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2.1.4. Projeto de ventilação, exaustão e condicionamento em função de fatores acústicos. Trata-se de uma tarefa cada vez
de ar Sobretudo em estabelecimentos comerciais e escritórios, a mais facilitada por novos softwares existentes. Entretanto, cabe ao
rede de encaminhamento de ar constitui um importante elemento arquiteto discernir quanto à necessidade de contratação de um
na concepção dos interiores. As avantajadas seções da tubulação, consultor especialista no assunto. Na área de estúdios musicais, por
a presença de grelhas de aspersão e exaustão de ar bem exemplo, os cálculos de isolamento e reverberação são bastante
como o maquinário necessário exigem do arquiteto especial determinados, e necessariamente demandam a assistência de um
atenção e diálogo com os profissionais encarregados deste projeto especialista desde o primeiro momento do anteprojeto. Comumente,
complementar. A tubulação deste sistema é a principal responsável a reverberação descontrolada é o fator multiplicador de ruído em
pela determinação de alturas de entreforros, e a disposição das grandes ambientes, demandando tratamento das superfícies no
aberturas é mais um elemento a ser considerado nos lay-outs de sentido de aumentar a área de absorção do som.
forro.
2.1.7. Projeto elétrico, de telefonia, rede lógica, sonorização,
2.1.5. Projeto luminotécnico automação e segurança
Assim como a estrutura, o projeto luminotécnico definitivo é Comumente estes projetos são feitos pelo mesmo profissional:
elaborado a partir de uma definição inicial do arquiteto. Comumente, o engenheiro eletricista. A compatibilização do arquiteto aqui vai
desde o anteprojeto o arquiteto elabora uma “planta de forro e desde uma adequada localização de quadros medidores, quadros
sugestão do luminotécnico”. A partir dela, estabelece-se um diálogo de distribuição, tomadas, interruptores, telefones, interfones, pontos
com fornecedores de luminárias e lâmpadas para estabelecer-se de lógica, câmaras e sensores de vigilância até o encaminhamento
o lay-out definitivo da iluminação. Equipamentos importados de dos conduítes no interior da estrutura (fator crítico próximo aos
iluminação atingem valores estratosféricos, e os projetistas dos quadros de distribuição de circuitos). É o arquiteto ainda quem faz
fornecedores não hesitam em usá-los. É o arquiteto quem define a triangulação entre o cliente ,o engenheiro e os fornecedores.
a necessidade deste tipo de material, visando o interesse do Os espelhos de acabamento dos equipamentos são
cliente e buscando sempre a solução plasticamente correta e comumente padronizados para fixação em caixas embutidas nas
economicamente viável. lajes e alvenarias (2”x4”, 4”x4” e octogonais de 3”). Sua altura
A primeira apostila desta disciplina já trata deste tema de e disposição fica a critério do arquiteto, variando de acordo com
modo abrangente, e nele não nos deteremos. as necessidades de projeto. As alturas usuais de interruptores
estão entre 105cm e 115cm do piso. Tomadas normalmente são
2.1.6. Projeto de conforto acústico implantadas a 30cm de altura. É claro que situações específicas
Não apenas em auditórios, estúdios e teatros, mas também determinam alturas diferentes, como, por exemplo, tomadas
em ambientes amplos de um modo geral, como praças de situadas acima de bancadas e para equipamentos elevados,
alimentação, grandes restaurantes, locais próximos a fontes de interruptores para acionamento a partir da cama (h=80cm) etc..
ruído etc. é necessário um correto cálculo de conforto acústico. A Com o desenvolvimento das recentes tecnologias digitais, cada
complexidade do cálculo é proporcional à especificidade do uso vez mais é necessário dotar os antigos pontos de antena e telefonia
projeto de interiores . apostila de projeto executivo e detalhamento 5
de contato com uma fiação de rede de informática. O cabeamento 2.2.1. Plantas gerais
de rede lógica deve ser conduzido por eletrodutos específicos
e em separado, de modo a evitar interferência por indução - Indicação de eixos de coordenadas do projeto (normalmente
eletromagnética de outras redes. Em grandes empreendimentos, usam-se letras para determinar os eixos numa direção e números
é comum a opção pelo cabeamento estruturado. Trata-se de uma na direção perpendicular).
tecnologia de separação de sinais por freqüência que permite - Indicação dos elementos do sistema estrutural (pilares), com
a condução de telefonia e lógica pelo mesmo cabo. O sistema distinção gráfica entre estes e as vedações. Com sua denominação
a ser adotado deve ser discutido com o engenheiro eletricista (i.e. “P01”, “P23” etc.) e dimensionamento de “osso” coincidentes
e o proprietário, de acordo com os interesses do último neste com a nomenclatura adotada no projeto estrutural.
campo, conciliando até mesmo elementos de automação (portões - Vedações internas e externas.
eletrônicos, ar condicionado etc) dentro desta nova integração. - Indicação de cotas parciais, entre coordenadas e cotas totais.
