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1/12/2009

Aula 05
Aula 05
Análise Ergonômica do Trabalho

Introdução à Engenharia de Segurança


Prof. Daniel Braatz

Introdução à
Engenharia de Segurança
DEP‐UFSCar | 02sem09

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Significa colocar a atividade de trabalho no


centro da análise e a partir da compreensão
desta, buscar a formulação de respostas às
demandas que surgem no interior das situações
produtivas.

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FUNDAMENTOS da AET

1. Distinção entre Tarefa e Atividade
2 Conceito de Variabilidade
2. C it d V i bilid d
3. Conceito de Carga de Trabalho
4. Conceito de Modo Operatório que decorre dos 
conceitos anteriores e representa a resposta 
individual às determinantes de uma situação de
individual às determinantes de uma situação de 
trabalho.

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CONCEITO DE TAREFA E 
ATIVIDADE
ÎTarefa não é o trabalho, mas o que é prescrito pela empresa ao 
operador. 

ÎAtividade de trabalho é uma estratégia de adaptação à situação 


real de trabalho, objeto da prescrição.

ÎA análise ergonômica da atividade é a análise das estratégias 
(regulação, antecipação, etc.) usadas pelo operador para 
administrar a distância entre o prescrito e o real do trabalho, ou 
d i it di tâ i t it l d t b lh
seja, a análise do sistema homem‐tarefa. (Guérin)

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Tarefa X Atividade
T r a b a lh o T r a b a lh o
p r e s c r it o real

c o n d iç õ e s C o n d iç õ e s re a is
d e te rm in a d a s

A t iv id a d e
T a r e fa de
t r a b a lh o

R e s u lta d o s
a n te c ip
pados R e s u lta d o s
e fe
f tivi os

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VARIABILIDADE está associada ao imponderável, ou 
aquilo que não foi previsto, manifesto dentro das 
q q p ,
situações produtivas.

Significa compreender como os trabalhadores 
enfrentam as diversidades e as variações de situações e 
quais conseqüências elas acarretam para a saúde e 
para a  produção
d

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VARIABILIDADE DOS SUJEITOS, a ergonomia classifica uma


variabilidade intra‐individual, que busca considerar as alterações
que o indivíduo sofre ao longo do tempo, e a variabilidade inter‐
individual que considera as diferenças biocognitivas e histórias
de vida de cada um.

Por exemplo, o tempo de serviço numa dada atividade provoca mudanças na


forma que um sujeito realiza o seu trabalho (intra‐individual). Quanto mais
experiências ele experimenta mais ele desenvolve a sua competência.

Por outro lado, dois sujeitos com o mesmo tempo de trabalho não realizam
suas atividades da mesma forma. Eles desenvolvem competências especificas
(inter‐individual).

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VARIABILIDADE DA EMPRESA, relacionada aos materiais, 
equipamentos e organização. 

‐A variabilidade normal decorrente das características 
intrínsecas do trabalho executado e que podem ser do tipo 
sazonal ou periódica; 

‐A variabilidade  incidental, decorrente de eventos aleatórios e 
desconhecidos antes da sua revelação pela regulação e modos 
operatórios desenvolvidos pelos operadores. 

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O reconhecimento da variabilidade implica na necessidade de


reconhecer a instabilidade implícita, no sistema homem‐trabalho.

O conhecimento de suas fontes não permite a eliminação global


das mesmas, porém permite introduzir tal conhecimento na
concepção dos dispositivos técnicos de produção e na
organização do trabalho.

Os efeitos da variabilidade sobre a carga de trabalho implicam na


sua elevação ou diminuição, e, determina a necessidade de uma
reelaboração constante pelos trabalhadores do seu modo
operatório. (???)

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O conceito de CARGA DE TRABALHO está associado


em ergonomia à fração da capacidade de trabalho que
o operador investe na tarefa.

Î É dividida em uma parcela física e outra mental, sendo a


última subdividida em cognitiva e psíquica.

Î Tal idéia pressupõe um modelo de homem com capacidade


de trabalho limitada,, o q
qual regula
g sua carga
g de trabalho,, dentro
dos limites da sua capacidade disponível, por meio da
modificação do seu modo operatório.

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A carga de trabalho constitui‐se na síntese que resulta da


confrontação de dois níveis de condicionantes: de um lado a
empresa com a tarefa e de outro o trabalhador com a atividade.

O resultado da carga de trabalho realizada retorna sobre ambos:

Î Retorna sobre o trabalhador o que se manifesta sobre seu


estado de saúde.

Î Retorna sobre a empresa,


empresa o que se manifesta em termos de
produção e produtividade.

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Îtrata‐se de um processo da relação entre os componentes da 
atividade com aquilo que a condiciona e determina no 
funcionamento da empresa. 

