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Escola Cooperativa de Vale S.

Cosme

“Os Direitos Humanos.”

Economia C

Trabalho elaborado por:

Kevin Rodrigues

Professor: Francisco Carvalho

Vale S.Cosme, 2012


“Os Direitos Humanos”
Economia C 12º ano

Índice

Introdução....................................................................................................................................3
O que são os Direitos Humanos?..................................................................................................4
O que são as Ditaduras e como estas funcionam?........................................................................6
Em que medida as Ditaduras violam os Direitos Humanos?........................................................8
Liberdade de expressão vs Liberdade económica.......................................................................11
Cases studies..............................................................................................................................14
“Ditadura cubana”..................................................................................................................14
Ditadura Salazarista................................................................................................................15
Regime político na China.......................................................................................................17
Conclusão...................................................................................................................................19
Webgrafia/Bibliografia...............................................................................................................20

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“Os Direitos Humanos”
Economia C 12º ano

Introdução

O Homem evolui, com o passar dos séculos tem vindo a modificar o seu
comportamento, perante não só o planeta mas também perante os outros seres
humanos. Mas uma coisa permaneceu, o facto de o ser humano necessitar de viver em
sociedade é fulcral, afinal o “Homem não é uma ilha”. E com as sociedades deu-se a
necessidade de estipular um conjunto de direitos que melhor regulamentassem a
sociedade, surgiu assim em 1789, com a revolução francesa, o primeiro documento
que iria dar seguimento á carta dos direitos humanos que temos atualmente, sendo
este documento a declaração dos direitos do homem e do cidadão.

Os Direitos Humanos tomam assim um papel determinante, pois o facto de


estes serem universais, indivisíveis, inalienáveis e interdependentes fez com que o
Homem se tornasse um ser mais digno, mais predisposto a viver em harmonia com
outros membros da sua espécie.

Por outro lado, os regimes políticos que caraterizam as sociedades diferem de


região para região, e de tempos para tempos, e é claro que certos regimes políticos
vieram colidir com os Direitos Humanos, sendo a Ditadura o regime político que, na
minha opinião, mais entraves coloca a estes mesmos direitos.

Sendo assim, o principal objetivo deste trabalho é avaliar em que medida as


ditaduras violam os direitos que nos foram instituídos, considerando não só o plano
político como, essencialmente, o plano económico.

Com este trabalho espero assim captar a atenção do leitor para esta temática
que apresento, pois a considero de elevada importância uma vez que, na atualidade,
ainda prevalecem inúmeras ditaduras por todo o globo, o que sugere que em inúmeros
países os Direitos Humanos que supostamente são universais estão a ser violados,
portanto tal situação merece uma atenção por parte de todos nós, como tal
considerarei cumprida a minha missão caso consiga sensibilizar o leitor para esta
temática bastante relevante.

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Economia C 12º ano

O que são os Direitos Humanos?

Como já referi o primeiro passo na história dos Direitos Humanos deu-se no


séc. XVIII, em 1789, com a revolução francesa, neste momento foi elaborada a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Nesta declaração foram estipulados
os primeiros direitos da história da
humanidade. Estes direitos foram evoluindo
e, na atualidade, o conceito de direito
humano já se distingui, hoje os direitos
humanos são os direitos e liberdades básicos
de todos os seres humanos, e como tal
devem ser respeitado em qualquer local do
nosso planeta.

Os direitos e liberdades que nos


pertencem foram estipulados á cerca de 64
anos, no dia 10 de Dezembro de 1948. Esta declaração foi profundamente influenciada
pelo clima de guerra que se viveu anteriormente, falo sim da 2ª Guerra Mundial,
guerra que se caracterizou por atos totalmente atrozes, que puseram fim às vidas de
inúmeros judeus e soldados, e tudo isto porque uma raça queria provar a sua
superioridade. Após o término desta guerra os Estados tomaram consciência do quão
cruéis foram perante toda a Humanidade, levando assim á consequente formação da
Organização das Nações Unidas (ONU), organização que visava proteger a humanidade
assegurando a paz e coexistência entre a população mundial.

