Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
História
As escavações arqueológicas estenderam-se ao nível da rua quando do evento vulcânico
de 79; escavações aprofundadas em partes mais antigas de Pompeia e amostras de solo
de perfurações em locais vizinhos expuseram camadas de um sedimento misto que
sugere que a cidade fora atingida por eventos vulcânicos e sísmicos em outras ocasiões.
Três placas de sedimento foram detectadas na cobertura de lava que repousava sobre a
cidade e, misturado ao sedimento, arqueologistas encontraram amostras de osso animal,
cacos de cerâmica e plantas. Utilizando o método de datação por radiocarbono, foi
descoberto que a camada mais antiga pertencia aos séculos VIII-VI a.C., data
aproximada da fundação da cidade. As outras duas camadas separam-se das demais por
camadas de solo trabalhado ou pavimento romano, constituídas por volta dos séculos IV
e II a.C.. Especula-se que as camadas de sedimento misto tenham sido criadas por
imensos deslizamentos, provocados provavelmente por chuva constante.
A cidade foi fundada por volta dos séculos VI e século VII a.C pelos oscos, um povo da
Itália central, no local onde situava-se um importante cruzamento entre Cumas, Nola e
Estábia. O local já havia sido utilizado anteriormente como porto seguro pelos
marinheiros gregos e fenícios. De acordo com Estrabão, Pompeia foi capturada pelos
etruscos, e escavações recentes de fato mostraram a presença de inscrições etruscas e
uma necrópole do século VI a.C. A cidade fora capturada pela primeira vez pela colônia
grega de Cumas, aliada a Siracusa, entre 525 e 474 a.C..
No século V a.C., ela foi recapturada pelos sâmnios, juntamente com todas as outras
cidades em torno de Campânia. Os novos governantes então impuseram seu estilo de
arquitetura, ampliando a cidade. Após as Guerras Samnitas, Pompeia foi forçada a
aceitar o status de socium de Roma, mantendo, no entanto, autonomia linguística e
administrativa. A cidade foi fortificada no século IV a.C., e durante a Segunda Guerra
Púnica permaneceu fiel a Roma.
O abastecimento de água era feito por uma ramificação do Água Augusta, construído
em 20 a.C. por Agripa; o canal principal abastecia diversas outras cidades grandes, e por
fim a base naval de Miseno. O castelo de Pompeia permaneceu bem conservado com o
tempo, e inclui muitos detalhes da rede de distribuição e seus controles.
Século I
Em 89 a.C., após a ocupação definitiva da cidade pelo general romano Lúcio Cornélio
Sula, Pompeia foi finalmente anexada à República Romana. Nesta época, a cidade
passou por um amplo processo de desenvolvimento infraestrutural, a maior parte
concluída durante o período Agostiniano. Da arquitetura do período destacam-se um
anfiteatro, uma palestra com uma piscina central (usada para fins decorativos), um
aqueduto que abastecia as aproximadamente 25 fontes de rua, pelo menos quatro banhos
públicos, um grande número de domus e casas de comércio. O anfiteatro, em particular,
foi citado por estudiosos modernos como um exemplo de design sofisticado,
especificamente no quesito de controle de multidões. O aqueduto era ligado aos três
encanamentos principais do castelo da água (em latim: Castellum Aquae), onde a água
era coletada antes de ser distribuída à cidade.[5]
O grande número de afrescos também ajudaram a formar uma imagem da vida cotidiana
na época, representando um enorme avanço na história da arte do mundo antigo, com a
inclusão dos estilos pompeanos. Alguns aspectos culturais eram marcadamente eróticos,
incluindo a veneração ao falo. Uma expressiva coleção de objetos e afrescos eróticos foi
reunida em Pompeia, mas, considerada obscena, permaneceu até 1967 escondida em um
gabinete secreto do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.[6]
Erupção do Vesúvio
Ver artigo principal: Erupção do Vesúvio de 79
Por volta do século I, Pompeia era uma das várias cidades localizadas no entorno do
Vesúvio. O local tinha uma população expressiva, que se mantinha próspera graças à
renomada terra fértil da região. Muitas das localidades vizinhas a Pompeia, como
Herculano, também sofreram danos e destruição severa com a erupção de 79.
Um estudo vulcanológico multidisciplinar e bio-antropológico das consequências e
vítimas da erupção, aliado à simulações e experimentos numéricos, indicam que no
Vesúvio e nas cidades circunvizinhas, o calor foi a principal causa de morte, no que
anteriormente se supunha ser devido às cinzas e sufocação. Os resultados do estudo
demonstram que a exposição ao calor de pelo menos 250 °C a uma distância de 10
quilômetros da erupção foi suficiente para causar morte instantânea, mesmo daqueles
abrigados em construções.[7]
Depois que as grossas camadas de cinzas cobriram Pompeia e Herculano, estas cidades
foram abandonadas e seus nomes e localizações eventualmente esquecidos. A primeira
vez em que parte delas foi redescoberta foi em 1599, quando a escavação de um canal
subterrâneo para desviar o curso do rio Sarno esbarrou acidentalmente em muros
antigos cobertos de pinturas e inscrições. O arquiteto Domenico Fontana foi então
chamado, e ele escavou alguns outros afrescos antes de mandar que tudo fosse coberto
novamente. Tal procedimento foi visto posteriormente tanto como um ato de
preservação do sítio para gerações posteriores quanto um ato de censura, considerando-
se o conteúdo sexual das pinturas e o clima moralista e classicista da contrarreforma na
época.[11]
Em 1819, quando o rei Francisco I das Duas Sicílias, acompanhado de sua esposa e
filha, visitou uma exposição sobre Pompeia no Museu Arqueológico Nacional de
Nápoles, ficou tão constrangido com as obras de arte eróticas que decidiu encerrá-las
em um gabinete secreto, acessível apenas a "pessoas maduras e de moral respeitável".
Aberta, fechada, reaberta novamente e por fim lacrada por quase 100 anos, a câmara foi
tornada acessível novamente no final da década de 1960, e finalmente reaberta para
visitação em 2000. Menores de idade, no entanto, só podem visitar o ex-gabinete
secreto na presença de um responsável ou com autorização por escrito.[15]