 2 kW. Para potências menores, indica-se o motor de indução monofásico, o
qual será estudado no capítulo 8 (características construtivas e métodos de acionamento). Como
vantagens em relação ao motor monofásico, o MIT apresenta vantagens como partida mais simples,
ruído menor e menor custo (FRANCHI, 2007).
O rotor de uma máquina de indução polifásica pode ser de dois tipos de tecnologia: 1) o rotor
de gaiola de esquilo e 2) o rotor enrolado ou bobinado.
O motor de indução com rotor tipo gaiola de esquilo é também conhecido como motor de
indução com rotor em curto-circuito. O rotor é constituído por um núcleo de chapas ferromagnéticas
de aço silício, isoladas entre si, sobre o qual são colocadas barras de alumínio (condutores), dispostas
paralelamente entre si e unidas nas suas extremidades por dois anéis condutores (também de
alumínio), os quais provocam um curto-circuito nos condutores, como mostram as Figuras 2.8 e 2.9.
(a) (b)
Figura 2.8 – Rotor do tipo gaiola de esquilo: (a) estrutura e (b) localização interna ao estator.
A Figura 2.10 mostra um motor de indução (vista em corte) com rotor em gaiola de esquilo.
É utilizado em geral para partir cargas de alta inércia ou que exijam conjugados de partida
elevados, ou ainda, quando o sistema de acionamento requer partidas suaves. O rotor bobinado, com
estrutura semelhante ao enrolamento do estator, é constituído por um núcleo de chapas de aço silício
(isoladas entre si) sobre o qual são alojadas as espiras que constituem o enrolamento (Figura 2.11).
Os terminais livres de cada uma das bobinas do enrolamento são ligados a anéis coletores e
estes são ligados a um reostato constituído por resistências variáveis cuja função é a de reduzir as
CEFET-MG – Campus VIII – Varginha – Acionamentos e Comandos Elétricos. 74
correntes de arranque elevadas, no caso de motores de elevada potência, conseguindo uma partida
mais suave (Figura 2.12).
Figura 2.12 - Chave para Motor de indução com rotor bobinado (resistência rotórica).
Neste tipo de motor podem ser obtidas velocidades distintas num mesmo eixo. Estes motores,
em sua maioria, operam com apenas uma tensão, pois as conexões/religações disponíveis geralmente
permitem a alteração apenas da velocidade. Para cada rotação, a potência e a corrente são diferentes.
Basicamente são encontrados dois tipos de motores trifásicos de velocidade múltipla: o motor de
enrolamentos separados e o motor Dahlander
.
CEFET-MG – Campus VIII – Varginha – Acionamentos e Comandos Elétricos. 75
2.3.2.1 – Motor Trifásico de Enrolamentos Separados
Este tipo de motor – veja a Figura 2.13 – é baseado em que a rotação de um motor elétrico
(rotor gaiola) depende do número de pólos magnéticos formados internamente em seu estator.
Possui na mesma carcaça dois enrolamentos independentes e bobinados com números de pólos
diferentes. Ao alimentar um enrolamento ou outro, obtém-se duas rotações, uma chamada baixa e
outra, alta.
(a) (b)
Figura 2.13 (BASOTTI, 2001) – (a) Numeração dos enrolamentos do motor de
enrolamentos separados. (b) Montagem do transformador semelhante à do motor.
As rotações dependerão dos dados construtivos do motor, não havendo relação obrigatória
entre baixa e alta velocidade. Exemplos: 6/4 pólos (1200 /1800 rpm); 12/4 pólos (600/1800 rpm), etc.
Deve-se ficar atento para o fato de que, ao alimentar uma das rotações (por exemplo a
BAIXA), deve-se ter o cuidado de manter as conexões do lado da outra rotação (no caso a ALTA)
desligadas, isoladas e com o circuito aberto, já que, obviamente, não é possível o motor girar em duas
rotações simultaneamente.
O motor Dahlander é aquele que possui um enrolamento especial, o qual recebe dois tipos de
conexões, o que possibilita alterar a quantidade de pólos. Daí é possível se obter duas velocidades
distintas, sempre com relação 1:2, já que a velocidade depende, além da freqüência da fonte de
alimentação CA, também do número de pólos – Equação (2.1).
120 f
n rpm (2.1)
p
As partes constituintes do motor elétrico são localizadas em dois setores do mesmo: o estator
(parte fixa) e o rotor (parte girante). O espaço entre o estator e o rotor é chamado de entreferro. A
Figura 2.14 ilustra o motor elétrico e na sequência são apresentados os componentes e sua descrição.
Estator
Carcaça (1) - é a estrutura suporte do conjunto; de construção robusta em ferro fundido, aço ou
alumínio injetado, resistente à corrosão e com aletas.
Núcleo de chapas (2) - as chapas são de aço magnético, tratadas termicamente para reduzir ao
mínimo as perdas no ferro.
Enrolamento trifásico (8) - três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase, formando um
sistema trifásico ligado à rede trifásica de alimentação.
Figura 2.14 – Motor de indução – partes do estator e do rotor. Fonte: Disponível em:
http://www.weg.net/files/products/WEG-motores-eletricos-baixa-tensao-mercado-brasil-050-catalogo-portugues-br.pdf
Rotor
Eixo (7) - transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. É tratado termicamente para
evitar problemas como empenamento e fadiga.
Núcleo de chapas (3) - as chapas possuem as mesmas características das chapas do estator.
Barras e anéis de curto-circuito (12) - são de alumínio injetado sob pressão numa única peça.
Outras partes do motor de indução trifásico: tampa (4), ventilador (5), tampa defletora (6), caixa
de ligação (9), terminais (10) e rolamentos (11).
Nesta seção serão estudados os campos girantes, assunto de extrema importância para o
entendimento do princípio de funcionamento das máquinas elétricas trifásicas. Antes disso, será
apresentado o campo magnético de uma máquina CA monofásica, que é pulsante.
O estator do motor de indução corresponde ao núcleo ferromagnético estacionário, como
mostra a Figura 2.15. Nas ranhuras do estator são alojadas as espiras de fio condutor que constituem
os enrolamentos ou bobinas do estator. Dependendo do número de ranhuras e da maneira como serão
dispostas as espiras dos enrolamentos, poderemos ter 2, 4, 6 ou 8 pólos magnéticos.
Como já é sábio, em uma bobina na qual circula uma corrente elétrica, é criado um campo
magnético dirigido conforme o eixo da bobina. O valor deste campo é proporcional à corrente. As
Figuras 2.16a e 2.16b mostram, respectivamente, um enrolamento monofásico e um enrolamento
trifásico, ambos atravessados por corrente(s) i(t) e o campo magnético H1 criado em ambas as
situações.
O enrolamento monofásico – Figura 2.16a – é formado por um par de pólos (um pólo NORTE
e um pólo SUL), cujos efeitos são somados para estabelecer o campo magnético h(t), o qual atravessa
o rotor entre os dois pólos, se fechando através do núcleo do estator. Se a corrente i(t) é alternada, o
campo magnético H também o será (veja a Figura 2.17, campo magnético pulsante).
1
O campo magnético H (dado em A/m) e a densidade de campo magnético B (em Wb/m2 ou Tesla) se
relacionam pela expressão B = H, onde é a permeabilidade magnética do meio, dada por = r 0, com
μ 0 = 4π × 10-7 Wb A.m (permeabilidade magnética do vácuo) e r é a permeabilidade relativa, ou do meio.
CEFET-MG – Campus VIII – Varginha – Acionamentos e Comandos Elétricos. 78
(a) (b)
Figura 2.16 – (a) Enrolamento monofásico atravessado por uma corrente alternada i(t) e a consequente formação
de um campo magnético pulsante. (b) Formação de um campo magnético girante em um enrolamento trifásico, a
partir de tensões alternadas defasadas de 120 graus elétricos, que geram, em dada fase, uma corrente i(t).
Este campo magnético criado devido a uma só fase é denominado pulsante porque tem sempre
a mesma direção e não permite a indução de correntes significativas nos enrolamentos rotóricos. Logo,
não se consegue a formação do campo magnético girante (explica-se então a dificuldade existente na
partida dos motores monofásicos, assunto a ser estudado no capítulo 8).
Figura 2.17 – Campo magnético pulsante B gerado por alimentação monofásica. Fonte:
http://minerva.ufpel.edu.br/~egcneves/disciplinas/mte/caderno_mte/motor_mono.pdf
Para as máquinas elétricas trifásicas, como é criado o campo magnético rotativo ou girante?
Como é que se dá origem ao movimento de rotação de seu eixo?
Inicialmente considere três bobinas independentes no estator, as quais são montadas com uma
defasagem angular de 120˚ entre si – Figura 2.18.
Estas bobinas, se forem alimentadas por tensões trifásicas va(t), vb(t) e vc(t) defasadas
geometricamente de 1200 – veja a Figura 2.19 -, dão origem às correntes ia(t), ib(t) e ic(t) - Equações
(2.2), (2.3) e (2.4).
ia (t ) I max sen t (2.2)
ib (t ) I max sen t 120o (2.3)
ic (t ) I max sen t 120o (2.4)
Os campos magnéticos resultantes são indicados pelas Equações (2.5), (2.6) e (2.7).
Exemplo 2.1 – Encontre a resultante da composição vetorial dos campos magnéticos das fases a, b e c
do enrolamento trifásico mostrado na Figura 2.19, para os seguintes ângulos:
a) t = 00.
b) t = 900.
c) t = 1200.
Campos magnéticos das 3 fases:
ha (t ) H max sen t
hb (t ) H max sen t 120o
hc (t ) H max sen t 120o
Solução:
h b (t) = H max sen 00 - 120o = H max sen (-120o ) = -
3 2 H max
A Figura 2.21 mostra o fasor resultante hr , dos fasores hb e hc . Na Figura 2.22 vê-se o
triângulo ABC formado por estes fasores. Aplica-se a Equação (2.8) - Lei dos Cossenos -, para o
cálculo do módulo de hr .
Através da Lei dos Cossenos, calcula-se um dos lados do triângulo, dados os outros dois lados
e o ângulo entre eles.
Figura 2.22 – Triângulo ABC formado pelos fasores hr , hb e hc . Pela
Lei dos cossenos determina-se o módulo da resultante, hr .
3 3
h b (t) = - H max e h c (t) = H max .
2 2
O ângulo entre os fasores hb e hc é de 120 graus (Figura 2.20). Substituindo-se os valores
2
2 2
= 3 2 H max 3 2 H max 3 2 H max 3 2 H max 0,5
9 2 3
hr H max H max .
4 2
Figura 2.23 – Composição dos fasores de hb(t) e hc(t) para Para t = 00.
Primeiramente, efetua-se o cálculo da resultante dos fasores hb e hc .
CEFET-MG – Campus VIII – Varginha – Acionamentos e Comandos Elétricos. 83
Pela composição destes fasores, como mostrado na Figura 2.23, pode-se aplicar a Lei dos
cossenos, no triângulo MNO, mostrado na Figura 2.24. O ângulo entre os fasores hb e hc é de 600.
Figura 2.24 – Triângulo MNO formado pelos fasores hbc , hb e hc .
2
= 0, 25 H max 0, 25 H max
2
0, 25 H max
2
0, 25 H max
2
1 3
h r = h a + h bc =H max H max H max .
2 2
3
ha (t ) H max sen 1200 = H max .
2
hb (t ) H max
sen 1200 1200 = H max sen 00 = 0.
hc (t ) H max sen 1200 1200 = H max sen 2400 =
2
3
H max .
Pelos cálculos anteriores, o campo magnético resultante é devido somente ao campo de duas
fases. A Figura 2.25 mostra o diagrama fasorial dos campos magnéticos das fases a e c para t = 1200.
A resultante dos fasores de ha(t) e hc(t) para Para t = 1200 é mostrada na Figura 2.26a. Daí se
obtém o triângulo PQR, o qual será utilizado para o cálculo de hr, pela Lei dos Cossenos.
(a) (b)
Figura 2.26 – (a) Resultante da composição dos fasores de ha(t) e hc(t) para Para t = 1200.
(b) Triângulo PQR para o cálculo da resultante pela Lei dos Cossenos.
2 2
3 3 3 3 1
= H max H max 2 H max H max
2 2 2 2 2
3 2 3 2 3 2 9 2
= H max H max H max H max
4 4 4 4
9 2 3
hr H max H max .
4 2
120 f
ns (2.9)
P
onde:
ns = velocidade síncrona do motor, em rpm (rotações por minuto);
f = freqüência aplicada ao motor, em Hz;
P = número de pólos do motor, ou seja, são os “P” pólos girantes ao longo do entreferro.
A Tabela 2.1 mostra uma relação de velocidades síncronas em função do número de pólos (P)
de um Motor Trifásico.
Os enrolamentos podem ser construídos com um ou mais pares de pólos, que se distribuem
alternadamente (um “norte” e um “sul”) ao longo da periferia do núcleo magnético.
O campo girante percorre um par de pólos (p) a cada ciclo. Assim, como o enrolamento tem P
pólos ou p pares de pólos, podemos escrever:
120 f 60 f
ns [rpm]
P p
120.50
ns [rpm] 1000 rpm.
6
60.50
Resolvendo para 3 pares de pólos, ou seja, p = 3, tem-se: ns 1000 rpm.
3
Exemplo 2.3 – Um motor síncrono alimentado por uma tensão de 60 Hz tem a rotação de seu eixo
dada por ns = 600 rpm. Calcule o número de pólos do motor.
Da Equação (2.9),
120 f 120.60
P 12 pólos.
ns [rpm] 600
Se o motor elétrico gira a uma velocidade diferente da velocidade síncrona (caso dos motores
de indução), isto é, se a velocidade do eixo difere da velocidade do campo girante, então o motor corta
as linhas de força magnética do campo magnético do estator. Daí, pelas leis do eletromagnetismo,
circulam no rotor correntes induzidas (FRANCHI, 2007).
O escorregamento (s) é a diferença entre a velocidade real do eixo do motor, dependente da
carga a ele aplicada, e a velocidade síncrona do campo girante (ns). Em geral, é expresso como um
percentual da velocidade síncrona. Percentualmente, o escorregamento é definido pela Equação (2.10).
ns n ns n
s [adimensional] s 100 [%] (2.10)
ns ns
O escorregamento varia com a carga aplicada ao motor: com o motor trabalhando em vazio, o
escorregamento é próximo de zero. À medida que a carga aumenta no eixo, o escorregamento também
aumenta. Isto é óbvio, pois, quando maior a carga, maior será o conjugado ou torque necessário para
acioná-la. Para se obter o torque, a diferença de velocidade terá que ser maior a fim de que as correntes
induzidas e os campos magnéticos produzidos sejam maiores. Logo, à medida que a carga aumenta,
diminui a rotação do motor.
fr = s.fe (2.11)
nr (1 s)ns (2.12)
120.60
ns [rpm] 1800 rpm.
4
Logo, s = 1800 – 1720 = 80 rpm.
1800 1720
b) s% 100 4, 44 %.
1800
EF20 – Invertendo duas das três fases do MIT da Figura 2.18, pede-se:
EF21 – Explicar porque o campo magnético h(t) por fase é denominado pulsante e não girante.
EF23 – Sejam as formas de onda trifásicas da Figura 2.29 e os fasores, para os instantes de (1) até (6),
indicando a composição fasorial dos campos magnéticos das fases R, S e T.
Determinar, nos diagramas fasoriais dos instantes (3), (4), (5) e (6) a sequência dos campos
magnéticos das fases. Seguir a sequência da composição fasorial da Figura 2.18, abc = RST, bem
como as polaridades dos campos magnéticos pulsantes de cada fase.
2.5.4 – Conjugado
O conjugado, também conhecido como torque, é a medida do esforço efetuado para girar um
eixo. Veja a Figura 2.30. Por experiência prática, para levantar um material contido em um balde, a
força F aplicada à manivela depende do comprimento d da manivela. Para uma manivela maior, menor
será a força F necessária.
T F .d (2.13)
A potência é a grandeza que mede a “velocidade” com que a energia é aplicada ou consumida.
No exemplo da seção anterior, para um poço com 24,5 metros de profundidade, a energia
gasta, ou trabalho realizado para trazer o balde do fundo até a boca do poço é sempre a mesma, de
acordo com a Equação (2.14).
A unidade de medida de energia mecânica, Nm, é a mesma que usamos para o conjugado -
trata-se, no entanto, de grandezas de naturezas diferentes, que não devem ser confundidas (WEG,
Motores Elétricos de Baixa Tensão – catálogo em Português disponível em www.weg.net .
Em termos de potência elétrica, no caso, a potência requerida a um motor elétrico para
suspender o balde do exemplo, a sua unidade é o Watt, que é derivada de uma taxa relacionando o
trabalho realizado em um determinado intervalo de tempo, como mostra a Equação (2.15).
Fazendo uso da Equação (2.13), se for utilizado um motor elétrico capaz de erguer o balde de
água em um tempo de 2,0 segundos, a potência elétrica desenvolvida por este motor será:
490 J
Pmotor 1 = 245 W.
