Você está na página 1de 9

Questão 01

Em setembro de 2007, um cliente solicitou a uma instituição bancária


um cartão de megabônus. Ele foi orientado a depositar R$ 100,00 no
cartão para iniciar o seu uso. Entretanto, quando foi fazer uma
compra, descobriu que o cartão seria um "pré-pago" e que só permitia
compras à vista. Posteriormente, o cliente teve seu nome negativado
em cadastro de inadimplentes, pelo não pagamento de anuidade e
seguros do cartão. Ele entrou, então, com ação de indenização por
danos materiais e morais. No processo restou provado que houve má
prestação de serviço ao consumidor, porquanto lhe foi enviado uma
espécie de cartão pré-pago ('cartão megabônus'), com informações e
propaganda que induziam a supor que se tratava de cartão de crédito.
Analise o caso abordando explicando o que se entende por danos
materiais, danos morais, honra subjetiva e honra objetiva. Na sua
opinião, cabem danos morais no caso?
197000001593 - "RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO MORAL - 'CARTÃO
MEGABÔNUS' - INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO - SERVIÇO DEFEITUOSO QUE
NÃO ENSEJA DANO MORAL - 1. Segundo as premissas fáticas dos autos, houve má
prestação de serviço ao consumidor, porquanto lhe foi enviado uma espécie de cartão
pré-pago ('cartão megabônus'), com informações e propaganda que induziam a supor
que se tratava de cartão de crédito. 2. Contudo, tal defeito não se afigura capaz de,
por si só, ensejar reparação por dano moral, pois, muito embora possa causar
incômodo à parte contratante, não repercute de forma significativa na esfera
subjetiva do consumidor. 3. Por outro lado, também a tentativa de utilização do
cartão como modalidade 'a crédito', não acarreta, em regra, vulneração à
dignidade do consumidor, configurando mero dissabor a que se sujeita qualquer
pessoa detentora de genuíno cartão de crédito. Precedentes. 4. Recurso especial não
provido." (STJ - REsp 1.151.688 - Rel. Min. Luis Felipe Salomão - DJe 22.02.2011 )

Questão 02

Determinado leitor adquiriu um exemplar de um jornal e se interessou


por um veículo anunciado no caderno de classificados. De acordo com
as informações do processo, o anunciante pediu um adiantamento de
R$ 9 mil, a ser depositado em conta-corrente. Assim fez o consumidor
que, ao final, acabou não recebendo o carro anunciado. Em face do
golpe, o comprador (autor) entrou na Justiça com um pedido de
indenização por dano material contra o jornal no valor que havia pago
ao suposto dono do carro. Explique o que se entende por dano
material, dano moral e se há relação de consumo entre o jornal e o
leitor/consumidor. Na sua opinião, existe solidariedade?
197000001366 - "CIVIL - RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE REPARAÇÃO POR
DANOS MATERIAIS - PUBLICAÇÃO DE ANÚNCIO EM CLASSIFICADOS DE
JORNAL - OCORRÊNCIA DE CRIME DE ESTELIONATO PELO ANUNCIANTE -
INCIDÊNCIA DO CDC - RESPONSABILIDADE DO JORNAL - 1. O recorrido
ajuizou ação de reparação por danos materiais, em face da recorrente (empresa
jornalística), pois foi vítima de crime de estelionato praticado por meio de anúncio em
classificados de jornal. 2. Nos contratos de compra e venda firmados entre
consumidores e anunciantes em jornal, as empresas jornalísticas não se
enquadram no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do CDC . 3. A
responsabilidade pelo dano decorrente do crime de estelionato não pode ser
imputada à empresa jornalística, visto que essa não participou da elaboração do
anúncio, tampouco do contrato de compra e venda do veículo. 4. O dano sofrido
pelo consumidor deu-se em razão do pagamento por um veículo que não foi
entregue pelo anunciante, e não pela compra de um exemplar do jornal. Ou seja: o
produto oferecido no anúncio (veículo) não tem relação com o produto oferecido
pela recorrente (publicação de anúncios). 5. Assim, a empresa jornalística não
pode ser responsabilizada pelos produtos ou serviços oferecidos pelos seus
anunciantes, sobretudo quando dos anúncios publicados não se infere qualquer
ilicitude. 6. Dessarte, inexiste nexo causal entre a conduta da empresa e o dano sofrido
pela vítima do estelionato. 7. Recurso especial conhecido e provido." (STJ - REsp
1.046.241 - 3ª T. - Rel. Min. Nancy Andrighi - DJe 19.08.2010 )