Î É a atividade de trabalho que orienta esta articulação
É a atividade de trabalho que orienta esta articulação

ÎA ação ergonômica se posiciona em relação ao que está em jogo 
nas relações internas da organização:

Trabalhadores: saúde, segurança, conforto
Empresa: flexibilidade, eficácia, produtividade
Empresa: flexibilidade, eficácia, produtividade

Î DIVERSIDADE DOS PONTOS DE VISTA

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Regulação e modo operatório

Numa situação de trabalho, e frente a um dado contexto onde


estão fixados os objetivos e disponibilizados os meios, o sujeito
elabora uma representação da situação e a partir desta, constrói
seu modo operatório. Em decorrência deste, resultados são
alcançados e o sujeito assume um determinado estado.

MODO OPERATÓRIO é um termo próprio da ergonomia que visa


caracterizar as diferentes maneiras de se executar uma mesma
tarefa.
A escolha
lh pelo
l sujeito
j it de
d um modod operatório
tó i específico,
ífi deriva
d i
das possibilidades de regulação da atividade e de uma
competência.
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MODELO DE REGULAÇÃO
Os modos operatórios adotados pelos operadores são, portanto, o
resultado de um compromisso que leva em conta:
‐ Os objetivos exigidos
‐ Os meios de trabalho
‐ Os resultados produzidos ou ao menos a informação de que dispõe o
operador sobre eles
Resultados
‐ O seu estado interno

Objetivos

Regulação Modo Operatório

Meios

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Em situações não restritivas, os índices de alerta relativos ao seu estado


interno (fadiga) conduzem o operador a modificar os objetivos ou os meios de
trabalho para evitar agressões à sua saúde.

Resultados

Objetivos

Regulação Modo Operatório

Meios

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Inversamente, em situação sujeita a constrangimentos, não é possível agir sobre 
os objetivos ou sobre os meios de trabalho. 

Num primeiro momento, os resultados exigidos são atingidos ao custo de


modificações do estado interno,
interno suscetíveis de se traduzirem,
traduzirem com o tempo,
tempo em
agressões à saúde.

Resultados

Objetivos

Modo Operatório
Regulação
Degradado

Meios

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Num segundo momento, típico de sobrecarga, o operador não consegue mais


atingir os objetivos exigidos, quaisquer que sejam os modos operatórios
adotados.
Essa “modelização” se aplica, ao mesmo tempo, para compromissos de curto
prazo (escolha de uma postura, por exemplo) e para compromissos em longo
prazo (escolha do trabalho em turno por razões pessoais).
Resultados

Objetivos

Modo Operatório
Regulação Degradado

Meios

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Estado
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A EFICÁCIA DO TRABALHO não provém do puro e


simples respeito às instruções mas pela capacidade
de regulação da atividade desenvolvida pelos
sujeitos atuantes, de uma parte para gerenciar as
variações das condições externas e internas da
atividade e de outra para levar em conta os efeitos
da atividade

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Na realidade, os modos operatórios adotados são o resultado de um conjunto


de compromissos provenientes de níveis diferentes.

Essa descrição simplificada da mistura entre diferentes mecanismos que


contribuem
t ib para a elaboração
l b ã dos
d modos d operatórios
tó i permite
it precisar
i os
seguintes pontos:

‐Nem sempre há relação direta entre o desempenho de um operador e o custo


desse desempenho para ele.

‐O fato de os resultados exigidos só poderem ser atingidos ao custo de


modificações
ç consideráveis do estado interno sempre
p constitui um índice de
alerta, não somente para a saúde dos operadores, mas também para a
produção.

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Trabalhador Contrato Empresa

Tarefa
Dados do Sujeito Complexidade da tarefa
Nível de Fromação Exigências físicas
Estado instantâneo Organização do trabalho
Vida fora do trabalho Dispositivos técnicos
Atividade

Carga de trabalho
Física
Saúde Cognitiva Produtividade
Psíquica

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Método da Análise Ergonômica do Trabalho
Situação de Trabalho

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Análise

balho
Análise da Demanda:

nhecimento acerca do homem no trab


Contexto
Análise da Tarefa:
Hipóteses Condicionantes
Análise da Atividade:
Dados Hipóteses Determinantes

Dados Hipóteses

Dados
Pesquisa Bibliográfia: Con

Diagnóstico:
Modelo Operante

Implementação: Hipóteses

Introdução à Caderno de Encargos Dados

Engenharia de Segurança
Síntese
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CONCLUSÕES

É por isso que frente a um conjunto de condicionantes a ergonomia não pode


agir indistintamente sobre os mesmos, como apresentado no exemplo do
homem com um computador.

Faz‐se necessário estabelecer os determinantes da situação, sejam físicos,


cognitivos ou psíquicos e integrá‐los numa solução ergonômica.

Considera‐se portanto, que no desenho do trabalho deve‐se buscar ampliar as


possibilidades de adoção dos distintos modos operatórios frente às
circunstâncias da situação de trabalho.

P é tal
Porém t l ampliação
li ã deve
d significar
i ifi concomitantemente
it t t uma adequação
d ã da
d
carga de trabalho.

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