Focando me assim nos Direitos Humanos enquanto conceito, estes apresentam


certas características que já anteriormente referi porém creio que é de elevada
importância explorá-las ao máximo, de modo a que possamos perceber a
complexidade e relevância destes mesmo direitos. Sendo assim as características dos
Direitos Humanos são:

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- Interdependentes: A interdependência diz respeito aos direitos humanos


considerados em espécie, ao se entender que um certo direito não alcança a eficácia
plena sem a realização simultânea de alguns ou de todos os outros direitos humanos;

- Inalienáveis: Significa que estes não se transferem de uma para outra pessoa,
seja gratuitamente, seja mediante pagamento;

- Universais: Estes são universais pois basta a condição de ser humano, para
que sejamos protegidos por estes mesmos direitos;

- Indivisíveis: Ao se afirmar que os direitos humanos são indivisíveis, diz-se que


não existe um meio-termo: só existe vida verdadeiramente digna se todos os direitos
previstos no Direito Internacional dos Direitos Humanos estejam a ser respeitados;

Além disso é de elevada importância realçar que os Direitos Humanos não


surgiram simultaneamente, foram surgindo com o decorrer dos séculos, sendo
separados em três gerações distintas, a 1ª geração que se foca nos direitos civis e
políticos tais como a liberdade de expressão; a 2ª geração que se foca nos direitos
económicos, sociais e culturais tais como a liberdade económica; e por fim a 3ª
geração que se refere aos direitos coletivos tais como o direito á paz ou o direito ao
desenvolvimento.

Em suma, os Direitos Humanos são o conjunto de direitos e liberdades básicos a


todo o ser humano e surgiram com o intuito de tornar a Terra um local mais pacífico,
um local onde o ser humano fosse capaz de viver em harmonia com todos os membros
da sua espécie, menosprezando as suas raças, etnias, mentalidades, salientando
apenas os elos comuns que partilham, ou seja, a humanidade.

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O que são as Ditaduras e como estas funcionam?

Ditadura, esta é uma palavra que nós cidadãos, em geral, relacionámos com
acontecimentos terríveis e que atormentaram toda a história da humanidade,
ditadores como Salazar, Hitler, Stalin e Mao Tsé-Tung são considerados como os seres
humanos mais atrozes da nossa história, por todo o sofrimento que trouxeram aos
cidadãos que governavam.

Sendo assim é necessário, em


primeiro lugar, definir o conceito de
ditadura, o que é afinal uma
ditadura? Por definição, esta refere-
se aos regimes antidemocráticos, ou
seja, refere-se aos governos nos
quais o povo não tem qualquer
participação, ou se a tem, esta é
extremamente reduzida e
condicionada. Desta situação
apercebemo-nos que o poder não se
encontra dividido, ou seja, ao
contrário de uma democracia, na
ditadura o poder reside em apenas
uma estância: o governo ditatorial.
Este governo caracteriza-se assim por não dar qualquer tipo de opinião ao seu povo,
governando conforme a sua própria vontade.

Daqui surge também o conceito de governo totalitário, e este tipo de governo


encontra-se subjacente á ditadura, uma vez que um governo totalitário é aquele que
influencia o povo/governados em todos os aspetos do seu quotidiano. No entanto é de
realçar que nem sempre tal se sucede, podendo existir governos totalitários que não
sejam ditaduras.

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E como surge afinal uma ditadura? O método é simples, com o decorrer da


história, na sua generalidade, as ditaduras surgem de golpes militares, e após estes
mesmos golpes militares, os membros desses golpes tentam legitimar-se através de
falsas eleições, que apenas iludem o povo, manipulando-o assim de uma forma
totalmente absurda e grotesca.

