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RESUMO TEÓRICO
A Terra é um planeta dotado de grande dinamismo. Uma das formas que a Terra tem de mostrar esse
dinamismo é através da ocorrência de processos contínuos, muito lentos e graduais, que provocam
modificações nas formações rochosas – as deformações.
As deformações:
– são alterações que se devem a forças de tensão exercidas sobre as rochas, provocadas pela mobilidade
da litosfera e pelo peso de camadas suprajacentes;
Nota: Define-se tensão como sendo uma força exercida por unidade de área. Esta força leva a
modificações nas condições de pressão e temperatura, que passam a ser diferentes daquelas em que a
rocha se formou.
– quando ocorrem, podem provocar alteração de volume ou alteração da forma das rochas ou, como é
comum, alterar simultaneamente o volume e a forma das rochas;
– podem ocorrer em todos os tipos de rochas.
Mecanismos de deformação
Através do estudo laboratorial do comportamento dos materiais e da observação direta das rochas,
concluiu-se que:
o tipo de tensões a que as rochas ficam sujeitas são a tensão de compressão, tensão de
distensão (ou tensão de torção) e tensão de cisalhamento;
o tipo de comportamento que as rochas apresentam, quando estão sob o efeito de tensões, pode
ser frágil ou dúctil:
frágil – quando entram facilmente em rutura, originando falhas;
dúctil – quando dificilmente entram em rutura e experimentam deformações permanentes,
originando dobras.
Os mecanismos de deformação das rochas estão associados, normalmente, a diferentes tipos de limites
tectónicos:
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Os materiais rochosos podem apresentar diversos tipos de deformações em resposta às tensões que
suportam:
Deformação elástica:
– é um tipo de deformação reversível;
– é proporcional ao esforço aplicado;
– quando a força de tensão é retirada, o material volta ao estado inicial;
– as rochas possuem um limite de elasticidade; quando este limite é ultrapassado, as rochas
passam a manifestar um comportamento plástico ou entram em ruptura;
– as deformações sofridas por uma mola ou por um elástico quando são sujeitos a tensões são um
exemplo deste tipo de deformação.
Deformação plástica:
– é um tipo de deformação irreversível;
– o material, depois de ultrapassado o limite de elasticidade, fica permanentemente deformado;
– se o limite de plasticidade não for ultrapassado não há ruptura do material;
– origina uma deformação contínua pois, neste caso, não se verifica descontinuidade entre as
partes contíguas do material deformado, tal como
acontece nas dobras;
– as deformações evidenciadas pelo barro ou pela plasticina quando moldados são exemplo deste
tipo de deformação.
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Deformação por rutura:
– é uma deformação irreversível;
– ocorre quando o limite de plasticidade da rocha é ultrapassado;
– a rocha entra em rutura formando uma deformação descontínua, pois não há continuidade entre
as partes contíguas do material deformado, tal como acontece nas falhas;
– acontece, por exemplo, com o pau de giz quando sujeito a tensão.
tipo de tensão:
– pode ser confinante/litostática ou dirigida/não litostática:
confinante ou litostática – resulta do peso das camadas suprajacentes e aumenta a ductilidade da
rocha pelo que se torna mais resistente à rutura;
dirigida ou não litostática – ocorre quando um corpo está sujeito a forças de intensidade diferente
em diversas direções.
Temperatura
– o aumento da temperatura, aumenta a plasticidade;
– como aumenta com a profundidade, tal como a pressão, as rochas mais profundas possuem um
comportamento mais dúctil;
– um bom exemplo é o do vidro, que é sólido à temperatura ambiente mas funde a temperaturas
elevadas.
conteúdo em fluidos:
– faz aumentar a plasticidade das rochas;
– tal como um ramo de árvore húmido flete mais facilmente do que um ramo seco, também um
maior conteúdo em fluidos faz aumentar a ductilidade das rochas.
tempo de atuação:
– se as forças atuarem sobre as rochas durante mais tempo, em princípio, aumenta a plasticidade.
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Deformações mais frequentes nas rochas
As deformações que se verificam nas rochas podem apresentar diversos aspetos, sendo os mais comuns
as dobras e as falhas.
Dobras
– são deformações que consistem no arqueamento ou encurvamento das camadas rochosas
inicialmente planas;
– podem ser macro ou microscópicas;
– resultam de tensões compressivas quando o material tem comportamento dúctil;
– caracterizam-se geometricamente pela forma da superfície de referência como, por exemplo, os
planos de estratificação;
– possuem formas mais ou menos regulares e consideram-se dobras cilíndricas aquelas que são
geradas pelo deslocamento de uma reta – geratriz – paralelamente a si própria;
– formam-se no interior da crusta ou do manto de forma lenta e gradual;
– afloram à superfície devido aos movimentos tectónicos e à erosão;
Numa dobra, a posição das camadas rochosas no espaço, ou seja, a atitude dessas camadas, pode ser
definida pela direção e pela inclinação das camadas.
– a geometria das dobras caracteriza-se pelos seguintes elementos:
De acordo com a sua disposição espacial e com a idade das rochas que as constituem, podem ser
classificadas em:
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Disposição espacial
Antiforma
Sinforma
Neutra
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Idade das rochas do núcleo
Anticlinal
Sinclinal
Falhas
– são deformações descontínuas em que se verifica a fratura das rochas, acompanhada de
deslocamento dos blocos fraturados um em relação ao outro;
– ocorrem quando o limite de plasticidade dos materiais rochosos é ultrapassado;
– resultam de tensões compressivas, distensivos ou de cisalhamento quando as rochas têm
comportamento frágil;
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– caracterizam-se pelos seguintes elementos:
– de acordo com a inclinação do plano de falha e com o movimento dos lábios, classificam-se em:
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– a posição das falhas no espaço pode definir-se de acordo com a direção e a inclinação do plano de falha:
Direção: é o ângulo formado por uma linha horizontal do plano de falha com a linha N-S geográfica.
Inclinação: é o ângulo definido entre o plano de falha e uma superfície horizontal.