2, 0 s
490 J
Pmotor 2 = 490 W.
1, 0 s
Em termos de potência mecânica (no caso de um motor elétrico, disponível em seu eixo), a sua
unidade mais usual é o CV (cavalo-vapor), equivalente a 736 W. Este termo se deve ao engenheiro
escocês James Watt (1736-1819), inventor da primeira máquina a vapor. Nesta máquina, a energia
mecânica era obtida através do uso de cavalos, rodas hidráulicas e moinhos de vento.
Há também o HP (horse-power, unidade de origem inglesa), com uma pequena diferença:
equivalente a 746 W. As Equações (2.16) e (2.17) mostram as duas unidades em função do W (watt).
kW 1000
1 CV (2.16)
736
kW 1000
1 HP (2.17)
746
0, 245 kW 1000
P1 CV 0,33 CV .
736
0, 490 kW 1000
P2 CV 0, 66 CV .
736
Um motor elétrico, como se sabe, absorve energia elétrica da rede de energia (monofásica ou
trifásica) e a transforma em energia mecânica disponível no eixo.
A potência elétrica é dividida em três componentes:
1) Potência Aparente (S), em kVA – é a potência entregue pela concessionária aos consumidores.
Matematicamente, para cargas trifásicas, é descrita pela Equação (2.18), sendo igual ao produto entre
os valores RMS da tensão e da corrente de linha, sem levar em conta o tipo de carga (resistiva,
indutiva ou capacitiva).
S3 3 VL I L (2.18)
2) Potência Ativa (P), em kW - é a parcela da potência aparente que realiza trabalho, ou seja, que é
transformada em energia. Veja a Equação (2.19), potência ativa trifásica.
O Fator de Potência de um circuito é a razão entre a potência média (ou ativa) e a potência
aparente. Matematicamente é definido como – Equação (2.21):
Figura 2.31 – (a) Triângulo de Impedância - circuito série RLC. (b) Triângulo de potência.
Resultado da multiplicação de cada fasor da Figura 2.30a por I2, para um circuito série RLC.
Para uma carga puramente resistiva (R): cos = cos 00 = 1. Daí o FP é unitário.
Um motor é uma carga essencialmente indutiva. Logo o FP de um motor é sempre menor do a
unidade (carga RL, onde a indutância L predomina).
Para uma carga trifásica, a Equação (2.22) é melhor escrita como:
2.5.8 – Rendimento
O motor elétrico absorve energia elétrica da rede de alimentação e transforma esta energia em
energia mecânica, disponível no eixo, para a realização de trabalho (erguer um peso, movimento de
um braço de robô etc.). O rendimento é o parâmetro que define o quão é eficiente esta transformação.
Conhecendo a potência útil, Pu ou potência de saída (Po) disponível no eixo (dada em CV ou
HP, já que é potência mecânica), e a potência elétrica de entrada (potência absorvida da rede CA), P a
ou Pi, o rendimento será a relação entre as duas – Equação (2.23).
À medida que se aplica carga ao eixo do motor, o rendimento aumenta (veja que a potência
mecânica desenvolvida no eixo aumenta). O rendimento pode atingir valores em torno de 95 % em
máquinas elétricas de grande potência.
Para a análise correta do rendimento de um motor elétrico, devem-se levar em consideração
duas curvas, que serão estudadas futuramente na disciplina Máquinas Elétricas:
EF - Exercícios de Fixação
Série 6
EF24 – O que é potência reativa? Que equipamentos trabalham com este tipo de potência?
Exemplifique.
EF25 – Um MIT onde a potência é de 20 CV e o rendimento é de 85 % opera com um FP de 0,86.
Encontre a potência aparente e a potência reativa.
EF26 – Seja uma instalação elétrica, com dois motores de indução de 10 CV, FP de 0,8.
a) Calcular a potência ativa deste grupo de motores, em kW?
b) Qual é a potência aparente entregue pela concessionária a estes motores?
EF27 – Quais são as vantagens da correção do FP? Quais são os benefícios desta técnica para a
concessionária de energia elétrica?
Referência: FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos Elétricos. 2ª. Ed. São Paulo: Ed. Érica, 2007.
Cn: Conjugado nominal ou de plena carga - é o conjugado desenvolvido pelo motor à potência
nominal, sob tensão e frequência nominais – veja a Figura 2.33a.
Cp: Conjugado com rotor bloqueado ou conjugado de partida ou, ainda, conjugado de arranque - é o
conjugado mínimo desenvolvido pelo motor bloqueado, para todas as posições angulares do rotor, sob
tensão e freqüência nominais.
(a) (b)
Figura 2.32 – (a) Curva Conjugado x Rotação. (b) Variação da velocidade em função
do conjugado da carga. Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S.A.
Cp
C p (%) 100 (2.24)
Cn
Na prática, o conjugado de rotor bloqueado deve ser o mais alto possível, a fim de que o rotor
possa vencer a inércia inicial da carga (conjugado resistente, Cn ou Cr) e possa acelerá-la rapidamente,
principalmente quando a partida é com tensão reduzida.
Cmin: Conjugado mínimo - é o menor conjugado desenvolvido pelo motor ao acelerar desde a
velocidade zero até a velocidade correspondente ao conjugado máximo. Na prática, este valor não
deve ser muito baixo, isto é, a curva não deve apresentar uma depressão acentuada na aceleração, para
que a partida não seja muito demorada, sobreaquecendo o motor, especialmente nos casos de alta
inércia ou partida com tensão reduzida.
Cmáx: Conjugado máximo - é o maior conjugado desenvolvido pelo motor, sob tensão e freqüência
nominal, sem queda brusca de velocidade. Na prática, o conjugado máximo deve ser o mais alto
possível, por duas razões principais:
1) O motor deve ser capaz de vencer, sem grandes dificuldades, eventuais picos de carga como pode
acontecer em certas aplicações, como em britadores, calandras, misturadores e outras.
2) O motor não deve arriar, isto é, perder bruscamente a velocidade, quando ocorrerem quedas de
tensão, momentaneamente, excessivas.
Conforme as suas características de conjugado em relação à velocidade e corrente de partida,
os motores de indução trifásicos com rotor de gaiola, são classificados em categorias, cada uma
adequada a um tipo de carga. Estas categorias são definidas em norma (NBR 7094), e são as seguintes:
Categoria H - Conjugado de partida alto, corrente de partida normal e baixo escorregamento. Usados
para cargas que exigem maior conjugado na partida, como peneiras, transportadores carregadores,
cargas de alta inércia, britadores, moinhos etc.
Categoria NY - Esta categoria inclui os motores semelhantes aos de categoria N, porém, previstos
para partida estrela-triângulo. Para estes motores na ligação estrela, os valores mínimos do conjugado
com rotor bloqueado e do conjugado mínimo de partida são iguais a 25% dos valores indicados para
os motores categoria N.
Categoria HY - Esta categoria inclui os motores semelhantes aos de categoria H, porém. previstos
para partida estrela-triângulo. Para estes motores na ligação estrela, os valores mínimos do conjugado
com rotor bloqueado e do conjugado mínimo de partida são iguais a 25% dos valores indicados para
os motores de categoria H. Os valores mínimos de conjugado exigidos para motores das categorias N e
H (4, 6 e 8 pólos), especificados pela norma NBR 7094, são mostrados nas tabelas 3.1 e 3.2. Para
motores da categoria D, de 4, 6 e 8 pólos e potência nominal igual ou inferior a 150cv, tem-se,
segundo a NBR 7094, que: a razão do conjugado com rotor bloqueado (Cp) para conjugado nominal
(Cn) não deve ser inferior a 2,75. A norma não especifica os valores de C mín e Cmáx. A NBR 7094 não
especifica os valores mínimos de conjugados exigidos para motores 2 pólos, categorias H e D” (WEG
Equipamentos Elétricos S.A. – Motores Elétricos de CA, 2009, p. D-18).
Conjugado em percentagem do
conjugado de plena carga
Velocidade
Figura 2.34 - Curvas Conjugado x Velocidade, das diferentes categorias de conjugado em relação à velocidade e
corrente de partida, conforme a Norma NBR 7094. Fonte: Manual de Motores Elétricos de CA. WEG
Equipamentos Elétricos S.A.
A Figura 2.35 mostra dois exemplos de placas de motores de indução trifásicos (dados
nominais). Os parâmetros mais importantes (comentados com dados da primeira placa) são:
- Potência mecânica do motor (5 CV): para estimar se esse motor é capaz de executar o trabalho desejado.
- Tensão nominal múltipla: é a tensão de alimentação que o motor exige (220 ou 380 V). A grande
maioria dos motores elétricos é fornecida com terminais das bobinas religáveis, de modo que possam ser
conectados em redes de pelo menos duas tensões diferentes.
Figura 2.35 – Exemplos de placas com dados nominais de um MIT. Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S.A.
- Rendimento () = 87,5 %, que, para este motor, indica que há 13 % de perdas.
- Regime de Serviço: S1. É definido como a regularidade de carga a que o motor é submetido. A
norma NBR 7094 estabelece dez padrões para regime de serviço de motores elétricos. No caso do
regime S1, este é considerado um regime contínuo, isto é, a carga é constante por um tempo
indefinido, igual à potência nominal do motor.
- Rotação Nominal: é a rotação do eixo do motor sob carga nominal, em rpm (3500 RPM).
- Esquema de ligação que mostra como os terminais devem ser ligados entre si e com a rede de
alimentação (triângulo - tensões de linha em 220 V e estrela - tensões de linha atingindo até 380 V).
- Classe de Isolamento: B, indicando que o limite máximo de temperatura que o isolamento do motor
suporta continuamente sem redução de sua vida útil (segundo a norma NBR 7034) é de 1300 C.
- Fator de serviço, FS (no caso do motor da Figura 2.35 é de 1,15), que indica a sobrecarga
permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor sobre condições específicas. Este
parâmetro indica uma capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma reserva de potência que dá ao
motor elétrico condições de funcionamento em condições adversas. Exemplo: FS = 1,15 indica que o
motor suporta continuamente 15% de sobrecarga acima de sua potência nominal.
Tabela 2.2 - Graus de proteção contra a penetração de objetos sólidos estranhos indicados
pelo primeiro numeral característico.
Numeral Descrição sucinta do grau de proteção.
0 Não protegido
1 Protegido contra objetos sólidos de Ø (diâmetro) 50 mm e maior
2 Protegido contra objetos sólidos de Ø 12 mm e maior
3 Protegido contra objetos sólidos de Ø 2,5 mm e maior
4 Protegido contra objetos sólidos de Ø 1,0 mm e maior
5 Protegido contra poeira
6 Totalmente protegido contra poeira
Tabela 2.3 - Graus de proteção contra a penetração de água indicados pelo segundo numeral
característico.
Numeral Descrição sucinta do grau de proteção
0 Não protegido
1 Protegido contra gotas d'água caindo verticalmente
Protegido contra queda de gotas d'água caindo verticalmente com invólucro
2
inclinado até 15°
3 Protegido contra aspersão d'água
4 Protegido contra projeção d'água
5 Protegido contra jatos d'água
6 Protegido contra jatos potentes d'água
7 Protegido contra efeitos de imersão temporária em água
8 Protegido contra efeitos de imersão contínua em água
Fonte: Revista Eletricidade Moderna (EM), julho, 2005.
Para finalizar este item, a Tabela 2.4 mostra uma comparação entre os parâmetros dos motores
de indução de gaiola de esquilo e os de anéis.
Figura 2.36 – Mudança no sentido de rotação de um Motor CA (inversão na ligação de duas das três fases).
A grande maioria dos motores elétricos é fornecida com terminais do enrolamento religáveis,
de modo a funcionar em redes de pelo menos duas tensões diferentes. Os motores trifásicos são
disponíveis com 6, 9 e 12 terminais.
Os motores trifásicos com seis terminais só têm possibilidades de ligação em dois níveis de
tensão: 127/220 V ou 220/380 V ou 440/760 V. Esses motores são ligados em triângulo na menor
tensão e em estrela, na maior tensão. A Figura 2.37 mostra uma placa de ligação ou painel de ligações
desse tipo de motor.
Figura 2.38 - Motor Trifásico de 6 terminais – conexão em triângulo (em 220 V).
IL ( ) = 3.IF
A Figura 2.39 apresenta a conexão estrela (Y), com dois níveis de tensão (380 V, tensão de
fase e 440 V, tensão de linha), onde as correntes de linha e de fase são iguais. Já a tensão de linha é
maior do que a de fase, segundo a relação:
VL (Y) = 3.VF
Nas ligações da Figura 2.40, as bobinas estão alimentadas em 220 V. A primeira mostra uma
conexão estrela, onde a tensão de linha é 220 3 V = 380 V. Na segunda conexão, as tensões de
fase e de linha são iguais a 220 V.
O mesmo vale para os terminais 2 e 3, que são conectados aos extremos das bobinas de
terminal 7 e 8, respectivamente. Obviamente, outros terminais podem ser conectados aos extremos das
bobinas de terminais 7, 8 e 9.
(a) (b)
Figura 2.42 – (a) Ligação série. (b) Ligação Duplo paralelo.
Com os extremos das bobinas de terminais 7, 8 e 9 ligados em comum, são possíveis duas
conexões: 1) a ligação dupla-estrela (Figura 2.43 e 2.44) e 2) a ligação estrela série (Figura 2.45).
(a) (b)
Figura 2.43 - Motor Trifásico de 9 terminais com 220 V por fase. (a) Conexões acessíveis
externamente no painel do motor. (b) Conexões em YY, como efetuadas em (a).
A Figura 2.43 mostra uma conexão em YY, onde cada bobina está com a mesma tensão. Na
Figura 2.44a as bobinas estão ligadas em 127 V (a tensão de linha é de 220 V).
Na ligação estrela série, Figura 2.44b, é possível obter uma tensão de linha maior para a
alimentação do motor. No esquema da figura, cada bobina está com 127 V; com duas em série tem-se
O motor de 12 pontas é uma combinação dos casos anteriores: o enrolamento de cada fase é
dividido em duas metades para ligação série-paralelo. Além disso, todos os terminais são acessíveis
para ligação das três fases em estrela ou triângulo (o motor não possui ligações internas entre bobinas).
É possível então efetuar quatro tipos de conexões para a alimentação do motor. As possíveis são em
220, 380, 440 e 760*V (*somente para partida).
A Figura 2.45 mostra conexões para obter tensões de 220, 380, 440 e 760 V (esta última com
ligação em estrela, com os terminais 10, 11 e 12 ligados em comum).
EF - Exercícios de Fixação
Série 7
EF28 – redesenhar o circuito da Figura 2.47, representando as ligações no formato de triângulo. Se a
tensão de linha é 220 Vef,, qual é a tensão em cada bobina da conexão? Se a corrente de fase é de 5 A,
qual será a corrente de linha?
EF30 – Para um motor de indução trifásico de 12 terminais, representados na Figura 2.49, desenhar
nesta os fios (conexões) para formar uma ligação triângulo série, onde cada bobina opera em 220 V.
Qual seria a tensão de linha deste motor?
EF31 – Seja o motor de 12 terminais, 15 CV, FP = 0,85, conectado em dupla estrela (Figura 2.50).
Figura 2.50.
Referência: FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos Elétricos. 2ª. Ed. São Paulo: Ed. Érica, 2007.
O motor trifásico Dahlander pode ser aplicado em talhas, elevadores, correias transportadoras,
máquinas e equipamentos em geral ou outras aplicações que requeiram motores assíncronos de
indução trifásicos com duas velocidades.
Possui apenas um enrolamento, uma única tensão de alimentação e duas velocidades (sendo
uma o dobro da outra). Na Figura 2.51 é apresentado o seu diagrama, onde os bornes estão disponíveis
em duas séries nos enrolamentos.
Figura 2.51 - Motor Dahlander (duas velocidades). Medições de interesse: VL , VF, IL, IF e n (rpm).
Para operação em baixa velocidade deve-se alimentar os bornes U1, V1 e W1 ou 1U, 1V e 1W,
como escrito nos painéis de fabricantes diferentes.
Em alta velocidade: alimentar os terminais U2 , V2 e W2 (ou 2U, 2V e 2W) e ligar em curto-
circuito os terminais 1U, 1V e 1W.
A ligação Dahlander permite uma relação de pólos de 1:2, o que corresponde à mesma relação
de velocidade.
Quando a quantidade de pólos é maior a velocidade é mais baixa; quando é menor a
velocidade é mais alta. Isso decorre da Equação (2.25).
120 f
n 1 s (2.25)
p
onde:
n = velocidade , p é o número de pólos, s = escorregamento e f = freqüência.
Em resumo: os motores Dahlander são motores de duas velocidades com enrolamento por
comutação de pólos. A “ligação Dahlander” consiste numa relação de pólos de 1:2 com consequente
relação de rotação de 2:1.
Figura 1 Figura 2.
Figura 4.
14) Qual é a definição de fator de potência? Como calcular o FP de uma carga trifásica?
15) Seja um motor de indução de 6 terminais, cujos dados de placa são mostrados na Figura 5.