É também de elevada importância dizer que as ditaduras podem dividir-se em


diferentes tipos, de acordo com o panorama político e religioso; podemos ter desde
monarquias até panoramas mais drásticos e cruéis, autênticas tiranias onde a
população vive em sofrimento.

Na atualidade, muitos países ainda vivem sob regimes ditatoriais,


principalmente os que se localizam no continente asiático e no continente africano.
Aqui a população vive, ou melhor, sobrevive dado que não possui qualquer liberdade
de expressão, e esta falta de liberdade aliada a um clima de tortura faz com que estes
atos necessitem de ser divulgados para que situações tão cruéis possam cessar.

Para culminar, é com grado que afirmo que, segundo a organização americana
Freedom House, as ditaduras têm vindo a diminuir com o decorrer dos anos, o que é
um facto lógico, uma vez que o ser humano tem-se tornado um ser mais consciente e
realista, que se apercebe que nenhum Homem merece sofrer às mãos de regimes que
violam, sem margem para dúvidas, todos os direitos e liberdades que nos foram
instituídos. Realço no entanto, que ainda temos uma grande caminhada pela frente no
que diz respeito a parar com estas ditaduras absurdas que tanto envergonham a nossa
existência.

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Em que medida as Ditaduras violam os Direitos Humanos?

Até agora tenho vindo a afirmar que as Ditaduras violam, de facto, os direitos
que nos foram instituídos há 64 anos atrás, no entanto chegou a hora de ser mais
concreto, afinal em que medida estes direitos e liberdades são violados? E que
direitos, em concreto, são trespassados?

Bem, para melhor nos apercebermos de que forma as Ditaduras violam os


Direitos Humanos temos de voltar ao séc. XVIII, século em que surgiram os Direitos
Humanos de 1ª geração, os chamados direitos civis e políticos. E desse mesmo grupo
de direitos, os que mais flagrantemente são violados pelas ditaduras são a liberdade
de expressão e o direito ao voto e á manifestação. E as razões de tal facto se suceder
são óbvias, numa Ditadura, tal
como já referi, o governo
concentra todo o seu poder
nele próprio, impossibilitando o
seu povo de expressar a sua
opinião, e muito mais que
impossibilitar as Ditaduras
chegam mesmo a punir certas
afirmações, nomeadamente
aquelas que possam, de certa forma, fragilizar o poder do governo. Para melhor
compreendermos este facto, basta pensarmos no que se sucedeu no nosso país, na
Ditadura Salazarista existia uma organização intitulada de PIDE que punia e torturava
todos aqueles que atacavam de certa forma o governo. Logo é de se concluir que
numa ditadura a liberdade de expressão não passa de um “conto de fadas”, de um
direito inexistente e que, pela Carta dos Direitos Humanos, nos é instituído. Tendo em
conta o direito ao voto e á manifestação, a razão pela qual estes direitos não se
verificam numa ditadura também é clara, pois numa ditadura existe um governo que
monopoliza o povo, e este monopólio vai levar a que as votações não se sucedam, ou
que caso estas se verifiquem, sejam influenciadas a um nível de corrupção que
envergonha o ser humano. O direito á manifestação também não se verifica pois o

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governo oprime o povo, e da mesma forma que não lhe garante a liberdade de se
expressar, também não lhe vai garantir a capacidade de se manifestar, de mostrar o
seu desagrado perante a sua situação laboral.

