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Hipnose na Gravidez e Parto

HypnoPregnancy & Childbirth®

Tiago Moisés Ferreira dos Santos - tiago_moises@sapo.pt - IP: 162.158.187.116


Erick Heslan
CRP 04/46287
Formado em Psicologia pela PUC Minas e com vasta
experiência em formações nacionais e internacionais
hipnose clínica. Já ministrou treinamentos de hipnose
em alas obstétricas de hospitais públicos de MG.
Desde 2016 é Presidente da Sociedade Brasileira de
Hipnose, instituição referência em hipnose no Brasil.

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Para quem é este curso?

● Profissionais da Saúde: Médicos, psicólogos, enfermeiros,


fisioterapeutas e demais profissionais que desejam oferecer uma
alternativa rápida, saudável, eficaz e duradoura no atendimento e
tratamento dos sintomas físicos e emocionais típicos da gravidez.

● Psicoterapeutas e Hipnoterapeutas: Profissionais que trabalham


com terapia e querem se aprimorar, dominar ferramentas efetivas
com a hipnose e oferecer uma intervenção rápida, não
medicamentosa e que estimula a autonomia das mulheres no seu
processo de autocuidado.

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Para quem é este curso?

● Doulas e Assistentes de Parto: As Doulas podem conduzir as


gestantes a um estado de mais tranquilidade, relaxamento e bem
estar de uma forma rápida, efetiva e natural. Além de poder treinar
sua cliente para praticar auto hipnose.

● Gestantes e Acompanhantes: Que tem o interesse de aprender a


executar exercícios de relaxamento, instalar gatilhos de tranquilidade
e bem estar e poder contribuir ativamente para a saúde emocional
durante o processo de gestação e parto.

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Para quem é este curso?
● Reforçamentos que os conteúdos são progressivos em termos de
complexidade, sendo que, embora todos possam ter acesso ao
conhecimento, as práticas de hipnose apresentadas só devem ser
aplicadas por profissionais que tenham conhecimentos básicos em
hipnose clínica, com o conhecimento e permissão do paciente.

● Este workshop não autoriza a utilização clínica das práticas


profissionais privativas, uma vez que estas atividades devem ser
autorizadas pelos respectivos conselhos profissionais a que o
participante esteja vinculado, levando-se em conta que cada País
tem suas regulamentações específicas.

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No que esse método ajuda?
● Alívio de enjoos, ansiedades, medos, crenças negativas, dores e
outros desconfortos;
● Pode reduzir o número de cesáreas, uso de ocitocina para a indução
do parto;
● Alivia de forma significativa o uso de sedativos, analgesia e
anestesia.

¹ (Lewis E. Mehl-Madrona MD, PhD (2004) Hypnosis to Facilitate Uncomplicated Birth, American Journal of
Clinical Hypnosis, 46:4, 299-312)

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Como é o conteúdo deste curso?
1) Introdução:
a. História da hipnose e dos modelos de assistência ao parto através dos tempos;
b. Aspectos psicofisiológicos da gravidez, trabalho de parto e pós parto;

2) Treinamento psicofisiológico da gestante:


a. Importância da psicoeducação;
b. Condicionamento psicofisiológico;

1) Hipnose clínica na prática:


a. 5 passos da hipnose clínica;
b. Passo a passo do programa;
c. Exercícios práticos.

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LITERATURA
HYPNOSIS TO FACILITATE UNCOMPLICATED BIRTH
Lewis E. Mehl-Madrona MD, PhD (2004) Hypnosis to Facilitate Uncomplicated Birth, American Journal of
Clinical Hypnosis, 46: 4, 299-312, DOI: 10.1080 / 00029157.2004.10403614

Resumo
(...) Após uma avaliação psicossocial, 520 mulheres grávidas em seu primeiro ou segundo trimestre de
gravidez foram randomizadas para receber hipnose pré-natal ou grupos somente de atenção. (...) O objetivo
era reduzir o medo do nascimento e da maternidade; para reduzir a ansiedade; para reduzir o estresse; para
identificar medos específicos que podem complicar o processo de trabalho (abordando-os sempre que
possível); e preparar as mulheres para a experiência do parto. O grupo de controle somente foi combinado a
um grupo de comparação sem contato. Mulheres que receberam hipnose pré-natal tiveram resultados
significativamente melhores do que mulheres que não receberam. Avaliações posteriores sugeriram que a
hipnose funcionava evitando que fatores emocionais negativos levassem a um desfecho complicado do
parto. (...) O uso pré-natal de rotina da hipnose pode melhorar o resultado obstétrico.