Contator Magnético
Os motores elétricos são comandados através de “chaves” ou sistemas de partida, sendo que as
mais empregadas são:
1) Partida Direta/ Reversora, para acionamento de pequenos motores;
2) Partida Estrela Triângulo, para acionamento de grandes motores sem carga;
3) Partida Compensadora, para acionamento de grandes motores com carga;
4) Partida com Soft-Starter, para acionamento de grandes motores com carga;
5) Partida com Inversor de Freqüência, para acionamento de pequenos e grandes motores elétricos.
A Figura 3.1 mostra um painel completo para comando de motores elétricos (que deve conter os
circuitos de partida, comando e proteção).
(a) (b)
Figura 3.2. (a) Botoeira com comandos liga/desliga. (b) Fusível do tipo rosca.
Figura 3.3 – Grupo de Botoeiras e Figura 3.4 – Grupo de Fusíveis, dos tipos D, Diazed
dispositivos de manobra e sinalização (2 a 100 A) e NH – 2 a 630 A (catálogo WEG).
Um dos critérios para selecionar um contato é o tipo de tensão de trabalho de suas bobinas. A
bobina constitui o terminal de entrada para o movimento da peça móvel do contator (armadura). A
tensão de alimentação da bobina pode ser do tipo contínuo (CC) ou alternado (CA), dependendo da
tecnologia do fabricante. Há uma grande variedade de bobinas com diversos níveis de tensão (de 24
até 600 V), tanto para CC quanto para CA.
Na Figura 3.8 é apresentado o esquema de um contator trifásico de dois terminais, onde são
utilizados contatos NA e NF.
É efetuado por meio de uma botoeira ou chave-bóia, por exemplo, com duas posições, cujos
elementos de comando estão ligados em série com a bobina. A velocidade de fechamento dos
contatores é resultado da força proveniente da bobina (força eletromagnética) e da força mecânica das
molas de separação que atuam em sentido contrário.
- Comando à distância;
- Elevado número de manobras;
- Grande vida útil mecânica;
- Pequeno espaço para montagem;
- Garantia de contato imediato;
- Tensão de operação de 85 a 110 % da tensão nominal prevista para contator.
Características Principais
Franchi (2007) afirma que se pode relacionar a vida útil do contator diretamente com a vida
elétrica dos seus contatos, que por sua vez depende do nível da corrente e é determinado pelo número
de manobras.
Os contatores devem ser montados de preferência verticalmente, em local que não esteja sujeito
a trepidação (Figura 3.9). Em geral, é permitida uma inclinação máxima do plano de montagem de
22,5o em relação à vertical, o que permite a instalação em navios.
O que são Comandos Elétricos? Constituem toda forma de interferência, através de dispositivos,
no sentido de ligar ou desligar qualquer circuito elétrico.
No caso de motores elétricos, o comando elétrico ou acionamento é a forma de ligar ou
desligar os seus circuitos através de dispositivos como relés, contatores magnéticos, sensores etc.
A representação destes circuitos é feita pelo método de diagramas, onde são desenhados os
componentes através de símbolos gráficos e literais seguindo as normas técnicas de cada país ou
comunidade, como, por exemplo: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), DIN, IEC etc.
Os diagramas, apresentados nos itens a seguir, são: 1. Circuito ou diagrama de Carga ou de
força ou de potência (principal) e 2. Circuito ou diagrama de Comando (secundário).
Figura 3.10a – Numeração das chaves Figura 3.10b – Diagrama de carga (exemplo).
principais de um contator.
O circuito de carga não funciona sem o de comando e este último não tem nenhuma aplicação
se não houver o primeiro. Assim, o circuito de carga determina o que se quer do comando e este
determina a maneira como se deve funcionar a carga.
Um contator possui, além das chaves principais, utilizadas em diagramas de carga, as chaves
auxiliares, que são menos robustas, se prestando a comandar as baixas correntes de funcionamento dos
eletroímãs (bobinas) de outras chaves magnéticas, lâmpadas de sinalização ou alarmes sonoros. As
chaves auxiliares podem ser do tipo NA ou NF.
A Figura 3.11 mostra o esquema completo de um contator, com as suas partes constituintes:
bobina, chaves principais (identificadas por números de um dígito) e chaves auxiliares (identificadas
por números de dois dígitos).
(a)
(b)
(c)
Figura 3.16.
__
A variável Y indica que o contator Y não atuou. Assim, esta chave permanece fechada.
__
Do contator X: X = A+ B
__
Do contator Y: Y = AB
Figura 3.17.
Na Figura 3.18, vê-se que com uma única chave pode-se acionar o contator K1, o qual conta
com várias chaves que ligarão (NA) ou desligarão (NF) os circuitos ligados através dessas chaves. Isto
permite que com uma única chave (S1), seja possível operar vários circuitos simultaneamente.
Figura 3.18.
Este circuito (Figura 3.19) é utilizado para testar as lâmpadas de sinalização de alarmes
verificando se existe alguma lâmpada queimada, para sua devida substituição.
Funcionamento: ao pressionarmos a botoeira bo a corrente circula através dos diodos, fazendo com que
as lâmpadas acendam independentemente do fechamento dos contatos c1, c2 ou c3.
Este circuito, mostrado na Figura 3.20b, é o princípio lógico das maiorias de todos os circuitos
de comandos elétricos. Os botões B0 (NF) e B1 em série, comandam o contator K1, o qual tem um
contato NA, em paralelo com B1 (NA).
Pressionando B1, a bobina de K1 é energizada. Liberando B1, K1 se mantém energizado, pois
o seu contato NA foi fechado pela ação de sua bobina. Para desligar, basta apertar o botão B0, o que
desarma a bobina do contator K1.
(a) (b)
Figura 3.20 – (a) Circuito de comando de uma lâmpada incandescente. (b) Circuito de
comando, constituído de uma chave em paralelo com a botoeira (selo ou retenção).
Através de uma das chaves (então chamada chave ou contato de selo ou de auto-retenção)
pode-se manter o contator acionado após um acionamento momentâneo da chave que o acionou.
No circuito da Figura 3.21, após acionar S1, as cargas ficarão acionadas como se a mesma se
mantivesse acionada, pois o contato 13-14 manterá o contator acionado (mesmo com S1 aberta). Para
DESLIGAR K1, basta abrir o contato NF S2, inserido em série com o eletroímã.
Figura 3.21 - O botão S1 aciona o contator que se mantém por selo. O botão S2 desliga o contator.
Durante a partida e aceleração de um motor elétrico, até a sua rotação nominal, este solicita
uma sobrecorrente em torno de 6 a 8 vezes a corrente nominal, o que pode provocar a queda de tensão
na rede de alimentação e interferência no acionamento de outras cargas (lâmpadas, PCs etc.).
Adota-se então o uso de uma chave de partida ESTRELA-TRIÂNGULO, que é um diagrama
de comando onde, através de uma lógica de operação das chaves dos contatores, controla-se a corrente
do motor no período de transitório de partida.
Uma observação importante: através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave,
reduzindo sua corrente de partida em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta.
A partida Y-Δ é utilizada quase que exclusivamente para partidas sem carga. A Figura 3.22 ilustra este
método de acionamento.
Questões:
1) Observando os diagramas da Figura 3.22, qual dos contatores assegura a partida do MIT em
triângulo?
2) A chave S2 intertravada está ligada de modo correto? Justifique.
3) Qual é a função do selo do contator K3?
A Figura 3.23 mostra um exemplo comercial de contator, da GE – modelo CL, onde são mostradas
todas as suas partes constituintes.
Este tipo de contator opera com corrente alternada e com corrente contínua, na faixa de 9 a 140 A.
Conta, dentre outros dispositivos, com um relé de sobrecarga e com um temporizador eletrônico. A
Figura 3.24 mostra uma combinação de contatores e de seus dispositivos.
Figura 3.23.
A Figura 3.25 mostra um aplicativo em FLASH para simulação de uma chave de partida
direta. Tente fazer o download do arquivo e simular a operação de partida (modo automático).
Para efetuar a simulação, clicar com o mouse no ícone PLAY, e em seguida, na botoeira b1,
várias vezes, até ver preenchida a linha de alimentação do motor (com o selo C1 fechado). O motor
então parte começando a girar no sentido horário.
(a)
(b)
Figura 3.26 – Simulação de Partida Direta de um MIT no software CADE Simu.
EF32 – Descrever outros exemplos (três, no mínimo) de aplicações dos contatos de um contator.
EF33 – Conceituar diagramas unifilares e multifilares. Dar um exemplo com desenho.
EF34 – O valor de corrente a ser comandada em um sistema de acionamento elétrico também
influencia na pressão de contato entre as partes móveis do contato: maiores correntes exigem
maiores pressões de contato. Justifique a expressão em negrito.
EF35 – O esquema da Figura 3.27a representa uma ligação muito conhecida em instalações elétricas
residenciais (diagrama multifilar).
a) Desenhar o seu diagrama unifilar (pesquisar).
b) Dimensionar a corrente da lâmpada, se a mesma é de 60 W, 127 V.
(a)
(b)
Figura 3.27 – Acionamento de lâmpadas. (a) Acionamento por interruptores. Acionamento por contatores.
EF38 – A respeito do diagrama apresentado na Figura 3.29 (diagrama de carga e diagrama unifilar),
pede-se desenhar o diagrama de comando e conceituar cada componente, bem como do diagrama de
carga.
Figura 3.29.
EF39 – No diagrama de comando elaborado no EF38, numerar todos os bornes dos dispositivos
utilizados.
EF 40 – Empregar o circuito de sinalização da Figura 3.19, com as devidas adaptações, para indicar a
partida de um MIT, a ocorrência de uma anomalia (curto-circuito, p. ex.) e a sua parada.
Figura 4 – Questão 4.
5) Quais são os defeitos mais freqüentes nos contatores? Classifique as suas chaves, dando um
exemplo em um circuito de acionamento.
6) Quais são as principais características dos contatores?
7) Qual é o procedimento para se eliminar o efeito de “bloco parasita” na bobina de um contator?
8) Quais são os critérios de dimensionamento de um contator?
9) Como são formados o circuito principal e o auxiliar de um contator magnético? Explicar a função
de cada um.
Referência Bibliográfica
[1] FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos Elétricos. 2ª. Ed. São Paulo: Ed. Érica, 2007.
1) Duração do curto-circuito
- Auto-extinguível: como é o caso de um curto-circuito criado pela umidade. A temperatura
desenvolvida nesse ponto pode provocar a secagem e assim eliminar o defeito.
- Transitório: a falha de isolamento pode introduzir uma impedância relativamente elevada que
tende a manter-se originando uma intensidade de corrente superior ao valor da corrente de
serviço, mas que, na maior parte dos casos, rapidamente evolui para a corrente de curto
circuito.
- Estacionário: mantém-se se não existir a atuação de um dispositivo de proteção.
2) Origem do curto-circuito
- mecânica: quebra ou corte de um condutor, contato acidental entre condutores.
- sobre-tensões internas ou de origem atmosférica.
- falha de isolamento: devido à temperatura, umidade ou a corrosão.
A norma NBR 5410/97 prescreve que todo circuito, incluindo circuito terminal de motor, deve
ser protegido por dispositivos que interrompam a corrente, quando pelo menos um dos condutores for
percorrido por uma corrente de curto-circuito.
A interrupção deve ocorrer num tempo suficiente curto para evitar a deterioração dos
condutores. Esta interrupção deve-se dar por dispositivo de seccionamento automático. A norma aceita
a utilização de fusíveis ou disjuntores para proteção específica contra curto-circuitos.
O elemento fusível é um fio ou uma lâmina de metal, alocado no interior do fusível, um corpo
geralmente de porcelana e hermeticamente fechado. A maioria dos fusíveis possui um elemento
indicador (indicado por 3, na Figura 4.3) que indica a integridade do dispositivo. Este elemento é um
fio ligado em paralelo com o elemento fusível e que libera uma mola após a sua operação, o que
provoca o aparecimento do sinalizador na carcaça do fusível.
O meio extintor do fusível é um material granulado, geralmente areia de quartzo.
O elemento fusível assume diversas formas, de acordo com a sua corrente nominal, podendo
ser composto por um ou mais fios de lâminas ligados em paralelo, com trechos de seção reduzida. No
fusível existe um ponto de solda em que a temperatura de fusão é menor que a do elemento fusível.
Quando o elemento fusível opera em regime permanente (onde a corrente que circula na carga
em série é estável), o condutor e o elemento fusível, obviamente, têm a mesma corrente elétrica, a qual
produz aquecimento em ambos (Figura 4.4).
A temperatura do condutor atinge então a temperatura 1. Já o elemento fusível, que possui
uma resistência elétrica mais alta, fica com uma temperatura superior, 2 (o aquecimento é maior, pelo
efeito Joule). Esta temperatura mais elevada ocorre no ponto médio do elemento fusível, como se vê
na curva da Figura 4.4.
A temperatura se comporta da seguinte forma: descresce do ponto médio até as extremidades
do elemento fusível. Nota-se que os pontos de conexão e o ponto médio não têm a mesma
temperatura, mas possuem uma temperatura maior que a dos condutores. A corrente que percorre o
Fundamentos de Acionamentos Elétricos - Ensino Técnico 143
fusível sem ultrapassar este valor é a corrente nominal do mesmo. Um valor acima da corrente
nominal provoca o rompimento do elemento fusível (de acordo com a sua curva de atuação), e aí o
circuito se abre.
Para o caso onde a corrente do fusível é muito superior à nominal, por exemplo na faixa de 10
vezes, ocorre a fusão do trecho da seção reduzida do elo fusível antes do ponto de solda, em razão da
alta corrente que naquele circula.
Na fusão do elo fusível, este está rompido mecanicamente, mas a corrente não é interrompida
plenamente, pois é mantida por um arco elétrico. A fusão e o arco elétrico provocam então a
evaporação do material metálico do elo. O arco é envolvido pelo elemento extintor, o qual vaporiza.
Então o vapor do metal é empurrado contra a areia, onde grande parte do arco elétrico se extingue, já
que a areia penetra o arco e retira a energia térmica do mesmo (FRANCHI, 2007).
Adotando uma definição clássica, o fusível consiste de um filamento (veja a Figura 4.5) ou
lâmina de um metal ou liga metálica de baixo ponto de fusão que se intercala em um ponto
determinado de uma instalação elétrica para que se funda, por efeito Joule, quando a intensidade
de corrente elétrica supere, devido a um curto-circuito ou sobrecarga, um determinado valor que
poderia danificar a integridade dos condutores com o risco de incêndio ou destruição de outros
elementos do circuito.
4.2.3 - Classificação
Fusíveis de Efeito Rápido - os fusíveis de efeito rápido são empregados em circuitos em que não há
variação considerável de corrente entre a fase de partida e a de regime normal de funcionamento.
Esses fusíveis são ideais para a proteção de circuitos resistivos (lâmpada, fornos, etc.)
Fusíveis de Efeito Retardado - os fusíveis de efeito retardado são apropriados para uso em circuitos
cuja corrente de partida atinge valores muitas vezes superiores ao valor da corrente nominal e em
circuitos que estejam sujeitos a sobrecarga de curta duração. Como exemplos podem ser citados
motores elétricos e cargas capacitivas em geral.
As formas construtivas mais comuns dos fusíveis aplicados nos circuitos de motores elétricos
são os tipos D (Diazed, diametral) e NH, de maior capacidade de corrente (Figura 4.6).
(a) (b)
Figura 4.6 – (a) Fusível DIAZED. (b) Fusível NH.
A Figura 4.7a mostra um grupo de fusíveis do tipo e NH e a Figura 4.7b mostra a simbologia
adotada para o fusível.
Figura 4.7 – (a) Fusível do tipo NH, projetado para ambientes industriais e similares. Atendem as Normas IEC
269 e NBR 11841 e possuem marca de conformidade do INMETRO até 160 A. Fonte: http://img-
europe.electrocomponents.com/largeimages/R421621-91.jpg. (b) Simbologia para o fusível. Normas IEC
(Comissão Eletrotécnica Internacional) e IEEE/ANSI (americana e canadense).
Os fusíveis D e NH, também conhecidos como fusíveis de força, atuam como dispositivos de
proteção em circuitos de motores elétricos principalmente, protegendo-os contra correntes de curto-
circuito, de forma seletiva (em combinação com relés) contra sobrecargas de longa duração. Suas
principais características são:
- corrente nominal - corrente máxima que o fusível suporta continuamente sem interromper o
funcionamento do circuito. Esse valor é marcado no corpo de porcelana do fusível.
- corrente de curto circuito - corrente máxima que deve circular no circuito e que deve ser
interrompida instantaneamente.
- capacidade de ruptura (KA) - valor de corrente que o fusível é capaz de interromper com segurança.
Não depende da tensão nominal da instalação.
- tensão nominal - tensão para a qual o fusível foi construído. Os fusíveis normais para baixa tensão
são indicados para tensões de serviço de até 500 V em CA e 600 V em CC.