Porém a violação dos Direitos Humanos por parte das ditaduras não termina
aqui, uma vez que os direitos de 2º geração, aqueles que dizem respeito aos
parâmetros económicos, sociais e culturais, também estão a ser violados. E deste
mesmo grupo de direitos os que considero que mais brutalmente estão a ser violados
são o direito á liberdade económica, e o direito
á greve. O direito á greve é, sucintamente, o
direito a cessar voluntariamente o nosso
trabalho devido a certos motivos que tornam a
sua realização bastante penosa. Ora daí, tal
como nos direitos de 1ª geração, as ditaduras
irão oprimir ações como estas, tal como
proíbem o direito á manifestação, dado que
uma conduta de greve irá levar a uma
desordem no país que pode consequentemente
leva a uma revolução, ato que um ditador
pretende evitar a todo o custo, sendo assim este é mais um direito que nos é retirado
quando vivemos sob uma ditadura. O direito á liberdade económica, quero realçar que
nem todas as ditaduras o violam, contudo quando violado este direito o ser humano
perde algo bastante importante, nomeadamente a capacidade de gerir os seus
próprios bens porque, no fundo, a liberdade económica é a nossa atuação enquanto
agente económico, ou seja, o modo como nós gastámos os nossos bens. Logo se este
direito nos é retirado pelas ditaduras, isto apenas demonstra o quão controlado está a
ser um cidadão, dado que para além de não se poder expressar, não pode escolher
como gerir aquilo que obteve a custo do seu próprio suor, e só esta mínima mas
relevante diferença me revolta contra este tipo de regimes.

Porém isto não fica por aqui, dado que ainda falta referir que os direitos de 3ª geração
também estão a ser violados, como referi anteriormente, estes direitos de 3ª geração

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são direitos coletivos, direitos tais como o direito á paz e o direito ao desenvolvimento.
E estes dois últimos direitos são, por sua vez, aqueles que as ditaduras também violam,
e de que maneira? Bem, o direito ao desenvolvimento é fácil de compreender, este
diz-nos que todo ser humano e todos os povos estão facultados a participar no
desenvolvimento econômico, social, cultural e político; logo as ditaduras violam este
direito pelo simples facto de impedirem a participação do povo em qualquer acto que
seja, o povo é apenas visto como uma fonte de rendimento por parte do ditador, logo
o desenvolvimento económico é
um conceito impraticável
quando falámos em regimes
ditatoriais. E o direito á paz? Em
que medida este é violado? A
resposta também é simples, é, a
meu ver, totalmente errado
afirmar que numa ditadura o
povo vive em paz, porque é
notório que qualquer humano que viva sem opinião, sem liberdade, não vive em paz,
vive num ambiente de sofrimento no qual a ideia de revolução se vai tornando cada
vez mais frequente e cada vez mais concebível. Logo o direito á paz, direito que
considero essencial a todo o ser humano é também violado por parte das ditaduras.

Em definitiva, podemos concluir que em todas as suas gerações, os direitos


humanos têm sido violados, logo insisto mais uma vez na necessidade de repensarmos
a nossa forma de agir perante as ditaduras que presenciámos na atualidade, porque
afinal, o ser humano vive em comunidade, e não numa comunidade regional na qual
só os nossos colegas de nação importam, mas sim numa comunidade global na qual
cada e todo ser humano importa, na qual cada vida tem o seu valor.

Liberdade de expressão vs Liberdade económica

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Como anteriormente referi, dois dos direitos violados pelas ditaduras são a
liberdade de expressão e a liberdade económica, e pelo facto de estes conceitos se
focarem ambos no parâmetro da liberdade, e também pelo facto de ambos serem
essenciais a qualquer ser humano creio que é de relativa importância focar um pouco
do meu estudo acerca dos mesmos. Realço assim que, apesar de estes conceitos se
focarem ambos no conceito de liberdade, a liberdade a que estes se referem toma
sentidos bastante diferentes.

Relativamente á liberdade
de expressão, por definição esta
traduz em ser o direito de
manifestar livremente opiniões,
ideias e pensamentos. Esta é um
direito fundamental, e tomou o seu
devido valor com o surgimento das
democracias, e a nível político é um
instrumento totalmente decisivo e
porquê? É bastante simples, ao
termos a capacidade de opinar e de escolher, o nosso poder decisivo irá controlar a
atividade governamental, regulando assim o próprio exercício do poder. Por tal facto é
que nas ditaduras, o governo antidemocrático tende a condicionar e erradicar a
liberdade de expressão de modo a que posso governar da forma que acredita ser mais
correta. Como tal é possível afirmar que a liberdade de expressão só existe realmente
num sistema democrático.

