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Considerações sobre o governo representativo

- O que norteia todo o trabalho dele é o respeito com as minorias e os seus direitos
- Defendendo as minorias se expressarem livremente
- Defesa da minoria intelectual
- Tem muita crença na humanidade
- Lembremos então, em primeiro lugar, que as instituições políticas são obra dos
homens , devendo a origem e a existência inteira à vontade humana.
- Como tudo mais que se deve à mão do homem, podem ser bem ou malfeitas; talvez
para produzi-las, lançassem mão de julgamento e habilidade ou exatamente o
contrário.
- Tornasse-lhe necessária não a simples aquiescência, mas a participação ativa, que terá
de ajustar-se às aptidões e qualidades de tais homens, conforme disponíveis. Esta
circunstância implica em três condições. O povo para o qual se destina a forma de
governo deve inclinar-se a" aceitá-la, ou, pelo menos, não ser tão desinclinado que
oponha obstáculo insuperável à sua instituição. Deve ter o desejo de fazer e ser capaz
de fazer o que lhe exigirem para que o governo preencha os seus fins. Deve
entender-se a palavra "fazer" como compreendendo tanto abstenções como atos. Têm
de ser capazes de preencher as condições da ação e as condições de comedimento,
necessárias ou à conservação em existência do governo estabelecido ou à consecução
dos seus fins, cujo alcance importa em recomendá-lo.
- As instituições existem, quando nascemos elas já estão lá, o povo precisa se adaptar a
essas instituições
- Os povos devem entender as regras e agir que essas regras sejam respeitadas, e se
abster de atos que sejam contras
- Como exercitar a liberdade considerando as regras de um governo representativo?
- Assim um povo pode preferir o governo livre, mas se por indolência, incúria, covardia
ou falta de espírito público não estiver à altura dos esforços necessários para o
conservar; se por ele não combater quando diretamente atacado; se se deixar enganar
pelos artifícios empregados para burlá lo dele; se for possível induzi-lo, por meio de
desânimo momentâneo ou pânico temporário ou, ainda, por um acesso de entusiasmo
por certo indivíduo, induzi-lo a depor as próprias liberdades aos pés mesmo de um
grande homem ou confiar lhe às mãos poderes que o tornem capaz de subverter as
instituições - em todos esses casos não tem aptidão para a liberdade; e embora lhe
fosse vantajoso desfrutá-la mesmo por pouco tempo, não é provável que goze dela por
um longo período. Ainda mais, pode acontecer que um povo não tenha vontade ou seja
incapaz de cumprir com os deveres que certa forma de governo dele exige. Um povo
rude, embora até certo ponto cônscio dos benefícios resultantes de sociedade
civilizada, pode ser incapaz de pôr em prática a paciência que ela exige: pode ter
paixões por demais violentas ou orgulho pessoal exigente em demasia para renunciar a
conflitos privados, abandonando às leis o desagravo de malefícios reais ou supostos.
Em tal caso, um governo civilizado, para ser-lhe realmente vantajoso, precisa ser
despótico em grau considerável: sobre ele não poderá o povo exercer qualquer
controle, cabendo ao governo impor-lhe às ações enérgica limitação. Ainda mais, deve
considerar-se um povo inapto para a liberdade mesmo limitada e condicional se não
coopera ativamente com a lei e as autoridades públicas na repressão dos malfeitores.
Um povo que está mais disposto a proteger um criminoso do que prendê-lo; que, como
os hindus, jura falso testemunho para encobrir o ladrão de preferência a incomodar-se
e arriscar se à desforra por acusá-lo; que, como nalgumas nações da Europa até pouco
tempo, se um homem apunhala outro na via pública, passa para o outro lado, porque
incumbe à polícia tratar do assunto e é mais seguro deixar de interferir no que não lhe
diz respeito; povo que se revolta ante uma execução, mas não se abala com um
assassíno - merece autoridades públicas revestidas de poderes de repressão muito mais
severos do que em qualquer outra parte, visto como os primeiros requisitos
indispensáveis à vida civilizada nada terão que lhes sirva de base. Estes estados
deploráveis de sentimentos, em qualquer povo que tenha emergido da vida selvagem,
resultam, sem dúvida, usualmente de mau governo anterior, que lhes ensinou a
considerar a lei como feita para outros fins que não o próprio bem dele e os
administradores como inimigos piores que quantos a violem abertamente. Todavia, por
menor que seja a responsabilidade que caiba àqueles em quem se desenvolveram tais
hábitos mentais e muito embora seja possível finalmente conquistá-los por meio de
melhor governo, entretanto, enquanto existirem, não se poderá governar um povo com
essa disposição mediante o exercício de tão pouco poder sobre ele como um povo
cujas simpatias estiverem do lado da lei, inclinado a dar assistência ativa ao seu
funcionamento.