- resistência elétrica (ou resistência ôhmica) - grandeza elétrica que depende do material e da pressão
exercida. A resistência de contato entre a base e o fusível é responsável por eventuais aquecimentos
que podem provocar a queima do fusível.
O fusível tipo D é recomendado para o uso residencial e industrial, uma vez que possui
proteção contra contatos acidentais, podendo ser manuseado por pessoal não qualificado. Faixa de
corrente: de 2 a 63 A, capacidade de ruptura de 50 kA e tensão máxima de 500 V.
(a)
(b)
Figura 4.8 – (a) Fusível Diazed montado em plataforma Tipo rosca. (b) Construção do fusível diametral
(tipo D) – partes constituintes. Fonte: http://www.siemens.com.br/upfiles/446.pdf.
Os fusíveis NEOZED (Figura 4.10) possuem tamanho reduzido e são aplicados na proteção de
curto-circuito em instalações típicas residenciais, comerciais e industriais.
Possuem categoria de utilização gL/gG, atendendo as correntes nominais de 2 a 63 ampères.
Categoria de utilização: gG (para aplicação geral e com capacidade de interrupção em toda
zona tempo-corrente).
Tensão nominal: 400 VCA / 250 VCC.
Capacidade de interrupção nominal: 50 kA até 400 VCA e 8 kA até 250 VCC.
Atendem às Normas: NBR IEC 60 269 e VDE 0636.
Os fusíveis tipo NH (ver o primeiro grupo na Figura 4.11, comparação com os fusíveis tipo
D, no segundo grupo) devem ser manuseados por pessoas qualificadas, sendo recomendados para
ambientes industriais e similares. Faixas: de 4 a 630 A, capacidade de ruptura de 120 kA e tensão
máxima de 500 V.
NOTA: na prática, por questões econômicas, utilizam-se fusíveis do tipo D quando se opera com
correntes até 63 A. Acima deste valor adotam-se os fusíveis do tipo NH (Fonte: WEG –
Transformando Energia em Soluções – Manual de Treinamento. Módulo I – Comando e Proteção).
O fusível possui corpo de porcelana de seção retangular. Dentro desse corpo, estão o elo
porcelana existem duas facas de metal que se encaixam perfeitamente nas garras da base. O elo fusível
é feito de cobre em forma de lâminas vazadas em determinados pontos para reduzir a seção condutora.
O elo fusível pode ainda ser fabricado em prata.
Os fusíveis NH suportam elevações de tensão durante certo tempo sem que ocorra fusão. Eles
são empregados em circuitos sujeitos a picos de corrente e onde existam cargas indutivas e
capacitivas.
Em resumo, sua construção permite valores padronizados de corrente que variam de 6 a 1200
A. Sua capacidade de ruptura é sempre superior a 70 kA com uma tensão máxima de 500 V.
Fusíveis tipo a - Fusíveis de capacidade de interrupção em faixa parcial (reagem a partir de um valor
elevado de sobrecorrente).
As classes de objetos protegidos são:
L-G: cabos e linhas – proteção geral
M: equipamentos eletromecânicos
R: semicondutores
B: instalações em condições pesadas (minas, por exemplo).
Classes de Serviço dos FUSÍVEIS:
gL: proteção total de cabos e linhas
aM: proteção parcial de equipamentos eletromecânicos
aR: proteção parcial de equipamentos eletrônicos
gR: proteção total de equipamentos eletrônicos
gB: proteção total de equipamentos em minas
Os fusíveis classe aR, de acordo com a norma IEC 60269 têm como característica baixos
valores de I²t e se aplicam a proteção contra curto-circuito de circuitos com semicondutores, não
devendo ser aplicados em situações de pequenas sobrecargas pois, nestas condições, pode ocorrer
sobrecarga térmica sobre o fusível causando a sua atuação indevida e redução da sua capacidade de
interrupção.
Fonte: www.weg.net/files/products/WEG-fusiveis-ar-e-gl-gg-50009817-catalogo-portugues-br.pdf
Para assegurar a vida útil da instalação do motor elétrico, deve-se dimensionar uma corrente
no mínimo 20 % superior à sua corrente nominal;
3) quanto aos outros dispositivos no circuito de alimentação, como contatores e relés de sobrecarga,
deve-se observar o seguinte critério:
IFusivel IF max
ou seja, os fusíveis deverão proteger estes elementos. Esta verificação é feita com base em
cálculos e em consultas em tabelas de contatores e de relés de sobrecarga.
Com o ponto de interseção obtido, o fusível deverá ser de 16 A (o ponto está dentro da área
cuja corrente é de 16 A).
Adotando o segundo critério,
Logo, pelo segundo critério, continua valendo, graficamente, a escolha para um fusível de
corrente 16 A.
1. Quais são os valores comerciais dos fusíveis, em função de sua corrente nominal?
2. Por que os fusíveis são associados a chaves, nos circuitos de acionamentos elétricos?
3. A característica tempo-corrente para os fusíveis é ajustável? Justifique.
4. Os fusíveis são mais rápidos do que os disjuntores? Explicar.
5. Como se dimensiona a corrente de um fusível?
6. Onde são empregados os fusíveis de efeito rápido?
7. Onde se emprega os fusíveis de efeito retardado?
8. Os fusíveis devem também proteger os contatores e relés de sobrecarga? Justifique.
9. Com relação aos fusíveis NEOZED, responder:
a) Onde são aplicados?
b) Qual é a sua categoria de utilização?
10. Onde são utilizados os fusíveis SILIZED (ultra-rápidos)?
Assim, o disjuntor interrompe a corrente em uma instalação elétrica antes que os efeitos
térmicos e mecânicos desta corrente possam se tornar perigosos às próprias instalações.
Por esse motivo, ele serve tanto como dispositivo de manobra como de proteção de circuitos
elétricos.
Um disjuntor é constituído pelo relé, com um órgão de disparo (disparador) e um órgão de
corte (o interruptor) e dotado também de convenientes meios de extinção do arco elétrico (câmaras de
extinção do arco elétrico).
O disjuntor mais simples é o disjuntor termomagnético, que possui um relé eletromagnético
que protege contra curto – circuitos e um relé térmico, constituído por uma lâmina bimetálica, que
protege contra sobrecargas.
Figura 4.19 – Simbologia (normas ABNT) para o disjuntor. (a) Seccionador-disjuntor. (b) Disjuntor tripolar. (c)
Disjuntor com elemento magnético, proteção contra corrente de curto-circuito. (d) Disjuntor tripolar com
elementos térmicos e magnéticos, proteção contra correntes de curto-circuito e sobrecarga.
As curvas de disparo do disjuntor indicam o tempo que o mesmo leva para interromper a
corrente quando esta ultrapassa o valor da nominal.
Observações Importantes:
1) O Disjuntor Diferencial (DR) tem como função principal proteger as pessoas ou o patrimônio contra faltas à
terra:
- Evitando choques elétricos (proteção às pessoas).
- Evitando Incêndios (proteção ao patrimônio).
O DR não substitui um disjuntor, pois ele não protege contra sobrecargas e cutro-circuitos. Para estas
proteções, devem-se utilizar disjuntores em associação.
2) Sensibilidade
A sensibilidade do interruptor varia de 30 a 500mA e deve ser dimensionada com cuidado, pois existem
perdas para terra inerentes à própria qualidade da instalação.
Proteção contra contato direto: 30mA
Contato direto com partes energizadas pode ocasionar fuga de corrente elétrica, através do corpo
humano, para terra.
Proteção contra contato indireto: 100mA a 300mA
No caso de uma falta interna em algum equipamento ou falha na isolação, peças de metal podem tornar-
se "vivas" (energizadas).
Proteção contra incêndio: 500mA
Correntes para terra com este valor podem gerar arcos / faíscas e provocar incêndios.
Fonte: http://www.geindustrial.com.br/produtos/disjuntores/dr/
Qualquer atividade biológica no corpo humano seja ela glandular, nervosa ou muscular é
originada de impulsos de corrente elétrica
Se a essa corrente fisiológica interna somar-se uma corrente de origem externa (corrente de
fuga), devido a um contato elétrico, ocorrerá no organismo humano uma alteração das funções vitais,
que, dependendo da duração e da intensidade da corrente, poderá provocar efeitos fisiológicos graves,
irreversíveis ou até a morte da pessoa.
Ainda a respeito do Disjuntor DR, o gráfico da Figura 4.22 apresenta as áreas de atuação
relacionadas com a corrente nominal do equipamento (veja a Tabela 4.1).
Figura 4.23 – Deflexão do bimetal, de acordo com o parâmetro (coeficiente de dilatação linear).
O relé de proteção contra sobrecarga, também conhecido como relé bimetálico ou ainda relé
térmico é aplicado na proteção de motores elétricos contra sobrecarga.
1 – botão de rearme
2 - contatos auxiliares
3 - botão de teste
4 – lâmina bimetálica auxiliar
5 – cursor de arraste
6 – lâmina bimetálica principal
7 – ajuste de corrente
Figura 4.24 – Representação do esquema de
um relé de sobrecarga bimetálico.
A Figura 4.25 mostra o aspecto (vista superior) de um relé de sobrecarga eletrônico, bem
como a identificação dos seus terminais. Os terminais do relé de sobrecarga são marcados da mesma
forma que os terminais de potência dos contatores.
Nas posições H (manual - somente rearme) e A (automático - somente rearme) – veja a Figura
4.27 -, as funções de teste estão bloqueadas, enquanto que nas posições HAND (manual) e AUTO
(automático) é possível a simulação de teste e o desarme através da atuação direta na tecla Reset.
(a) (b)
Figura 4.27 – (a) Tecla multifunção / botão RESET do relé eletrônico série RW 117/217/317.
(b) Modelo RW 27D. Fabricante: WEG. Fonte: http://farm3.static.flickr.com/2580/4112623488_b8a3c6e2cf_z.jpg
Nas posições H e HAND: o relé após atuar (relé desarmado) tem que ser resetado manualmente
através de pressão na tecla Reset, enquanto que nas posições A e AUTO o relé após atuar (relé
desarmado) é resetado automaticamente.
Funções H, HAND, AUTO e A: o ajuste das funções H, HAND, AUTO e A ocorre através do giro
sem pressão do botão vermelho (com uma chave apropriada), posicionando o mesmo nas
indicações da tecla Reset.
Na passagem de HAND para AUTO a tecla Reset deve ser levemente pressionada
simultaneamente ao giro do botão vermelho.
A Figura 4.28 mostra a instalação de um relé de sobrecarga em um diagrama de acionamento.
(a) (b)
Figura 4.29 - Relé térmico de sobrecarga trifásico para serviço: (a) monofásico; (b) bifásico.
Exemplo 4.2 – Relé Eletrônico de Sobrecarga – Fabricante: Allen Bradley®. Modelo: E1 Plus.
Características:
(6) Ajuste da corrente do motor Através do parafuso rotativo de ajuste é possível realizar o ajuste simples do
dispositivo em relação à corrente nominal do motor.
(7) Ajuste da classe de disparo / detecção interna de fuga à terra (apenas 3RB21). Através do parafuso rotativo
de ajuste é possível ajustar a classe de disparo necessária em função das características da partida e a detecção
interna de fuga à terra poderá ser ativada.
(8) Terminais (bloco de terminais para circuitos auxiliares, removível) Dimensionados de modo especial,
permitem a ligação de dois condutores possuindo diferentes seções para os circuitos principal e auxiliar. A
ligação do circuito auxiliar pode se realizar através da conexão por parafusos ou através da conexão cage-clamp.
Exemplo 4.4 – Relé Eletrônico de Proteção contra Inversão na Sequência de Fase – Fabricante:
®
WEG . Modelo: RPW-SF.
Estes reles são dispositivos eletrônicos que protegem os sistemas trifásicos contra
inversão da seqüência de fase. Sempre que houver esta anomalia no sistema trifásico o relé
atuará para interromper a operação do motor ou processo a ser protegido.
Funcionamento:
Os relés de tempo são temporizadores para controle de intervalos de tempo de curta duração,
utilizados no controle de máquinas e processos industriais, em tarefas como: 1) sequenciamento, 2)
interrupções de comandos e 3) chaves de partida.
O relé de tempo comuta os seus contatos de saída, decorrido o tempo selecionado na sua
escala (Figura 4.35). O início da temporização ocorre quando da energização da sua bobina.
Os principais relés de tempo eletrônicos são: relés com retardo na energização (ou para ligar) e
com retardo na desenergização (ou para desligar) e relés cíclicos.
Um relé eletrônico do tipo TRE (Retardo na Energização) é aquele que ao ser energizado
(tensão na bobina A1-A2), não arma os seus contatos imediatamente. A partir daí, inicia-se a
contagem do tempo tRE pré-selecionado na escala, após o qual o relé arma. As suas formas de onda
(energização e resposta dos contatos) podem ser vistas na Figura 4.37.
Figura 4.37 – Relé de tempo com retardo na energização de seus contatos (TRE) – símbolo e formas de onda.
O Relé TRE é também conhecido como relé AO TRABALHO. Na Figura 4.38, vê-se uma
aplicação simples, onde através do relé se controla o tempo de funcionamento de uma lâmpada. Note-
se a sua simbologia. É identificado nos esquemas por KT.
Figura 4.38 – Ao ligar a chave S, é iniciada a contagem de tempo conforme o ajuste (por exemplo, 10 segundos). A chave
está na posição NA. Uma vez atingido o tempo final, os contatos comutarão acendendo a lâmpada. Ao desligar a chave S, a
lâmpada apaga, já que a bobina do relé está sem energia. Fonte: http://www.scribd.com/doc/8527597/ApostilaDispEletrico.
Um relé eletrônico do tipo TRD (Retardo na Desenergização) é aquele que ao ser energizado
(tensão na bobina A1-A2, veja o seu símbolo), arma seus contatos. Ao ser desenergizado inicia-se a
contagem do tempo tRD pré-selecionado na escala, após o qual o relé desarma – veja a Figura 4.39.
O Relé TRD é também conhecido como relé AO REPOUSO. Na Figura 4.40, este relé
controla o tempo de funcionamento de uma lâmpada. Ao fechar a chave S, o relé é ativado, comutando
os contatos e acendendo a lâmpada (chave NA ligada). Ao desligar a chave S, a lâmpada permanece
acesa durante um tempo preestabelecido.
Com este relé, há um ATRASO entre o comando de desligar o contator (botoeira S aberta) e o
desligamento da lâmpada. O relé de tempo com retardo no desligamento mantém seus contatos
comutados por um tempo determinado (regulável através de uma escala), após desenergização dos
terminais de alimentação (chave S aberta).
O relé cíclico é aquele que possui dois tempos de ajuste independentes: relé energizado (t ON) e
relé desenergizado (tOFF). O funcionamento deste relé está representado na Figura 4.41, onde o relé em
questão tem aplicações em equipamentos para avicultura, máquinas para fabricação de gelo, freezers
em geral, dozadores, balcões e câmaras frigoríficas e equipamentos de refrigeração.
(b)
Figura 4.41 – Relé cíclico: modo de operação. (a) Formas de onda. (b) Funções indicadas no painel
frontal do instrumento. Fonte: http://www.shop.com.br/polipartes/paginas/RTDF.pdf
Figura 4.42 – Modelo de controle de nível de reservatórios. (1) Quadro de ligações dos relés. (2) Caixa d’água
superior. (3) Caixa d’água inferior. Fonte: www.weg.net/files/products/WEG-reles-temporizadores-protetores-e-
de-nivel-50009830-catalogo-portugues-br.pdf.
Figura 4.43 – Fixação dos sensores ou eletrodos no reservatório, podendo ser verticalmente (tipo pêndulo) ou
horizontalmente (tipo haste). Fonte: www.weg.net/files/products/WEG-reles-temporizadores-protetores-e-de-
nivel-50009830-catalogo-portugues-br.pdf
Figura 4.44 – Esquema de ligação (terminais) do relé RNW-ES (fabricante WEG). Obs.: o borne C é o terminal
de nível de referência. Disponível em: www.weg.net/files/products/WEG-reles-temporizadores-protetores-e-de-
nivel-50009830-catalogo-portugues-br.pdf
(a)
(b)
Figura 4.45 – (a) Curva de operação do relé de esvaziamento RNW-ES (fabricante WEG). (b) Curva de operação
do relé de esvaziamento RNW-ENS (fabricante WEG). Disponível em: www.weg.net/files/products/WEG-reles-
temporizadores-protetores-e-de-nivel-50009830-catalogo-portugues-br.pdf
Questão 1
a) Com base no esquema Figura 1, numere os itens de acordo com a seqüência genérica de acionamento de um
motor elétrico.
b) Seja a Figura 2. Projetar um acionamento de um motor trifásico para reversão de rotação que utilize o contator
da Figura 2, juntamente com um relé de tempo.