Tendo em conta a liberdade económica, este foi um conceito que descobri com
a realização deste trabalho e que captou imediatamente a minha atenção, sendo assim
a liberdade económica é nada mais, nada menos, do que o momento em que nós,
enquanto cidadãos, desempenhámos o papel de agente económico. Ou seja, ao
atuarmos como agente económico estamos a escolher como utilizar um recurso de
que dispomos, independentemente da sua forma. Logo podemos afirmar que temos
liberdade económica quando nos é dada a capacidade de comprar e vender os

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produtos de que dispomos, a negociação toma um papel fulcral quando falámos de


liberdade económica. Porém este conceito vai mais além do que a simples capacidade
de gerir os nossos recursos, dado que por liberdade económica também se entende

ter liberdade no nosso posto de trabalho, ou seja, ao dirigirmos certa e determinada


empresa é nos dada a liberdade de despedir certo e determinado trabalhador pelo seu
fraco rendimento. Isto é, no mundo atual, possuir liberdade económica.

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Aqui apresento, por mera curiosidade, a classificação dos países no que diz
respeito á liberdade económica (dados de 2011). Como podemos observar o líder
deste ranking é Hong Kong, e o nosso país encontra-se na posição 69, o que não é algo,
obrigatoriamente mau, mas que pode e deve sem
dúvida ser melhorado. Por óbvias razões, os países
do continente africano e asiático encontra-se nas
posições mais baixas, o que é algo compreensível,
tendo em conta que nesses países os regimes
ditatoriais são mais abundantes.

Como podem ver pelo gráfico ao lado, com o


decorrer dos anos, na sua generalidade, a liberdade
económica tem vindo a aumentar, como o seu
próprio índice indica. E tal situação é também
compreensível, uma vez que o número de
democracias tem aumentado em detrimento do
número de ditaduras que tem vindo a diminuir.
Como tal é com esperança que aguardo por uma
subida ainda mais acentuada, sonhando com o dia
em que este valor possa atingir a ordem dos 80 %.

Para culminar, relativamente a esta temática apenas quero de novo realçar a diferença
existente entre estas duas liberdades, mas mostrando que o elo comum que elas
partilham é muito mais significativo. Por isso estes dois direitos são, a meu ver, fulcrais
na formação de todo o ser humano.

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Cases studies
“Ditadura cubana”

Para tornar este trabalho mais objetivo, considero bastante importante mostrar os
factos, e um dos maiores exemplos a nível mundial da violação dos direitos humanos é
sem dúvida o caso de Cuba.

Cuba assume-se como


uma, suposta, república
comunista. Esta intitulou-se
desta forma após a guerra dos
10 anos, desde então os
cubanos esperavam uma
melhoria das suas vidas,
porém com a ascensão do
ditador Fidel Castro Cuba
tornou-se a meu ver, numa
ditadura. Este país apenas se tornou independente no papel, é um país que necessita
de uma forte ajuda externa, e cujo seu povo vive na miséria, facto que não ocorria
antes da chegada de Fidel Castro ao poder.

Além de tudo isto, Cuba foi um país que se caracterizou por viver sob um governo
opressor, liderado por um comandante carismático, comandante este que acabou por
falecer em 2006. Com a morte do mesmo ressurgiu a esperança no seio dos cubanos,
que aguardam que fosse posto um término ao seu sofrimento.

De tudo isto quero realçar que Cuba é um país signatário da Declaração


Universal dos Direitos Humanos, e que apesar de ser signatária viola vinte dos trinta
artigos que existem nessa mesma carta. Isto é um facto bastante preocupante que nos
chama para atenção que devemos dar a este mesmo país.