- Para viver sob um governo democratico é preciso estar preparado, as pessoas não
nascem preparados
- Se um povo não está preparado para defender suas regras
- Se eles não conseguem respeitar as leis eles não merecem um governo democratico
- Vão precisar de governos despóticos
- Deve-se ser submisso às instituições democráticas
- Ainda mais, de reduzido valor serão as instituições representativas, tornando-se
mesmo mero instrumento de tirania ou intriga se a generalidade dos eleitores não está
suficientemente interessada no seu próprio governo para dar-lhe votos ou, se chegarem
a votar, não confiram os sufrágios levados pelo interesse público, mas os vendam por
dinheiro ou votem ao aceno de alguém que os controle, ou a quem desejam favorecer
devido a razões particulares. A eleição popular praticada por essa forma, ao invés de
ser a garantia contra os maus governos, nada mais é do que uma roda adicional na
máquina deles. Além desses empecilhos morais, dificuldades mecânicas se apresentam
muita vez como obstáculo insuperável às formas de governo.
- Povos que estão despreparados de fazer escolher racionais e se deixam levar pelo
primeiro que aparecer, esse povo fará da instituição representativa um mal
- Poder da educação:
- O povo pode não estar preparado para instituições boas mas é possível educar o
espírito da nação para aceitar instituições boas
- O povo precisa aprender a defender a democracia
- Critério para Boa Forma de Governo:
- Se a nós mesmos perguntarmos de que causas e condições depende o bom governo em
todos os sentidos, desde o mais humilde até o mais elevado, verificaremos que a
principal dentre todas, a que transcende a todas as demais, consiste nas qualidades dos
seres humanos que compõem a sociedade sobre a qual se exerce o governo.
- Se ele melhorar a qualidade dos seres humanos
- Investir em políticas de educação, comida
- Qualidade de vida, qualidade pessoal
- [...] não existe parte alguma dos negócios públicos na qual o simples mecanismo, as
regras e dispositivos para a condução dos detalhes da operação sejam de importância
tão transcendente. Entretanto, até mesmo estas cedem em importância às qualidades
dos agentes humanos empregados. Sempre que a disposição geral do povo é tal que
cada indivíduo só considera como interesses seus os egoístas, não insistindo na parte
que lhe cabe no interesse geral nem com ela se preocupando, torna-se impossível, em
semelhante situação, qualquer bom governo.
- Se as pessoas estão mais preocupadas com suas questões pessoais vai ser muito difícil
ter uma democracia
- Se as pessoas estiveram apenas pensando em seus interesses egoístas não terá um
governo bom
- Se eles não estão dispostos a pagar impostos eles estão comprometendo o governo
- O primeiro elemento de bom governo sendo, portanto, a virtude e a inteligência dos
seres humanos que compõem a comunidade, o ponto mais importante de excelência
que qualquer forma de governo pode possuir consiste na promoção da virtude e da
inteligência do próprio povo. O primeiro elemento de bom governo sendo, portanto, a
virtude e a inteligência dos seres humanos que compõem a comunidade, o ponto mais
importante de excelência que qualquer forma de governo pode possuir consiste na
promoção da virtude e da inteligência do próprio povo.