( ) Seccionamento
( ) Dispositivo de manobra
( ) Motor
( ) Rede elétrica
Questão 2 – Como funciona um relé de controle de sequência de fase? Montar um diagrama com este relé, onde
a carga é um MIT.
a. ( ) Sequência de fase
b. ( ) Cíclico de tempo
c. ( ) Falta de fase ou falta do neutro
d. ( ) Inversão de fase
e. ( ) Controle de Nível
Figura 3 – Diagrama de atuação de um relé eletrônico.
a) O Relé é uma chave comandada por uma ______________. Ele é uma chave porque ele
_________________ um circuito elétrico, permitindo a passagem da corrente elétrica como o
resultado do fechamento de contato ou impedindo a passagem da corrente durante o estado de contato
aberto.
b) O relé é geralmente usado para ____________ a capacidade dos contatos ou _________________
as funções de chaveamento de um dispositivo piloto adicionando mais contatos ao circuito.
c) Os Relés de Falta de Fase destinam-se à proteção de sistemas trifásicos contra
_____________________ (ou neutro).
Questão 15 – Projete um circuito de comando para efetuar as funções a seguir, adotando para CARGA
1 e CARGA 2 equipamentos como motores CA, resistência de aquecimento etc. As funções do
circuito de comando devem ser:
- comandar a CARGA 1 a partir de um acionamento manual, com uma lâmpada de sinalização (L1)
indicando estado LIGADO (ON);
- decorridos 5 minutos de operação da CARGA 1, a CARGA 2 deve ser acionada. A lâmpada L1 deve
apagar e a lâmpada L2 deve acender. Esta última lâmpada indica em um painel o funcionamento
simultâneo das CARGAS 1 e 2;
- depois de 10 minutos de funcionamento da CARGA 2, ambas as cargas devem ser desligadas, a
lâmpada L2 se apaga e uma terceira lâmpada acende indicando o fim do processo.
Importante: o circuito deve ser protegido por fusível e relé térmico. Em caso de sobrecarga, o circuito
deve ser desligado e uma quarta lâmpada, L4, deve acender para alertar o operador.
Questão 16 – A Figura 6 mostra o diagrama dos sinais de acionamento de um relé de tempo, onde o
sinal superior é o da alimentação e o inferior a resposta dos contatos comum (C) e normalmente aberto
(NA), em relação ao primeiro. Classifique este relé de tempo.
V A
I R I V (5.1)
R A
A separação dos contatos na condição de desligamento deve ser tanto maior quanto maior for
a tensão para a qual o contato foi produzido, já que a resistência é diretamente proporcional à tensão
(Lei de Ohm).
A velocidade de ligação ou desligamento deve ser a mais alta possível, para evitar o desgaste
provocado pelo calor proveniente do arco voltaico, provocado no desligamento quando a carga for
indutiva.
O contato pode ser do tipo com trava (por exemplo, o tipo alavanca usado nos interruptores de
iluminação) e também pode ser do tipo de impulso, com uma posição normal mantida por mola e uma
posição contrária mantida apenas enquanto durar o impulso de atuação do contato. Nesse caso se
chama fechador ou abridor conforme a posição mantida pela mola.
(a) (b)
Uma chave com botão ou botoeira é apresentada na Figura 5.3. A Figura 5.4 mostra uma
botoeira liga-desliga e aplicações.
Figura 5.2 – Relé com contatos NA e NF. Figura 5.3 – Aspecto de uma botoeira.
EM RESUMO:
Uma botoeira é uma chave que comanda um circuito por PULSOS, interrompendo ou
fechando contatos no mesmo.
A Figura 5.5 apresenta uma simbologia para botões, sugerida pela norma FEM 9941. Alguns
símbolos são bastante familiares a nós, como no caso de equipamentos como elevadores.
A Figura 5.6 mostra um exemplo de um conjunto pendente de botoeiras, onde o operador
pode, através da mesma, operar uma ponte rolante (veja os tipos de conexões em uma ponte rolante na
Figura 5.7).
A Figura 5.8 mostra um aplicativo em FLASH para simulação de um guindaste giratório. Após
fazer o download do arquivo, simular o mesmo com um aplicativo (PLAYER) para arquivos de
extensão .SWF.
Os ícones do controle com botoeiras permitem acionar o guincho para cima e para baixo
(suspender ou abaixar uma carga) e efetuar o movimento horizontal do guincho (ajuste de
posicionamento da carga).
Já o movimento giratório do guindaste é feito manualmente (clicando-se nos ícones sentido
horário e sentido anti-horário, disponíveis na parte inferior à direita, na tela).
Este é um exercício onde é possível simular o movimento de uma ponte rolante – veja as
Figura 5.9 e 5.10. Há três motores, para o movimento horizontal da ponte, e para os movimentos do
guincho (horizontal, para posicionamento e vertical, para controle da carga).
Figura 5.9 – Simulação em Flash de uma Ponte Rolante. Arquivo disponível em:
Fonte: http://www.4shared.com/video/d9oY2xU1/ponterolante.html
Este exemplo constitui um botão de comando com chave, que já foi bastante utilizada para
acionar portões de garagem antes do aparecimento do controle remoto portátil (de chaveiro) – veja a
Figura 5.11.
Figura 5.11 – Nos portões eletrônicos antigos era utilizado um sistema semelhante ao da figura, onde o motorista
abria o portão através de uma chave (não existia o controle remoto, como rotineiramente utilizamos hoje).
Disponível em: http://www.kap.com.br/pdf/br/kp_c_br.pdf
A Figura 5.12 mostra alguns exemplos de botoeiras que fazem o papel de chave comutadora e
de botão duplo.
(a) (b)
(a) (b)
Figura 5.13 – (a) Símbolos (padrão ABNT) para chaves NF e NA. (b) Exemplos de chaves de fim-de-curso com
rolete. Fabricante: SIEMENS. Fonte: http://www.siemens.com.br/medias/IMAGES/14121_20081111145533.jpg
Na sinalização luminosa são variados os tipos de sinaleiros existentes; são usados nas portas
de quadros de comando, na frente de máquinas, na parte superior das máquinas etc. A cor do
sinalizador pode indicar alguma função específica. Veja as Tabelas 5.1 e 5.2.
Tabela 5.2.
Fonte: http://saladaeletrica.blogspot.com/p/comandos-eletricos.html
(a) (b)
Figura 5.16 – Botão luminoso. (a) Botão saliente. (b) Botão protegido. Fonte: Catálogo KAP Componentes
Elétricos. Disponível em http://www.kap.com.br/pdf/br/kp_c_br.pdf
Na instalação destas tomadas é importante criar um padrão para a conexão dos fios evitando-
se problemas com seqüência de fases e outros condutores.
A Tabela 5.3 e a Figura 5.18 mostram alguns detalhes técnicos do plug e da tomada para uma
ampla faixa de tensões (Fabricante: STECK).
As Figuras 5.19 e 5.20 mostram alguns aspectos de uma tomada industrial (desenhos). E,
finalmente, a Figura 5.121 mostra uma caixa de tomada industrial com os soquetes 3 x 16 A
industriais.
Figura 5.18 – Visualização de um plug e de uma tomada de sobrepor, de uso industrial. Fabricante: STECK.
Disponível em: http://www.steck.com.br/brasil/downloads/newkon.pdf.
(a)
(b)
Figura 5.19 – Conector de 6 pontas com fio terra. (b) Conector macho e fêmea. Fonte: Trabalho apresentado na
área de manutenção para o Concurso Inova SENAI-2008, por André VandOr de Oliveira CFP 1.26 e Guilherme
Gomes de Aquino Costa, CFP 1.33. Docente Orientador: Mauricio Gati Amaral. Disponível em:
http://revistaeletronica.sp.senai.br/index.php/seer/article/viewFile/57/34
Figura 5.21 - Caixa de tomada industrial com os soquetes 3 x 16 Ampères industriais e extensão.
Fonte: http://portuguese.alibaba.com/product-cgs/industrial-outlet-box-with-3x16amp-industrial-sockets-215349137.html
Questão 1 – Comando com duplo sentido de rotação com inversão direta e temporizada.
A Figura 1 mostra um circuito de acionamento (chave de partida) de um motor CA trifásico, com
reversão, através de chaves de fim de curso.
a) Fechar as ligações pendentes e explicar a operação do acionamento.
b) Inserir no comando um relé de tempo, para que o motor, que aciona um portão eletrônico, só reverta
a rotação após 30 segundos.
Questão 7 – Seja o esquema da Figura 3, que indica um sistema de iluminação (com a lâmpada L1
ou um grupo de lâmpadas). Há também um acionamento de iluminação de emergência com bateria
(pela lâmpada L2). Nota: a iluminação deve ser ligada através da botoeira S1.
a) Indicar no desenho onde é conectada a bateria (com tensão nominal de 12 V, que alimenta a
lâmpada de sinalização L2).
c) Modificar o sistema, de modo que a lâmpada L2 fique ligada ainda por 30 segundos, mesmo
como retorno da rede de corrente alternada.
Figura 3.
Questão 9 – Os diagramas da Figura 5 dizem respeito ao acionamento de uma bomba para controle de
nível de um reservatório de água.
a) Complete o diagrama de comando para que a bomba (acionada por um motor trifásico) seja ligada e
desligada nos modos manual (MAN) e automático (AUT). Observação: SH1 pode ser uma chave
intertravada com a chave NF ligada nos pontos X1 e X2 (onde está ligada uma chave-bóia).
b) Inserir um sensor com chave de fim de curso, para que a bomba seja ligada com o reservatório
vazio.
c) Sendo conhecida a vazão do fluxo de água, monitorar o controle de nível do reservatório com o uso
de relé de tempo.
Questão 10
Explicar o funcionamento dos motores M1 e M2, para os diagramas de acionamento e comando da
Figura 6. Inserir uma modificação, a fim de que o motor M2 só seja ligado tão logo M1 seja desligado
(o motor M2 é um motor reserva neste sistema).
a) Projetar um sistema de acionamento para controle de nível da caixa d’água de 1000 litros, para que
no modo 2 (AUT), com controle de nível máximo (chave S2, Figura 1) e de nível mínimo.
b) Sabendo-se que para completar o volume da caixa d’água são necessárias 2 horas, inserir também
um relé de tempo, caso a chave-bóia S2 falhar.
Figura 7. Figura 8.
Um comando local para um acionamento é aquele onde o circuito de comando está muito
próximo do circuito de carga. No circuito da Figura 6.1, o contator K é acionado pela chave S3 (local).
O selo é fechado, garantindo a energização da bobina e a chave K fechada.
Este tipo de partida não é recomendado para motores elétricos de grande porte, pois, como já
foi estudado no capítulo 2, a corrente de partida de um motor de indução quando ligado diretamente à
Como foi visto no capítulo 2, é o campo magnético H, na condição de campo girante, que
determina o sentido de rotação do eixo de um motor trifásico. Tal campo girante é criado pela
interação das correntes de alimentação trifásicas (ação motora: injeta-se nos terminais do equipamento
energia elétrica e obtém-se no seu eixo energia mecânica).
Explicando em outras palavras, o campo girante, criado pelo enrolamento trifásico do estator,
induz tensões nas barras do rotor (linhas de fluxo cortam as barras do rotor) as quais geram correntes,
e conseqüentemente, um campo no rotor, de polaridade oposta à do campo girante. Como campos
opostos se atraem e como o campo do estator (campo girante) é rotativo, o rotor tende a acompanhar a
sua rotação. Desenvolve-se então, no rotor, um conjugado motor que faz com que ele gire, acionando a
carga (Fonte: Catálogo de Motores Elétricos WEG).
A reversão de rotação, em um motor trifásico, é obtida de modo muito simples: basta inverter
qualquer par de conexões entre o motor e fonte elétrica.
A Figura 6.3 mostra uma furadeira de impacto que opera com o recurso de reversão de rotação
(a furadeira utiliza um motor monofásico, do tipo Universal).
A chave reversora de comando manual tem o seu aspecto ilustrado na Figura 6.4a. Possui três
posições: direita (D), desligada (0) e esquerda (E).
De acordo com o esquema da Figura 6.5,
estando a chave na posição zero (0), não há conexão
da alimentação com o motor, já que as fases R, S e T
não são ligadas aos terminais 1, 2 e 3 do mesmo.
Portanto, o motor está desligado e o seu eixo não (a) (b)
gira. Figura 6.4 - (a) Chave reversora manual
(aspecto). (b) Modelo de fabricante.
(a) (b)
Figura 6.6 – (a) Chave reversora com posição (D) ajustada. (b) Chave reversora com posição (E)
ajustada. Fonte: Apostila de Máquinas e Comandos Elétricos – SENAI-SP. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/apostila-maquinas-e-comandos-eletricos-pdf-a82379.html
Figura 6.7 – Diagramas de carga e de comando para a reversão MANUAL de rotação de um MIT.
Este tipo de comando é muito utilizado no acionamento de portões, conhecido como “portão
eletrônico”, onde, através de um controle remoto, o usuário abre e fecha o portão. O sistema de
acionamento define a partida, o tempo de parada (para a entrada/saída de veículos), o início da
reversão e o fechamento/desligamento do portão.
São utilizadas chaves de fim-de-curso, relés de tempo e outros dispositivos.
EF - Exercícios de Fixação
Série 9
Figura 6.9.
Para o acionamento de um motor Dahlander, deve-se seguir o padrão das ligações apresentado
na Figura 6.11. Repare no fechamento dos terminais 1U, 1V e 1W em um ponto comum (em curto-
circuito). Como mostram as Figuras 6.11 e 6.12, este motor possui em seu estator seis bobinas,
combinadas de duas formas: estrela/triângulo e dupla estrela.
(a) (b)
Figura 6.13 – Acionamento temporizado do motor Dahlander.
(a) Diagrama de Carga. (b) Diagrama de Comando.
Ocorre entre, pelo menos, dois motores. Por exemplo, sejam dois motores, M1 e M2, onde o
objetivo é ligar o motor M1 e após um determinado tempo, acionar o motor M2, sempre nesta ordem,
utilizando um relé temporizado. Logo, o segundo motor só é ligado se o primeiro estiver ligado, daí o
nome de comando condicionado ou subseqüente.
Na ligação subseqüente de motores, podemos acionar uma esteira, ponte rolante ou um sistema
automático industrial, a fim de desenvolver um produto determinado, mas sempre levando em conta
que o(s) motor (es) seguinte(s) só funciona(m) se o anterior funcionar.
A instalação representada na Figura 6.14 é constituída por duas correias transportadoras tendo
ao meio um moinho. É necessário que os motores entrem em funcionamento sucessivo pela seguinte
ordem: m1, m2 e m3. Explique o motivo:
Se o leitor não conseguiu responder, vai aqui uma explicação: na sequência indicada, evitar-
se-à a acumulação dos materiais transportados. Primeiramente é ligado o motor m1, para o
transporte do material recebido do moinho acionado por m2. Este motor só liga se m1 for ligado antes.
Seguindo o processo, o material que entra no moinho vem da esteira acionada por m3. Este motor é
acionado após o motor m2.
E para desligar os motores? Qual deve ser desligado primeiro? Para evitar o acúmulo de
material nas esteiras e no moinho, é coerente a sequência: primeiro, desligar o motor m3 (um sensor
pode ser utilizado – esteira 3 vazia). A seguir, após o moinho m2 esvaziar, desligar m2 e, finalmente,
após a esteira de m1 esvaziar, desligar m1.
Modo de operação:
O motor M3 só poderá ser acionado após atracar o contactor KM2, que fechará o contato
auxiliar 13-14 (selo). Basta pressionar o botão B3 para o contactor KM3 atracar e o motor M3 arrancar.
Se houver alguma situação de sobrecarga no motor M1 todos os motores em funcionamento pararão.
Como é feita a parada do sistema? A parada dos motores em funcionamento em qualquer
momento é feita após pressionar o botão de paragem B0.
Finalizando o item, na Figura 6.17 é apresentada uma foto de uma esteira industrial.
Figura 6.17 – Esteira transportadora industrial de caixas, que após um processo, deslizam em uma rampa. Fonte:
http://3.bp.blogspot.com/_1Kz6dHKHAEU/S9VJo1v0AnI/AAAAAAAANWI/d5kr0RYfwag/s1600/8I04A_Briefzentrum.jpg.
EF45 – Modificar o diagrama de comando da Figura 6.15, de modo que o motor M2 seja ligado 10
segundos após o motor M1. O motor M3 só será ligado 20 segundos após M1. Os três motores deverão
ficar ligados durante 45 segundos e, decorrido este tempo, serão desligados.
EF46 – Para o sistema de esteiras mostrado na Figura 6.18, onde os motores M1 e M2 operam em
modo subseqüente, pede-se:
a) Descrever o funcionamento do sistema, de acordo com o que mostra a Figura 6.14 – são decorridos
15 segundos entre uma situação e outra.
b) Projetar um diagrama de comando temporizado para este sistema funcionar. Desenhar também o
diagrama de carga, onde M1 e M2 são motores de indução trifásicos.
EF47 – A Figura 6.19 mostra um circuito de acionamento (chave de partida) de um motor CA,
utilizado para abrir e fechar uma persiana.
a) Explicar o funcionamento do circuito e a função das chaves de fim-de-curso Q2 e Q3.
Figura 1 – Questão 1.