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Porém Cuba não termina por aqui, pois apesar de se declarar um país socialista,
uma república socialista, discrimina a sua população ao mais alto nível, um exemplo
prático é o turismo em Cuba, uma vez que lá a população cubana é totalmente
proibida de frequentar os mesmos locais que os turistas, desde hotéis a simples praias.
Para mais, nestas situações os turistas têm direito a aceder a certos serviços, tais como
Internet e medicamentos específicos, oportunidade essa que é restrita á maioria da
população cubana.

Em suma, Cuba é uma falsa república socialista, é um país que viola normas que
nós instituímos como essenciais ao Homem, sendo assim está na altura de abrirmos os
olhos e olharmos para aquilo que realmente importa, pois nenhum ser humano
merece ser oprimido ou descriminado por governos megalómanos que apenas visam
favorecer-se a si mesmos.

Ditadura Salazarista

Passarei agora a falar acerca de uma


ditadura que muitos de nós,
portugueses, já vivemos. Falo sim da
ditadura levada a cabo por Salazar, esta
durou uns penosos 41 anos, desde a
entrada de Salazar para o poder em
1933, até á sua saída em 1968. Este
regime ficou também conhecido por
Estado Novo, e caracterizou-se por ser
essencialmente um regime autoritário
no qual o poder legislativo, executivo e
judicial se encontravam sob a alçado do
ditador (Salazar).

Este foi um governo que oprimiu o


seu povo, e para tal usou vários instrumentos, entre os quais a PIDE, a Legião
Portuguesa, a Mocidade Portuguesa e a Censura. Estes instrumentos surgiram com o
intuito de o estado se defender contra possíveis revoluções, contendo assim o espirito

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de revolta da população. Destes quatro instrumentos realço a PIDE e a Censura, a


primeira consistia, sucintamente, numa polícia que prendia e perseguia todos aqueles
que conspirassem contra o governo, levando por vezes ao desaparecimento
inexplicável de certos cidadãos. A Censura por sua vez, foi um mecanismo que
fiscalizou todas as publicações, desde jornais a televisão, de modo a que a ideologia
transmitida pelo Estado Novo não fosse abalada.

Felizmente com o 25 de Abril, a liberdade da população foi finalmente assegurada.


Porém eu pergunto me como é que tais atos puderam suceder-se? Como é que um só
homem é capaz de oprimir e ferir tanta gente? Porque que é que os ideais que surgem
na nossa Constituição de 1976 não se encontravam presentes naquela época? Enfim
nada o pode explicar, mas o meu desagrado mantem-se, pois não é compreensível o
grau de maldade que este ditador possuía, sim ele pode ter ajudado a nossa economia
na altura, mas que preço é que isso custou? É isto o que tento transmitir ao falar da
ditadura de Salazar, é que o valor monetário nunca deve superar o valor da vida de um
só ser humano, por isso devemos dar a devida importância ao que realmente importa,
sendo a vida e a condição humana o valor mais soberano de todos.

A nível nacional também sentimos o efeito da ditadura, os nossos direitos também


foram violados, na altura, por este mesmo regime político, por isso devemos reunir as
nossas atenções para mudar esta mesma situação.

Regime político na China

Para culminar este separador, decidi falar acerca do regime politico da China, por
ser um regime que se encontra, nos dias de hoje, vigente e que, tal como o caso de
Cuba, aparenta ser algo que, quando avaliado ao pormenor, não o é.

A China, ou República
Popular da China, é um país
socialista, e é na atualidade
gerido pelo Partido
Comunista da China. Este
partido criou assim um
monopólio sobre o poder
político, poder este que é
legitimado pela constituição
chinesa. E a opressão inicia-

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se logo aqui, pois apesar de a constituição chinesa garantir que todos os chineses têm
liberdade de expressão, a China é ainda um dos países em que existe menor liberdade
de imprensa bem como aquele em que a manifestação de opiniões ainda é censurada.
Este país é assim bastante criticado por outros, devido aos direitos humanos que viola,
tais como submeter a sua população a torturas e maus tratos, porém quero realçar
que mostrarmos o nosso desagrado de nada vale, devemos sim intervir de modo a
cessar tais acontecimentos.