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(Lewis E. Mehl-Madrona MD, PhD (2004) Hypnosis to Facilitate Uncomplicated
Birth, American Journal of Clinical Hypnosis, 46:4, 299-312)

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LITERATURA
HIPNOANALGESIA EM GINECO-OBSTETRICIA
Anesthethic hypnosis in gineco-obstetrics
ACOSTA BENDEK, Eduardo.
A. B., E. Unimetro; 1(1): 11-6, ene.-jun. 1985. Artigo em Espanhol | LILACS | ID: 2540

Resumo
Esse método foi realizado em 79 pacientes particulares que receberam alguma
informação sobre o parto psicoprofilático durante a gravidez. Durante o trabalho de
parto ocorreu estado de hipnose leve em todas elas, obtendo resultado satisfatório em
83,5%. O parto médio foi encurtado em todos os pacientes, a vitalidade fetal foi
satisfatória em 100% dos casos e a morbidade e mortalidade materno-fetal não foram
registradas.

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LITERATURA

ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO DO TRABALHO DE PARTO BASEADA EM


EVIDÊNCIAS: [REVISÃO]
Assistance to the first period of labor based on evidence: [review]

PORTO, Ana Maria F.; AMORIM, Melania M. R.; SOUZA, Alex Sandro R.
38(10), out. 2010. tab. Artigo em Português | LULACS | ID: 574503

Conclusão
Hipnose e acupuntura são métodos não farmacológicos para alívio da dor que levam à
redução significativa da necessidade de analgesia.

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Quando surgiu?

A evidência mais primitiva da existência de hipnose foi encontrada entre


os xamãs, que eram também chamados de “doutores bruxos”, “homens
de medicina” ou “curadores”. Já o relato mais antigo sobre curas obtidas
a partir do método hipnótico foi obtido nos “Papiros de Ebers”, coletânea
egípcia que contém mais de 700 remédios populares.

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Início da experimentação científica:

● A experimentação científica da hipnose começou com Franz Anton


Mesmer (1734-1815), médico austríaco do século XVIII.

● Rei Luiz XVI a convoca a “Comissão da Sociedade Real de Medicina


e da Academia de Ciências – 1784”.

● Após realização de testes, a banca afirmou a inexistência do


magnetismo humano, alegando que os resultados obtidos eram
somente consequência da sugestão.

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● James Braid (1795-1859), assistindo a uma cirurgia efetuada por Mesmer, passou a
estudar o processo com propósito de reformular a teoria.

● Em 1842, James Braid cunhou o termo hipnose, do grego Hypnos, que simbolizava
o Deus do sono na Mitologia Grega.

● Em 1846, o cirurgião escocês James Esdaile publicou um livro descrevendo o uso


do mesmerismo em 73 cirurgias e 18 casos de tratamento da dor.

● Na escola de Salpêtrière, Charcot (1825-1893) considerou a hipnose como um


estado patológico de dissociação, comparando o transe ao processo histérico e a
anormalidades no sistema nervoso.

● A Escola de Nancy de Liébeault e Bernheim, por sua vez, retomou a ideia original
de Braid de que a indução hipnótica decorria da sugestão, em um processo natural
inerente a todo ser humano.

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● Em 1880 houveram as primeiras experiências com a hipnose no parto. Resultados
positivos com Le Menat des Chesnais (França), Luys (Bélgica), Panton (Inglaterra) e
Auvard (Áustria); Embora tenham usado a hipnose, não existe uma publicação
específica deles. Eles foram mencionados em outros livros antigos.

