Você está na página 1de 26

Ensaios Não Destrutivos (END). Ultrasons.

ULTRASONS
Frequência acima do audível (i.e. f >20 kHz)
Frequências utlizadas em testes não destrutivos ultrasónicos : 300 kHz - 15 MHz
Relação frequência – comprimento de onda

Tipos de ondas existentes em sólidos


Ondas longitudinais (ou primárias, ondas P)
Ondas transversais (ou secundárias, ondas S)
Ondas acústicas superficiais (ondas de Rayleigh, Lamb, Love, Stoneley ..)

1
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Exemplo de um ensaio ultrasónico

2
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Velocidade do som em alguns materiais

E (1 − ν )
Velocidade longitudinal vc =
ρ (1 + ν )(1 − 2ν )
E é o módulo de Young

E ν é o módulo de Poisson
Velocidade transversal vt =
2 ρ (1 + ν )

3
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Ondas numa interface

4 Z1Z 2
Energia transmitida, ET =
Impedância acústica específica: Z = ρv (Z1 + Z 2 )2
Aço 46.3 MRayl 2
 Z − Z2 
Energia reflectida, ER =  1 
Aluminio 17.0 MRayl Z
 1 + Z 2

Perspex 3.19 MRayl


Água 1.49 MRayl
Ar ?

Nota: Em cristais existe


anisotropia na velocidade

4
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Ondas numa interface (cont.)

4 Z1Z 2
Energia transmitida, ET =
(Z1 + Z 2 )2
2
 Z − Z2 
Energia reflectida, Er =  1 
 Z1 + Z 2 

Pode-se concluir que a máxima


transmissão (ou minima reflexão) ocorre
quando Z1=Z2.
Quando as impedâncias acústicas diferem
muito existe uma fraca eficiência de
transmissão acústica.

Quando há três camadas A, B e C, qual deverá ser a impedância da camada


intermédia (B) para que a transferência de energia seja máxima.
Nessas condições qual o valor da energia transferida?
5
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Camada de acoplamento

Casos importantes de interfaces


Interface ponta de prova - peça a inspeccionar:
Ponta de prova–ar – aço
Água (gel ou óleo)–aço Et=88%. Deve portanto existir uma camada de acoplamento
entre a ponta de prova e a peça.
Fissura no interior do material. Uma gap de 1 mm no aço reflecte aproximadamente
cerca de 70% da energia. Esta é pois e aproximadamente, a resolução desta técnica.

6
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Ondas com incidência obliqua

Lei de Snell

sin α V A
=
sin β VB

V
Quando VB>VA existe um ângulo crítico de reflexão total sin α c = A
VB
Para o caso água-aço é 15º

7
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Caso Geral

Quando a incidência é obliqua pode haver uma


conversão do modo de vibração da onda.
Assim uma onda longitudinal incidente dará
origem a duas ondas reflectidas (uma longitudinal rc a
e outra transversal) e duas ondas transmitidas rs
(uma longitudinal e outra transversal) i

ts b
tc

A lei de Snell passa a ser:

sin (i ) sin (rc ) sin (tc ) sin (ts )


= = =
Vca Vca Vcb Vsb

As amplitudes das ondas reflectidas e transmitidas dependem do ângulo de incidência de


uma forma complexa.
8
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Ondas de incidência obliqua (exemplo)

Para a interface perspex-aluminio


obtém-se para as várias amplitudes
das ondas reflectidas e transmitidas:

Perspex

Aluminio

Se se pretender inspeccionar uma peça


usando ondas longitudinais deve-se
utilizar um ângulo de incidência que
seja menor do que 25º
Para ondas transversais é conveniente
utilizar ângulos entre 25 e 58º quando a
amplitude da onda transversal
transmitida é maior.

9
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Atenuação e espalhamento

A diminuição na amplitude da onda ultrasonora num material tem duas causas:


•Atenuação verdadeira
•Dispersão ou espalhamento da onda

A atenuação verdadeira segue


uma lei exponencial
O espalhamento depende dos
detalhes geométricos da onda.

10
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Configuração para uma sonda longitudinal

11
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Efeito piezoeléctrico

O efeito piezoeléctrico consiste na deformação elástica de um material pela aplicação


de um campo eléctrico.

Materiais piezoeléctricos: quartzo, PZT, PVDF...

A frequência fundamental de vibração d


longitudinal, corresponde a haver exactamente
meio comprimento de onda na espessura da λ
d = o , mas λo f o = v
amostra. 2

v
fo =
2d

12
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Sondas longitudinais (cont.)

13
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Campo ultrasónico á frente de uma sonda

Pressão acústica ao longo do eixo da sonda


  2 
12 
 π  D 
PR = Po 2 sin  +R 2
− R 
 λ  4 


   

14
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Pulso ultrasónico

15
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Exemplos de sondas longitudinais

16
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Sonda transversal

Ângulos de lançamento de sondas transversais: 45º, 70º e 80º.


O ângulo de lançamento depende do material.

O material usado no sapato é normalmente o Perspex e ocasionalmente o Nylon.


É necessário que a onda longitudinal ultrasónica tenha uma velocidade inferior á
velocidade de uma onda transversal na peça a analisar. Porquê?
17
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Modos de varrimento

A-scan
Quando se representa uma grandeza eléctrica em função
do tempo. Essa grandeza pode ser o sinal de rf tal como é
gerado pelo receptor piezoeléctrico (2) o sinal de rf
rectificado ou (3) só a parte negativa ou só a parte positiva.

B-scan
Quando após se varrer a peça ao longo de uma linha com a
sonda se assinala no ecran a profundidade para as quais o
eco ultrapassou um determinado nível.
18
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Varrimento C-scan

Quando após se efectuar um varrimento bi-


dimensional se assinala no ecran a amplitude do sinal
recebido para um intervalo de tempo fixo.

19
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
20
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Análise de defeitos com uma sonda transversal

21
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Blocos de calibração A3 e A5

22
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Bloco de calibração A2

Calibração do índice

Calibração do ângulo
23
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Blocos de calibração

24
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Análise de uma soldadura por ultrasons

25
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/
Alteração do conteúdo espectral

A onda ultrasónica quando é


dispersa por uma colisão com um
defeito pode alterar o seu
conteúdo espectral dependendo
das interacções que tiveram
lugar.

26
Qualidade e Ensaio de Materiais, Carlos Dias 03-04, http://sme.dcm.fct.unl.pt/u/dias/docencia/

Você também pode gostar