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Como mera curiosidade, a China é apontado como um dos países que mais
controla os seus cidadãos através da Web. O governo chinês tem estado entre aqueles
que mais controlam e bloqueiam as comunicações. Na sua capital, Pequim, a vigilância
é apertada sob todos aqueles que possam constituir um perigo à unidade do país e ao
Partido Comunista. Logo vê-se que o governo chinês tem vindo a aumentar os seus
esforços no sentido de monitorizar a utilização da Internet, de restringir informação,
de maneira a que os cidadãos chineses não tenham a oportunidade de conhecer um

mundo para além daquele em que estes são obrigados a viver. A este ato limitador deu
se o nome de “Jin Dun”, este sistema ultrajante custou cerca de 29 bilhões ao governo
chinês, mais um ato que demonstra o quão “imbecil” todo este ambiente de opressão
se tornou.

Para culminar quero apenas acrescentar que a China é um exemplo perfeito


para descrever como a opressão está a ser gerada por parte dos regimes políticos,
neste caso considero que a China também impõe um cenário de ditadura, levando o
seu povo á ignorância e limitação, violando mais uma vez os direitos que lhes estão
estipulados.

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Conclusão

Através da realização deste trabalho acerca da forma como as ditaduras


interagem com os Direitos Humanos, foi me possível concluir que se estabelece uma
relação de parasitismo entre estes dois conceitos. Tal afirmo pois a existência de um
destes conceitos, põe em causa a existência e veracidade do outro. De um ponto de
vista radical afirmo, convictamente, que é e será sempre impossível o respeito dos
direitos humanos enquanto ainda existirem ditaduras porque, tal como referi e
demonstrei ao longo de toda esta dissertação, as ditaduras violam os direitos, que
instituímos como básicos e necessários, de uma forma totalmente ultrajante.

É, para mim, impossível entender os benefícios que este regime político pode
trazer, pois ao deparar me com situações tais como as que nós, portugueses, vivemos
no passado, situações tais como o caso da China, situações em que os cidadãos
sofrerem sem poder manifestar-se, atos cruéis e selvagens como estes destroem
qualquer linha de admiração que eu poderia nutrir pelas ditaduras.

Assim com este trabalho sinto que cumpri o meu objetivo, sinto que fui capaz
de demonstrar os pontos relevantes em que a ditadura interfere com os Direitos
Humanos, não só a um nível social mas também económico (liberdade económica).

Culmino o meu trabalho apontando para cada ser humano, peço e espero ter
mostrado a necessidade que nós temos em mudar, uma vez que já chega de
limitarmo-nos a opinar e a criticar determinado assunto, sim é bom criticar e mostrar o
nosso desagrado para com a violação dos nossos direitos mas o mundo pede mais, o
mundo pede ação, pede intervenção, devemos traduzir a nossa opinião por atos, as
nossas palavras por ações, sei e sabemos que a tarefa é exigente, porém também sei
que nós, enquanto seres racionais e capazes, estamos á altura do desafio, vamos então

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lutar por um mundo sem ditaduras, um mundo democrático, no qual cada ser é ouvido
e cada vida humana tem realmente valor.

Webgrafia/Bibliografia

- www.worldbank.org

-www.undp.org

-www.unrisd.org

-www.forumsocialmundial.org

-www.oxfam.org

-http://www.heritage.org/index/pdf/2011/index2011_highlights.pdf

-http://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura

-http://confrontos.no.sapo.pt/page6.html

-http://www.alamedadigital.com.pt/n2/liberdade_expressao.php

-www.indexmundi.com

-http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_expressão

-http://www.slideshare.net/darkbot/ditadura-salazarista

-http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_económica

-http://portuguese.cri.cn/chinaabc/chapter2/chapter20101.htm

- Economia C 12º ano, Plátano Editora

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