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Para reflexão:

Em que consiste a educação

Introdução à realidade. Esta é a base, o objeto próprio da educação. A palavra


“realidade” está para a palavra educação como a meta está para o caminho. A meta é o
significado do caminhar humano: a meta não está presente apenas no momento em que
o trabalho fica completo e termina; também está a cada passo do caminho.

Podemos sem dúvida dizer que uma educação tem tanto mais valor quanto mais
obedece à realidade na qual o jovem está inserido, quanto mais convida a prestar-lhe
atenção e a respeita até às suas mais pequenas indicações, em primeiro lugar à
necessidade original de dependência e à paciência evolutiva. (pág. 65-66 de “Educar é
um Risco”).

A realidade nunca se afirma verdadeiramente se não se afirma a existência do seu


significado. No arco evolutivo do indivíduo, depois dos 13-14 anos, é quando se assiste
ao momento mais decisivo para a determinação da fisionomia pessoal de casa um; o
adolescente toma consciência de si e do significado total da realidade. Não podem existir
cuidados com o filho e preocupação com a sua formação senão dentro de uma visão,
mesmo que vaga e confusa – quase instintiva – do sentido do mundo. (pág. 67-70 de
“Educar é um Risco”)

1. Que significado damos à palavra educação? Como ajudamos os nossos filhos no seu
caminho humano? Quais são as prioridades? Que significa para nós respeitar a vida
dos nossos filhos?
2. Qual é o significado da vida que afirmamos e comunicamos? Preparamo-nos para o
momento delicado da adolescência dos nossos filhos? Quais os problemas? Quais as
dúvidas?
3. A nossa pertença à Igreja como nos ajuda? Percebemos a necessidade desta ajuda?
4. Quem são os nossos colaboradores? São uma ajuda real?
Introdução
A ideia fundamental de uma educação voltada para
os jovens é o facto de que através deles se
reconstrói uma sociedade; portanto, o grande
problema da sociedade é, antes de mais educar os
jovens (o contrário do que acontece actualmente).
O tema principal para nós é a educação: como
educar-nos, em que consiste e come se desenvolve

“Primeiros Passos” - Van Gogh


a educação, uma educação que seja verdadeira, isto
é, correspondente ao humano. Educação, portando,
do humano, do original que está em nós, que em
cada um se manifesta duma maneira diferente, ainda
que, substancial e fundamentalmente, o coração seja
sempre o mesmo.

De facto, na variedade das expressões, das culturas e dos costumes, o coração do homem é uno: o
meu coração e o teu coração, é o mesmíssimo coração de quem vive longe de nós, noutros países ou
continentes.
A primeira preocupação de uma educação verdadeira e adequada é a de educar o coração do homem
tal como Deus o criou. A moral não é senão continuar o gesto com que Deus originalmente criou o
homem, perante todas as coisas e na sua relação com elas.
De tudo o que se deve dizer sobre a educação, a nós interessa-nos sobretudo os seguintes pontos:

1. Para educar é preciso propor adequadamente o passado. Sem esta proposta do passado, do
conhecimento do passado, da tradição, o jovem cresce insensato ou cético. (…)
2. Segundo ponto importante: o passado só pode ser proposto aos jovens se for apresentado
dentro de uma vivência presente que lhes sublinhe a correspondência com as exigências
últimas do coração. O mesmo é dizer: de uma vivência presente que lhes dê razão de ser. (…)
3. A verdadeira educação deve ser uma educação para a crítica. Até aos dez anos (atualmente
talvez até antes), a criança pode ainda repetir: “Foi a professora que disse, foi a mãe que
disse”. Porquê? Porque, por natureza, quem ama a criança mete dentro do seu saco, às suas
costas, o que de melhor viveu na vida, o que de melhor escolheu.
Mas até certo ponto, a natureza dá à criança, a quem era criança, o instinto de pegar no saco e
pô-lo diante dos olhos (em grego diz-se pro-bállo, de onde deriva “problema”). Aquilo que lhe
disseram deve, portanto, transformar-se em problema. Se não se tornar num problema, nunca
irá amadurecer e ou o abandona irracionalmente ou agarra-se a ele também irracionalmente.
(…)

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