Questão 03

Um casal de clientes intentou ação indenizatória, por danos materiais e


morais, em razão da demora injustificada por parte de empresa
vendedora e da Caixa Econômica em liberar o chamado gravame
sobre o imóvel que tinham comprado. Qual tipo de obrigação que
existe no caso? É possível pedido liminar com cominação de multa
para fins de compelir os responsáveis a promoverem a liberação do
imóvel? Explique.
197000001269 - "RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO
MORAL - CABIMENTO - DEMORA INJUSTIFICADA - LIBERAÇÃO DO
GRAVAME HIPOTECÁRIO - CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA - INEXISTÊNCIA
- ENTENDIMENTO OBTIDO PELA ANÁLISE DAS PROVAS - REEXAME DE
PROVAS - IMPOSSIBILIDADE - APLICABILIDADE DO ENUNCIADO Nº 7 DA
SÚMULA DESTA CORTE - INDENIZAÇÃO - QUANTUM INDENIZATÓRIO
FIXADO NOS LIMITES DA RAZOABILIDADE - PRECEDENTES - RECURSO
IMPROVIDO - I - A demora injustificada na liberação do gravame hipotecário dá
ensejo a condenação por dano moral, não se tratando de mero descumprimento
contratual. II - A questão relativa à existência de culpa exclusiva das vítimas foi
resolvida com base no conteúdo probatório, vedando-se, por consequência, seu
reexame pelo Superior Tribunal, por óbice da Súmula nº 7/STJ . III - Esta Corte
Superior somente deve intervir para diminuir o valor arbitrado a título de danos morais
quando se evidenciar manifesto excesso do quantum, o que não ocorre in casu.
Precedentes. IV - Recurso especial improvido." (STJ - REsp 966.416 - 3ª T. - Rel. Min.
Massami Uyeda - DJe 01.07.2010 )

Questão 04

Uma empresa revendedora, importadora e exportadora de


maquinários sediada no Paraná entrou na Justiça com um pedido de
indenização contra uma empresa de transportes devido a um contrato
firmado com esta para levar um gerador de energia da sede da fábrica,
em Cravinhos/SP, para Belo Horizonte/MG. De acordo com a empresa
compradora, o produto teria sofrido avarias devido às más condições
no deslocamento. A empresa revendedora pretendia que a empresa de
transporte pagasse cerca de R$ 12 mil, corrigidos desde a data da
celebração do serviço com a São Cristóvão (2002).

O juiz de primeiro grau entendeu que o processo discutia uma relação


de consumo e aplicou o art. 101 do Código de Defesa do Consumidor ,
o qual prescreve: "Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste
Título, serão observadas as seguintes normas: I - a ação pode ser
proposta no domicílio do autor".

Inconformada, a empresa de transportes recorreu à segunda instância,


alegando não se tratar a questão de relação de consumo, uma vez que a
empresa não era consumidora nem hipossuficiente, sendo aplicável,
portanto, o art. 100 do Código de Processo Civil , que estabelece como
foro competente para julgar a ação o da sede da pessoa jurídica
demandada. Há relação de consumo? Explique.
197000001406 - "DIREITO PROCESSUAL CIVIL - COMPETÊNCIA -
INDENIZAÇÃO PRETENDIDA DE TRANSPORTADORA POR AVARIA DE
GERADOR DIESEL A SER UTILIZADO PELA AUTORA - INEXISTÊNCIA DE
HIPOSSUFICIÊNCIA - NÃO CARACTERIZAÇÃO DE RELAÇÃO DE CONSUMO
- Prevalecimento do foro da sede da pessoa jurídica demandada. I - A relação de
consumo existe apenas no caso em que uma das partes pode ser considerada
destinatária final do produto ou serviço. Na hipótese em que produto ou serviço
são utilizados na cadeia produtiva, e não há considerável desproporção entre o
porte econômico das partes contratantes, o adquirente não pode ser considerado
consumidor e não se aplica o CDC , devendo eventuais conflitos serem resolvidos
com outras regras do Direito das Obrigações. Precedentes. II - Não configurada a
relação de consumo, não se pode invalidar a cláusula de eleição de foro com base no
CDC . III - Recurso especial improvido." (STJ - REsp 836.823 - 3ª T. - Rel. Min. Sidnei
Beneti - DJe 23.08.2010 )

