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Agrupamento de Escolas

Professor Reynaldo dos Santos


2020/2021

BIOLOGIA e GEOLOGIA 11º ANO

DOMÍNIO XI – Deformação de rochas


TEMAS – Deformação frágil (falhas) e dúctil (dobras)

RESUMO TEÓRICO
A Terra é um planeta dotado de grande dinamismo. Uma das formas que a Terra tem de mostrar esse
dinamismo é através da ocorrência de processos contínuos, muito lentos e graduais, que provocam
modificações nas formações rochosas – as deformações.

As deformações:
– são alterações que se devem a forças de tensão exercidas sobre as rochas, provocadas pela mobilidade
da litosfera e pelo peso de camadas suprajacentes;
Nota: Define-se tensão como sendo uma força exercida por unidade de área. Esta força leva a
modificações nas condições de pressão e temperatura, que passam a ser diferentes daquelas em que a
rocha se formou.
– quando ocorrem, podem provocar alteração de volume ou alteração da forma das rochas ou, como é
comum, alterar simultaneamente o volume e a forma das rochas;
– podem ocorrer em todos os tipos de rochas.

Mecanismos de deformação

Através do estudo laboratorial do comportamento dos materiais e da observação direta das rochas,
concluiu-se que:
 o tipo de tensões a que as rochas ficam sujeitas são a tensão de compressão, tensão de
distensão (ou tensão de torção) e tensão de cisalhamento;
 o tipo de comportamento que as rochas apresentam, quando estão sob o efeito de tensões, pode
ser frágil ou dúctil:
 frágil – quando entram facilmente em rutura, originando falhas;
 dúctil – quando dificilmente entram em rutura e experimentam deformações permanentes,
originando dobras.

Os mecanismos de deformação das rochas estão associados, normalmente, a diferentes tipos de limites
tectónicos:

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Os materiais rochosos podem apresentar diversos tipos de deformações em resposta às tensões que
suportam:

Deformação elástica:
– é um tipo de deformação reversível;
– é proporcional ao esforço aplicado;
– quando a força de tensão é retirada, o material volta ao estado inicial;
– as rochas possuem um limite de elasticidade; quando este limite é ultrapassado, as rochas
passam a manifestar um comportamento plástico ou entram em ruptura;
– as deformações sofridas por uma mola ou por um elástico quando são sujeitos a tensões são um
exemplo deste tipo de deformação.

Deformação plástica:
– é um tipo de deformação irreversível;
– o material, depois de ultrapassado o limite de elasticidade, fica permanentemente deformado;
– se o limite de plasticidade não for ultrapassado não há ruptura do material;
– origina uma deformação contínua pois, neste caso, não se verifica descontinuidade entre as
partes contíguas do material deformado, tal como
acontece nas dobras;
– as deformações evidenciadas pelo barro ou pela plasticina quando moldados são exemplo deste
tipo de deformação.

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Deformação por rutura:
– é uma deformação irreversível;
– ocorre quando o limite de plasticidade da rocha é ultrapassado;
– a rocha entra em rutura formando uma deformação descontínua, pois não há continuidade entre
as partes contíguas do material deformado, tal como acontece nas falhas;
– acontece, por exemplo, com o pau de giz quando sujeito a tensão.

Os comportamentos apresentados pelas rochas:


– são influenciados pelas condições em que as deformações se processam;
– são, geralmente, frágeis, pois as rochas são materiais pouco plásticos que entram facilmente em
rutura, principalmente quando estão próximas da superfície;
– podem tornar-se dúcteis, quando estão sob ação de temperaturas e pressões elevadas em zonas
mais profundas;
– em situações extremas de pressão e temperatura, são semelhantes ao comportamento de fluidos
muito viscosos;
– dependem dos seguintes fatores:

 tipo de tensão:
– pode ser confinante/litostática ou dirigida/não litostática:
 confinante ou litostática – resulta do peso das camadas suprajacentes e aumenta a ductilidade da
rocha pelo que se torna mais resistente à rutura;
 dirigida ou não litostática – ocorre quando um corpo está sujeito a forças de intensidade diferente
em diversas direções.

 Temperatura
– o aumento da temperatura, aumenta a plasticidade;
– como aumenta com a profundidade, tal como a pressão, as rochas mais profundas possuem um
comportamento mais dúctil;
– um bom exemplo é o do vidro, que é sólido à temperatura ambiente mas funde a temperaturas
elevadas.

 conteúdo em fluidos:
– faz aumentar a plasticidade das rochas;
– tal como um ramo de árvore húmido flete mais facilmente do que um ramo seco, também um
maior conteúdo em fluidos faz aumentar a ductilidade das rochas.

 tempo de atuação:
– se as forças atuarem sobre as rochas durante mais tempo, em princípio, aumenta a plasticidade.

 composição e estrutura da rocha:


– alguns aspetos estruturais fazem aumentar a plasticidade das rochas, como por exemplo a
xistosidade.

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Deformações mais frequentes nas rochas

As deformações que se verificam nas rochas podem apresentar diversos aspetos, sendo os mais comuns
as dobras e as falhas.

Dobras
– são deformações que consistem no arqueamento ou encurvamento das camadas rochosas
inicialmente planas;
– podem ser macro ou microscópicas;
– resultam de tensões compressivas quando o material tem comportamento dúctil;
– caracterizam-se geometricamente pela forma da superfície de referência como, por exemplo, os
planos de estratificação;
– possuem formas mais ou menos regulares e consideram-se dobras cilíndricas aquelas que são
geradas pelo deslocamento de uma reta – geratriz – paralelamente a si própria;
– formam-se no interior da crusta ou do manto de forma lenta e gradual;
– afloram à superfície devido aos movimentos tectónicos e à erosão;

Numa dobra, a posição das camadas rochosas no espaço, ou seja, a atitude dessas camadas, pode ser
definida pela direção e pela inclinação das camadas.
– a geometria das dobras caracteriza-se pelos seguintes elementos:

De acordo com a sua disposição espacial e com a idade das rochas que as constituem, podem ser
classificadas em:

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Disposição espacial

 Antiforma

 Sinforma

 Neutra

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Idade das rochas do núcleo

 Anticlinal

 Sinclinal

 Falhas
– são deformações descontínuas em que se verifica a fratura das rochas, acompanhada de
deslocamento dos blocos fraturados um em relação ao outro;
– ocorrem quando o limite de plasticidade dos materiais rochosos é ultrapassado;
– resultam de tensões compressivas, distensivos ou de cisalhamento quando as rochas têm
comportamento frágil;

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– caracterizam-se pelos seguintes elementos:

– de acordo com a inclinação do plano de falha e com o movimento dos lábios, classificam-se em:

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– a posição das falhas no espaço pode definir-se de acordo com a direção e a inclinação do plano de falha:
 Direção: é o ângulo formado por uma linha horizontal do plano de falha com a linha N-S geográfica.
 Inclinação: é o ângulo definido entre o plano de falha e uma superfície horizontal.

– podem surgir associadas e com configurações geográficas designadas por fossas


tectónicas ou grabens e maciços tectónicos ou horsts:

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