- O governo deve investir em virtude e inteligência já que os representantes vieram do
povo
- Virtude: pensar em bens coletivos, amor ao bem público
- Inteligência: qualidades racionais
- Pode considerar-se, portanto, como um dos critérios da excelência do governo, o grau
em que tende a aumentar a soma de boas qualidades dos governados, coletiva ou
individualmente; visto como, além de ser o bem-estar de todos o objeto único do
governo, as boas qualidades do povo suprem a força motriz que faz funcionar o
mecanismo.
- Qual a força motriz que faz funcionar o governo? a qualidade vida
- Não existe sistema que o consiga, mas ainda menos poder-se-á consegui-lo sem
sistema, convenientemente imaginado para o fim em vista.
- A repartição pública ideal é aquela que eu faço o que eu quero fazer
- Qualquer governo que tenha em mira ser bom consiste de certa porção das boas
qualidades existentes nos membros individuais da comunidade para a conduta dos
negócios coletivos.
- Em todos os estádios de aperfeiçoamento humano até agora atingidos, a natureza e o
grau de autoridade exercido sobre os indivíduos, a distribuição do poder e as
condições do mando e de obediência constituem as influências mais poderosas, se
excetuarmos a crença religiosa, que os faz o que são, e permite se tornem o que podem
ser. É possível que os detenha em qualquer ponto da progressão para diante adaptação
defeituosa do governo a esse estádio particular de adiantamento. E o mérito único
indispensável de um governo, a favor do qual pode esquecer-se quase qualquer soma
de outros deméritos compatíveis com o progresso, consiste em que a sua atuação sobre
o povo seja ou não favorável ao passo seguinte, que lhe impõe dar com o fito de
elevar-se a nível mais alto.
- É preciso que os bons governos tenham como seu objetivo maior elevar os povos
- Tão extraordinárias são as faculdades e energias exigidas para a execução dessa
incumbência de qualquer maneira suportável que o bom déspota, que estamos
supondo, dificilmente se poderia imaginar como consentindo em encarregar-se dela, a
menos que fosse para evitar males intoleráveis e como preparo intermediário para algo
por vir. Mas oargumento vale mesmo sem esta imensa relação no cômputo.
- Não tenha alguém oque fazer pelo seu país e dele não cogitará. Há muito se disse do
despotismo que somente existe nele um patriota, o próprio déspota; e a observação
baseia-se em justa apreciação dos efeitos da submissão absoluta, mesmo a senhor bom
e sensato.
- O povo se torna passivo com um déspota
- Só quem ajuda construir se interessa
- O cidadão deve ser chamado, ocasionalmente, a tomar parte ativa do governo
- O outro defeito negativo, que pode residir em um governo, o de não proporcionar
exercício suficiente às faculdades individuais, morais, intelectuais e ativas, do povo,
patenteamos em geral quando exibimos os malefícios distintos do despotismo.
- A participação educa.
- Sem estimulo esse homem fará nada
- Por todas estas considerações é evidente que o único governo capaz de satisfazer
inteiramente todas as exigências do estado social é aquele em que o povo todo
participe; que é útil, qualquer participação, mesmo nas funções públicas mais
modestas; que a participação deverá ser por toda parte tão grande quanto o grau geral
de melhoramento da comunidade o permita; e que é de desejar-se, como situação
extrema, nada menos do que a admissão de todos a uma parte do poder soberano do
Estado. Todavia, desde que é impossível a todos, em uma comunidade que exceda a
uma única cidade pequena, participarem pessoalmente tão-só de algumas porções
muito pequenas dos negócios públicos, segue-se que o tipo ideal de governo perfeito
tem de ser o representativo.
- Tais condições são: (1) que o povo esteja disposto a recebê-lo; (2) que esteja disposto
e seja capaz de fazer o que for necessário para preservá-lo; (3) que esteja disposto e
seja capaz de cumprir com os deveres e desempenhar as funções que lhe impõe.
- Povos superiores governam outros em estágios atrasados de civilização.
- Perigo do poder da maioria inculta, defende a minoria culta
- Os notários devem ter seu voto valendo 2
- Não devem votar: os analfabetos, pessoas com deficiência que sejam “dependentes”,
quem não consegue se bancar, quem não paga impostos
- Primeiro o ensino e depois o direito ao voto
- O ensino universal deve preceder a liberdade universal

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