Questão 05

Consumidor adquire veículo e entra com ação alegando que não fora
informado que existia versão mais luxuosa que a comprada. Alega que
a falta de informação o impediu de adquirir o modelo mais luxuoso. Na
sua opinião, procede a tese do consumidor para fins de danos morais?
197000001179 - "PROCESSO CIVIL - DIREITO DO CONSUMIDOR - AQUISIÇÃO
DE VEÍCULO AUTOMOTOR - ALEGAÇÃO DO CONSUMIDOR DE QUE
COMPROU DETERMINADO MODELO, PENSANDO SER O MAIS LUXUOSO, E
DE POSTERIOR CONSTATAÇÃO DE QUE SE TRATAVA DO MODELO
INTERMEDIÁRIO - Ação proposta um ano após a aquisição. Decadência.
Desnecessidade de se aguardar o término do prazo de garantia. Alegado
inadimplemento do dever de informação, pelo vendedor, que se insere no âmbito do
contrato de compra e venda. O início da contagem do prazo de decadência para a
reclamação de vícios do produto ( art. 26 do CDC ) se dá após o encerramento da
garantia contratual. Precedentes. A postergação do início da contagem desse prazo,
contudo, justifica-se pela possibilidade, contratualmente estabelecida, de que seja
sanado o defeito apresentado durante a garantia. Na hipótese em que o consumidor
não adquire bem propriamente defeituoso, mas alega ter se enganado quanto ao
objeto adquirido, comprando o automóvel intermediário em vez do mais luxuoso,
não há, necessariamente, qualquer defeito a ser corrigido durante o prazo de
garantia. A decadência para pleitear a devolução da mercadoria, a troca do
produto ou o abatimento do preço, portanto, conta-se, sendo aparente a diferença
entre os modelos, da data da compra. A inversão do ônus da prova pressupõe
hipossuficiência (técnica, jurídica ou econômica) ou verossimilhança das alegações
feitas pelo consumidor. Os costumes comerciais indicam que a parte interessada na
aquisição de um automóvel de luxo costuma buscar, ao menos, as informações
quanto aos modelos existentes. A prática também indica que todos os modelos
disponíveis, notadamente os mais caros, sejam apresentados ao comprador. Não
há, portanto, verossimilhança na alegação de que a concessionária omitiu do
consumidor a informação sobre o modelo luxuoso. Também não há
hipossuficiência do consumidor uma vez que: (i) não é economicamente fraca a
parte que adquire automóvel de luxo; (ii) não há desequilíbrio técnico ou jurídico
se o comprador adquire o automóvel pelo convênio mantido entre a montadora e
Associação de Magistrados. Recurso especial conhecido e improvido." (STJ - REsp
1.021.261 - 3ª T. - Rel. Min. Nancy Andrighi - DJe 06.05.2010 )
Questão 06

Sendo indevida e sem fundamentação a recusa de autorização para a


realização de diagnóstico, é possível condenação em danos morais?
Explique.
101000042475 - AGRAVO REGIMENTAL - CONSUMIDOR - SEGURO SAÚDE -
RECUSA DE AUTORIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DE DIAGNÓSTICO -
DANO MORAL - CONFIGURAÇÃO - DECISÃO AGRAVADA - MANUTENÇÃO -
I- Tratando-se de contrato de seguro-saúde sempre haverá a possibilidade de
conseqüências danosas para o segurado, pois este, após a contratação, costuma
procurar o serviço já em evidente situação desfavorável de saúde, tanto a física
como a psicológica. II- Conforme precedentes das Turmas que compõem a
Segunda Seção, a recusa indevida à cobertura pleiteada pelo segurado é causa de
danos morais, pois agrava a sua situação de aflição psicológica e de angústia no
espírito. Agravo Regimental improvido. (STJ - AgRg-REsp 1.172.778 -
(2009/0241934-2) - 3ª T. - Rel. Min. Sidnei Beneti - DJe 31.05.2010 - p. 1194)

Questão 07

Os autores da ação ordinária contrataram, para a lua de mel, pacote


turístico para o Chile e a Argentina, com duração de 12 dias e
hospedagem alto padrão. No entanto, por motivo desconhecido, na
cidade de Púcan, no Chile, a agência conduziu o casal ao Hotel Del
Volcan, categoria turística. De acordo com o contrato firmado, eles
deveriam ter sido acomodados no Hotel Del Lago, categoria luxo.

