Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
Este artigo tem como premissa abordar e fazer uma análise sobre a aplicabilidade da curva ABC em uma unidade operacional
no setor manual, abordando as vantagens de seu uso em um eventual aumento de produtividade que pode acontecer
gradativamente, porém imperceptível até o momento que as operações logísticas estejam comprometidas, veremos o efeito
e os benefícios desta aplicação. Foi feito um estudo de caso deste aspecto. A metodologia escolhida foi a exploratório-
descritiva de caráter quantitativo, sendo a célula de trabalho manual chamada de ERM- estação de registo manual como
cenário de estudo. É visto o que é a curva ABC com uma nova visão para os dados e informações.
ABSTRACT
This article has as premise to approach and to make an analysis on the applicability of the ABC curve in an operating unit in
the manual sector, addressing the advantages of its use in an eventual increase of productivity that can happen gradually,
but imperceptible until the moment that the logistical operations are compromised, we will see the effect and benefits of this
application. A case study of this aspect was made. THE methodology chosen was the exploratory-descriptive one of
quantitative character, being the manual work cell called ERM – Manual Recording Station as the study scenario, It is seen
what the ABC curve is with a new insight into data and information.
1. INTRODUÇÃO
2. EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 A curva ABC
Carvalho (2016) diz que é inegável a utilidade da aplicação do princípio ABC aos mais
variados tipos de analise onde busca-se priorizar o estabelecimento do que é mais ou menos
importante num extenso universo de situações e na administração.
Conforme afirmação de Ballou (1993) nem todos os itens de produtos devem receber o
mesmo tratamento logístico. Entendemos que cada gama de produtos com suas particularidades
deve ser tratada de acordo sua relação na curva ABC.
A Curva ABC também é usada para estabelecimento de prioridades e para a
programação da produção. Partindo destes preceitos e sabendo que a classificação e
conhecimento são fundamentais, utilizando esta ferramenta poderemos, fazer uma gestão com
excelência. A Curva ABC não necessariamente se aplica a exclusivamente problemas de gestão
de materiais. Pode também ser aplicada em questões envolvendo atividades de armazenagem e
movimentação. Esta proposta ainda é ressaltada por Viana (2010) que informa que a
classificação ABC pode ser implantada de várias maneiras. No caso do almoxarifado estudado,
os itens mais importantes são aqueles que possuem maior quantidade de movimentações. Isso
acontece devido ao fato de que se trata de um órgão público, que não tem objetivos mercantis,
como vendas ou lucros com as saídas dos materiais
Quanto a definição das classes ABC, obedecerá a critérios de bom senso e produtividade,
faremos assim a sua aplicabilidade em uma célula de trabalho no setor logístico manual de
tratamento de encomendas. Este setor é conhecido como ERM- Estação de registro manual.
3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA
3.1 Estudo de Caso: Funcionamento de uma unidade operacional
agências e das diversas regiões que são atreladas a um CTE específico. O CTE Vila Maria
engloba os objetos postados em todas as agências dos correios localizadas na zona norte e leste
da cidade de São Paulo.
Ao chegar no centro de tratamento as encomendas estes objetos podem ser tratados em
sua triagem de forma manual ou automatizadas, e este fator a depender das características destes
objetos.
Após essa triagem os objetos são paletizados e movimentados internamente para
entrepostos onde são encaminhados para seu destino. Este transporte da unidade de tratamento
ao destino é feito pelo modal rodoviário.
As encomendas tratadas na sua triagem de forma automatizada são objetos que podem
ser grandes ou pequenos mais dentro de padrões estabelecidos, como peso máximo de 30 kg e
tamanho padronizado.
Na parte automatizada os objetos são induzidos em esteiras de transporte continuo, onde
posteriormente são inseridas automaticamente em bandejas ou transportadores na máquina de
triagem. Após esta etapa são feitas as leituras de peso, tamanho e CEP de destino por scanners
na própria máquina. E com essas informações, a máquina faz a triagem destes objetos
automaticamente para deslizadores.
Existem 152 deslizadores na máquina de triagem do CTE de estudo, e pela estrutura da
própria máquina são divididas em quatro conjuntos, classificadas como rampas A, B, C e D.