Questão 3 – Um relé eletrônico do tipo TRE (Retardo na Energização) é aquele que ao ser energizado
(bobina A1-A2), não arma os seus contatos imediatamente. A partir daí, inicia-se a contagem do
tempo t (tRE) pré-selecionado na escala, após o qual o relé arma. Já um relé eletrônico do tipo TRD
(Retardo na Desenergização) é aquele que ao ser energizado (bobina A1-A2), arma seus contatos
Questão 5 – Seja o esquema da Figura 3, para o comando manual do Motor Dahlander. Completar as
ligações pendentes e descrever a seqüência do acionamento.
(a) (b)
Figura 4 – Esquema de um elevador elétrico. (a) Posicionamento dos componentes do elevador para projetos de
edifícios com casa de máquinas. (b) Layout dos componentes de um elevador sem casa de máquinas. Fonte:
http://www.atlas.schindler.com/manual_transporte_vertical_2008.pdf
Figura 5 – Esquema de uma ponte rolante – movimentos dos motores e operador com controle remoto industrial.
Fonte: http://www.senai.fieb.org.br/img/infra/LogCADsticaeEMI-EMI-Ponterolante2004.gif
Figura 8 – Sistema de uma ponte rolante com vários movimentos, na horizontal e na vertical.
Fonte: http://croaciamc.com.br/simula/ponterolante.swf
Para movimentar com segurança de um ponto a outro não existe um equipamento mais
versátil. Uma Ponte Rolante possui várias formas e é altamente adaptável em diferentes ambientes. A
seguir temos uma lista de razões pelas quais esta peça de equipamento é muito valiosa.
- Não existe a necessidade de liberar corredores. Uma ponte rolante pode mover-se em lugares onde
nenhum outro equipamento consegue chegar. Você já teve o caminho de suas empilhadeiras
bloqueado e foi obrigado a redirecionar mão-de-obra para poder liberar um corredor. Obviamente que
com uma ponte isto não aconteceria. Com uma botoeira independente ou mesmo com um controle
remoto seu operador de ponte pode desviar-se dos obstáculos e até mesmo manobrar a carga
facilmente sem qualquer obstrução. Você pode arrumar o pavimento da planta, com material
exatamente onde este é necessário sem preocupar-se com obstruir o caminho da carga em movimento.
- Espaço Livre no Pavimento. Seu pavimento estará livre porque os suportes da ponte não estão no
caminho. Normalmente o seu projetista irá fazer o design e posicionamento de colunas que esteja em
espaço adequado, alinhadas com as paredes do pavilhão ou acompanhando as colunas deste. Você
pode escolher uma ponte montada no topo das paredes (geralmente este projeto é feito já em conjunto
com a construção) ou pode levantar os suportes da ponte do solo. Algumas vezes o projeto é uma
combinação das duas coisas.
- Customizáveis e adaptáveis. Pontes rolantes são bastante versáteis quando se refere aos acessórios
conectados ao gancho principal. Os tipos são quase ilimitados. Acessórios que podem ser utilizados
incluem barras de distribuição, ganchos em C, balanças, ferramentas customizadas de levantamento,
manipuladores, levantadores a vácuo só para citar alguns. A indústria em geral possui vários tipos de
ferramentas que são trocadas para cada trabalho em particular.
- Cargas mais pesadas. Cargas de alto peso podem ser manuseadas enquanto mantém-se o pessoal
trabalhando na planta fora do alcance da carga. Empilhadeiras requerem que o operador esteja muito
próximo da carga. Com uma ponte rolante o operador pode fixar a carga e afastar-se desta e do perigo
que um acidente, com alguns tipos de carga, poderia gerar. O Controle remoto facilita o serviço e
aumenta a segurança.
Uma ponte rolante pode trabalhar ao longo de toda a extensão da planta sem interrupções.
- Cobertura Completa. Sua planta inteira pode ser coberta sem nenhum ponto morto. Maior
flexibilidade quando se faz o design da área operacional.
- Custos operacionais baratos. Os custos operacionais das pontes são muito baixos. Desde tipos que
não requerem energia e são totalmente manuais até um sistema trifásico muito econômico. Não
existem necessidades de cargas em baterias ou tanques de combustível. Uma ponte rolante está
sempre pronta para o trabalho.
- Facilidade ergonômica. Uma das máximas da atualidade é ajudar o trabalhador em seu local. Pontes
Pequenas e ergonômicas em forma de cela substituíram o trabalhador movendo produtos manualmente
e permitindo que este levante um produto com um aparelho de suporte. Uma carga típica de 30 quilos
pode ser elevada pela ponte e o operador perceberá meio quilo de força. Quando uma ponte do tipo
“workstation” é equipada com ferramentas de levantamento customizadas o trabalho pode ser feito
com maior produtividade e os danos ao produto em si são largamente minimizados.
- Mão-de-obra diversificada. Com o uso de pontes seu grupo de trabalho pode incluir ambos os sexos,
tanto quando trabalhadores de constituição física mais frágil, que não poderiam ser designados para
trabalho manual pesado. Na medida que nossa mão-de-obra envelhece e inclui mais o sexo feminino,
uma ponte rolante torna-se ainda mais importante e um equipamento a ser seriamente considerado.
Fonte: http://ponterolante.co/vantagens-de-uma-ponte-rolante/
ZL Equipamentos Industriais e Projetos Ltda.
7.1 – Introdução
A ligação de um motor elétrico à rede de alimentação deve ser feita com base em
recomendações da concessionária de energia local e de normas técnicas. O objetivo é que todo o
sistema funcione com o máximo rendimento, e que a montagem do mesmo seja efetuada otimizando
espaço, custo e funcionalidade.
Existem duas maneiras de se ligar um motor elétrico, que são divididas em dois grupos: 1)
partida direta e 2) partida indireta.
A partida direta, (ver o item 6.2), é aquela em que o motor é energizado com a tensão de
funcionamento desde o instante da partida (botoeira ligada). Apresenta como características a
simplicidade, a facilidade de instalação, o baixo custo e o maior conjugado de partida do motor.
Apresenta os inconvenientes:
1) a corrente de partida muito alta (cerca de 8 a 10 vezes maior do que a corrente nominal), o que
inviabiliza a sua aplicação com motores de potência elevada. Conforme determinações das
concessionárias de energia, é consenso adotar os limites de potência de 5 CV nas redes de 220 V/127
V e de 7,5 CV nas redes de 380 V/ 220 V;
2) pode ocasionar a uma elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede CA;
3) o sistema de proteção (cabos, contatores, fusíveis e disjuntores) terá que ser sobredimensionado,
ocasionando um custo elevado.
Este sistema consiste em reduzir a corrente de partida do motor, através da aplicação de uma
tensão inferior à nominal no instante da partida. Daí, a potência do motor fica reduzida e,
conseqüentemente, sua corrente de partida. Quando o motor atingir a rotação nominal, eleva-se sua
tensão de trabalho até o valor correto (ver dados de placa do motor). Assim, elimina-se o problema de
corrente de pico na partida.
Figura 7.1 – Corrente de partida em partida direta e indireta. (b) Variação da velocidade em função
do conjugado da carga. Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S.A.
Vantagens:
é muito utilizada, devido ao seu custo reduzido;
não tem limites quanto ao seu número de manobras;
os componentes ocupam pouco espaço;
a corrente de partida fica reduzida para aproximadamente 1/3 da nominal.
Desvantagens:
a tensão de linha da rede deve coincidir com a tensão da ligação triângulo do motor;
se o motor não atingir 90 % da velocidade nominal no momento da troca de ligação, o pico de
corrente na comutação será quase como se fosse uma partida direta, o que não justifica o seu
uso;
para ser possível a ligação em Y-Δ, faz-se necessário que os motores tenham a possibilidade
de serem ligados em dupla tensão (220 V / 380 V ou 380 V / 660 V ou 440 V / 760 V), além
de terem no mínimo, seis bornes de ligação.
• Através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave, reduzindo sua corrente de
partida em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. Daí ocorre a
redução do torque de partida, também em 33 %;
Figura 7.3 – Chave comutadora Y-Δ manual e conexões efetuadas em triângulo e em estrela.
Fonte:http://www.electro-tech- online.com/ attachments/general-electronics-chat/44799d1279636070-looking-
star-delta-motor-starter-diagram-moet348410e_460.jpg
• um ponto importantíssimo em relação a este tipo de partida de motor elétrico trifásico, é que
o fechamento para triângulo só deverá ser feito quando o motor atingir pelos menos 90 %
(noventa por cento) de sua velocidade em RPM. Logo, o ajuste de tempo de mudança
estrela-triângulo deverá estar baseado neste fato. O uso de um tacômetro é essencial nesta
tarefa na primeira ligação do motor com carga. A mudança da configuração para triângulo
sem que o motor tenha atingido este percentual de rotação provocaria um pico de corrente
praticamente igual ao que teria se usasse partida direta. Caso o motor em questão não atenda
a este quesito devido à carga acionada, é indicado outro tipo de partida como por exemplo,
chave compensadora, Soft-start (partida suave) ou um inversor de frequência nesta função;
Os diagramas de carga e de comando para a partida Y-Δ em modo manual são apresentados na
Figura 7.4.
Modo do operação:
De acordo com o diagrama de acionamento (à direita, na Figura 7.4), ao se pressionar a
botoeira S1, energiza-se o contator K1, o que leva ao fechamento do seu respectivo selo. A lâmpada
L1 se acende e os contatos de força de K1 no circuito de carga à esquerda se fecham. Ao mesmo
tempo, a bobina de K2 é energizada – daí, os seus contatos de força são acionados e a chave K2 NF se
abre (o que impede a energização da bobina do contator K3. Deste modo, o motor está operando na
ligação ESTRELA.
A chave S2 possui contatos intertravados (NA e NF). Ao se pressionar no ramo de K3 a chave
S2 NA, a chave S2 NF no ramo de K2 é aberta, desfazendo-se então a ligação Y. A chave K3 NF é
aberta neste mesmo ramo, o que impede de K2 e K3 operarem simultaneamente. O motor está agora
operando na conexão TRIÂNGULO (contatores K1 e K3 acionados).
Figura 7.5 – Partida Y- semi-automática. (a) Diagrama de comando. (b) Diagrama de Carga.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0d/Partida-estrela-delta.png
Apertando a botoeira S1, o contator K1 é energizado, o que fecha o seu selo. Daí é energizado
o relé de tempo D1 e são fechados os contatos de potência de K1 e de K2 (energizado pela chave 15-
16 do relé de tempo D1). O motor parte então ligado em estrela. Note que o ramo de K3 está aberto
(chave NF de K2 atuou). Decorrido o tempo ajustado em D1, a sua chave comuta para 15-18,
desligando K2 e ligando K3. Daí é feita a transição para a ligação triângulo (ligação dos bornes 1-6, 2-
4 e 3-5 no MIT).
Tomando como base o diagrama de carga apresentado nas Figura 7.6a, tem-se que:
- o contator K1 é utilizado para a conexão direta do motor 3 à rede elétrica;
- o contator K3 efetua a conexão em estrela;
- o contator K2 efetua a conexão em triângulo.
Figura 7.6 – (a) Diagrama de carga – partida estrela-triângulo. (b) Conexões para a operação em .
A corrente de linha é IL, a corrente nominal do motor (In). Quando na conexão em triângulo,
tem-se:
IL
I K1 I K 2 I I 0,58 I n
3
VF
Z (7.1)
IF
Assim, obtém-se:
VF VL V 3
Z L (7.2)
IF IL 3 In
Na conexão estrela, representada pela Figura 7.7, a corrente em cada chave do contator K3 é
IK3, obtida pela Equação (7.3):
Como fica o conjugado do motor após a transição da conexão em estrela para triângulo?
Tendo que Vn é a tensão nominal de cada uma das fases do enrolamento do motor, o
conjugado desenvolvido pelo mesmo na conexão triângulo é obtido pela Equação (7.4).
T k.Vn2 (7.4)
T k.VL2 T k.VRede
2
.
T
Desenvolvendo esta equação (comprove), obtém-se: TY
3
Isto comprova que, na partida em estrela do motor de indução trifásico, ocorre uma redução de
33 % no seu torque ou conjugado de partida.
A Figura 7.8 mostra um aplicativo em Flash para simulação de uma chave de partida Y-.
Tente fazer o download do arquivo e simular a operação de partida (modo automático).
Verificar na simulação:
- os contatores que atuam na conexão em estrela;
- idem para a conexão em triângulo.
Essa chave de partida alimenta as bobinas do motor com tensão reduzida na partida. Tal redução
é feita através da ligação de um autotransformador em série com as bobinas. Após a partida do motor,
as suas bobinas recebem a tensão nominal (FRANCHI, 2007).
Uma chave de partida compensadora é composta, na maioria dos casos, dos seguintes
equipamentos:
Exemplo 7.1 – Chave Compensadora com dois taps de ajuste, em modo automático
A Figura 7.8 mostra o diagrama de carga para uma chave compensadora com dois taps de
ajuste da tensão nominal: 65 % e 80 %. A Figura 7.9 mostra o respectivo diagrama de comando.
Figura 7.9 – Diagrama de comando para a chave compensadora – diagrama de carga da Figura 7.8.
A Figura 7.10 mostra outro exemplo de chave de partida compensadora. Estudar o diagrama
de comando da Figura 7.11 e descrever a sua operação.
Figura 7.10 – Chave compensadora para um MIT com quatro taps de ajuste.
Figura 7.11 – Diagrama de Comando da Chave compensadora para um MIT com quatro taps de ajuste.
Considerando que não há perdas neste sistema, a potência de saída é igual à de entrada, ou seja:
Pentrada Pi e Psaída Po
Vo I o = Vi I i (sem perdas)
A relação de espiras, N2/N1 será chamada de fator a (fator de redução da tensão da entrada).
onde T é o torque do motor, k é uma constante do motor e V n a sua tensão nominal (dados de
placa ou o fabricante).
Tp (c ) k p (c ) .Vc2 k p (c ) .(aV
. i )2 k p (c ) . a 2 .Vi 2
Tp (c ) k p ( c ) . a 2 . Vn2 a 2 . k p (c ) .Vn2 Tp ( c ) a 2 . Tp ( n )
Logo, o conjugado compensado é o produto do conjugado nominal pela relação do número de
espiras ao quadrado.
Exemplo 7.3
Tp ( c ) a 2 . Tp ( n ) 0,52. Tp ( n ) Tp ( c ) 0, 25. Tp ( n )
Logo, o conjugado de partida compensado seria igual a ¼ do conjugado de partida nominal.
Por que é importante conhecer o conjugado da carga para a aplicação de uma chave
compensadora?
É importante e fundamental conhecer o conjugado resistente (ex.: o peso máximo da carga de
um elevador), para escolher o TAP correto, já que há neste método, uma redução significativa no
conjugado de partida.
Para partir, o motor tem que apresentar um conjugado de partida maior que o conjugado
resistente.
Exemplo 7.5
Quais são as aplicações da Chave Compensadora?
O acionamento com chave de partia compensadora normalmente é indicado para motores de
potência elevada, acionando cargas com alto índice de atrito, tais como acionadores de
compressores, grandes ventiladores, laminadores, moinhos, bombas helicoidais e axiais (aplicações
em poços artesianos), britadores, calandros, máquinas acionadas por correias, etc.
A Figura 7.13 mostra um aplicativo em Flash para simulação de uma chave compensadora.
Tente fazer o download do arquivo e simular a operação de partida (modo automático).
Figura 7.13 – Simulação em Flash da Chave Compensadora (modo automático, com relé de tempo).
Fonte: http://www.4shared.com/get/0vnS4DcC/Apresentao_sobre_motores_em_fl.html
Figura 7.14 – Taps da chave compensadora. À direita, um zoom mostrando as derivações e correntes..
7.3.2.1 – O Autotransformador
V1 N1 N 2
a 1 (7.5)
V2 N2
V1 I2
a 1 I2 (a 1)I1
V2 I1
Daí, as correntes estão também na mesma relação de transformação.
Chamando de N1/ o número total de espiras do primário (do ponto a ao c no circuito ao lado),
pode-se escrever:
V1 I2 N1
a (7.7)
V2 I1 N 2
onde N1 N1 + N2 .
Vn
Z
In
Quando da aplicação da tensão reduzida, obtém-se:
VS V
Z/ a n
IS IS
Lembrando que VS = aVe
e que Ve = Vn.
Vn V
k n (7.8)
In IS
Corrente no contator K2
VS .I S Ve .I e
k .Vn .k .I n Vn .I K 2
I K 2 = k 2 .I n
I K1 = I n
Para o contator K3:
IS IK 2 + IK 3
IS IK 2 + IK 3
I K 3 I S I K 2 k .I n k 2 .I n
I K 3 In . k k 2
Assim, I FT 1 I K 1.
Todas as correntes do circuito são:
I K1 = I n
I K 2 = k 2 .I n
I K 3 In . k k 2
I FT 1 I K 1
A Tabela 7.1 apresenta o cálculo das correntes nos contatores K2 e K3 para os seguintes
valores ajustados nos TAPs do autotransformador (FRANCHI, 2007).
