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Vigia e punir

O livro começa com a descrição do suplício de Damiens para em seguida colocar a questão do
rápido desaparecimento dessa forma de punição, que foi substituída pela prisão.

Foucault se afasta da tese de mero abrandamento das penas e procura revelar a trama de
saber-poder que emerge com mudança que coloca a prisão como meio de punição por
excelência.

Deixa-se de punir exclusivamente o crime e passa-se para a punição do criminoso como


indiviíduo. A punição deixa de se colocar ostensivamente sobre o corpo supliciado e passa a se
colocar sobre a alma do criminoso. Essa figura, a alama, é construída por uma série de saberes
científicos que serão, junto com os juízes, responsáveis por julgar o autor do crime.

Capítulo I – O corpo dos condenados

Apresenta a proposta do livro: fazer uma história da punição, porém com as seguntes
características: 1) “tomar a punição como uma função social”, ou seja, não se limitar à punição
em si, mas pensa-la em relação à sociedade geral em ela é produzida.

2) “Adotar em relação aos castigos a perspectiva da tática política” - o que quer dizer que não
interessa a Foucault estudar a punição como derivação de normas jurídicas, tampouco como
mera expressão de uma estrutura social, mas de estudá-la na sua especificidade, nos
mecanismos de poder que ela engendra.

3) Compreender como um complexo de saber-poder ser forma no bojo das formas de punição.
Estudar articuladamente os saberes científicos que constituem a alma do indivíduo punido e as
técnicas de punição que atuam sobre o corpo.

4) E, então finalmente mostrar como há uma nova trama de poder que atua sobre os corpos.

Capítulo II – A ostentação do suplício

No regime de soberania, o suplício era a punição modelo a ser aplicada. O saber que a
acompanhava, ou seja, a verdade sobre o crime cometido era extraído de forma secreta,
recorrendo a métodos intrincados, que envolviam a tortura. Já a punição era pública, e deveria
encenar ao povo a verdade sobre a culpa do criminoso, a confissão, o laço entre crime e
castigo.

Na soberania, tanto a produção da verdade, quanto a punição recaíam pesadamente sobre o


corpo do acusado. A tortura que extrai a confissão e o suplício que pune aparecem como
vingança de uma ofensa que é tomada como uma sublevação contra a pessoa própria do
soberano.

O suplício, então, possui uma função essencial nesse sistema punitivo. Ele é a ligação entre
processo secerto e punição pública. Entre apuração escrita e oralidade da punição. Entre crime
e castigo. Dessa forma, apesar da violência empregada, a racionalidade do suplício é inegável e
deve-se remontar os objetivos dessa punção para que se entenda o porquê de ter sido tão
aplicada no Regime Antigo.

O povo possuía um papel no suplício, de acordo com as expectativas do soberano, a multidão


poderia ter uma participação limitada nas agressões ao supliciado. No entanto, essa cerimônia
guardava certa ambiguidade, pois ao depender da participação popular, abria-se a
possibilidade da emergência da solidariedade entre povo e criminoso, que fazia da execução
uma ocasião potencialmente disruptiva. Houve ocasiões em que o povo se voltou contra o
carrasco e libertou o criminoso..

Parte II

Cpítulo I – A punição generalizada

A reforma penal que ocorreu entre os século XVIII e XIX provocou um corte na forma de
punição. O suplício deu lugar a fomras mais sutis de castigo

A humanização das penas e interregada por Foucault, que compreensde nessa mudança uma
transformação na forma estabelecida de poder. O que ocorre, antes de uma dita humanização
é uma racionalização das penas.

Diante de um soberano que fazia aparições espetaculares e eventuais, uma justiça


uniformizada e abrangente. A soberania, como foi dito, trazia possibilidades de irrupções
populares quando aplicava seus suplícios. Além disso, estava ciscuscrita a essas explosções de
violência que eram as execuções públicas, enquanto deixava existir uma série de ilegalismos.

Com as transformações produtivas, esses ilegalismos passaram a se voltar contra a


propriedade e diante do capitalismo nascente, era mais do que necessário reprimir essas
ações. Assim, a suavização das penas está ligada as mudanças econômicas e à necessidade de
expandir o escopo de ação da justiça criminal.

Desse modo, há uma racionalização da pena em si. Ela passa a ser pensada a partir de seus
efeitos, que deveriam agir sobre a criminalidade e não mais sobre o criminoso. A dissuasão da
atividade criminosa futura era o que a pena deveria objetivar, mas não pelo espetáculo
violento do suplício, mas por meio de uma série de regras que recbrirão de maneira mais
completa e estável os ileglismos cometidos

Regra da quantidade mínima: a pena deveria trazer desvantagens frente aos prêmios que
poderiam ser auferidos por meio da criminalidade. Agora não mais a execução, mas a prisçao
perpétua como meio de infligir o máximo sofrimento sobre o criminoso.

Capítulo II- A mitigação da pena

Foucault aponta para a contradição entre as teorias dos reformistas que buscavam racionalizar
as penas, até então dominadas pelo suplício, e a prática do emprego generalizado da prisão.

Os reformadores haviam pensado uma miríade de penas, cada qual adequada ao crime
cometido. As penas deveriam ser públicas e disseminadas pela cidade, que seria o campo de
apresentação do poder

Apesar disso, pouco depois a prisão surgiu como a pena por excelÊncia, não obstantes as
crírticas feitas pelos reformadores a esse tipo de castigo. Foucault apresenta 3 modelos que
teriam servido de guia para a disseminação da prisão como forma de punição padronizada:
- Modelo flamengo: no qual os prisioneiros tinham que trabalhar e o bom comportamento
poderia implicar em redução da pena.

- Modelo Inglês: o trabalho deveria ser associado ao isolamento em celas, o que deveria
provocar momentos de introspeção e autorreflexão religiosa, para que se gerasse mudança de
comportamento.

- Modelo Filadélfia:

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