● Em 1902, Nicolaiev (Leningrado, Rússia) – Realizou o primeiro trabalho específico e


publicado utilizando a hipnose para reduzir a dor no trabalho de parto. Em sua
experiência com 28 mulheres previamente hipnotizadas, 20 deram à luz em um parto
totalmente sem dor.

● 1920 – Grantly Dick-Read (Inglaterra) Ele desenhou o que chamamos de tríade:


MEDO – TENSÃO – DOR.

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● 1938 – Skrobanski foi um dos primeiros a perceber que se a mulher fosse preparada
psicologicamente antes do parto, conseguiria ter um parto sem dor,
independentemente do método usado.

● 1951 – Fernand Lamaze (França) – Visitou a Rússia e conheceu o trabalho do


Nicolaiev, ao voltar para a França criou o “Médoto Lamaze” de parto sem dor.
RÚSSIA X INGLATERRA X FRANÇA.

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● 1956 – O Papa Pio XII reconheceu o valor do método psicoprofilático
no alívio das “dores do parto”. Esse na verdade era um método
natural, e por isso não estaria contra os dogmas e princípios
religiosos.

● Milton Hyland Erickson (1901-1980), psiquiatra e psicólogo


americano, representou um marco na hipnose moderna. Nos seus
60 anos de atividade, publicou mais de 300 artigos e dezenas de
livros relacionados ao tema.

● Erickson teve papel importante na fundação da Sociedade


Americana de Hipnose Clínica (1957) e foi fundador e editor do jornal
da Sociedade por dez anos.

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A O.M.S. promulgou, em 1985, uma série de recomendações, referindo que é
fundamental para prestar uma atenção perinatal adequada, ter em conta, no
processo de gravidez não apenas aos factores físicos, mas também aos fatores
sociais, emocionais e psicológicos da mulher grávida neste período (Fernandez &
Cabaco, 2004).

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Os três pilares da abordagem
● Psicoeducação (talvez o mais importante)
Fases e adaptações psicológicas da gravidez e maternidade. Orientações sobre o desenvolvimento
da gravidez e do feto, como se dá a oxigenação fetal durante a gestação no trabalho de parto e no
parto, além da fisiologia normal das contrações uterinas e da dilatação do colo uterino durante a
parturição. Esclarecimentos dos vários “medos” e “fantasias negativas” que envolvem a
puerperalidade.

● Condicionamento psicofisiológico
Técnicas de respiração e relaxamento nos três momentos importantes (início do trabalho de parto;
contrações mais intensas durante o período de dilatação e no período expulsivo). Desenvolvimento
de comportamentos que precisam ser condicionados.

● Sugestões imagéticas positivas


Em substituição às expectativas da “próxima dor”, determinando um “carisma positivo” em relação ao
processo da parturição.

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Fases psicológicas da gestação:
● Ser mãe “é uma acomodação contínua entre expectativas e realidades” (Colman & Colman,
1994, p.178)

● Assume-se que a maternidade seja um projecto de longo prazo (mínimo 18 anos), distanciando-
se desta forma do acontecimento biológico que é a gravidez.

● O nascimento de um filho, sobretudo no caso de ser o primeiro, implica grandes mudanças e tem
um grande impacto na vida pessoal e familiar dos indivíduos (Relvas & Lourenço, 2001), e
modifica de forma irreversível a identidade, papéis e funções dos pais e de toda a família
(Colman & Colman, 1994; Relvas & Lourenço, 2001).

● Obriga a uma negociação de padrões existenciais, negociação de papéis sociais e relações


interpessoais (Figueiredo, 2000).

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Fases psicológicas da gestação:

MUDANÇAS IMPLICAM STRESS.


● Quando uma determinada situação é importante para o indivíduo e lhe gera um grau de
exigência para o qual sente não ter aptidões nem recursos pessoais ou sociais para a superar, a
ocorrência torna-se indutora de stress (Vaz Serra, 1999).