Tabela 7.1 – Correntes nos contatores K2 e K3 a partir da relação de TAPs do autotransformador (FRANCHI, 2007).
TAPs do
Fator de redução
autotransformador Corrente IK2 Corrente IK3
(K)
(ajuste em % de Vn)
85 0,85 0,72 In 0,13 In
80 0,80 0,64 In 0,16 In
65 0,65 0,42 In 0,23 In
50 0,50 0,25 In 0,25 In
7.4 – Chave para Motor de Indução com Rotor Bobinado (Resistência Rotórica)
Este tipo de chave é utilizado e motores de rotor bobinado, onde os terminais são acessíveis. Daí
se consegue alterar a resistência do enrolamento de cada fase, através da introdução de resistências
externas, em série com o circuito do rotor. A ligação destas resistências com o motor é efetuada
através de três anéis coletores (veja a Figura 7.17). Desta ação se obtém (REZEK, 2010):
- diminuição e controle da corrente de partida;
- aumento do conjugado de partida e
- controle de velocidade.
(a)
(b)
Figura 7.19 – (a) Curva C x s. Fonte: http://www.geindustrial.com.br/download/artigos/nt01.pdf. (b) Efeitos da
introdução de resistências sobre as curvas C x s. Fonte: http://www.vias.org/feee/c13_motors_09.html
A Figura 7.20 mostra os diagramas de carga e de comando para uma chave de partida que
controla a inserção de resistências no circuito do rotor de um MIT.
(a)
(b)
Figura 7.20 – (a) Diagrama de carga e (a) de comando para um MIT
com rotor bobinado – Controle da resistência rotórica.
Questão 4 (FRANCHI, 2007) – Elaborar um diagrama de comando para uma Chave de Partida Y-
automática, utilizando relés de tempo, dos tipos TRE e TRD. O tempo de partida, de acordo com a
carga conectada ao motor, deverá ser de 500 ms (tempo para o motor atingir pelos menos 90 %
(noventa por cento) de sua velocidade em RPM). O motor deverá permanecer em regime permanente
durante 30 segundos e, após este tempo, desligar.
Questão 6 – Que tipo de temporizador é indicado pelo diagrama da Figura 2? Explicar o seu
funcionamento, projetando um diagrama de acionamento apropriado.
Figura 2 – Questão 6.
Questão 7 – O esquema da Figura 3 diz respeito aos diagramas de carga e de comando de um motor de
indução trifásico (MIT) – método de partida em Estrela-Triângulo.
Figura 3 – Questão 7.
Figura 4 – Questão 8.
Questão 9 – A partida automática com autotransformador (chave compensadora) permite que o motor
inicie a sua operação com tensão reduzida. Após um certo tempo, previsto e ajustado, permite que o
motor passe a operar com a tensão plena. Isto dá a este método, em relação à partida manual duas
vantagens:
Para o diagrama de comando da Figura 5a, observar se há erros que comprometem o comando do MIT
da Figura 5b. Corrigir os eventuais erros e refazer o diagrama de comando.
(a) (b)
Figura 7 – MIT acionado por uma chave compensadora. (a) Diagrama de Carga. (b) Diagrama de comando.
Capítulo 8
Motor Monofásico
Capítulo 8 – Motor Monofásico
8.1.1 – Introdução
Para definir de uma maneira objetiva um motor monofásico, bastaria mencionar que este é uma
versão simplificada de um motor trifásico, já que há somente uma bobina ou um enrolamento estatórico
distribuído. A Figura 8.1 apresenta duas versões de motores monofásicos.
(a) (b)
Figura 8.1 – (a) Motor monofásico, utilizado exclusivamente para aplicações didáticas (baixa potência).
Disponível em: www.delorenzogroup.com/dl/altri/portoghese/eurolab/euro_por06.pdf. (b) Torno industrial,
equipado com motor monofásico de 220 V.
Fonte: http://www.dmitaliasrl.com/it/Scheda_prodotto/Foto/Tornio_BVB25L3.jpg.
Os motores elétricos monofásicos, de um modo geral, constituem uma alternativa quando não se
dispõe da rede elétrica trifásica. Esta é uma situação que ocorre na zona rural, onde, em algumas
comunidades só existe a rede monofásica, em 110 V (derivada através do transformador bifásico com
secundário de 220 V).
A partida é dada por meio de um enrolamento auxiliar ao qual é ligado um capacitor em série
com a bobina (chamado de capacitor de partida), que provoca um defasamento da corrente, fazendo o
motor funcionar como bifásico. Um dispositivo centrífugo (chave mecânica) em série com o capacitor
de partida desliga o enrolamento auxiliar após o motor ter atingido uma certa velocidade (veja as
Figuras 8.2a e 8.2b).
Pela inclusão do capacitor de partida (capacitor start) em série com o enrolamento auxiliar de
partida, é criado um ângulo de defasagem entre as correntes dos enrolamentos principal e auxiliar,
elevando o torque de partida (o ângulo de fase da corrente do enrolamento auxiliar é colocado em
avanço de fase de 90 graus, relativamente à corrente no enrolamento principal). Como os dois
enrolamentos, na construção do motor, estão separados de 90 graus, a diferença de fase de 90 graus das
correntes produzirá um único campo magnético, uniforme e girante, e o motor se comporta como se
arrancasse a partir de uma rede de alimentação trifásica. O conjugado de partida por atingir até 4
(quatro) vezes o valor do conjungado nominal. O motor monofásico com capacitor de partida é bastante
utilizado em potências na faixa de ¼ CV até 15 CV.
A inversão do sentido de rotação do motor monofásico ocorre quando as ligações do
enrolamento auxiliar são invertidas, trocando o terminal número 6 pelo número 5.
(a) (b)
Figura 8.2 – Enrolamentos de um motor monofásico.
A Figura 8.4 mostra a formação do campo magnético pulsante para duas fases (defasadas de 180
graus) atuando. Veja que o campo resultante não é girante.
Figura 8.4 – Campo magnético pulsante para duas fases atuando (motor monofásico).
Figura 8.5 – Campo magnético pulsante, Bp, gerado pela alimentação senoidal,
aplicada aos terminais do motor de indução monofásico.
Pode-se criar um método de criação de um segundo campo magnético, com uma defasagem de
90 graus em relação à alimentação. Surge então um sistema bifásico, com a conseqüente formação de
um campo magnético girante, capaz de provocar a partida do motor, como mostra a Figura 8.6.
1) apresentam maiores volume e peso para potências e velocidades iguais (em média 4 vezes); em
razão disto, seu custo é também mais elevado que os de motores trifásicos de mesma potência e
velocidade;
2) necessitam de manutenção mais apurada devido ao circuito de partida e seus acessórios;
3) apresentam rendimento e fator de potência menores para a mesma potência (ver a Tabela 8.1) - em
função disso apresentam maior consumo de energia (em média 20% a mais).
4) possuem menor conjugado de partida;
5) são difíceis de encontrar no comércio para potências mais elevadas (acima de 10 CV);
6) apresentam rendimento e FP menores;
7) alcançam apenas 60 a 70 % da potência do motor trifásico do mesmo tamanho;
8) não é possível inverter diretamente o sentido de rotação dos motores monofásicos.
Tabela 8.1 – Comparação entre rendimento () e fator de potência (cos ) de motores mono e trifásicos para a
mesma faixa de potência. Fonte: O motor elétrico rural – Companhia Energética de São Paulo, CESP, 1980.
São destinados apenas a um valor de tensão. Neste tipo de motor não é possível a reversão do
seu sentido de rotação. Exemplos: motores de pequenas bombas d’água, motores de ventiladores
grandes para o meio rural etc.
Opera com dois valores de tensão: 110 V e 220 V. Não é possível inverter o sentido de rotação.
Esquemas (alimentação no painel frontal de ligações): ver a Figura 8.7.
A Figura 8.8 mostra os circuitos correspondentes às ligações em série e em paralelo para as
bobinas.
(a) (b)
Figura 8.7 – (a) Ligação em 110 V (bobinas em paralelo). (b) Ligação das bobinas em 220 V (conexão série).
(a) (b)
Figura 8.8 – (a) circuito do motor monofásico para ligação em 110 V – bobinas em paralelo.
(b) Circuito para ligação das bobinas em 220 V (série).
Este tipo de motor monofásico permite dois tipos de alimentação diferentes, uma o dobro da
outra (110 V e 220 V), como no motor de 4 terminais.
Pode-se inverter o sentido de giro do motor. As Figuras 8.9 e 8.10 mostram os esquemas de
ligação, de duas maneiras diferentes. Notar, nestas figuras, que o terceiro ramo possui uma chave
centrífuga e um capacitor auxiliar de partida.
(a) (b)
Para que haja inversão (ou reversão) na rotação do eixo, basta inverter a ligação dos
bornes 5 e 6 do enrolamento auxiliar para com os terminais do enrolamento principal, o que
garante a inversão do sentido da corrente e, obviamente, do campo magnético em uma das
bobinas.
Para o MM alimentado em 110 V ou 127 V, a reversão será mostrada na Figura 8.11, de
acordo com a atuação dos contatores K1, K2 e K3. Na primeira situação (Figura 8.11a), os
bornes 1 e 3 e 2 e 4 estão ligados no painel do motor. O contator K1 liga estes bornes à fase e ao
neutro (rede de alimentação CA). O enrolamento secundário ou auxiliar ainda não foi ligado.
Com K3 ligado, os bornes 5 e 6 são ligados à rede de 127 V (Figura 8.11b). Ocorre a partida do
motor monofásico.
(a)
(b)
(c)
Figura 8.11 – Partida do motor monofásico alimentado em 127 V. Sequência de operação dos contatores.
Para encerrar o capítulo, a Figura 8.13 mostra os dados de placa de um motor monofásico. Da
sua correta interpretação depende a correta instalação e o bom funcionamento deste motor. Ver a
conexão dos bornes para a operação em MAIOR TENSÃO (220 V) e em MENOR TENSÃO (110 V).
A Figura 8.14 mostra uma das muitas aplicações de um motor monofásico: acionamento de uma
betoneira (na área de construção civil), para mistura de massa de concreto. O motor opera com tensões
de 110 V e 220 V, 60 Hz. O tambor da betoneira pode girar em até 26 RPM (rotações por minuto).
Figura 1.
Questão 3 – Citar as características do motor monofásico de fase dividida (split phase). O torque de
partida deste motor é elevado? Desenhar a curva C x n.
Questão 4 – Representar os enrolamentos do motor monofásico, para conexão em 110 V (ou 127 V) e
para conexão em 220 V.
Questão 5 – Quais são as características do motor universal? Quais são as suas aplicações?
Questão 7 – Projetar um diagrama de comando em modo automático para o motor monofásico cujo
diagrama de carga é o da Figura 8.12. A sequência do acionamento dos contatores será a seguinte:
1) ligar o motor – K1 e K3 (operação por 10 segundos);
2) parar o motor (10 segundos);
3) ligar o motor com reversão (K1 e K2) e operar o mesmo por 30 segundos;
4) nova parada, desligar K2 e K1.
(a)
(b)
Figura 2 - (a) Esquema elétrico de um sistema automático que liga/desliga uma bomba d’água elétrica usando
chave-bóia para medição de nível. Fonte: http://www.sociedadedosol.org.br/agua/blts_h2o/imagens/reletro6.jpg.
(b) Chave-bóia: modo de operação.
Para fazer o liga/desliga automático de uma bomba elétrica (ou moto-bomba) é necessário um conjunto de
componentes associados entre a bomba e a rede elétrica. O liga/desliga da bomba será feito segundo uma leitura do nível da
água de dentro do(s) reservatório(s). Para fazer essa leitura, usa-se bóia eletronível, ou sensor de nível (micro-bóia que
comanda uma micro chave elétrica tipo microswitch).
A bóia eletronível contém no seu interior uma chave microswitch, que abre ou fecha os contatos conforme a posição
que a bóia estiver virada (para cima ou para baixo). No cabo que é presa essa bóia, contém no seu interior três fios (a, b e c)
ligados nos contatos a, b e c. da chave microswitch, e para ajustar o nível de água desejado dentro do reservatório, usa-se um
peso ajustável e preso nesse cabo para determinar os pontos exatos em que deve-se ligar ou desligar a bomba.
Observação importante: se for usar a bóia de nível em bomba com motor trifásico, ou monofásico maior que 1 HP
em 127V ou 2 HP em 220V, deverá instalar um contator (tipo de relê com chave contatora acionada pela bóia de nível). Isso é
importante para não haver a queima do motor ou dos contatos da chave microswitch de dentro da bóia eletronível. Para o caso
do micro-sensor, o uso do contator é obrigatório para ligar/desligar qualquer tipo de carga (bomba, lâmpada, etc.).
Fonte: ONG Sociedade do Sol - BOLETIM 0087 - 19/06/2007. Disponível em:
<http://www.sociedadedosol.org.br/agua/blts_h2o/h2o0087.htm>. Acesso em 25 mar 2011.
CENTRO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
DE MINAS GERAIS
PLANO DE ENSINO
I – Identificação
1.1 - Campus: VIII Unidade: Varginha
1.2 - Curso: Técnico em Mecatrônica - Modalidades: Integrado e Concomitância Externa / Subsequente.
Série: 1ª.
1.3 - Disciplina: Acionamentos e Comandos Elétricos
CH. Anual: 80 - Aulas Semanais: 2
1.4 - Professor: André Barros de Mello Oliveira
4.1 – Fusíveis
4.2 – Relé de sobrecarga
VI – Bibliografia Específica:
1) FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos Elétricos. 2ª. ed. São Paulo: Ed. Érica, 2007.
2) NASCIMENTO Júnior, Geraldo Carvalho do. Máquinas Elétricas - Teoria e Ensaios. 2ª ed. São
Paulo: Ed. Érica, 2007.
3) ABNT. Normas de Instalações Elétricas de Baixa Tensão – NBR 5410.
1) PAPENKORT, Franz. Esquemas Elétricos de Comando e Proteção. São Paulo: EPU, 1989.
2) KOSOW, Irwing L. Kosow. Máquinas Elétricas e Transformadores. 14ª ed. Rio de Janeiro: Ed.
Globo, 2006. ISBN-10: 8525002305.
3) OLIVEIRA, André Barros de Mello. Guias de Aulas Práticas de Acionamentos Elétricos. Varginha:
CEFET-MG, 2010. Disponível em <mellogalo.4shared.com> Acesso em jan 2010.
Informações Úteis:
I. Contatores:
II. RELÉS DE TEMPO. Formas de onda de relés TRE (a), com retardo na energização e TRD
(b), com retardo na desenergização (ver Figura AII.2).
Figura AII.2.
FT1
DIN DIN
Relé térmico ou
Bobina
Motor de 6 Chave NA (normalmente Chave NF (normalmente de sobrecarga (no Lâmpada de
eletromagnética, Fusível
terminais aberta) ou FECHADOR fechada) ou ABRIDOR circuito de carga sinalização
geral (do contator)
trifásico)
Relé térmico
(exemplo de
chave NF no
circuito de
comando) Fechador de
Relé de tempo TRE Relé de tempo TRD Abridor de
comando
(retardo para energizar (retardo para desligar ou comando
Chave do relé manual
Disjuntor ou operar, ou AO desenergizar, ou AO manual
de tempo (botoeira
TRABALHO) REPOUSO) (botoeira
LIGA)
DESLIGA)
Prof. André Barros de Mello Oliveira, Prof. Daniel Soares de Alcântara, Prof. Egidio Ieno
Júnior e Técnico Antônio Carlos Borges.
Aula Prática 1
Acionamento de Lâmpadas e Medição
de Corrente e Tensão Monofásicas
1.1 – Objetivos
1.2 – Procedimentos
a) Montar o circuito série da Figura 1.1, onde Q1 é um disjuntor monofásico e as lâmpadas são
incandescentes.
Figura 1.1 – Lâmpadas alimentadas em série. Figura 1.2 – Lâmpadas alimentadas em paralelo.
1.3 – Questões
1.3.1 – Calcule, para os dois circuitos montados, a potência dissipada pelas lâmpadas. Obs.: P = VI.
1.3.2 – A soma das potências dissipadas nas lâmpadas é igual à potência entregue às mesmas pela
fonte de tensão monofásica? Justifique.
Aula Prática 2
Comandos de Acionamento por Chaves
e Medição de Valores Trifásicos
Na Figura 2.1, a chave S1 é um interruptor simples. Pode ser utilizada também uma chave NA,
normalmente aberta, como ilustrado na Figura 2.2 – verifique este tipo de chave também.
A lâmpada é de 220 V, com potência nominal de _________ W (verificar, se disponível a
indicação na lâmpada).
Figura 2.1 – Montagem 1: acionamento de uma Figura 2.2 – Montagem 2: uso de uma botoeira NA
lâmpada com um interruptor simples. para acionar a lâmpada em 220 volts.
MEDIÇÕES:
2.2.1 - Seja o circuito da Figura 2.4, onde as lâmpadas são de 220 V. Completar as ligações em linha
pontilhada, a fim de que as lâmpadas sejam conectadas em triângulo. Representar também no circuito
a conexão do (s) voltímetro (s) e do (s) amperímetro (s), para medição das tensões e correntes, de linha
e de fase.