Cada deslizador é atrelado a uma direção ou destino, como por exemplo o deslizador de
número 1 da rampa A é referente a cidade de Fortaleza no estado do Ceará, quanto o deslizador
de número 152 da rampa D é referente a cidade de São Luís no estado do Maranhão. Após
chegar nestes deslizadores, os objetos já estão triados pela própria máquina, então é feita a
paletização de acordo com destino destes objetos pelo colaborador. E após esta etapa é feita a
movimentação para os entrepostos onde será feito o encaminhamento não apenas de um objeto
e sim de paletes para o seu destino. A figura 2 demonstra os fluxos da máquina de triagem.
• Objetos de metal
• Isopores
• Cilíndricos
• Objetos de madeira
• Pneus e outros objetos circulares
• Extremidades adjacentes
Objetos de metal, madeira e cilíndricos, são tratadas de forma manual devido a suas
particularidades, pois podem danificar a máquina de triagem, já isopores por serem muitos
frágeis podem sofrer atritos com outros objetos e se romper, pneus e objetos circulares ao
deslizar podem rolar causando algum acidente ao operador de triagem. Estes objetos são
tratados em setor específico chamado de “ERM” – Estação de Registro Manual.
• Rio de Janeiro
• Campinas
• Porto Alegre
• Belo horizonte
Em média eram tratados 2000 objetos ao dia neste setor. Na tabela 1 temos a
apresentação da quantidade de objetos tratados em função de seu destino.
Foi observado que nos últimos meses a quantidade de carga tratada neste setor teve um
aumento considerável de 30%. Sendo de 20% nas direções de rampa, ou seja, 400 objetos e nas
direções diretas o aumento foi de 10% ou 200 objetos. Desta forma a segunda movimentação e
triagem dos objetos também aumentaram, assim era preciso rever os conceitos logísticos deste
setor. Na tabela 2 temos a produtividade após aumento da carga.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o balanceamento de produtividade, a utilização da curva ABC é crucial para a
excelência de uma operação logística. Desta forma mapeando os itens com maior produtividade
temos um parâmetro a seguir. Este parâmetro voltado para este estudo corresponde a
produtividade e importância de cada direção.
Conforme visto na tabela 4 : A curva ABC vemos que as direções diretas de Campinas,
Belo Horizonte e Porto Alegre, correspondem a “A” na curva ABC, seu volume acumulado e
classificação é de 32,69 % da produtividade do setor, pois separadamente são as direções com
a maior quantidade de carga. Desta forma em um dimensionamento de Layout, movimentação
e estoques de insumos como paletes seriam prioridades.
A seguir como “B”, na curva temos a direção direta de Rio de Janeiro e as direções de
rampas A e B, as três direções correspondem a 28,85% da produtividade do setor, sendo sua
importância intermediaria.
E por fim como “C” na curva temos as seguintes direções: Bauru, Curitiba e
Florianópolis sendo diretas e as direções de rampas C e D. Todas as cinco direções
correspondem a 38,46% da quantidade de carga do setor manual. Mesmo com a maior
X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL
31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019
ISSN 2357-9684
X FATECLOG
LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL
31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019
ISSN 2357-9684
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É certo que devemos nos atentar a aumentos de carga expressivos e que podem ocorrer
gradativamente ou mesmo sazonalmente. Em grande parte, o aumento de carga segue uma
constância, e esse aumento de carga tende a acompanhar o próprio fluxo, ou seja, as direções
com maiores volumes, tem possibilidades de maiores aumentos.
Outra questão fundamental nas operações logísticas é a importância da utilização da
curva ABC, trazendo sua aplicação neste estudo, além de mapear as atividades logísticas e a
quantidade de carga de cada direção, existe a possibilidade de organizar um Layout a qual se
ajuste a produtividade do setor, assim a movimentação de objetos para a sua paletização será
menor.
De acordo com os preceitos da curva ABC, referente a idealização de um Layout, quanto
maior a incidência de carga, mais próxima da posição de trabalho deve estar os paletes de “A”
da curva ABC, B em intermediário e C com um giro menor de movimentação, um pouco mais
afastado. Isto de acordo com o tipo de layout a ser implantado.
Já com a criação de mais direções diretas, excluímos a segunda triagem e movimentação
interna, atrelado a isso, reduzimos o efetivo necessário para tal atividade, utilizando este recurso
para uma nova tarefa. Reduzindo o custo da movimentação desta atividade, e agregado a esses
aspectos está o lead time, pois os objetos triados de forma direta serão encaminhados mais
rapidamente ao seu destino.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008
YIN, Robert K. Estudo de Caso: Métodos e Procedimentos. São Paulo: Pearson, 1989.