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Fases psicológicas da gestação:

● Quando uma mulher confirma a sua gravidez, produzem-se duas reações: satisfação/aceitação,
se a gravidez foi desejada, ou surpresa, se não foi programada.

● A reacção de surpresa é constituída por um padrão de resposta funcional de luta-fuga que


provoca dois tipos de emoções: emoções positivas (felicidade, satisfação, alegria, etc.), ou
emoções negativas (ansiedade, medo, desespero, hostilidade, negação, etc.), como resultado da
resposta de fuga.

(Fernandez & Cabaco, 2004)

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Fases psicológicas da gestação:
● Primeiro trimestre: Tarefa 1: Aceitar a gravidez

- Aceitação do papel social;


- Aceitação das mudanças corporais;
- Alterações na dinâmica do relacionamento;
- Preocupações e angústias com o desenrolar da gravidez;
- Crenças em relação ao filho (medo que ele nasça morto ou mal-formado);
- Medo em relação às responsabilidades futuras.

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Fases psicológicas da gestação:
● Segundo trimestre: Tarefa 2: Aceitar a realidade do feto

- Começa a vivenciar a autonomia do feto;


- Aceitação do bebê como uma entidade separada;
- Começa a fantasiar uma relação com o bebê;
- Começar a fantasiar acerca de vários aspectos do seu filho, como aspecto físico, o sexo, o
temperamento e o nome (Canavarro, 2001; Colman & Colman, 1994).

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Fases psicológicas da gestação:
● Segundo trimestre: Tarefa 3: Reavaliar a relação com os pais

- Inicia o processo de identificação materna;


- As memórias da grávida enquanto filha podem surgir agora. Reavalia o tipo de relacionamento
que teve com a mãe;
- Começa a fantasiar uma relação com o bebê;
- A gravidez pode ativar memórias afetivas e emoções de como foi ser filho e fazer reviver velhos
medos de rejeição e abandono parental (Colman & Colman, 2004; Cordeiro, 1987; 2002);
- O bebé surge como um elemento unificador das gerações, servindo para estabelecer laços e
fortalecer laços já existentes;
- Assim, o nascimento de uma criança possibilita o desenvolvimento de novos papéis, funções e
laços de parentesco.

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Fases psicológicas da gestação:
● Terceiro trimestre: Tarefa 4: Reavaliar e reestruturar a relação com o
cônjuge/companheiro

- O casal vai sentir mudanças a nível do plano afectivo, relacionamento sexual e das próprias
rotinas diárias;
- Esta época surge como um período de risco e de oportunidades;
- A gravidez e a maternidade assinalam a transição da conjugalidade para a parentalidade
(Relvas & Lourenço, 2001);

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Fases psicológicas da gestação:
● Terceiro trimestre: Tarefa 5: Aceitar o bebê como pessoa separada

- Termina uma gravidez para surgir uma pessoa separada, com necessidades próprias e
específicas;
- Sua preocupação e preparação se focam no trabalho de parto, no parto e no bebé;
- Acontecem várias modificações fisiológicas;
- Representações cognitivas sobre as dores, sofrimentos e morte que poderão acontecer durante
o parto;
- As fantasias que foram criando acerca do seu aspecto físico, temperamento, padrões de sono,
entre outros aspectos, são finalmente confrontadas com o bebé real.

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Fases psicológicas da gestação:
● Terceiro trimestre: Tarefa 6: Integrar a identidade parental

- A mulher será confrontada à saída da maternidade com uma tripla tarefa: (1) reavaliar ganhos e
perdas que a maternidade introduziu na sua vida; (2) aceitar as mudanças que este novo
período lhe coloca e (3) reconstruir objectivos pessoais;
- Menos atenção ao cônjuge/companheiro e mesmo às relações com o exterior do sistema
familiar (amigos, vizinhos, colegas, famílias de origem);
- Numa perspectiva desenvolvimental, as perturbações psicopatológicas da maternidade,
nomeadamente a depressão pós-parto, podem ser conceptualizadas como a tradução das
dificuldades da mulher numa dupla tarefa (1) lidar com a crise suscitada pelas mudanças
relacionadas com a maternidade e, (2) realizar de forma positiva as tarefas desenvolvimentais da
maternidade (Figueiredo, 1997).