Para o Juiz de primeiro grau, foi importante ressaltar que os autores


não estavam fazendo uma viagem qualquer, viagem de férias ou
simples passeio; estavam em lua-de-mel, momento único na vida de um
casal. E, em se tratando de viagem de lua-de-mel, os efeitos
estressantes e frustrantes da prestação defeituosa dos serviços são
ainda mais profundos, pois normalmente um casal tem na lua-de-mel
um período inesquecível de suas vidas, cercado de romantismo e de
boas lembranças. Nesse caso, existem danos morais? Na sua opinião é
possível condenação solidária da empresa e do hotel?
197000000954 - "APELAÇÃO CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL - PACOTE
TURÍSTICO - SERVIÇO DEFEITUOSO - LEGITIMIDADE PASSIVA - AGÊNCIA
DE TURISMO - Viagem de lua de mel. Ressarcimento. Dano material. Dano moral.
Estando a relação entre as partes submetidas às normas do Código de Defesa do
Consumidor , são solidariamente responsáveis pelos danos sofridos os causadores
dos prejuízos ( art. 25, § 1º, CDC ), aí incluída a agência que intermediou a
contratação do 'pacote de turismo'. Prestado o serviço de maneira defeituosa, com
evidente discrepância entre o oferecido e contratado com aquilo efetivamente
usufruído, assiste direito aos autores na recomposição dos danos materiais. Danos
morais no caso concreto que são in re ipsa, ou seja, presumidos em razão dos
contratempos enfrentados pelos autores na viagem de lua de mel. Valor da condenação
fixado de acordo com as peculiaridades do caso em concreto, bem assim observada a
natureza jurídica da condenação e os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade. Preliminar rejeitada. Apelo desprovido." (STJ - AC 70031866171 - 9ª
C.Cív. - Rel. Des. Tasso Caubi Soares Delabary - J 09.12.2009 )

Questão 08

Determinada paciente, submetida à mamoplastia de aumento e à


lipoaspiração, apresentou durante o pós-operatório lesões provocadas
por tecidos de cicatrização (queloides) nos locais em que ocorreram os
cortes para a operação. Segundo alegou a paciente, esses danos foram
provocados pela imperícia do médico que efetuou a operação. A
primeira instância condenou o médico a pagar R$ 10 mil por danos
morais e a custear uma cirurgia plástica reparadora das cicatrizes. Em
se tratando de profissional liberal, como deve ser analisada a
responsabilidade? Explique.
197000001417 - "RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL - ERRO
MÉDICO - ART. 14 DO CDC - CIRURGIA PLÁSTICA - OBRIGAÇÃO DE
RESULTADO - CASO FORTUITO - EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE - 1.
Os procedimentos cirúrgicos de fins meramente estéticos caracterizam verdadeira
obrigação de resultado, pois neles o cirurgião assume verdadeiro compromisso
pelo efeito embelezador prometido. 2. Nas obrigações de resultado, a
responsabilidade do profissional da medicina permanece subjetiva. Cumpre ao
médico, contudo, demonstrar que os eventos danosos decorreram de fatores
externos e alheios à sua atuação durante a cirurgia. 3. Apesar de não prevista
expressamente no CDC , a eximente de caso fortuito possui força liberatória e
exclui a responsabilidade do cirurgião plástico, pois rompe o nexo de causalidade
entre o dano apontado pelo paciente e o serviço prestado pelo profissional. 4. Age
com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe a assinatura
do paciente em 'termo de consentimento informado', de maneira a alertá-lo acerca de
eventuais problemas que possam surgir durante o pós-operatório." (STJ - REsp
1.180.815 - 3ª T. - Rel. Min. Nancy Andrighi - DJe 26.08.2010 )

Questão 09
Consta de determinado processo que o autor da ação afirmou ter pago
em dia as mensalidades desde 1993 e que, ao se submeter, em maio de
2005, em regime de urgência, a um determinado procedimento, a
seguradora negou-se a arcar com os custos relacionados à implantação
de stent cardíaco (estrutura tubular de aço inoxidável, em sua maioria,
implantada por meio de cateter para desobstruir as artérias e
melhorar os resultados a médio e longo prazo).

Segundo a defesa, o segurado só pôde se submeter ao procedimento


porque a família cobriu os custos do referido stent. Na ação
indenizatória, requereu indenizações por danos materiais e morais. No
caso em tela, identifique os danos materiais e explique o porquê do
pedido de danos morais. Qual a sua opinião sobre o caso?
20000004063 - DIREITO CIVIL E CONSUMIDOR - PLANO DE SAÚDE -
INCIDÊNCIA DO CDC - PRÓTESE NECESSÁRIA À CIRURGIA DE
ANGIOPLASTIA - ILEGALIDADE DA EXCLUSÃO DE STENTS DA
COBERTURA SECURITÁRIA - DANO MORAL CONFIGURADO - MAJORAÇÃO
DOS DANOS MORAIS - Conquanto geralmente nos contratos o mero inadimplemento
não seja causa para ocorrência de danos morais, a jurisprudência desta Corte vem
reconhecendo o direito ao ressarcimento dos danos morais advindos da injusta
recusa de cobertura de seguro-saúde, pois tal fato agrava a situação de aflição
psicológica e de angústia no espírito do segurado, uma vez que, ao pedir a
autorização da seguradora, já se encontra em condição de dor, de abalo psicológico
e com a saúde debilitada. A quantia de R$ 5.000,00, considerando os contornos
específicos do litígio, em que se discute a ilegalidade da recusa de cobrir o valor de
stents utilizados em angioplastia, não compensam de forma adequada os danos
morais. Condenação majorada. Recurso especial não conhecido e recurso especial
adesivo conhecido e provido. (STJ - REsp 986.947/RN - (2007.0216173-9) - 3ª T. - Relª
Min. Nancy Andrighi - DJe STJ 26.03.2008 )RJ08-2008-C3