- Cotas de desenho, em pormenor, dos locais que não serão
desenhados em escala maior.
- Especificação de materiais, tanto quanto possível para a
compreensão do desenho.
2.2. Desenhos do projeto executivo - Representação de dutos e prumadas hidráulicas verticais, com a
nomenclatura e dimensionamento adotados no projeto hidráulico.
Tendo sido discutidos todos os projetos complementares - Representação de pontos finais constantes no projeto elétrico,
com seus autores e com o proprietário, elabora-se o projeto de telefonia, rede lógica, sonorização, automação e segurança,
executivo propriamente dito. O projeto executivo de interiores deve também adotando a nomenclatura usada nestes projetos.
possuir os seguintes desenhos (*): - Circulações verticais e horizontais.
- Áreas de instalações técnicas e de serviços (i.e. fan-coil etc.)
.plantas - Acessos e demais elementos significativos.
.gerais - Codificação dos elementos a serem detalhados: portas, janelas,
.de alvenarias escadas, mobiliário, entre outros.
.de piso - Marcação de cortes e elevações.
.de teto - Marcação e numeração dos detalhes e ampliações. Portas
.de lay-out e janelas são numeradas linearmente com o prefixo “P” e “J”,
.cortes respectivamente. A codificação dos demais detalhes é feita por
.elevações numeração simples, incluindo as áreas molhadas. Para controle,
(*) Listagem elaborada a partir da experiência prática, associada às listagens da AsBEA in: ASSO- elabora-se uma lista de detalhes do projeto.
CIAÇÃO Brasileira de Escritórios de Arquitetura. Manual de contratação de serviços de arquitetura
e urbanismo. São Paulo: Pini, 1992. p.46-55.e da NBR-6492 in: ABNT - Associação Brasileira de
- Marcação de projeção de elementos significativos acima ou
Normas Técnicas. NBR-6492 - representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, abaixo do plano de corte.
abr.1994. p.7-9.
projeto de interiores . apostila de projeto executivo e detalhamento 6
2.2.2. Plantas de alvenarias os vãos a serem paginados de acordo com eixos de alinhamento.
Pode-se ainda trabalhar com pequenas diferenças em larguras de
- Indicação das alvenarias, com espessuras “em osso” e rejunte, no caso de cerâmicas, de modo a evitar cortes.
acabadas. - Elementos de estrutura e fechamentos internos e externos
Adota-se planta de alvenarias quando há sutilezas de difícil acabados.
representação na planta geral, i.e. alinhamentos em relação aos - Aberturas (normalmente as portas internas são tracejadas
eixos do projeto e à estrutura, relação entre alvenarias demolidas - de modo a não interferir na leitura das soleiras)
no caso de reformas -, alvenarias mantidas e alvenarias construídas. - Indicação de níveis de pisos acabados e caimentos em
Caso seja possível o uso de cores, o usual é amarelo para as áreas molhadas.
alvenarias removidas, vermelho para as alvenarias construídas e - Especificação dos rejuntes usados.
branco para as alvenarias mantidas. Normalmente, as diferentes - Legendas das hachuras diferenciadas para os materiais.
espessuras de alvenarias diferenciam-se ainda através de hachuras - Títulos, escalas, notas gerais, carimbo etc.
distintas.
- Cotas parciais e totais
- Legendas das cores e hachuras usadas de acordo com a
convenção descrita acima.
- Títulos, escalas, notas gerais, carimbo etc. 2.2.4. Plantas de teto (ou de forro) refletivo.
Em projetos de maior complexidade, o mobiliário pode entrar - Indicação de eixos de coordenadas do projeto.
em conflito com as informações das plantas gerais, pelo que é - Indicação dos elementos do sistema estrutural (lajes e vigas).
representado e especificado numa planta aparte, normalmente - Indicação de cotas verticais parciais, entre coordenadas e cotas
simplificada e de menor escala. totais.
- Representação de elementos de estrutura e fechamento - Indicação de eixos de níveis acabados.
acabados. - Especificação de materiais, tanto quanto possível para a
- Representação de elementos de abertura. compreensão do desenho - sempre repetindo as especificações
- Indicação e especificação do mobiliário. usadas nos demais desenhos.
- Marcação e numeração de móveis que serão detalhados pelo - Especificação dos elementos a serem detalhados: portas, janelas,
arquiteto. escadas, mobiliário, entre outros.
- Títulos, escalas, notas gerais, carimbo etc. - Paginação de elementos de revestimento de fechamentos(cf. item
“plantas de piso”)
2.2.6. Cortes - Marcação e numeração dos detalhes e ampliações.
- Títulos, escalas, notas gerais, carimbo etc..
- Indicação de eixos de coordenadas do projeto.
- Indicação dos elementos do sistema estrutural (lajes e vigas),
com distinção gráfica entre estes e as vedações.