2.2.2 - Neste tipo de ligação, de acordo com a alimentação disponível no laboratório, cada lâmpada
recebe uma tensão de (preencher a Tabela 2.1):
2.2.3 - A corrente de linha é igual à corrente de fase? Justifique e faça as medições, tomando como
base as fases R e S.
2.2.4 – Representar na Figura 2.5 (completar as ligações pendentes) a conexão das lâmpadas em
estrela (Y).
2.2.5 – Medir a tensão de linha e a tensão de fase, por exemplo, na fase R e fases RS:
2.3 – Questões
2.3.1 – Qual é a vantagem do uso da botoeira em relação ao uso de uma chave do tipo interruptor
simples?
2.3.4 – Onde é utilizado o fusível diametral (Diazed)? Em que faixa de valores de corrente ele atua?
Faça o esboço deste tipo de fusível.
Esboço:
Aula Prática 3
Controle de Carga Utilizando
Contator e Relé de Tempo
3.1 - Procedimentos
a) Montar inicialmente o diagrama de comando da Figura 3.1b. Ajustar para o relé KT1 um tempo de
10 s (ver o esquema de ligação de sua chave na Figura 3.2). Conferir as ligações juntamente com o
professor/técnico e então energizar o circuito.
(a) (b)
Figura 3.1 – Diagramas de carga (a) e de comando (b) para o acionamento de uma lâmpada.
d) Montar o diagrama de carga da Figura 3.1a. No lugar de um fusível é utilizada uma chave
disjuntora monopolar (Q1). L1 pode ser uma lâmpada de 127 V (ligada entre fase e neutro) ou uma
lâmpada de 220 V (ligada entre duas fases). Conferir as ligações juntamente com o professor/técnico e
então energizar o circuito. Descrever o seu funcionamento.
e) Inserir uma lâmpada L2 em paralelo com L1, de modo que L2 seja ligada com o desligamento de L1.
Desenhar o novo esquema do diagrama de comando e energizar o circuito. Explicar o seu
funcionamento.
Esquema: Funcionamento:
Aula Prática 4
Chave de Partida Direta - Motor de Indução
Trifásico (MIT) de 6 Terminais
Grupo de trabalho (nome completo) Matrícula
1.
2.
3.
4.
5.
Turma: Modalidade: Data: Nota:
___/___/20___
3~ 60 Hz 220 V
(a) (b)
Figura 4.1 – (a) Diagrama de Carga ou principal. (b) Diagrama de Comando (auxiliar ou funcional).
c) Montar o diagrama de carga (Figura 4.1a). Após a montagem, conferir as ligações do circuito com
o professor ou o técnico de laboratório e colocar o mesmo em funcionamento, através da botoeira B1.
d) Medir a corrente e a tensão de linha do motor, bem como a sua rotação. Anotar os valores medidos
na Tabela 1.
Figura 4.2 – Diagrama de Comando (ou auxiliar) para uso de lâmpada de sinalização e de relé de tempo.
4.1 – Calcular a potência do MIT de 6 terminais, utilizando os dados medidos. Usar o FP (fator de
potência) nominal dado na placa do motor.
4.2 – O que muda com a conexão do motor em estrela? Calcular, em função dos valores medidos
anteriormente, as tensões de linha e de fase e a corrente de linha.
Aula Prática 5
Partida de um Motor Elétrico com
Comando Direto e Intermitente
Nome completo Matrícula
1.
2.
3.
4.
5.
Turma: Modalidade: Data: Nota:
___/___/20___
Tendo como base os diagramas da Figura 5.1a e 5.1b, completar as linhas para acionamento
do MIT (Motor de Indução Trifásico, ligado em estrela) ou do Motor Dahlander (ligado em baixa
velocidade).
(a) (b)
Figura 5.1. – Diagramas de carga (a) e de comando (b) de um MIT.
a) Montar o diagrama de comando da Figura 5.1b. Após conferir a montagem com a ajuda do
professor ou do técnico, energizar a mesma. Conferir o funcionamento e anotar a seguir.
c) Interromper o motor utilizado pelo relé térmico, explicando a sua atuação no circuito (verificar a
sua atuação através do botão AUTO-HAND).
A Figura 5.2 mostra a estrutura de um pórtico rolante, onde 4 (quatro) motores elétricos são
acionados. No controle de botoeiras ilustrado, as botoeiras B1 e B2 acionam o motor M3 (controle
vertical do guincho, ver simulação online em http://croaciamc.com.br/simula/porticomanual.swf).
Na Figura 5.3 é apresentado um pórtico rolante industrial.
Para o movimento horizontal do guincho, é acionado o motor M4 (botoeiras B3 e B4). E para
o movimento do pórtico rolante são utilizados os motores M1 e M2 (botoeiras B5 E B6).
Figura 5.3 - Pórtico rolante – fixado sobre trilhos, é capaz de movimentar cargas de peso em torno de toneladas.
Fonte: http://lh3.ggpht.com/_ahRGmLPIP0w/SjAOmu6kebI/AAAAAAAAJuU/o9O0jb5goB8/IMG_9692.jpg
1) M1 e M2 sejam acionados pela botoeira B5, para um movimento de 10 segundos, a partir do início
dos trilhos (início do curso).
2) Decorrido este tempo, após um intervalo de 10 segundos, o pórtico rolante é movimentado até o fim
de seu curso.
Aula Prática 6
Partida Direta de um MIT com
Reversão Temporizada
Grupo de Trabalho (nome completo) Matrícula
1.
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3.
4.
5.
Turma: Modalidade: Data: Nota:
___/___/20___
(a) (b)
Figura 6.1 – Diagramas de carga (a) e de comando (b).
b) Inserir uma chave de fim-de-curso (NA) no ramo do contator K2. O que ocorre com o o
funcionamento do motor?
(a) (b)
Figura 6.2 – (a) Aspecto de um portão eletrônico, utilizado em portões de garagem, principalmente residencial.
(b) Motor elétrico utilizado – veja a engrenagem que move o portão.
Fontes: http://casaconstruida.com/wp-content/gallery/portao-eletronico/portao-eletronico-14.jpg e
http://images02.olx.com.br/ui/5/84/48/1270729312_86697648_2-Portao-eletronico-portoes-eletronicos-3332-3689-Curitiba-
1270729312.jpg
Aula Prática 7
Relé Eletrônico Temporizador aplicado
na partida e na sinalização de um MIT
Grupo de Trabalho (nome completo) Matrícula
1.
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Turma: Modalidade: Data: Nota:
___/___/20___
Sejam os diagramas da Figura 7.1, onde o relé RT1 é um relé eletrônico temporizador,
comandando as chaves de saída A (15-16-18) e B (25-26-28), que opera no modo cíclico.
(a) (b)
Figura 7.1 – Diagramas de carga (a) e de comando (b). Relé temporizador: comando e sinalização de um MIT.
a) Montar primeiramente o diagrama de comando – Figura 7.1b. Após a conferência do mesmo pelo
professor, energizar a bancada. Ajustar o dial superior para 6 segundos e o inferior para 3 segundos.
As lâmpadas L1 e L2 acendem juntas? Justifique.
b) Seria possível utilizar as chaves A e B do relé cíclico para comandar um processo de reversão de
rotação no MIT? Justifique.
c) Montar o diagrama de carga para acionar o MIT, ligado em estrela, ou um motor Dahlander.
Observar o que ocorre e descrever o acionamento completo.
Sejam as formas de onda da Figura 7.4, de um relé RT1 - relé eletrônico temporizador -, onde
as suas bobinas acionam as chaves de saída A (15-16-18) e B (25-26-28).
O dial superior do relé RTW CI (WEG) determina o tempo t ON em que os contatos
permanecem acionados, enquanto que o dial inferior determina o tempo tOFF em que os contatos
permanecem desacionados.
MONTAGEM EXTRA
Inserir no diagrama de carga da Figura 7.1 um relé de proteção contra falta de fase.
As conexões são indicadas na Figura 7.4c.
Figura 7.4 – Relé de falta de fase – Fabricante: WEG Equipamentos Elétricos S.A. (a) e (b) Vista do
painel do dispositivo. (c) Esquema de ligação nos diagramas de carga e de comando.
Aula Prática 8
Comando Condicionado de Cargas
O comando condicionado de cargas é aquele onde só é possível acionar mais de uma carga se a
primeira (e anterior, se forem mais de duas cargas) estiver (em) acionada(s). Este tipo de acionamento é muito
utilizado em processos industriais onde, por exemplo, uma esteira só é acionada se uma unidade de produção de
bebidas estiver abastecendo a mesma.
Seja o diagrama de comando da Figura 8.1, onde K1 e K2 são contatores que comandam duas cargas
(motores M1 e M2, ou motor M1 e lâmpada L1, por exemplo).
Diagrama de carga:
b) Montar este diagrama para acionar 2 (dois) motores trifásicos, ou um motor trifásico e uma lâmpada.
Um relé eletrônico do tipo TRE (Retardo na Energização) é aquele que ao ser energizado
(bobina A1-A2), não arma os seus contatos imediatamente. A partir daí, inicia-se a contagem do
tempo t (tRE) pré-selecionado na escala, após o qual o relé arma. As suas formas de onda (energização
e resposta dos contatos) podem ser vistas na Figura 8.2a.
PROJETO
Projetar um sistema de acionamento onde estes tipos de relé são empregados, e as cargas são dois
motores de indução trifásicos, M1 e M2 e é utilizada uma lâmpada de sinalização L1, que mostra os
dois motores funcionando juntos.
Aula Prática 9
Montagem de Chave de Partida Manual e
Automática para um Motor Dahlander
Grupo de trabalho (nome completo) Matrícula
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Turma: Modalidade: Data: Nota:
___/___/20___
O motor Dahlander possui um enrolamento especial, com dois tipos de conexões, o que possibilita
alterar a quantidade de pólos. Daí é possível se obter duas velocidades distintas, sempre com relação 1:2, já que a
velocidade depende, além da freqüência da fonte de alimentação CA, também do número de pólos, pela equação
n = 120.f/p [RPM]. Exemplos: 4/2 pólos (1800/3600 RPM); 8/4 pólos (900/1800 RPM). A Figura 9.1 apresenta
os diagramas de carga e de comando para a sua partida manual. Completar as ligações pendentes.
a) Com base nos diagramas da Figura 9.1, com as ligações pendentes completadas e conferidas,
montar primeiramente o diagrama de comando, para acionamento dos contatores K1, K2 e K3.
Conferir a montagem com o professor e energizar as ligações.
Fazer uma análise do diagrama de carga, sincronizado com o diagrama de comando. Responder:
a.2) Que contatores comandam o motor em baixa velocidade?
b) Montar o diagrama de comando, observando a conexão dos bornes do motor Dahlander, para baixa
e alta velocidade – Figura 9.2.
c) Energizar a montagem após conferir as suas ligações. Medir com um tacômetro digital as
velocidades baixa e alta.
a) Um diagrama de comando automático para o motor Dahlander é mostrado na Figura 9.3. Analisar
as ligações do diagrama de carga – já montado de acordo com a Figura 9.1 - para conferir as
conexões e numeração dos contatores, a fim de que fiquem todas de acordo com o diagrama de
comando da Figura 9.3b. Fazer um rearranjo das mesmas, se necessário.
d) Energizar o conjunto e verificar a variação da velocidade após o tempo ajustado no relé de tempo.
Aula Prática 10
Montagem de Chave de Partida
Estrela-Triângulo Semi-Automática
Grupo de trabalho (nome completo) Matrícula
1.
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Turma: Modalidade: Data: Nota:
___/___/20___
a) Montar inicialmente, o diagrama da Figura 10.1a (diagrama de COMANDO). Ajustar para o relé de
tempo um intervalo de 5 (cinco) segundos. VERIFICAR junto ao professor/técnico responsável pelo
laboratório se as conexões estão corretas e em seguida, energizar a bancada.
Figura 10.1 – Partida Y- semi-automática. (a) Diagrama de comando. (b) Diagrama de Carga.
Após a montagem e verificação, utilizar um VOLTÍMETRO para medir a tensão em uma das
bobinas do MIT, nas conexões em ESTRELA e em TRIÂNGULO, e um AMPERÍMETRO-
ALICATE, para medição da corrente de linha, seguindo o roteiro:
Figura 10.2 – Motor de 6 terminais (a): formação das conexões em estrela (b) e em triângulo (c).
- Medição de VL
Figura 10.3 – Representação do voltímetro para leitura da tensão de fase (na ligação em Y) e de linha (na ligação
em ). Representação do amperímetro alicate para leitura da corrente de linha.
10.2 - Anotar os dados de placa do MIT utilizado para calcular as correntes dos contatores K1, K2 e
K3. Adotar a relação Ip/In igual a 8.
Aula Prática 11
Chave de Partida Compensadora
a) Montar inicialmente, o diagrama da Figura 11.1a (diagrama de COMANDO). Ajustar para o relé de
tempo um intervalo de 5 (cinco) segundos. VERIFICAR junto ao professor/técnico responsável pelo
laboratório se as conexões estão corretas e em seguida, energizar a bancada.
Figura 11.1 – Partida com Chave Compensadora. (a) Diagrama de comando. (b) Diagrama de Carga.
Tabela 11.1
Tipo de operação VL (V) IL (A)
Operação compensada (K2 e K3)
Operação com tensão nominal (K1)
De posse dos valores medidos da tensão e da corrente de linha, calcular a potência ativa do
motor, sendo conhecido o seu FP (fator de potência do motor, igual a cos , impresso na sua placa).
Verificar o FP impresso na placa do motor de indução utilizado: FP = cos = _______.
Cálculo:
P = S.cos = VL.IL.cos
= __________________ = ________ W.
Com o MIT operando com tensão nominal, medir com o wattímetro a sua potência ativa.
Procedimento: ligar os cabos de tensão de dois dos terminais R-S-T aos terminais de linha do motor
(ligação da bobina de tensão, ver novamente a Figura 11.2). Para ligar a bobina de corrente do
wattímetro, basta abrir uma das fases do motor e conectar no lugar os terminais de corrente I3 – I4 ou
I1 – I2.
Pmotor
FP cos ________
VL I L
Aula Prática 12
Motor Monofásico – Acionamento
Manual em 127 V e em 220 V
O motor monofásico (MM) com 6 terminais, como mostra a Figura 12.1, pode ser alimentado
em 127 V ou em 220 V. Nesta figura se vê a ligação das bobinas – enrolamentos principal e auxiliar –
para a partida em 127 V.
A Figura 12.2 mostra o esquema para o
acionamento de um motor monofásico em 127 V com
chave mecânica. O motor recebe a energia elétrica
diretamente da rede CA, através de S1.
MEDIÇÕES: medir a tensão nos terminais do motor e a corrente para o motor operando em 127 V e
anotar na Tabela 12.1.
d) Como deve ser a ligação do MM no esquema da Figura 12.3 para que o mesmo seja
alimentado em 220 V? Desenhar no verso – Figura 12.4 - o esquema das bobinas do MM em
220 V. Completar o diagrama de carga do motor. Atenção para a ligação dos bornes.
(b)
Figura 12.4 - MM – alimentação em 220 V. (a) Ligação das bobinas do motor – circuito incompleto.
(b) Esboço dos diagramas de comando e de carga (incompleto – ligar as linhas pendentes).
Fonte: http://picasaweb.google.com/lh/photo/zBnbWIS_aLaYLJ3gf5vKWg
Fonte: http://www.transportabrasil.com.br/wp-content/uploads/2009/07/braspress-interna.jpg
Aula Prática 13
Acionamento e Reversão
Automática do Motor Monofásico
Grupo de trabalho (nome completo) Matrícula
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Turma: Modalidade: Data: Nota:
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O diagrama de comando, mostrado na Figura 13.3, permite que o motor seja ligado e funcione
em 10 segundos com rotação no sentido horário, parando em seguida. Após 10 segundos, o motor
deve partir novamente, invertendo a sua rotação.
Aula Prática 14
Chave de Partida para MIT com
Enrolamentos Separados (2 velocidades)
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Turma: Modalidade: Data: Nota:
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(a) (b)
Figura 14.1. (a) Diagrama de carga e (b) diagrama de comando, manual.
14.2 – Medições
a) Medir a rotação do MIT, com K1 acionado e em seguida com K2.
V1(K1) = ______ rpm. V2(K2) = ______ rpm.
c) Mostrar os sinais de atuação para os relés de tempo utilizados - itens (a). Destacar qual contator é
acionado por cada relé de tempo.
Aula Prática 15
Partida Automática e Frenagem
Eletromagnética de um MIT
15.1 – Introdução
Este método de partida permite a partida automática do MIT, a reversão do sentido de rotação e a
frenagem eletromagnética, através da corrente obtida de uma ponte retificadora. As Figuras 15.1 e
15.2 mostram, respectivamente, os diagramas de carga e de comando para esta montagem.
FRENAGEM DO MOTOR