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Fases psicológicas da gestação:
● Puerpério: Tarefa 7: Reavaliar e reestruturar a relação com o(s) outro(s)
filho(s)

- A tarefa de assumir a identidade materna para incluir um novo filho, pode ser mais exigente,
pois envolve, uma maior complexificação do sistema familiar, implicando a consequente
redefinição de papéis e tarefas (Canavarro, 2001; Canavarro & Pedrosa, 2005);
- Os filhos se organizam como irmãos definindo um novo espaço familiar geracionalmente
igualitário e de solidariedade tanto quanto de rivalidade e competição.

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Psicoeducação
● Quais as fases psicológicas da gravidez e do trabalho de parto?

● Porque usar a hipnose no trabalho de parto?

● Como ocorre o parto normal?

● Como ocorre das dores do trabalho de parto?

● Como a hipnose pode facilitar o parto normal sem dor?

● Como ocorre a preparação da gestante para o parto normal sem dor, através da hipnose?

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PORQUE A GRANDE MAIORIA DAS
MULHERES TEM MEDO DO PARTO NORMAL?

● Um dos maiores medos do parto normal é justamente a dor proveniente das contrações uterinas.

● A dor do parto é uma das mais temidas entre as mulheres. (mulheres que já tiveram pelo menos
um filho geralmente temem menos esse momento)

● A maioria das mulheres não quer nem saber de senti-las e já optam pela cesárea.

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Os 4 momentos psicológicos (ou fases
emocionais) do trabalho de parto de Dick Read

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Os 4 momentos psicológicos (ou fases
emocionais) do trabalho de parto de Dick Read

● O primeiro estágio de parto: quando o colo está com 5 a 6 cm de dilatação e as contrações


tornam-se mais intensas – tranquilidade expectante; (Quando elas são bem preparadas, elas
apresentam uma certa tranquilidade. Mas também uma expectativa que é responsável por criar
uma série de experiências imaginárias diferentes. Algumas tem a experiência imaginária de se
sentirem abandonadas, outras de que o médico está a enganando e não estará presente. Por
isso é importante que essas mulheres sejam bem preparadas para que ela tenha confiança.);

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Os 4 momentos psicológicos (ou fases
emocionais) do trabalho de parto de Dick Read

● O período de transição: que é o grande período de teste emocional, pois o colo já atingiu 8 cm.
Este deve ser reconhecido como o período doloroso do parto, pois, na média dos partos
normais, nos quais a parturiente se queixa de qualquer dor, estas são sentidas neste período. É
o período onde as contrações ficam mais intensas. Observa-se nas parturientes que não estão
seguras com a equipe, durante esse período, frustração, desânimo e excitação;

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Os 4 momentos psicológicos (ou fases
emocionais) do trabalho de parto de Dick Read

● A terceira fase ocorre quando o pólo fetal atinge o assoalho pélvico. As parturientes
mostram-se impacientes chamando por ajuda e querendo fugir desta situação. O que elas dizem
é sentirem não um desconforto físico, mas um terror antecipado do que sofrerão;

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Os 4 momentos psicológicos (ou fases
emocionais) do trabalho de parto de Dick Read

● A quarta fase emocional é real, e varia de mulher para mulher, coincidindo com a
distensão da vulva e desprendimento do polo fetal. Esta capacidade de distender-se varia de
uma para outra parturiente. Não há sensibilidade, nem mesmo quando há laceração; não há dor.
Elas descrevem esta sensação como “queimando ou ferroando embaixo”.

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COMO OCORREM AS DORES NO PARTO NORMAL?