- Vedações internas e externas.
- Indicação de cotas verticais parciais, entre coordenadas e cotas
totais.
- Indicação de níveis acabados e em osso.
- Especificação de materiais, tanto quanto possível para a
compreensão do desenho - sempre repetindo as especificações
usadas nos demais desenhos.
- Circulações verticais e horizontais.
- Áreas de instalações técnicas e de serviços (i.e. fan-coil etc.)
- Especificação dos elementos a serem detalhados: portas, janelas,
escadas, mobiliário, entre outros.
- Marcação e numeração dos detalhes e ampliações.
- Títulos, escalas, notas gerais, carimbo etc..
projeto de interiores . apostila de projeto executivo e detalhamento 11
Figura 4 - Exemplos de
cortes efachadas de uma
residência
escala: 1:200
escala original: 1:50
projeto de interiores . apostila de projeto executivo e detalhamento 12
Figura 5j - Seções verticais ampliadas para auxiliar na compreensão da complexa geometria e encaixe de peças dos pés do banco,
distinguindo entre o apoio de mão e a faixa maciça, estrutural, reforçada por duas mãos-francesas.
escala original: 1:2.5
escala: 1:5
projeto de interiores . apostila de projeto executivo e detalhamento 19
3.4. Detalhes de portas e janelas (esquadrias) . Seções verticais e horizontais com vedação, peitoris,
puxadores, peças de comando, especificação de ferragens
O detalhamento de portas e janelas é elaborado de maneiras e arremates de fixação à alvenaria.
diferentes de acordo com o material de que são feitas. . Quadro de especificações com dimensões do vão, altura
de peitoril, linha de produtos utilizada, vidro ou painéis de
3.4.1. Esquadrias de alumínio e PVC são feitas de acordo com fechamento, venezianas, peitoril, pingadeiras, puxadores,
linhas de perfis interconectáveis. Devido à complexidade e ao peças de comando etc.
relativo grau de especificidade destes elementos, seu detalhamento
normalmente consiste dos seguintes desenhos: 3.4.3. Vidro temperado dispensa esquadrias portantes. Com a
. Elevação externa (1:25) com representação das folhas e têmpera, o vidro pode ser usado estruturalmente, com o que
montantes (divisões e marcos), com cotas gerais dos seus os perfis metálicos - normalmente de alumínio - restringem-se a
componentes, indicação dos elementos fixos e móveis e seu baguetes de fixação e vedação e a trilhos fabricados especialmente
sistema de abertura. para guarnecer este material. Completam o conjunto puxadores,
. Seção vertical e/ou horizontal do conjunto, com dimensões dobradiças, pivôs e demais acessórios, os quais podem ser
gerais dos seus componentes e sistema de abertura. detalhados pelo arquiteto ou simplesmente serem especificados
. Quadro de especificações com dimensões do vão, altura de acordo com as linhas comerciais existentes (Blindex e Santa
de peitoril, linha de produtos utilizada, vidro ou painéis Marina). Em termos de custo, o uso de vidro temperado é
de fechamento, venezianas, peitoril, pingadeiras, puxadores, equivalente ao uso de uma linha de média qualidade de esquadrias
peças de comando etc. de alumínio com vidro de 6mm.
Figura 8 - Exemplo de
detalhe de porta com uso
de marco padrão para
porta prancheta
comumente encontrado
em serrarias.
projeto de interiores . apostila de projeto executivo e detalhamento 33
3.5. Detalhes construtivos diversos conceito deste elemento é o de um cone. Este cone é visto como
(escadas, rampas e guarda-corpos) seta se o que ele indica está “ao lado” dele e como uma bola, ou
ponto, se o que ele indica está “atrás” dele.
. Os princípios de detalhamento de cada elemento seguem Para ampliações, é usual também circular-se a área que será
os mesmos princípios do detalhamento de objeto isolado. ampliada - com linha fina -, representando a ampliação também
Normalmente, são necessários menos desenhos para detalhes inscrita num círculo - com linha grossa. Tratam-se de símbolos
como guarda-corpos, impermeabilização, escadas, rampas etc. apenas, não havendo necessidade de correspondência de escala
Por vezes, é necessária apenas uma seção complementando na entre eles. Por vezes uma ampliação pode ser representada dentro
mesma prancha algum desenho do projeto executivo. de um círculo sem haver sido indicada deste modo, e vice versa.
- Chamadas de especificação
Créditos das figuras: Porfírio Valladares - figura 6; Danilo Matoso - demais figuras.
As linhas de chamada de especificações e detalhes iniciam-se Esta apostila é material didático complementar da disciplina “Projeto de Interiores”, ministrada na
junto ao objeto apontado através de uma seta ou um ponto. O Escola de Arquitetura da UFMG no segundo semestre de 2002, não podendo ser usada como
substitutiva da norma técnica.