Questão 10

Em se tratando de extravio de bagagem envolvendo passageiro, aplica-


se o Código de Defesa do Consumidor? Por que se diz que o CDC é um
microssistema legal? Explique.
101000134243 - AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONTRA A INADMISSÃO DE RECURSO ESPECIAL - VIAGEM AÉREA
INTERNACIONAL - EXTRAVIO DE BAGAGEM - DANO MORAL - QUANTUM
INDENIZATÓRIO - REVISÃO QUE SE ADMITE TÃO SOMENTE NOS CASOS
EM QUE O VALOR SE APRESENTAR IRRISÓRIO OU EXORBITANTE -
PRECEDENTES - AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO - 1-
O entendimento deste Sodalício é pacífico no sentido de que o valor estabelecido
pelas instâncias ordinárias a título de indenização por danos morais pode ser
revisto tão somente nas hipóteses em que a condenação se revelar irrisória ou
exorbitante, distanciando-se dos padrões de razoabilidade, o que não se evidencia
no presente caso, em que a referida compensação, decorrente dos danos morais
sofridos em virtude do extravio de bagagem, por ocasião de viagem para o
exterior, foi arbitrada em R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) para cada um
dos dois autores. 2- Desse modo, uma vez que o valor estabelecido a título de
reparação por danos morais não se apresenta ínfimo ou exagerado, à luz dos
critérios adotados por esta Corte, a sua revisão fica obstada pela Súmula 7/STJ . 3-
Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg-AI 1.236.312 -
(2009/0185456-6) - 4ª T. - Rel. Min. Raul Araújo - DJe 22.06.2011 - p. 2854)

Questão 11

Havendo morte de familiares em acidente automobilístico causado por


terceiro onde restou demonstrada a culpa na modalidade de
imprudência e imperícia, é possível a postulação de danos materiais e
morais? Explique.
101000111343 - RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL -
ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO - MORTE DE PAI E AVÓS - LESÕES
CORPORAIS GRAVES NOS SOBREVIVENTES - DANOS MORAIS - VALOR DA
INDENIZAÇÃO - JUROS MORATÓRIOS - CORREÇÃO MONETÁRIA - TERMO
INICIAL - 1- Considerados os critérios jurisprudenciais, pautados pela moderação,
proporcionalidade e razoabilidade, e avaliadas as condições pessoais e econômicas
das partes, e a imensa gravidade da lesão no caso concreto, o dano moral deve ser
redimensionado no patamar máximo fixado, em regra, pelos mais recentes
precedentes do Superior Tribunal de Justiça, a saber, o valor em moeda corrente
correspondente a 1.000 salários-mínimos para a vítima que perdeu os dois
genitores e teve importante lesão na mão. Fixada a quantia correspondente a 500
salários-mínimos para a sua filha menor que sofreu traumatismo craniano com
sequelas irreparáveis. Arbitrado em favor da mãe da menor, também vítima do
acidente, indenização no valor em moeda corrente correspondente a 200 salários
mínimos, tendo em vista a circunstância de haver ela sofrido dano estético na face
e tido que conviver com o dissabor, a preocupação e a necessidade de cuidados
permanentes a serem dispensados a sua filha que contava com apenas 4 anos na
data do acidente. Quantia que afasta a alegação de enriquecimento indevido dos
ofendidos e, também, estimula a adoção, pela recorrente, de práticas efetivas
visando à prevenção de acidentes rodoviários. 2- "Em caso de responsabilidade
extracontratual, os juros moratórios fluem a partir do evento danoso" ( Súmula nº 54 do
STJ ). 3- A correção monetária deve incidir a partir da fixação de valor definitivo para a
indenização do dano moral (Súmula 362 do STJ). 4- Recurso especial parcialmente
provido. Em consequência, prejudicada a MC nº 16841. (STJ - REsp 1.127.484 -
(2009/0098210-8) - Relª Minª Maria Isabel Gallotti - DJe 23.03.2011 - p. 407)

Você também pode gostar