Se dividem em 3 momentos:

● 1º - a dilatação do colo uterino

● 2º - a expulsão do bebê do útero materno

● 3º - a expulsão da placenta (contração do globo uterino)

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COMO OCORRE A DILATAÇÃO DO COLO UTERINO?

A dor da dilatação do colo uterino é semelhante a uma cólica menstrual, a qual se inicia de fraca
intensidade e de grande intervalo entre uma contração e outra. (1/10’)

Depois, estas cólicas ficam mais fortes e com espaço de tempo menores (3 a 5/10’)
- Esta dor ocorre quando há a contração da musculatura do útero para empurrar o feto, provocando a
dilatação do colo uterino, até que esta atinja 10 cm.

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COMO OCORRE A DILATAÇÃO DO COLO UTERINO?

É importante que a paciente conheça todas essas fases para que ela tenha o entendimento do que
está acontecendo com ela e tenha paciência para aguardar o processo natural.

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COMO OCORRE A DILATAÇÃO DO COLO UTERINO?

Enquanto não tiver os 10 cm o bebê não vai nascer. Depois que inicia o trabalho de parto, dilata 1 cm
a cada 1h a 1h30. É importante ela saber para que não perca a paciência precocemente.

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A EXPULSÃO DO FETO (OU NASCIMENTO)
Neste momento a dor ocorre devido à pressão nos órgãos pélvicos. Trata-se da compressão do
assoalho pélvico pela cabeça do bebê.

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EXPULSÃO DA PLACENTA

● Após a chegada do bebê ocorre


a expulsão da placenta, que
incomoda muito pouco.
● Ocorre uma cólica muito menos
intensa que a do parto.
● Acontece 5 a 15 minutos após a
expulsão do feto.
● O resto do cordão umbilical, a
placenta e o resto do
endométrio saem para o
exterior.

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EXPULSÃO DA PLACENTA

Nas pacientes que não tomaram a anestesia ela pode ser um pouco mais intensa. Mas é importante
a paciente ficar tranquila pois isso faz parte da fisiologia, da normalidade do parto. É importante que
tome consciência que não há nada de errado. Essa contração intensa é uma proteção para que o
útero contraia e para que a parede do útero não sangre e ela perca tanto sangue

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TRABALHO DE PARTO NORMAL

É interessante que quem for trabalhar com essas pacientes possa ter acesso a esse material para
apresentar. Isso ajuda a mudar o significado da dor para a paciente, pois o processo da dor passa a
ser visto como um processo natural e fisiológico. Ninguém vai morrer de dor do parto.

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VANTAGENS DO PARTO NORMAL PARA A MÃE

● Recuperação mais rápida e menor tempo de internação hospitalar.

● Redução do risco de infecção. (A cesárea tem um risco considerável de infecção interna. Já o


parto normal não. Às vezes acontece de ter um pequeno corte ou laceração do períneo, mas a
cicatrização é simples. Quando acontece alguma coisa é externamente e não internamente
como a cesárea.)

● Favorecimento da produção de leite materno. (Aparentemente todo o processo do parto,


desde as dores até a sensação de alívio no final provoca um efeito psicofisiológico na mãe, que
estimula uma maior produção de leite materno. O processo pode ser mais doloroso, mas é
menos estressante.)

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VANTAGENS DO PARTO NORMAL PARA A MÃE

● Facilitação dos laços sentimentais com o bebê. (Quando se chega em uma maternidade, as
mulheres que tiveram cesárea andam curvadas com a mão na frente segurando a barriga.
Aquelas que tiveram o parto normal andam de pé na posição que chamam de Proud of
Pregnancy, orgulho da gravidez. Estão com o ombro e rosto levantado. Se sentem empoderadas
pelo processo fisiológico/natural que elas conseguiram atingir com o nascimento do seu filho.)

● Retorno do útero ao seu tamanho normal mais rapidamente. (No parto normal, como não
existe uma cicatriz no útero, o retorno daquele útero para o tamanho normal e com muito menos
aderência e cicatrizes é muito mais rápida.)

É importante nós conhecermos e termos essas respostas.

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